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quarta-feira, 11 de outubro de 2023

'Ouro verde do sertão': Bahia tem a maior produção de sisal do mundo

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Após quase 40 anos de decadência, a demanda pelo produto tem aumentado nos últimos anos, devido à valorização de itens naturais e pressões pela preservação ambiental em todo o planeta.
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Por Valma Silva, g1 BA e TV Bahia

Postado em 11 de outubro de 2023 às 20h25m

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Onde Tem Bahia: a força dos pequenos exportadores
Onde Tem Bahia: a força dos pequenos exportadores

A Bahia é o principal produtor de sisal do mundo, detém 90% da produção do Brasil, o país que mais cultiva a agave no planeta, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). No estado, são produzidas, em média, 140 mil toneladas de fibras de sisal por ano, e cerca de 50% desse total é vendido para Ásia, Europa e, principalmente, para a América Central.

O "ouro verde do sertão" teve seu apogeu entre as décadas de 60 e 70, quando havia grande demanda internacional pela fibra, utilizada na confecção de cordas, fios, estofados, carpetes e tapetes, entre outros produtos. O mercado declinou nos anos 80, com a concorrência das fibras sintéticas, e nunca mais teve o mesmo sucesso do passado.

Até mesmo a área plantada encolheu, não somente porque a fibra perdeu valor de mercado, mas também porque a seca na região dizimou boa parte das plantas, conhecida mundialmente pela resistência à estiagem.

Na Fazenda Pau de Colher, em Valente, área de plantação virou 'cemitério de sisal' há seis anos — Foto: Henrique Mendes / g1
Na Fazenda Pau de Colher, em Valente, área de plantação virou 'cemitério de sisal' há seis anos — Foto: Henrique Mendes / g1

A fibra tem voltado à moda com a valorização dos produtos ecologicamente corretos e também com a pressão mundial para preservação do meio ambiente. Além de natural, quando descartada, a fibra de sisal se decompõe sem poluir a natureza - e ainda serve como adubo para o solo - ao contrário da sintética. Depois que a palha é cortada, a planta rebrota em seis meses, o que ajuda a manter o semiárido em equilíbrio.

Nos últimos anos, decoradores e arquitetos passaram a utilizar o sisal em projetos com maior frequência, e a demanda pela fibra tem sido crescente, não somente no Brasil, mas também no exterior.

Atendendo a essa tendência, a principal entidade representativa da cultura do sisal no país, a Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira (Apaeb), manufatura a fibra e dá origem a mercadorias como carpetes, tapetes e cordas.

"No passado, a gente só fazia batia o sisal no motor e exportava. Hoje em dia, tem o beneficiamento. Isso gera oportunidade de trabalho. A cada emprego que a gente gera aqui, são oito no campo para fazer a fábrica funcionar. Antigamente o sisal nem era classificado, hoje temos três tipos diferentes. O tapete é o tipo 1 e quanto mais clarinha a fibra, maior o valor do sisal", disse o presidente da associação, Jairo Oliveira, em entrevista para a TV Bahia.

Fibras de sisal produzidas na Bahia — Foto: Reprodução/TV Bahia
Fibras de sisal produzidas na Bahia — Foto: Reprodução/TV Bahia

A sede da Apaeb fica em Valente, município a cerca de 250 km de Salvador que pertence ao "território do sisal". São 20 cidades e cerca de 700 mil pessoas envolvidas, direta ou indiretamente, com a produção, comércio ou industrialização do sisal.

A Apaeb compra boa parte da produção regional (800 toneladas mensais, em média) e transforma em itens cujas vendas, atualmente, estão concentradas no Brasil - sobretudo no estado de São Paulo, que reúne as maiores redes de distribuição dos manufaturados. Outra parte é repassada para o mercado internacional.

Um dos países que compra tapetes feitos com sisal da Bahia é a Alemanha. A pequena cidade de Dorsten, que tem forte tradição na área têxtil, valoriza o fabrico artesanal e defende marcas preocupadas com a questão ambiental.

Lá, a reportagem da TV Bahia ouviu o advogado Gregor Von Steinhaousen, um fã dos tapetes de sisal, que já adquiriu diferentes exemplares. "O visual é fantástico, me agrada muito. Gosto da ideia de usar em minha casa, especialmente porque tenho crianças em fase de crescimento. E também não uso nada que polua o solo ou o ar, contou.

