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quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Por que elefantes africanos estão nascendo sem presas

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Os cientistas argumentam que a caça furtiva de marfim durante a guerra civil de Moçambique resultou no nascimento de mais fêmeas sem presas.
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TOPO
Por BBC

Postado em 28 de outubro de 2021 às 15h10m


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Os cientistas argumentam que a caça furtiva de marfim durante a guerra civil de Moçambique resultou no nascimento de mais fêmeas sem presas. — Foto: Getty Imagens/BBC
Os cientistas argumentam que a caça furtiva de marfim durante a guerra civil de Moçambique resultou no nascimento de mais fêmeas sem presas. — Foto: Getty Imagens/BBC

Cada vez mais elefantas nascem sem presas no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique.

Um estudo recém-publicado na revista Science sugere que isso se deve a uma resposta evolutiva à matança brutal a que esses animais foram submetidos por seu marfim durante 15 anos de guerra civil.

A caça furtiva para obter as presas financiou parte das atividades dos dois lados e levou a espécie à beira da extinção.

Especialistas em elefantes que trabalham no parque começaram a notar o fenômeno após o fim do conflito, em 1992. Eles descobriram que, antes da guerra, cerca de 18,5% das fêmeas nasceram sem presas e, desde o fim da guerra, essa porcentagem aumentou para 33%.

Populações massacradas

A guerra civil em Moçambique opôs forças governamentais e insurgentes anticomunistas entre 1977 e 1992.

Durante a guerra, 90% da população de elefantes de Moçambique foi massacrada por combatentes de ambos os lados, para vender marfim e comprar armas e munições.

Da mesma forma que herdamos a cor dos olhos ou o tipo sanguíneo, os genes são responsáveis ​​por um elefante herdar as presas de seus progenitores.

Na guerra, elefantes sem presas eram ignorados pelos caçadores, o que tornava mais provável que eles transmitissem esses genes a seus descendentes. 
Gene 'prejudicial'

Os pesquisadores há muito tempo suspeitavam que o nascimento sem presas, visto apenas em elefantes fêmeas, estava ligado ao gênero.

Depois que os genomas dos elefantes com e sem presas foram sequenciados, as análises revelaram que isso estava ligado a uma mutação no cromossomo X que era fatal para os machos, que eles não podiam se desenvolver adequadamente no útero, e que era dominante nas fêmeas.

O coautor do estudo, professor Robert Pringle, da Princeton University, em New Jersey, Estados Unidos, observa que essa descoberta pode ter vários efeitos de longo prazo para a espécie.

Como essa característica é fatal para a prole dos machos, é possível que isso signifique que menos elefantes estão nascendo no geral.

Isso atrasaria a recuperação dessa espécie, da qual existem cerca de 700 exemplares no parque nacional.

"Nascer sem presas pode ser vantajoso durante a guerra, mas tem um custo", diz Pringle.

Outro possível efeito é o impacto na paisagem, pois o estudo também revela que elefantes com e sem presas comem plantas diferentes.

Reversível

No entanto, Pringle enfatiza que a situação pode ser reversível, à medida que as populações se recuperam e não estão mais à beira da extinção.

"Portanto, esperamos que essa síndrome diminua, desde que as perspectivas de conservação continuem tão positivas quanto tem sido recentemente", diz o professor.

"Há uma grande tempestade de notícias deprimentes sobre a biodiversidade, os humanos e o meio ambiente. Acho também importante ressaltar que há alguns pontos positivos", completa.

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Cientistas encontram sinais do 'primeiro planeta fora da Via Láctea'

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Até agora, foram identificados cerca de 5 mil 'exoplanetas' — mas todos dentro da nossa galáxia.
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TOPO
Por Paul Rincon, BBC

Postado em 28 de outubro de 2021 às 13h15m


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A descoberta aconteceu a partir da observação de um binário de raios-X — uma estrela de nêutrons ou buraco negro que extrai o gás de uma estrela companheira — Foto: ESO / L. CALÇADA
A descoberta aconteceu a partir da observação de um binário de raios-X — uma estrela de nêutrons ou buraco negro que extrai o gás de uma estrela companheira — Foto: ESO / L. CALÇADA

Os astrônomos encontraram indícios do que pode ser o primeiro planeta a ser descoberto fora da nossa galáxia.

Até agora, foram identificados cerca de 5 mil "exoplanetas" — que estão fora do nosso Sistema Solar, em órbita de outras estrelas — mas todos eles foram localizados dentro da nossa galáxia, a Via Láctea.

O possível planeta tem o tamanho de Saturno e foi descoberto pelo telescópio de raios-X Chandra, da Nasa, a agência espacial americana. Ele fica na galáxia Messier 51, a cerca de 28 milhões de anos-luz da Via Láctea.

Esta descoberta é baseada nos chamados trânsitos, em que a passagem de um planeta na frente de uma estrela bloqueia parte da luz da estrela e produz uma queda característica no brilho que pode ser detectada por telescópios.

