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terça-feira, 19 de setembro de 2023

Com discurso aplaudido, Lula preenche o vazio deixado pelo antecessor Bolsonaro na tribuna da ONU

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Presidente brasileiro alinhava no combate à desigualdade os desafios da ONU, como reforma do Conselho de Segurança, paz e emergência climática.
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Por Sandra Cohen

Postado em 19 de setembro de 2023 às 13h30m

#.*Post. - N.\ 10.954*.#

Visão geral do discurso de Lula na Assembleia Geral da ONU — Foto: Mike Segar/Reuters
Visão geral do discurso de Lula na Assembleia Geral da ONU — Foto: Mike Segar/Reuters

Veterano no púlpito das Nações Unidas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva repetiu demandas antigas, ao retornar à Assembleia Geral, em Nova York, após um intervalo de 14 anos.

Num discurso forte e estruturado, ele centrou na desigualdade a origem das mazelas que desafiam a ONU e recebeu aplausos sete vezes, sobretudo quando anunciou, mais uma vez, a sua volta e a do Brasil a um palco internacional de debates.

Estabilidade e segurança não serão alcançadas onde há exclusão social e desigualdade, advertiu o presidente brasileiro, que soma oito discursos na Assembleia Geral nas duas últimas décadas.

A fome, a pobreza, a ameaça da extrema direita, a defesa pela reforma do Conselho de Segurança, por soluções à emergência climática e a cobrança de recursos das nações desenvolvidas permearam o discurso desta terça-feira, sempre com a desigualdade como pano de fundo. "Não haverá sustentabilidade nem prosperidade sem paz, insistiu.

Lula discursa na Assembleia Geral da ONULula discursa na Assembleia Geral da ONU

Na abertura dos debates, Lula cresceu e tirou proveito do vazio deixado no cenário internacional por seu antecessor, Jair Bolsonaro, para delinear aos representantes de mais de 140 países a sua agenda social. Celebrou bandeiras como o combate ao racismo, à xenofobia, à intolerância, e ao feminicídio; ressaltou a importância da preservação da liberdade de imprensa, dos direitos dos grupos LGBTQ+.

O Brasil está se reencontrando consigo mesmo, com nossa região, com o mundo e com o multilateralismo.

Críticas à paralisia da ONU e à perda de credibilidade do Conselho de Segurança entraram no discurso para justificar uma bandeira antiga, proferida todas as vezes que subiu à tribuna: a necessidade da reforma do órgão como parte da solução dos problemas. O Brasil pleiteia um assento permanente, juntamente com Alemanha, Japão e Índia, integrantes do chamado G-4.

Essa fragilidade decorre em particular da ação de seus membros permanentes, que travam guerras não autorizadas em busca de expansão territorial ou de mudança de regime. A guerra na Ucrânia escancara a nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer o propósito e os princípios da Carta da ONU.

Dessa forma, Lula corrigiu deslizes anteriores — como o de equiparar a responsabilidade do conflito aos dois países — e deixou a tribuna como estadista.

'Houve muita sintonia entre os discursos de Biden e Lula', diz Guga Chacra'Houve muita sintonia entre os discursos de Biden e Lula', diz Guga Chacra
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Bloqueio, bolha ou cúpula: como evento agravado pelo El Niño e pela Crise do Clima causa onda de calor

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Temperatura está 5ºC acima da média em alguns estados neste fim de inverno: Criciúma bateu 40,7°C. País está sob efeito de fenômeno que impede o avanço das massas de ar frio, o que causa mais chuva no RS.
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Por Júlia Putini, Mariana Garcia, g1

Postado em 19 de setembro de 2023 às 06h10m

#.*Post. - N.\ 10.953*.#

Rio Grande do Sul tem previsão de mais chuva nesta terça-feira
Rio Grande do Sul tem previsão de mais chuva nesta terça-feira

Bolha de ar quente ou "cúpula" são formas simplificadas de nomear o fenômeno que faz estados do Centro-Sul do Brasil sofrerem com uma onda de calor. Ela já causa efeitos e vai se agravar até o fim de semana.

Tecnicamente, os meteorologistas dizem que há um "bloqueio atmosférico" em atuação: uma área de alta pressão no centro do país que está ganhando força e que impede a entrada das massas de ar frio. O calorão de agora é diferente do visto na terceira semana de agosto, que foi logo sucedido por uma frente fria.

Sem novas frentes frias fortes o suficiente para quebrar o bloqueio, as temperaturas nestes últimos dias do inverno já estão cinco graus acima da média climatológica em alguns estados e esse número pode subir para 10°C a partir de sexta (área em vermelho no mapa abaixo).