Apaeb fabrica tapetes, carpetes, cordas e outros produtos com a fibra do sisal — Foto: Reprodução/TV Bahia
Apaeb fabrica tapetes, carpetes, cordas e outros produtos com a fibra do sisal — Foto: Reprodução/TV Bahia

A declaração do alemão reforça o discurso do presidente da Apaeb. "A qualidade dos tapetes, carpetes e capachos e a preocupação com a preservação do meio ambiente impulsionam o nosso crescimento", afirmou Jairo.

A associação possui modernos teares, com capacidade para produzir até 100 mil metros quadrados de tapetes e carpetes por mês. A fábrica funciona diariamente e gera cerca de 250 empregos diretos.

A estrutura contrasta com a rusticidade da produção de sisal no campo. A colheita é manual, a fibra é transportada no lombo de jumentos e desfibrada com um equipamento antiquíssimo, que já causou incontáveis mutilações na região.

Do plantio às lojas, conheça todo o processo do sisal

Unidade fabril da Apaeb em Valente, no interior da Bahia — Foto: Reprodução/TV Bahia
Unidade fabril da Apaeb em Valente, no interior da Bahia — Foto: Reprodução/TV Bahia

  • A colheita é realizada manualmente por trabalhadores utilizando uma faca;
  • Em seguida as folhas de sisal são transportadas no lombo de um animal até o local onde se encontra o motor desfibrador (ou motor paraibano, como é conhecido);
  • No desfibramento remove-se a parte verde da folha, restando a fibra em estado úmido;
  • Já desfibradas, as fibras em estado úmido são levadas e estendidas nos varais, permanecendo sob a luz solar por um período de 72 horas para que ocorra o processo de secagem uniforme;
  • Após a secagem, a fibra deve apresentar umidade entre 10 e 13 %, esse é um dos parâmetros avaliados na compra do sisal;
  • Na sequência, as fibras são enfardadas e transportadas pelos agricultores até a unidade de beneficiamento;
  • Nesse momento, são classificadas em função do tamanho e qualidade e, em seguida, são submetidas ao beneficiamento, utilizando a máquina conhecida como batedeira, onde são removidas as impurezas aderidas às fibras, deixando-as com aspecto brilhoso;
  • Após essa etapa, as fibras são organizadas em fardos de aproximadamente 250 kg, identificados segundo normas do Ministério de Agricultura e Abastecimento e comercializados para outros estados ou para o mercado internacional;
  • Ainda na indústria, a fibra de sisal é transformada em diversos tipos de fios, cordas, tapetes, capachos, mantas e mais;
  • Uma pequena quantidade de fibra é destinada às cooperativas ou associações de artesanato de sisal, que criam bolsas, descansadores para panelas, porta-joias e muito mais.
Curiosidades
Manejo do sisal na Bahia ainda é muito primitivo — Foto: Reprodução/TV Bahia
Manejo do sisal na Bahia ainda é muito primitivo — Foto: Reprodução/TV Bahia

O sisal (Agave sisalana pierre) é originário do México e foi introduzido na Bahia, mais especificamente, no município de Santaluz, por volta de 1910;
  • O produto se espalhou por outras cidades e passou a ser explorado comercialmente no fim da década de 30, ganhando destaque no cenário mundial nos anos 60;
  • Santaluz foi a primeira cidade a investir no plantio em grande escala para a comercialização e contou com as maiores batedeiras de sisal da Bahia entre os anos 60 e 90;
  • Atualmente, as principais as principais batedeiras estão em Conceição do Coité;
  • O ciclo de transformação do sisal em fios naturais tem início aos três anos de vida da planta, ou quando as folhas atingem até cerca de 140 cm de comprimento, que podem resultar em fibras de 90 a 120 cm;
  • As folhas são cortadas a cada seis meses durante toda vida útil da planta, que é de 6 a 7 anos;
  • O sisal pode ser colhido durante todo o ano, basta não destacar do caule as folhas mais novas;
  • Resistente à aridez e ao sol intenso do sertão, o sisal é a fibra vegetal mais rígida que existe na natureza;
  • Atualmente a Tanzânia, Quênia, Uganda (África Oriental), além do Brasil, são os maiores produtores de sisal do mundo.