Esta técnica geral já foi usada para se encontrar milhares de exoplanetas.

A astrofísica Rosanne Di Stefano e seus colegas procuraram por quedas no brilho dos raios-X recebidos de um tipo de objeto conhecido como binário de raios-X brilhante.

Esses objetos costumam conter uma estrela de nêutrons ou um buraco negro que extrai gás de uma estrela companheira que orbita perto. A matéria próxima à estrela de nêutrons ou buraco negro superaquece e brilha em comprimentos de onda de raios-X.

Como a região que produz raios-X brilhantes é pequena, um planeta que passa na frente dela pode bloquear a maioria ou todos os raios, tornando o trânsito mais fácil de detectar.

Os membros da equipe usaram esta técnica para detectar o candidato a exoplaneta em um sistema binário chamado M51-ULS-1.

"O método que desenvolvemos e empregamos é o único método atualmente implementável para descobrir sistemas planetários em outras galáxias", afirma à BBC News Di Stefano, que faz parte do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian da Universidade de Harvard, nos EUA.

"É um método único, especialmente adequado para encontrar planetas ao redor de binários de raios-X a qualquer distância da qual possamos medir uma curva de luz."

Futuro da caça a planetas

Este binário contém um buraco negro ou estrela de nêutrons orbitando uma estrela companheira com uma massa cerca de 20 vezes a do Sol. Uma estrela de nêutrons é o núcleo colapsado do que foi um dia uma estrela massiva.

O trânsito durou cerca de três horas, durante as quais a emissão de raios-X caiu a zero. Com base nesta e em outras informações, os astrônomos estimam que o candidato a planeta teria aproximadamente o tamanho de Saturno — e orbitaria a estrela de nêutrons ou buraco negro a cerca de duas vezes a distância que Saturno está do Sol.

Di Stefano afirma que técnicas que tiveram tanto sucesso para encontrar exoplanetas na Via Láctea não funcionam ao observar outras galáxias.

Em parte, isso acontece porque as grandes distâncias envolvidas reduzem a quantidade de luz que chega ao telescópio e também significam que muitos objetos estão amontoados em um pequeno espaço (visto da Terra), tornando difícil identificar estrelas individuais.

A galáxia Messier 51 está a cerca de 28 milhões de anos-luz da Via Láctea — Foto: NASA / ESA / S. BECKWITH / HHT
A galáxia Messier 51 está a cerca de 28 milhões de anos-luz da Via Láctea — Foto: NASA / ESA / S. BECKWITH / HHT

Com os raios X, ela explicou, "pode ​​haver apenas algumas dezenas de fontes espalhadas por toda a galáxia, então podemos defini-las. Além disso, uma parte delas é tão brilhante nos raios-X que podemos medir suas curvas de luz".

"Finalmente, a enorme emissão de raios-X vem de uma pequena região que pode ser substancialmente ou (como no nosso caso) totalmente bloqueada por um planeta que passa."

Os pesquisadores admitem abertamente que mais dados são necessários para verificar esta interpretação.

Um desafio é que a grande órbita do candidato a planeta significa que ele não cruzaria na frente de sua companheira binária novamente por cerca de 70 anos, anulando qualquer tentativa de fazer uma observação de acompanhamento no curto prazo.

Outra possível explicação que os astrônomos consideraram é que o escurecimento foi causado por uma nuvem de gás e poeira passando na frente da fonte de raios-X.

No entanto, eles acreditam que isso é improvável, porque as características do evento não correspondem às propriedades de uma nuvem de gás.

"Sabemos que estamos fazendo uma afirmação empolgante e ousada, então esperamos que outros astrônomos a examinem com muito cuidado", disse a coautora do estudo Julia Berndtsson, da Universidade de Princeton, nos EUA.

"Achamos que temos um argumento forte, e este processo é como a ciência funciona."

Di Stefano disse que a nova geração de telescópios ópticos e infravermelhos não seria capaz de compensar os problemas de aglomeração e escurecimento, então observações em comprimentos de onda de raios-X provavelmente seguiriam sendo o principal método para detectar planetas em outras galáxias.

No entanto, ela afirmou que um método conhecido como microlente também pode ser promissor para identificar planetas fora da nossa galáxia.

O estudo foi publicado na revista científica Nature Astronomy.

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Nível de emissões de gases de efeito estufa no Brasil em 2020 é o maior desde 2006, aponta relatório

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Nona edição do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima aponta que Brasil chegará à COP 26 com tendência de alta e desafios para implementar a redução prometida.
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Por g1

Postado em 28 de outubro de 2021 às 11h05m


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Fogo consome terras recentemente desmatadas e queimadas por pecuaristas perto de Novo Progresso, no Pará, em 23 de agosto de 2020. Incêndio e desmatamento na Amazônia, na região Norte do Brasil. — Foto: Andre Penner/AP
Fogo consome terras recentemente desmatadas e queimadas por pecuaristas perto de Novo Progresso, no Pará, em 23 de agosto de 2020. Incêndio e desmatamento na Amazônia, na região Norte do Brasil. — Foto: Andre Penner/AP

O Brasil continua a aumentar o total de gás carbônico (CO2) emitido para a atmosfera, mesmo tendo assumido compromissos de redução há mais de uma década, de acordo com mais recente edição do "Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima", o SEEG.

