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quarta-feira, 17 de março de 2021

Cientistas desenvolvem embriões de camundongos em útero mecânico

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Pesquisa com os resultados foi publicada nesta quarta (17) na revista científica 'Nature', uma das mais importantes do mundo.
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Por G1

Postado em 17 de março de 2021 às 17h30m


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Cientistas de Israel desenvolvem embriões de camundongos em útero mecânico
Cientistas de Israel desenvolvem embriões de camundongos em útero mecânico

Pela primeira vez, cientistas conseguiram fazer com que embriões de camundongos se desenvolvessem por um tempo relativamente longo fora do útero da mãe, em um útero mecânico. Os resultados da pesquisa, feita em Israel, foram publicados nesta quarta-feira (17) na revista científica "Nature", uma das mais importantes do mundo.

Uma gestação de camundongo dura cerca de 20 dias. No experimento, os camundongos foram concebidos naturalmente e ficaram no útero da mãe por 5 dias, quando foram retirados e colocados no útero mecânico – onde passaram mais 6 dias, até morrerem.

Segundo os pesquisadores, do Instituto Weizmann de Ciência, 20km ao sul de Tel Aviv, este foi o ponto da gestação em que a oxigenação ficou insuficiente. Além disso, o fluxo sanguíneo para os bichinhos passou a ser imprescindível – e, no útero mecânico, isso não existia. Cerca de 77% dos embriões sobreviveram após o quarto dia no útero mecânico.

"Após 4 dias, os embriões começam a apresentar anormalidades e morrem rapidamente durante a noite", dizem os cientistas.

Os pesquisadores constataram que, até esta etapa, os camundongos estavam se desenvolvendo normalmente, de forma compatível com embriões em um útero animal.

Cientistas desenvolvem embriões de camundongos em útero mecânico — Foto: Nature/Divulgação
Cientistas desenvolvem embriões de camundongos em útero mecânico — Foto: Nature/Divulgação

Possibilidades

Os cientistas queriam descobrir, ao colocar os embriões no útero mecânico, o que acontecia exatamente após a implantação deles no útero. Nessa etapa, as células dos embriões vão se diferenciando para formar tecidos e órgãos.

A sequência desses eventos em um determinado período de desenvolvimento do embrião, entretanto, ainda precisa ser totalmente entendida – e continua sendo difícil de manipular.

Um dos desafios era descobrir quais eram as condições ideais – de oxigenação e nutrição, por exemplo – que permitiriam aos embriões se desenvolver fora do útero da mãe camundongo. No experimento, os cientistas israelenses modularam as quantidades de oxigênio, gás carbônico e, ainda, pressão atmosférica para os embriões dentro do útero mecânico.

"Uma vantagem que esta plataforma de cultura fora do útero oferece é a capacidade de aplicar manipulações em embriões de camundongo pós-implantados e acompanhar o resultado nos mesmos embriões após vários dias de desenvolvimento", pontuaram os pesquisadores.

Ao discutirem os resultados da pesquisa, os cientistas avaliaram que "a capacidade de remover um embrião de mamífero do ambiente uterino e cultivá-lo normalmente em condições controladas constitui uma ferramenta poderosa" para caracterizar o efeito de perturbações no desenvolvimento embrionário.

Para eles, a pesquisa "prepara o terreno para a expansão da pesquisa com embriões sintéticos a partir de embriões agregados de células-tronco e de diferentes espécies de mamíferos".

Resultado 'espetacular'

Em entrevistas à revista científica "Science" e ao jornal americano "The New York Times", pesquisadores que não participaram do estudo classificaram o resultado como "espetacular" e "notável".

Parece muito espetacular, disse o biólogo Alexander Meissner, do Instituto Max Planck de Genética Molecular, em Berlim, na Alemanha, à revista "Science". O fato de [os pesquisadores] poderem cultivar esses embriões e mantê-los vivos por tanto tempo – é incrível.

Antes, de acordo com a reportagem, o máximo de tempo que os embriões podiam ser mantidos fora do útero animal era de 3 ou 4 dias.

