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terça-feira, 13 de maio de 2025

Lula na China: veja setores em que Brasil pode aumentar vendas para o país asiático

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Governo avalia que pode vender mais 400 produtos para a China em meio a 'tarifaço' de Trump. Durante visita, Lula disse que Brasil e o país asiático nunca estiveram 'tão próximos'.
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Por Filipe Matoso, GloboNews — Brasília

Postado em 13 de Maio de 2.025 às 14h00m

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Brasil pretende ampliar exportação de alumínio para a China — Foto: Getty Images via BBC
Brasil pretende ampliar exportação de alumínio para a China — Foto: Getty Images via BBC

Levantamento da Agência Brasileira de Promoção de Exportações (Apex) indica que o Brasil pode aumentar em 400 itens a lista de produtos vendidos para a China e aproveitar o atual cenário internacional para ampliar o valor das exportações para o país asiático.

A China é o principal parceiro comercial do Brasil, à frente de Estados Unidos e Argentina. Dados da Apex mostram que o fluxo comercial entre Brasil e China se manteve estável entre 2023 e 2024, mas as importações brasileiras de produtos chineses aumentaram 20%.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está na China e se reuniu nesta terça-feira (13) com o presidente Xi Jinping. No encontro, Lula disse que Brasil e China "nunca" estiveram "tão próximos" e afirmou que a relação entre os dois países "nunca foi tão necessária".

Veja abaixo as áreas em que, segundo a Apex, o Brasil pode aumentar exportações para a China, quantos produtos e alguns exemplos:

⛓️Área: Artigos manufaturados, classificados principalmente pelo material

  • Quantos produtos: 113
  • Exemplos: ferro-gusa, alumínio, couro, pérolas, cobre

🧲Área: Matérias em bruto e não comestíveis (exceto combustíveis)

  • Quantos produtos: 61
  • Exemplos: minérios de ferro e de cobre, soja e celulose

🥩 Área: Produtos alimentícios e animais vivos

  • Quantos produtos: 46
  • Exemplos: carnes bovina, de aves e suína, milho, trigo, açúcares e melaços

🛢️Área: Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados

  • Quantos produtos: 5
  • Exemplos: petróleo bruto, combustíveis e produtos residuais de petróleo

🧪Área: outros

  • Quantos produtos: 164
  • Exemplos: polímeros de etileno, produtos químicos, medicamentos, motores de pistão, máquinas, aparelhos elétricos, calçados
'Tarifaço' de Trump

Presidente Lula critica guerra comercial imposta pelos EUA, na China

A viagem de Lula à China e a declaração sobre guerras comerciais vêm num contexto em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs o chamado "tarifaço", isto é, uma série de tarifas a produtos importados vendidos no mercado americano, provocando instabilidade no comércio global e uma guerra comercial com a China.

O argumento de Trump é que é preciso proteger os produtores locais do que ele costuma chamar de "roubo" de outros países.

Nesse cenário, a embaixada dos EUA no Brasil, por exemplo, divulgou um comunicado no qual citou o Brasil entre os países que "sufocam" parte da economia americana, acrescentando que Trump não permitirá que EUA sejam "explorados".

Diante desse contexto, especialistas em relações internacionais e diplomatas têm dito que o Brasil deve atuar em duas frentes:

  • negociar alternativas com a Casa Branca;
  • ampliar as relações com outros parceiros comerciais.
Importação de produtos chineses aumentou

China deve investir R$ 27 bi no Brasil: veja os setores

As exportações brasileiras para a China, contudo, diminuíram de US$ 104,3 bilhões para US$ 94,3 bilhões, enquanto as importações de produtos chineses aumentaram de US$ 53,1 bilhões para US$ 63,6 bilhões.

O saldo da chamada balança comercial é positivo para o Brasil, isto é, o país mais exporta que importa em valor agregado. Porém, esse saldo caiu 40% entre 2023 e 2024, passando de US$ 51,1 bilhões para US$ 30,7 bilhões.