Veja mais notícias do estado no g1 Bahia.

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IPCA sobe 0,26% em setembro, puxado novamente pela gasolina

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País passa a ter uma inflação acumulada de 5,19% na janela de 12 meses, saindo do intervalo da meta perseguida pelo BC. Gasolina é o subitem que mais subiu em 2023, com alta acumulada de 16,18% no ano.
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Por Raphael Martins, g1

Postado em 11 de outubro de 2023 às 11h00m

#.*Post. - N.\ 10.975*.#

Gasolina, combustível — Foto: Reuters
Gasolina, combustível — Foto: Reuters

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, subiu 0,26% em setembro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O indicador voltou a acelerar em relação ao mês anterior, puxado desta vez pela gasolina, que teve uma alta de 2,8% em setembro e uma contribuição de 0,14 ponto percentual no índice geral.

Em agosto, o IPCA fechou com alta de 0,23%. Já em setembro de 2022, o país havia registrado deflação de 0,36%, na esteira da desoneração de combustíveis.

Com isso, o país passa a ter uma inflação acumulada de 5,19% na janela de 12 meses. No ano, acumula alta de 3,5%.

O resultado veio abaixo das expectativas do mercado financeiro, que esperava alta de 0,33% no mês. Em 12 meses, no entanto, o indicador voltou a sair do intervalo das metas de inflação perseguidas pelo Banco Central. A meta é de 3,25%, com tolerância entre 1,75% e 4,75%.

Seis dos nove grupos que compõem o IPCA tiveram alta no mês, com destaque para Transportes (1,4%), que abriga o avanço nos preços dos combustíveis. Além da gasolina, outro aumento relevante do grupo vem das passagens aéreas, que subiram 13,47% em setembro.

Veja o resultado dos grupos do IPCA:

  • Alimentação e bebidas: -0,71%;
  • Habitação: 0,47%;
  • Artigos de residência: -0,58%;
  • Vestuário: 0,38%;
  • Transportes: 1,40%;
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,04%;
  • Despesas pessoais: 0,45%;
  • Educação: 0,05%;
  • Comunicação: -0,11%.
Pressão em Transportes

A gasolina é o subitem do IPCA que mais subiu em 2023, com alta acumulada de 16,18% no ano. A variação em 12 meses é de 16,57%, o que mostra como o combustível sofreu pressão desde a virada do ano.

Neste mês, o avanço nos preços da gasolina contribuiu para um aumento de 2,7% no item combustíveis. Dentro do grupo, vale mais um destaque para o diesel, que teve alta de 10,11% no mês. Já o gás veicular subiu 0,66%, enquanto o etanol registrou queda de 0,62%.

Ainda em Transportes, segue a volatilidade de preços de passagens aéreas. Neste mês, houve alta de 13,47% e participação de 0,07 p.p. no indicador, vindo de uma queda de 11,69% no mês anterior.

Inflação de setembro tem índice abaixo da previsão do mercado e Miriam Leitão comenta sobre as expectativas daqui para frenteInflação de setembro tem índice abaixo da previsão do mercado e Miriam Leitão comenta sobre as expectativas daqui para frente

Alimentação e bebidas em queda

O grupo de Alimentação e bebidas registrou o maior peso no IPCA de setembro (21,1%), e teve queda de 0,71% no mês. Foi a quarta deflação seguida nos preços do grupo, acumulando redução de 2,65% no período.

De modo geral, temos um ano com safra grande que tem contribuído para maior disponibilidade de alimentos no mercado. Essa maior oferta reduziu os preços de subitens importantes, como carnes e leite.
— André Almeida, gerente de IPCA do IBGE

Quem puxa os resultados de deflação do grupo é o item Alimentação no domicílio, que engloba artigos de alimentação in natura. No último mês, o recuo foi de 1,02%. Mas expandindo a análise e considerando os quatro meses de queda dos preços do grupo, o item acumula retração de 4,01% no período.

De volta ao mês de setembro, o IBGE destaca as quedas da batata-inglesa (-10,41%), da cebola (-8,08%), do ovo de galinha (-4,96%), do leite longa vida (-4,06%) e das carnes (-2,10%).