A cientista Magdalena Zernicka-Goetz, bióloga do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), disse que o resultado abre novas portas para um estudo detalhado do desenvolvimento embrionário."Dará uma grande contribuição para o campo, que certamente planejamos explorar, afirmou Zernicka-Goetz.

Ao jornal "The New York Times", o biólogo Paul Tesar, da Universidade Case Western Reserve, no estado de Ohio, afirmou que o estudo é uma "conquista notável".

O Santo Graal da biologia do desenvolvimento é entender como uma única célula, um óvulo fertilizado, pode fazer todos os tipos específicos de células no corpo humano e se transformar em 40 trilhões de células, disse o Dr. Tesar. Desde o início dos tempos, os pesquisadores vêm tentando desenvolver maneiras de responder a essa pergunta", afirmou.

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De onde vem o que eu como: Brasil já faz hambúrguer, linguiça e até bolinho de 'siri' com plantas e grãos

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Consumidores 'flexitarianos' estão impulsionando este mercado ao diminuir a ingestão de proteína animal. Indústria de carne vegetal se prepara, agora, para tentar formular pedaços inteiros à base plantas, como filés e picanhas. Baixar o preço é outro desafio.
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Por Paula Salati*, G1

Postado em 17 de março de 2021 às 10h00m


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Hamburguer vegetal da empresa americana Beyond Meat — Foto: The Good Food Institute
Hamburguer vegetal da empresa americana Beyond Meat — Foto: The Good Food Institute

Com plantas e grãos, o Brasil e o mundo têm produzido carnes vegetais que procuram se assemelhar à animal em sabor, cor e textura. A lista está ficando cada vez mais variada: dos conhecidos hambúrgueres a almôndegas, carnes moídas, linguiça, nuggets e até bolinho de "siri" estão disponíveis em alguns mercados do país.

Especialistas consultados pelo G1 dizem que um dos grandes desafios, neste momento, é tentar entregar ao consumidor brasileiro pedaços inteiros de carne vegetal, como se fossem um bife, uma picanha, um filé de peixe.

Outra tarefa é tornar esses produtos mais baratos: uma caixa de hambúrguer comum, com 672 gramas, por exemplo, sai por R$ 27 em uma grande rede de supermercados. A embalagem de 230g do produto feito com plantas custa R$ 19.

Uma das apostas para reduzir o preço é utilizar mais ingredientes nacionais na produção. O Brasil importa, por exemplo, 100% da lentilha e a maior parte do grão-de-bico e da ervilha, segundo o Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe).

Junto com o feijão, esses alimentos são, geralmente, a base proteica da carne vegetal e fazem parte de um grupo chamado pulses (sopa grossa), que são as leguminosas altamente ricas em proteínas e fibras.

Outra base da carne vegetal é a soja que, apesar de ser o maior produto de exportação do Brasil, ainda é processada em outros países. É um mercado, portanto, que pode ser melhor aproveitado pelo agronegócio do Brasil.

Mercado de carne vegetal quer se aproximar à experiência da carne animal — Foto: Arte/G1
Mercado de carne vegetal quer se aproximar à experiência da carne animal — Foto: Arte/G1

Quem quer comer carne vegetal?

A resposta para essa pergunta parece óbvia, mas não são os veganos e nem os vegetarianos que estão impulsionando esse mercado, mas, sim, as pessoas que optaram por reduzir o consumo de carne animal, os chamados flexitarianos.

O estudante de educação física, Lucas William, de 21 anos, é um deles. Ele começou a consumir carne vegetal para cuidar melhor da saúde, sem perder o costume de comer carne, explica.

Para William, o sabor de algumas proteínas deste tipo se assemelha ao de origem animal, mas existem aquelas que são até mais gostosas.

O estudante conta que o gosto depende muito da marca e até mesmo do vegetal usado na produção. A soja, por exemplo, agrada mais o paladar dele.