Os dados sobre o ano de 2020 mostram que o Brasil está mantendo, desde 2010, a tendência de alta nas emissões, na contramão dos compromissos firmados para frear o aumento da temperatura global causada pelos gases de efeito estufa.

Segundo o relatório, o valor de emissões é o maior desde 2006. "A gente tem um padrão ao longo do tempo das emissões. Olhando de 1990 a 2020, a gente tem um período de crescimento das emissões, que vai de 1990 a 2003, 2004. Depois um período de queda expressiva das emissões, entre 2004 e 2010. E depois a gente volta ao aumento das emissões, que teve um salto importante entre 2019 e 2020. Isso fez com que chegássemos a um valor de emissões que é o maior desde 2006", explica Tasso Azevedo, coordenador do SEEG.

Veja os principais destaques do SEEG 2020:

  • Em 2020, em plena pandemia, o aumento das emissões brutas de gases de efeito estufa no Brasil foi de 9,5%; nas emissões globais, a queda foi de quase 7%;
  • Nível de emissões verificado no Brasil em 2020 é o maior desde o ano de 2006; aumento do desmate na Amazônia e no Cerrado são as principais justificativas;
  • Desde 2010, o país elevou em 23,2% a quantidade de gases de efeito estufa que despeja na atmosfera todos os anos;
  • Dos cinco setores da economia que respondem pela virtual totalidade das emissões: três tiveram alta (agropecuária, resíduos e mudança de uso da terra), um permaneceu estável (processos industriais) e um teve queda (energia).

A emissão de gases de efeito estufa está no centro da crise climática que levou países a adotarem o compromisso, no Acordo de Paris, de de estabilizar o aquecimento da Terra em 1,5°C neste século. "A janela para que isso ocorra, segundo o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), é estreita: o mundo inteiro precisaria derrubar suas emissões em 7,6% ao ano todos os anos entre 2021 e 2030", alertam os especialistas do SEEG.

As promessas mais atualizadas dos governos para reduzir as emissões de gases poluentes até 2030 ainda não são suficientes para salvar o planeta de um aquecimento considerado catastrófico

As promessas mais atualizadas dos governos para reduzir as emissões de gases poluentes até 2030 ainda não são suficientes para salvar o planeta de um aquecimento considerado catastrófico

Mais emissões na pandemia

O setor de mudança de uso da terra, representado em sua maior parte pelo desmatamento da Amazônia e no Cerrada, foi a principal fonte de emissão de gases do Brasil em 2020. Segundo o relatório do SEEG, se a Amazônia fosse um país, seria o nono maior emissor do mundo, à frente da Alemanha. Somado ao Cerrado, os dois biomas emitem mais que o Irã e seriam o oitavo emissor do mundo.

"Dois mil e vinte foi o ano que tivemos as maiores emissões do setor em 11 anos, um reflexo claro do desmonte em curso da política ambiental, que tem favorecido a retomada das altas taxas de desmatamento, afirma Ane Alencar, diretora de Ciência do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), organização responsável pelo cálculo das emissões do setor no SEEG.

Os cientistas do SEEG explicam que a atividade rural ainda responde pela imensa maioria das emissões do Brasil. "Quando se soma o total emitido por mudança de uso da terra e as emissões totais da agropecuária, a maior parte delas do rebanho bovino, conclui-se que quase três quartos (74%) das emissões nacionais estão direta ou indiretamente ligadas à produção rural e à especulação com terras", afirmam.

A agropecuária teve a maior elevação desde 2010. "A crise econômica diminuiu o consumo de carne e isso aumentou em 2,6 milhões de cabeças o rebanho nacional, o que, por sua vez, aumentou também as emissões de metano por fermentação entérica", diz o documento.

Embora seja visível o crescimento da implementação de técnicas de agricultura de baixo carbono no Brasil, inclusive com o cumprimento de grande parte das metas do Plano ABC, esse crescimento ainda está aquém dos patamares necessários para que possamos ver a trajetória de emissões do setor ser modificada e demonstrar o real potencial que o Brasil possui em se ter uma agropecuária sustentável e de baixo carbono, explica Renata Potenza, coordenadora de projetos do Imaflora, organização responsável pelo cálculo das emissões da agropecuária.

Já o setor de energia registrou queda nas emissões de gases e retornou aos patamares de 2011. Segundo os especialistas, o número reflete a pandemia do coronavírus, que nos primeiros meses reduziu o transporte de passageiros, a produção da indústria e a geração de eletricidade.

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