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quarta-feira, 31 de maio de 2023

Taxa de desemprego foi de 8,5% entre fevereiro e abril, a menor desde 2015, diz IBGE

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No mesmo período do ano passado, a taxa foi de 10,5%.
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Por g1

Postado em 31 de maio de 2023 às 10h05m

 #.*Post. - N.\ 10.810*.#

Carteira de Trabalho — Foto: Divulgação Seteq
Carteira de Trabalho — Foto: Divulgação Seteq

A taxa de desemprego no Brasil foi de 8,5% no trimestre móvel terminado abril, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Essa é a menor taxa para um trimestre encerrado em abril desde 2015, quando ficou em 8,1%.

Entre fevereiro e abril do ano passado, a taxa foi de 10,5%, o que representa uma queda de dois pontos percentuais no desemprego no mesmo período de 2023.

Já em relação ao trimestre imediatamente anterior, entre novembro de 2022 e janeiro deste ano, a taxa ficou praticamente estável, informou o IBGE. Naquele período, o desemprego foi de 8,4%.

"Essa estabilidade é diferente do que costumamos ver para este período. O padrão sazonal do trimestre móvel fevereiro-março-abril é de aumento da taxa de desocupação, por meio de uma maior população desocupada, o que não ocorreu desta vez", diz Alessandra Brito, analista da pesquisa.

O rendimento real habitual dos trabalhadores também ficou praticamente estável entre os dois últimos trimestres, em R$ 2.891, mas teve uma alta anual de 7,5%.

A população desocupada - ou seja, as pessoas que não conseguiram nem um trabalho formal nem informal - era de 9,1 milhões de pessoas até abril, um leve aumento em relação aos 9 milhões observados em janeiro.

Em contrapartida, em relação ao mesmo período do ano passado, houve uma queda de 19,9% nesse número, o que equivale a 2,3 milhões de pessoas a menos dentro do grupo de desocupados.

Já o total de pessoas ocupadas, de 98 milhões:

  • caiu 0,6%, com menos 605 mil pessoas, em relação ao trimestre anterior;
  • subiu 1,5%, com mais 1,5 milhão de pessoas, em relação ao mesmo trimestre de 2022.

Veja os destaques da pesquisa

  • Taxa de desocupação: 8,5%
  • População desocupada: 9,1 milhões de pessoas
  • População ocupada: 98 milhões
  • População fora da força de trabalho: 67,2 milhões
  • População desalentada: 3,8 milhões
  • Empregados com carteira assinada: 36,8 milhões
  • Empregados sem carteira assinada: 12,7 milhões
  • Trabalhadores por conta própria: 25,2 milhões
  • Trabalhadores domésticos: 5,7 milhões
  • Trabalhadores informais: 38 milhões
  • Taxa de informalidade: 38,9% da população ocupada
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terça-feira, 30 de maio de 2023

Quem é Clemente Del Vecchio, o italiano de 19 anos que se tornou o bilionário mais jovem do mundo

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Clemente é um dos seis filhos de Leonardo Del Vecchio, fundador de uma marca global de óculos, responsável por fabricar modelos como Ray-Ban, Oakley e Giorgio Armani.
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Por Bruna Miato, g1

Postado em 30 de maio de 2023 às 06h20m

 #.*Post. - N.\ 10.809*.#

Clemente del Vecchio, em uma de suas únicas fotos públicas — Foto: Reprodução
Clemente del Vecchio, em uma de suas únicas fotos públicas — Foto: Reprodução

O bilionário mais jovem do mundo é um italiano de 19 anos recém-completados, que herdou uma fortuna atualmente estimada em US$ 3,8 bilhões (cerca de R$ 19 bilhões), segundo dados do ranking de bilionários da Forbes da última segunda-feira (29).

Ele é Clemente Del Vecchio, o mais novo dos seis filhos de Leonardo Del Vecchio, o magnata fundador da Luxottica, a maior marca de óculos do mundo, que faleceu aos 87 anos em junho de 2022.

A empresa é a responsável pela fabricação de óculos de grifes bastante populares, como Ray-Ban, Oakley, Giorgio Armani, Prada, Vogue e Dolce & Gabbana, por exemplo.

Em 2018, a companhia de Del Vecchio passou por uma fusão com uma empresa francesa de lentes e se tornou a EssilorLuxottica, que tem um valor de mercado estimado em mais de US$ 80 bilhões

💰 A divisão da herança

Com a morte do pai, Clemente herdou uma participação de 12,5% na Delfin, que é a holding (empresa que concentra a posse majoritária das ações de outras empresas) da EssilorLuxottica.

Essa holding também possui ações dos bancos italianos Mediobanca e UniCredit, da seguradora Generali e da incorporadora imobiliária Covivio.