A ONG The Good Food Institute, que promove alternativas vegetais para carne, ouviu 2 mil pessoas em todo o Brasil, em maio de 2020, e concluiu que:

  • Metade dos entrevistados disse ter diminuído o consumo de carne animal durante o dia ou na semana, nos 12 meses anteriores. Na pesquisa anterior, de 2018, esse percentual era de 29%;
  • Somente 1% disse que parou totalmente de comer carne animal;
  • A maioria dos flexitarianos é mulher (58%) e jovem, entre 18 a 34 anos (47%);
  • 37% dos que reduziram dizem estar substituindo a proteína animal por carnes à base de plantas.

Para a gerente de engajamento corporativo do GFI, Raquel Casselli, os motivos da diminuição da ingestão de carne animal no período da pesquisa são: preocupação com a saúde, alto custo e perda do poder aquisitivo.

O que é a carne vegetal?

A gerente do GFI explica que a carne vegetal é bem diferente dos substitutos de proteína animal que estão há bastante tempo no mercado, como a Proteína Texturizada de Soja (PTS). Aqui estamos falando de carne vegetal análoga à carne animal, diz Raquel.

No Brasil, este mercado é novo e existe desde abril de 2019, com o lançamento de produtos da startup brasileira Fazenda Futuro. Depois dela, frigoríficos grandes, como JBS, BRF e Marfrig, entraram no mercado com linhas plant-based.

Mas não basta apenas imitar carne. Segundo Marcos Leta, fundador da Fazenda Futuro, o mercado plant-based está em uma fase de produzir alimentos mais nutritivos e que contribuam para a saúde das pessoas, como produtos com menor teor de sódio.

"[Nosso hambúrguer, por exemplo] tem apenas apenas 178 miligramas de sódio, quando você vai ver um hambúrguer de supermercado, ele tem 700 miligramas, 580 miligramas de sódio", diz ele.

Raquel, do GFI, acrescenta que o mercado de carne vegetal tem um potencial de crescimento muito grande, porque a proposta é entregar para o consumidor a comida que ele já gosta.

"Eu não estou pedindo para ele mudar o hábito alimentar e trocar a carne por um PTS de soja, por um hambúrguer de grão de bico, que não entregam o sensorial que o flexitariano gosta, diz ela.

Segundo ela, até então, os produtos vegetais substitutos à proteína animal ficavam restritos ao público vegetariano e vegano, que representa 14% da população brasileira (30 milhões de pessoas), segundo uma pesquisa do Ibope.

Raquel afirma que não há dados consolidados do mercado de carne vegetal análoga à animal no Brasil. Os números disponíveis consideram todos os produtos substitutos de proteínas animais (veja no infográfico acima).

Mas há algumas indicações:

"O Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, divulgou no ano passado que um terço das vendas deles de hambúrgueres congelados foi de vegetais. É um número impressionante para um mercado tão novo, diz.

No mundo, a previsão é de que, até 2035, o mercado de carne vegetal ocupe de 7% a 23% do total do mercado de carnes (de US$ 100 e US$ 370 bilhões).

O que já tem e o que falta no mercado?

Salsicha vegetal da empresa americana Beyond Meat — Foto: The Good Food Institute
Salsicha vegetal da empresa americana Beyond Meat — Foto: The Good Food Institute

A indústria nacional já consegue formular alimentos à base de produtos triturados, como os hambúrgueres, nuggets, kibes, linguiça, etc. O principal desafio agora é produzir o que a indústria chama de músculo íntegro.

Cortes inteiros são uma outra questão. Como produzir um pedaço de picanha de origem vegetal? Um camarão? Uma posta de peixe?, questiona Janice Ribeiro Lima, pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos do Rio de Janeiro.

Já existem técnicas para se obter esses produtos, mas o custo ainda é alto. "Então, o grande desafio é produzir esses cortes inteiros de análogos com qualidade sensorial que agrade o consumidor e com preço acessível, conta.

Siri vegetal com fibra de caju

Enquanto a indústria e os pesquisadores se preparam para produzir pedaços maiores, o consumidor já pode ir desfrutando da variedade de produtos existentes.

A Amazonika Mundi produz, em parceria com a Embrapa, um bolinho de "siri" feito com produtos 100% nacionais que leva o nome comercial de Siriju.