Quem freia uma redução mais acentuada dos Alimentos e bebidas é o item Alimentação fora do domicílio. No mês, a alta foi de 0,12%. Apesar de ser uma desaceleração em relação a agosto (0,22%), nos quatro meses em questão, o grupamento tem avanço de 1,01% no acumulado.

"As altas da refeição (0,13%) e do lanche (0,09%) foram menos intensas do que as observadas em agosto (de 0,18% e 0,30%, respectivamente)", destaca o IBGE.

Serviços e monitorados

Um dos principais núcleos olhados pelo Banco Central (BC) para a condução da taxa básica de juros, a inflação de serviços teve leve aceleração no mês de setembro. A alta no mês foi de 0,5% contra 0,08% em agosto.

No acumulado de 12 meses, a inflação de serviços acumula 5,54%. Na medição anterior, eram 5,43%. A principal influência para a aceleração veio das passagens aéreas, que têm sido bastante voláteis mês a mês.

Ainda assim, os serviços ainda estão bem abaixo do pico que registraram em julho de 2022, quando subiram quase 9% na janela de 12 meses. Com o aumento do índice geral, inclusive, eles se aproximam do restante da cesta e deixam de descolar dos resultados agregados.

Quem voltou a chamar atenção foram os preços monitorados. São itens cujos preços são definidos pelo setor público ou por contratos. A alta para o mês de setembro foi de 1,11%, contra 1,26% em agosto.

Acontece que a janela de 12 meses passou a acumular alta de 10,21% na medição de setembro, contra 7,69% do mês anterior. A influência mais clara, evidentemente, é a gasolina.

Dos mais de 360 itens medidos pelo IPCA, uma parcela sofre aumentos por fatores de demanda, mas a dinâmica da inflação tem sido bastante influenciada pelos monitorados.
— André Almeida, gerente de IPCA do IBGE

Resultado abaixo das expectativas

A mediana das expectativas do mercado financeiro apontava para uma alta de 0,33% no IPCA de setembro. O resultado surpreendeu para baixo e trouxe boas notícias sobre o comportamento dos preços, segundo analistas.

"A despeito de serviços terem acelerado no mês, os demais itens que compõem o índice mostraram um qualitativo benigno, com difusão muito baixa e as diversas medidas de núcleos bem-comportadas", diz João Savignon, chefe de pesquisa macroeconômica da Kínitro Capital.

"Assim, as aberturas do dado de hoje reforçam a dinâmica recente da inflação no país e o plano de voo do Banco Central no ciclo de cortes de juros", prossegue.

O índice de difusão foi de 43%, o menor desde julho de 2017. Trata-se da proporção de subitens que tiveram uma variação positiva no mês. Um índice menor significa que menos subitens tiveram variação positiva e, portanto, a alta de preços está menos espalhada.

Já Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, destaca que o aumento de Transportes e de Saúde e cuidados pessoais (0,04%) vieram abaixo do esperado, reajustando as projeções de inflação da agência. A expectativa agora é de 4,75% para o ano, dentro da meta de inflação.

"O importante, e que foi uma surpresa muito positiva, é que serviços teve uma alta muito concentrada em passagens aéreas. É algo pontual e sem preocupação. Os bens industriais ainda estão em terreno negativo, de 0,6%. E a difusão foi muito menor que a média. Em 2022, chegou a 70%", diz o analista.

"A inflação vem perdendo força e a estratégia do BC, ainda contracionista, permite que ela continue convergindo para a meta", explica.

A economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese, também afirma que os resultados permitem que o BC prossiga uma dinâmica de cortes de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros.

"A composição inflacionária veio muito benigna. Apesar de o cenário externo estar mais complicado, o interno continua comportado e permitindo a manutenção da estratégia por aqui", afirma a economista.

INPC tem alta de 0,11% em setembro

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — que é usado como referência para reajustes do salário mínimo, pois calcula a inflação para famílias com renda mais baixa — teve alta de 0,11% em setembro. Em agosto, houve alta de 0,20%.

Assim, o INPC acumula alta de 2,91% no ano e de 4,51% nos últimos 12 meses. Em setembro de 2022, a taxa foi de -0,32%.

"Os produtos alimentícios tiveram recuo de 0,74% após caírem 0,91% em agosto. Já os preços dos produtos não alimentícios subiram 0,38%, menos do que no mês anterior, quando a alta foi de 0,56%", destaca o IBGE.

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