Comparação com os EUA

Dados também obtidos pela Apex mostram que, no caso dos Estados Unidos, segundo maior parceiro comercial, o Brasil exportou no ano passado o equivalente a US$ 40,3 bilhões e importou US$ 40,6 bilhões, o que gerou um saldo negativo para o Brasil de US$ 283 milhões.

A corrente comercial, com base nesses resultados, foi de US$ 81,02 bilhões em 2024, segundo a Apex, metade da corrente comercial registrada entre Brasil e China.

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'Relação entre Brasil e China nunca foi tão necessária', diz Lula em Pequim ao lado de Xi Jinping

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Lula criticou guerra comercial, defendeu papel da OMC e reiterou críticas às guerras em Gaza e na Ucrânia. Na segunda, Brasil anunciou R$ 27 bilhões em investimentos vindos da China.
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Por Guilherme Mazui, g1 — Brasília

Postado em 13 de Maio de 2.025 às 08h05m

#.* --  Post. - Nº.\  11.628  --  *.#


Lula e Xi Jinping defendem comércio justo em meio a tarifas dos EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (13), após reunião em Pequim com o presidente Xi Jinping, que a relação entre Brasil e China "nunca foi tão necessária".

"Há anos, a ordem internacional já demanda reformas profundas. Nos últimos meses, o mundo se tornou mais imprevisível, mais instável e mais fragmentados. China e Brasil estão determinados a unir suas vozes contra o unilateralismo e o protecionismo", disse Lula.

"Guerras comerciais não têm vencedores. Elas elevam os preços, deprimem as economias e corroem a renda dos mais vulneráveis em todos os países. O presidente Xi Jinping e eu defendemos um comércio justo e baseado nas regras da Organização Mundial do Comércio", disse Lula.

As falas contra a guerra comercial acontecem um dia após Estados Unidos e China anunciarem trégua de 90 dias na escalada de tarifas e sobretaxas adotada pelo governo Donald Trump – e retaliada por Xi Jinping.

O Brasil também tenta negociar a redução ou a extinção de tarifas adicionais aplicadas pelo governo Trump ao país, sobretudo nas exportações de aço e alumínio.

"Não é exagero dizer que, apesar dos mais de 15 mil quilômetros que nos separam, nunca estivemos tão próximos", disse Lula sobre a relação com a China.

Xi Jinping e Lula na China — Foto: Ricardo Stuckert / Presidência da República
Xi Jinping e Lula na China — Foto: Ricardo Stuckert / Presidência da República

Este foi o terceiro encontro presencial entre Lula e Xi Jinping desde o início do mandato do brasileiro, em 2023 – e o segundo em território chinês.

Em discurso antes de Lula, Xi Jinping também destacou a importância da relação entre os dois países, considerada estratégica por ele.

O líder chinês criticou as guerras comerciais e declarou que China e Brasil concordam que ninguém sai ganhando neste tipo de disputa. "China e Brasil vão defender juntos o livre comércio e o sistema multilateral", declarou.

Xi também mencionou o apoio de China e Brasil para mediar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia. A proposta dos dois países, contudo, até o momento não foi executada. A Rússia deseja retomar as negociações na Turquia.

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimônia de boas-vindas, no Grande Palácio do Povo. — Foto: Ricardo Stuckert/ Presidência da República
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimônia de boas-vindas, no Grande Palácio do Povo. — Foto: Ricardo Stuckert/ Presidência da República

Críticas às guerras

Lula usou o discurso ao lado de Xi Jinping para reiterar as críticas que vem fazendo às guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza.

"Superar a insensatez dos conflitos armados também é pre-condição para o desenvolvimento. Os entendimentos comuns entre Brasil e China para uma resolução política para crise na Ucrânia oferecem base para um diálogo abrangente que permita o retorno da paz à Europa", disse.

"A humanidade se apequena diante das atrocidades cometidas em Gaza. Não haverá paz sem um Estado da Palestina independente e viável vivendo lado a lado com o Estado de Israel. Somente uma ONU reformada poderá cumprir ideais de paz, direitos humanos consagrados em 1945", seguiu.

Após a reunião e a declaração à imprensa dos presidentes, Brasil e China divulgaram duas notas conjuntas, uma delas sobre a guerra na Ucrânia.