Final do inverno pode ter recordes de temperatura no país — Foto: Arte g1
Final do inverno pode ter recordes de temperatura no país — Foto: Arte g1

Fatores que ampliam o calorão

Mas bloqueios atmosféricos são comuns. O que faz o atual virar motivo de preocupação são os fatores listados abaixo:

  1. El Niño atípico: o fenômeno que está mais intenso neste ano: ele aquece as águas do Oceano Pacífico e freia a atuação de frentes frias no Brasil; ele dá força para o bloqueio atmosférico;
  2. Aquecimento global: especialistas afirmam que a queima de combustíveis fósseis torna eventos extremos (ciclones, enchentes e etc.) mais prováveis, e que ondas de calor recentes na Europa teriam sido praticamente impossíveis sem as mudanças climáticas;
  3. Setembro: é naturalmente um mês de altas temperaturas no centro do Brasil devido à combinação do final do período seco e ao aumento da radiação solar.
1 - O El Niño atípico

De acordo Cesar Soares, meteorologista da Climatempo, as ondas de calor vistas neste ano no Brasil são sim potencializadas pelo fenômeno climático El Niño. "Ele faz com que poucas massas de ar de origem polar consigam avançar pelo Brasil, dessa forma esquenta bastante", afirma Soares.

O meteorologista do Cemaden Giovani Dolif afirma que o atual cenário de El Niño (e aquecimento global) sinaliza que podemos ter temperaturas acima da média tanto na primavera quanto no verão. "A previsão de pico do El Niño é no final do ano. Ele só deve perder força no meio do semestre do ano que vem", afirma Dolif.

Ainda em maio, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgado comunicado alertando para o risco de o El Niño provocar recordes de temperatura pelo mundo em 2023. O verão no Hemisfério Norte (junho, julho e agosto) já foi o mais quente da história e ano deve bater o mesmo recorde.

2 - Aquecimento global

"Temos a combinação de duas coisas: o El Niño e a mudança climática global. O planeta está bem quente, julho bateu o recorde do mês mais quente já registrado na Terra, os oceanos estão mais quentes", resume o meteorologista Giovani Dolif.

Eventos extremos do clima sempre existiram e existirão, mas os cientistas da área afirmam que a influência da atividade humana no clima é responsável por aumentar a probabilidade de suas ocorrências e já cravam que, sem o aquecimento global, algumas ondas de calor seriam improváveis.

Entre muitos cientistas que analisam o tema, a World Weather Attribution (WWA) conduz análises de atribuição de eventos meteorológicos globais. A WWA já aponta que a correlação entre extremos de temperatura e o aquecimento global é mais direta do que no caso das grandes tempestades ou acumulados de chuva.

Sem o aquecimento global, os recentes recordes de 40 ºC no Reino Unido seriam praticamente impossíveis, assim como a onda de calor de 2021 na América do Norte, indicam as análises da WWA. A mudança climática tornou 30 vezes mais prováveis as ondas de calor mortal precoces do ano corrente, na Índia e no Paquistão, de acordo com a WWA.

3 - Setembro: seco e com mais sol

O especialista Giovani Dolif, do Cemaden, lembra que setembro é um mês onde tipicamente as temperaturas são mais altas em boa parte do centro do país, uma combinação de final de período seco e aumento da radiação solar.

"O mínimo que recebemos do sol é no final de junho, quando começa o inverno, quando temos a menor energia do sol. Já o pico máximo é no final de dezembro. Em setembro começamos a sentir o sol com mais intensidade e como é o final da estação seca, não temos umidade", afirma Dolif.

Cesar Soares lembra que, desde o domingo, as temperaturas em parte do Sul, Sudeste e Centro-Oeste estão bem elevadas, mais de 5 graus acima da média climatológica. "Isso faz com que a gente configure uma condição de onda de calor, afinal a previsão indica que tais temperaturas devem permanecer até pelo menos o fim dessa semana", afirma.

Próximos dias

O panorama previsto pelos meteorologistas do Inmet aponta uma possível piora da situação a partir de sexta-feira (22). As temperaturas máximas devem passar dos 40°C em áreas das regiões Centro-Oeste e Norte, além do interior de São Paulo. Na capital paulista são esperadas temperaturas máximas acima dos 35°C a partir de sexta.

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Cesar Soares, meteorologista da Climatempo, diz que, novamente, as nuvens carregadas com chuva estão todas voltadas para o Rio Grande do Sul, estado que tem previsão de novos temporais nesta semana.

Marcelo Martins, meteorologista do Cemaden, diz que, na região, o calor dá uma pequena trégua a partir desta terça-feira (19), com cobertura de nuvens, chuva, vento o risco de temporais. Na de quinta-feira (21) volta esquentar.

Em Criciúma, na segunda-feira, os termômetros bateram 40,7°C. O segundo recorde de calor para a região foi em Joinville, em agosto, com 38,7°C.

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