O bolinho é preparado como se fosse uma moqueca de siri: vai azeite de dendê, de coco, farinha de mandioca, de sacha inchi (planta nativa da Amazônia), urucum, entre outros ingredientes, explica o presidente-executivo da empresa, Thiago Rosolem.

Mas o que dá a textura parecida com a da carne é a fibra de caju, que também é utilizada pela empresa para produzir hambúrguer.

O bolinho de Siri chamado 'Siriju' leva fibra de caju em sua composição — Foto: Amazonika Mundi/Divulgação
O bolinho de Siri chamado 'Siriju' leva fibra de caju em sua composição — Foto: Amazonika Mundi/Divulgação

Essa fibra é obtida pelo bagaço do caju que representa de 10% a 15% dos produtos descartados pela indústria de suco.

A fibra de caju tratada, que tem características neutras de sabor e odor, foi usada como um dos ingredientes que compõem a formulação do hambúrguer, contribuindo em especial para a textura e para a melhoria do valor nutricional dos produtos, dando um aporte em fibra alimentar, diz Lima.

O que dá sabor, cor, textura e nutrição?

A pesquisadora da Embrapa e a Fazenda Futuro listam outras técnicas que podem ser usadas para fazer uma carne vegetal semelhantes à animal:

  • Base proteica: soja, ervilhas, feijões, lentilhas e grão de bico;
  • Gorduras: óleos de coco, girassol, canola, milho, soja, palma, entre outros;
  • Cor e sabor: extrato de romã, beterraba, urucum, leveduras, malte, condimentos preparados, entre outros;
  • Textura: além da fibra de caju, Leta explica que são usadas técnicas de extrusão para se chegar nas fibras e pedaços de carne.

Para a professora de português Rafaela Mancini, de 20 anos, que se tornou vegetariana no início da pandemia, a proteína vegetal não precisa ter o mesmo sabor da que é de origem animal.

Por causa disso ela acaba optando por fazer hambúrgueres de forma caseira, assim consegue ter mais controle em relação a quais ingredientes são utilizados.

Ainda assim, Rafaela já comeu o hambúrguer produzido pela startup Fazenda do Futuro ao pedir lanches por aplicativo, mas assume que não lhe agradou muito, exatamente por trazer a mesma sensação que a da carne de origem animal.

O gosto eu achei parecido sim, me despertou até bastante gatilho porque fazia muito tempo que eu não sentia. Tinha gosto de hambúrguer congelado, que a gente compra para fritar. A textura também era muito parecida, parecia até que estava malpassado, conta a professora.

Mas, apesar de Rafaela querer evitar este tipo de sabor, ela conta que muitos amigos consomem e gostam exatamente para saciar um pouco da saudade da carne de origem animal.

Gerar mais renda no campo

Mercado de carne vegetal pode movimentar cadeia do feijão no Brasil — Foto: Embrapa/Divulgação
Mercado de carne vegetal pode movimentar cadeia do feijão no Brasil — Foto: Embrapa/Divulgação

O potencial que o mercado de carne vegetal tem de gerar renda no campo brasileiro ainda é pouco aproveitado. Boa parte das matérias-primas e produtos prontos são comprados de outros países, mas poderiam ser desenvolvidos aqui, comenta Raquel, do Good Food Institute (GFI).

Um sinal de que a demanda dos brasileiros por proteínas vegetais vem aumentando é o avanço da importação de ervilha (+19%), lentilha (+47%) e grão-de-bico (+30%) em 2020, em relação a 2019.

A produção nacional dessas três leguminosas, mesmo que ainda tímida, tem aumentado nos últimos anos em nosso país. Considerando que a exportação desses grãos é muito baixa, pode-se concluir que o consumo interno tem subido, diz Warley Marcos Nascimento, pesquisador da Embrapa Hortaliças.

Daniel Trento, coordenador-geral de Inovação Aberta da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação (SDI) do Ministério da Agricultura, diz que o Brasil tem condições de impulsionar a cadeia produtiva das pulses (feijão, ervilha, lentilha e grão-de-bico) e afirma que, no momento, o governo está em uma fase inicial, de articulação com diferentes setores.