Os dois países saudaram a disposição de Rússia e Ucrânia de retomarem as negociações de paz e se colocaram à disposição para auxiliar nas discussões.

A outra nota reforçou pontos abordados pelos presidentes nos discursos, como as críticas às guerras tarifárias e comerciais, parcerias na área de infraestrutura e combate à fome, necessidade de reforma da Organização das Nações Unidas e o fortalecimento da relação entre Brasil e China.

A nota informa que o Brasil "adere firmemente ao princípio de uma Só China" e "reconhece que só existe uma China no mundo e que Taiwan é uma parte inseparável do território chinês".

Para a China, Taiwan é uma província rebelde que ainda faz parte de seu território. Já para o governo taiwanês, a ilha é um Estado independente, com sua própria Constituição e, por décadas, se considerou o legítimo governo da China no exílio.

Acordos comerciais

Nesta terça, em Pequim, representantes do Brasil e da China assinaram também 20 protocolos e memorandos em áreas como agricultura, estratégia aeroespacial, ciência e tecnologia.

Na segunda, o governo anunciou R$ 27 bilhões em investimentos da China em diversas áreas no Brasil.

Segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações (ApexBrasil), o valor inclui:

  • R$ 6 bilhões da GAC, uma das maiores montadoras chinesas, para "expansão de suas operações" no Brasil;
  • R$ 5 bilhões da Meituan, plataforma chinesa de delivery – que quer atuar no Brasil com o app "Keeta" e prevê gerar até 4 mil empregos diretos e 100 mil indiretos;
  • R$ 3 bilhões da estatal chinesa de energia nuclear CGN para construir um "hub" de energia renovável (eólica e solar) no Piauí;
  • até R$ 5 bilhões da Envision para construir um parque industrial "net-zero" (neutro em emissões de carbono) – o primeiro da América Latina, segundo a Apex;
  • R$ 3,2 bilhões da rede de bebidas e sorvetes Mixue, que deve começar a operar no Brasil e espera gerar 25 mil empregos até 2030;
  • R$ 2,4 bilhões do grupo minerador Baiyin Nonferrous, que anunciou a compra da mina de cobre Serrote, em Alagoas.

Há na conta, ainda, investimentos previstos da DiDi (dona do 99), da Longsys (empresa chinesa de semicondutores) e de empresas do setor farmacêutico. E acordos para a promoção de produtos brasileiros na China em áreas como café, cinema e varejo.

O presidente Lula viajou ao país acompanhado de 11 ministros e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), além de parlamentares, outras autoridades e cerca de 200 empresários. Nesta terça (13), Lula deve se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping.

Antes de chegar à China, a comitiva passou também pela Rússia, onde Lula se reuniu com Vladimir Putin e pediu um cessar-fogo na Ucrânia.

O presidente Lula e a primeira-dama Rosângela Lula da Silva no desembarque em Pequim — Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República
O presidente Lula e a primeira-dama Rosângela Lula da Silva no desembarque em Pequim — Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

Ampliação do comércio

A viagem de Lula à China foi pensada para fortalecer a negociação comercial entre os países. A China é o principal parceiro comercial do Brasil, e o governo brasileiro avalia que há espaço para ampliar as exportações para o país asiático.

A avaliação tem relação direta com a guerra comercial entre os Estados Unidos e os chineses. Ministros e empresários acreditam que o Brasil pode surgir como "alternativa" para parte dos produtos americanos importados pela China.

A ApexBrasil mapeou 400 oportunidades para ampliação dos negócios entre Brasil e China. As possibilidades estão espalhadas em uma série de setores, com especial destaque para o agronegócio.

A agenda dos empresários brasileiros na China prevê eventos voltados ao agro. Em um deles, associações inauguram um escritório, em Pequim, para facilitar negociações para a exportação de carnes do Brasil ao mercado chinês.

Já o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que também integra a comitiva de Lula a Pequim, participou de encontros com autoridades. A pasta afirmou que um dos objetivos da visita era a conclusão de um acordo para reduzir burocracias no registro de produtos biotecnológicos.

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