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segunda-feira, 3 de abril de 2023

Cientistas detectam explosão de raios gama mais brilhante já vista no espaço

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Os satélites da Nasa detectaram uma explosão a 2 bilhões de anos-luz de distância que iluminou a galáxia.
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TOPO
Por BBC

Postado em 03 de abril de 2023 às 07h35m

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Satélites capturaram imagens de como a explosão gama iluminou anéis de poeira no espaço — Foto: NASA/SWIFT/A. BEARDMORE (UNIVERSIDADE DE LEICESTER) via BBC
Satélites capturaram imagens de como a explosão gama iluminou anéis de poeira no espaço — Foto: NASA/SWIFT/A. BEARDMORE (UNIVERSIDADE DE LEICESTER) via BBC

Os satélites da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, detectaram a mais brilhante explosão de raios gama no espaço.

A explosão de raios gama (também conhecida pela sigla GRB) ocorreu a dois bilhões de anos-luz da Terra e iluminou grande parte da galáxia.

Imagens do raro e poderoso fenômeno cósmico mostram formas semelhantes a um halo (um círculo luminoso) e um "alvo".

Um time de especialistas, que inclui acadêmicos da Universidade de Leicester, no Reino Unido, diz que esse GRB foi dez vezes mais brilhante do que qualquer outro detectado anteriormente.

Eles divulgaram uma análise detalhada da poderosa explosão, detectada em 9 de outubro de 2022.

A explosão, oficialmente nomeada de GRB 221009A, foi apelidada de BOAT — sigla para Brightest Of All Time, ou "A Mais Brilhante de Todos os Tempos" — por aqueles que trabalham em uma missão chamada Swift.

As imagens capturadas pela equipe Swift mostraram detalhes inéditos de GRBs — Foto: NASA via BBC
As imagens capturadas pela equipe Swift mostraram detalhes inéditos de GRBs — Foto: NASA via BBC

O astrônomo de raios X Phil Evans, que lidera o projeto Swift na Universidade de Leicester, no Reino Unido, disse que testemunhar o fenômeno "foi muita sorte".

"Estimamos que eventos tão brilhantes ocorram aproximadamente uma vez a cada mil anos", calcula.

"Ao estudar a evolução deste GRB incrivelmente brilhante em detalhes, podemos aprender muito sobre a física de uma onda de choque", continua o especialista.

Assim como a câmera lenta revela detalhes sobre o movimento, dividir nossos dados em pequenos pedaços de tempo nos permite ver como o GRB muda — e, a partir daí, aprendemos com isso.

A equipe de pesquisadores detalhou que o Observatório Neil Gehrels Swift, um telescópio de satélite projetado para estudar os GRBs do espaço, foi inicialmente incapaz de observar a explosão porque a Terra estava obstruindo a visão dos equipamentos.

No entanto, 55 minutos depois, quando a órbita do satélite permitiu uma visão clara do GRB, os sistemas fizeram a detecção com sucesso e geraram as imagens.

O que são explosões de raios gama?

  • Explosões de raios gama são as mais violentas do Universo, liberando mais energia do que o Sol gera em 10 bilhões de anos;
  • Elas são resultado de explosões cataclísmicas de supernovas, à medida que estrelas massivas morrem;
  • O primeiro GRB foi detectado no final dos anos 1960 por um satélite que buscava violações soviéticas do tratado de proibição de testes nucleares. Desde então, milhares foram vistos por diferentes aparelhos.

Fonte: Universidade de Leicester

O pesquisador Andy Beadmore, que também integra a equipe Swift da Universidade de Leicester, conta que esses padrões não são apenas bonitos, mas também são úteis cientificamente".

"Vimos uma quantidade significativa de poeira em nossa galáxia sendo iluminada pela intensa explosão de luz do GRB — a dois bilhões de anos-luz de distância — como uma tocha que brilha através de uma nuvem", compara.

"Isso nos permite estudar a natureza e a composição do fenômeno", explica Beadmore.

"O brilho deste GRB significa que podemos coletar dados muito melhores do que o normal e, assim, ir além dos modelos simples da física do GRB que normalmente usamos — eles simplesmente não conseguem explicar esses dados."

'Lindo halo'

Evans acrescenta que, "mesmo após 18 anos de operação, o Swift ainda pode nos surpreender com algo inesperado, impressionante e cientificamente poderoso". Na visão dele, isso representa um desafio aos cientistas.

"Esses anéis de poeira podem parecer bonitos, mas nos deram algumas dores de cabeça. Eles realmente complicaram a análise dos dados", conta.

"Mesmo com essas complicações, porém, este evento nos dá a oportunidade de estudar um GRB em detalhes sem precedentes."

"Ademais, há o lindo halo de poeira que o Andy [Beadmore] descobriu."

"Isso é causado por enormes nuvens de poeira em nossa galáxia — mas é a luz do GRB, a cerca de dois bilhões de anos-luz de distância que realmente revelou essas nuvens para nós."

Evans entende que, agora, é possível medir a distância e a composição dessas estruturas usando o GRB como uma espécie de "luz de fundo".

"Esta descoberta é uma prova do poder da observação cuidadosa e do potencial de descobertas fortuitas", classifica o especialista.

"Estou emocionado que nossa equipe tenha contribuído para a compreensão do Universo de maneira tão significativa", conclui.

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