Nós estamos conversando com a indústria de base, agroindústria, academia e startups para ver como a gente pode coordenar para levar produtos de qualidade, a um custo acessível, diz.

O coordenador acrescenta que esse mercado pode revitalizar cadeias que perderam força.

Nós percebemos, por exemplo, que há uma queda do consumo do feijão e [o mercado de carne vegetal] pode se transformar em um segmento importante para os produtores que trabalham nestas cadeias, diz Trento. 
Como tornar mais acessível?

O hambúrguer vegetal tem um custo parecido com o de origem animal de uma linha "premium", segundo Raquel, do GFI.

E o desenvolvimento da produção nacional é um dos caminhos para baratear preço, diz Felipe Krelling, sócio da Enfini Ventures, um fundo de capital de risco que investe no mercado de proteínas alternativas na América Latina e nos EUA, principalmente.

Além das pulses, o Brasil ainda importa muitos aditivos, conservantes e gorduras. E, com o dólar alto, os produtos encarecem.

Outro ponto é apostar em tecnologias brasileiras e desenvolver infraestrutura nacional. [...] Um exemplo é a soja, em vez da gente processar essa soja no Brasil, a gente manda ela para fora para processar, conta Krelling.

É um mercado que tem apenas dois anos. [...] À medida que o interesse do consumidor avança, que a gente consegue ganhar escala, o preço vai caindo, reforça Raquel, do GFI. 
O que esperar para a frente?

Para a especialista do Good Food Institute, 2021 é um momento de realismo e de tentar entender os impactos da pandemia na economia.

O food-service está sofrendo bastante. Eles são um importante canal de distribuição desses produtos (proteínas alternativas), diz.

Já o varejo está operando bem, como mostrou o dado do Grupo Pão de Açúcar. Mas precisamos acompanhar para ver o que vai ocorrer neste ano", acrescenta.

A Fazenda do Futuro, por sua vez, cresce além das fronteiras. A empresa já exporta para 15 países, como Holanda, Inglaterra, Alemanha, Austrália, com escritórios no Brasil, Reino Unido e nos Estados Unidos.

Para o, fundador da startup, o mercado nacional de carne vegetal ainda está sendo formado e, no longo prazo, aposta em crescimento diante de um consumidor mais preocupado com a procedência dos alimentos, questões ambientais e de saúde.

* Colaborou: Vivian Souza

Carne vegetal amplia mercado para produtor agrícola
Carne vegetal amplia mercado para produtor agrícola

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Covid-19: cientistas descobrem americano com superanticorpos contra o coronavírus

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Os anticorpos de John Hollis são tão potentes que ele é imune inclusive às variantes recém-descobertas do Sars-Cov-2, o vírus que causa a covid-19.
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TOPO
Por BBC

Postado em 17 de março de 2021 às 09h00m


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John Hollis tem superanticorpos que o tornam imune ao Sars-Cov-2 e suas variantes — Foto: BBC
John Hollis tem superanticorpos que o tornam imune ao Sars-Cov-2 e suas variantes — Foto: BBC

"Foram duas semanas muito assustadoras", conta John Hollis. "Por duas semanas eu esperei a doença me atingir, mas nunca aconteceu."

Hollis achou simplesmente que tinha tido sorte de não contrair a doença.

Mas em julho de 2020, totalmente por acaso, Hollis mencionou que morava com uma pessoa que ficou muito doente em uma conversa com o médico Lance Liotta, professor na Universidade George Mason, onde Hollis trabalha na área de comunicação.

Liotta, que pesquisa formas de combater o coronavírus, convidou Hollis para se voluntariar em um estudo científico sobre coronavírus na universidade.

Com isso Hollis descobriu que não só tinha contraído o covid-19, como seu corpo tinha superanticorpos que o tornavam permanentemente imune à doença — ou seja, os vírus entraram em seu corpo, mas não conseguiram infectar suas células e deixá-lo doente.

"Essa tem sido uma das experiências mais surreais da minha vida", conta Hollis.

"Nós coletamos o sangue de Hollis em diferentes momentos e agora é uma mina de ouro para estudarmos diferentes formas de atacar o vírus", afirma Liotta.

Na maioria das pessoas, os anticorpos que se desenvolvem para combater o vírus atacam as proteínas das espículas do coronavírus — formações na superfície do Sars-Cov-2 em formato de espinhos que o ajudam a infectar as células humanas.

"Os anticorpos do paciente grudam nas espículas e o vírus não consegue grudar nas células e infectá-las", explica Liotta. O problema é que, em uma pessoa que entra em contato com o vírus pela primeira vez, demora certo tempo até que o corpo consiga produzir esses anticorpos específicos, o que permite que o vírus se espalhe.

Mas os anticorpos de Hollis são diferentes: eles atacam diversas partes do vírus e o eliminam rapidamente. Eles são tão potentes que Hollis é imune inclusive às novas variantes do coronavírus.

"Você poderia diluir os anticorpos dele em 1 para mil e eles ainda matariam 99% dos vírus", explica Liotta.

Os pesquisadores estudam esses superanticorpos de Hollis e de alguns outros poucos pacientes como ele na esperança de aprender como melhorar as vacinas contra a doença.

"Eu sei que não sou a única pessoa que tem anticorpos assim, sou apenas uma das poucas pessoas que foram encontradas", afirma Hollis.

Viés racial em pesquisas

Descobertas como essa, no entanto, muitas vezes não acontecem por causa de um viés racial em pesquisas científicas: a maioria delas é feita com pacientes brancos. A participação de negros em estudos tende a ser muito menor do que sua porcentagem na sociedade.

"Há um longo histórico de exploração (de pacientes negros) que faz com que a comunidade afro-americana tenha desconfiança em relação à participação em pesquisas", afirma Jeff Kahn, professor do Instituto de Bioética da Universidade John Hopkins.

"É compreensível que haja essa desconfiança", afirma.

Um dos experimentos mais conhecido feito com a participação de afro-americanos é o estudo de sífilis de Tuskegee: por mais de 40 anos, cientistas patrocinados pelo governo americano estudaram homens negros que tinham sífilis no Alabama sem prover medicamentos para a doença.

"Ao longo dos anos, durante a produção do estudo, antibióticos se tornaram amplamente disponíveis e não foram oferecidos a essas pessoas. Os pesquisadores mentiram sobre o que estava sendo feito com eles e tiveram tratamento negado em nome da pesquisa", explica Kahn.

"Quando o estudo de Tuskegee veio a público, foram criadas regras e regulamento para pesquisas em seres humanos, que estão em vigor desde os anos 1970".

No estudo antiético sobre sífilis em pacientes negros Tuskegee, os doentes não receberam tratamento ao longo de 40 anos — Foto: BBC
No estudo antiético sobre sífilis em pacientes negros Tuskegee, os doentes não receberam tratamento ao longo de 40 anos — Foto: BBC

Esse histórico é um dos motivos pelos quais uma parte da população, que tem sido fortemente atingida pela pandemia, muitas vezes é relutante para participar de estudos ou tomar a vacina.

"Queremos garantir que as comunidades que são mais afetadas estejam recebendo os benefícios das tecnologias sendo desenvolvidas", afirma Kahn. "E, para isso, essas populações precisam também ser parte de estudos."

"Nós devemos honrar aquelas pessoas, as vítimas do estudo de Tuskegee, através do envolvimento em um processo para garantir que aquilo não aconteça de novo. E também para salvar vidas, especialmente na comunidade afro-americana, que tem sido fortemente atingida pela pandemia", diz Hollis.

"Protegermos uns aos outros é um dever nós mesmos e às pessoas que amamos", afirma o escritor.

John Hollis doou seu sangue para que pesquisadores possam investigar os superanticorpos presentes no seu corpo — Foto: BBC
John Hollis doou seu sangue para que pesquisadores possam investigar os superanticorpos presentes no seu corpo — Foto: BBC

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