O patrimônio de Clemente vem dessas participações.

A herança de Del Vecchio foi dividida, ainda, entre seus outros cinco filhos - Claudio, Marisa, Paola, Luca e Leonardo -, sua esposa Nicoletta Zampillo (madrasta de Clemente), e outros executivos que trabalharam com o magnata ao longo da vida.

🕶️ Quem foi Leonardo Del Vecchio

Leonardo Del Vecchio, fundador da ótica EssilorLuxottica, famosa pela marca Ray-Ban — Foto: Handout / Essilor / AFP
Leonardo Del Vecchio, fundador da ótica EssilorLuxottica, famosa pela marca Ray-Ban — Foto: Handout / Essilor / AFP

Leonardo Del Vecchio foi um dos principais empresários da Itália e se destacou pela sua história de superação. Ele nasceu na pobreza, com uma condição de vida difícil, e cresceu em um orfanato.

Em 1961, fundou a Luxottica, que inicialmente fornecia componentes para óculos, mas que logo passou também a desenvolver suas próprias armações.

O patriarca Del Vecchio permaneceu como presidente e principal acionista da companhia até 2018, quando se uniu à Essilor.

Durante sua carreira, Leonardo fez amizade e uma parceria de sucesso com o estilista Giorgio Armani. À época do falecimento do magnata italiano, Armani disse, em homenagem ao amigo: "Juntos, inventamos um fenômeno que não existia: percebemos imediatamente que os óculos, de simples objetos funcionais, se tornariam acessórios de moda indispensáveis"

💎 Italianos no ranking de bilionários

Atualmente, a Itália tem 65 pessoas no ranking de bilionários da Forbes, sendo 46 homens e 19 mulheres.

O homem mais rico do país é Giovanni Ferrero (58), presidente-executivo da marca de chocolates Ferrero, com uma fortuna estimada em US$ 38,9 bilhões. Giorgio Armani (88), amigo de Leonardo Del Vecchio, ocupa o segundo lugar da lista, com US$ 11,1 bilhões.

Já a mulher mais rica da Itália é Massimiliana Landini Aleotti (80), dona da rede farmacêutica Menarini, com patrimônio de US$ 7,1 bilhões.

De todos os 65 bilionários italianos, 29 são da indústria da moda, assim como a família Del Vecchio. Entre eles, estão os fundadores da grife Dolce & Gabbana e os herdeiros da Prada, Bulgari e Benetton.

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segunda-feira, 29 de maio de 2023

As 3 etapas da inteligência artificial e por que a 3ª pode ser fatal

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'O pior cenário é não percebermos que estamos sendo manipulados porque compartilhamos o planeta com uma entidade muito mais inteligente do que nós', diz pesquisador.
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TOPO
Por BBC

Postado em 29 de maio de 2023 às 19h35m

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As 3 etapas da inteligência artificial e por que a 3ª pode ser fatal — Foto: Getty Images via BBC
As 3 etapas da inteligência artificial e por que a 3ª pode ser fatal — Foto: Getty Images via BBC

Desde o seu lançamento no final de novembro de 2022, o ChatGPT, o chatbot que usa inteligência artificial (também chamada de IA) para responder perguntas ou gerar textos sob demanda dos usuários, tornou-se o aplicativo de internet que mais cresce na história.

Em apenas dois meses atingiu 100 milhões de usuários ativos. O popular aplicativo TikTok levou nove meses para atingir esse marco. E para o Instagram dois anos e meio, segundo dados da empresa de monitoramento de tecnologia Sensor Town.

"Nos 20 anos que acompanhamos a internet, não conseguimos lembrar de um crescimento mais rápido de um aplicativo de internet para o consumidor", disseram analistas do banco suíço UBS, que relataram o recorde em fevereiro.

A enorme popularidade do ChatGPT, desenvolvido pela empresa OpenAI, com o apoio financeiro da Microsoft, gerou todo tipo de discussões e especulações sobre o impacto que a inteligência artificial generativa já está tendo e terá em nosso futuro próximo.

É o ramo da IA ​​que se dedica a gerar conteúdo original a partir de dados existentes (geralmente retirados da internet) em resposta a instruções de um usuário.

Os textos (de ensaios, poesia e piadas a códigos de computador) e imagens (diagramas, fotos, obras de arte de qualquer estilo e muito mais) produzidos por IAs geradoras como ChatGPT, DALL-E, Bard e AlphaCode - para citar apenas alguns dos mais conhecidos - são, em alguns casos, tão indistinguíveis do trabalho humano, que já foram utilizadas por milhares de pessoas para substituir o seu trabalho habitual.

De estudantes que os usam para fazer o dever de casa a políticos que confiam a eles seus discursos - o deputado democrata Jake Auchincloss lançou o recurso no Congresso americano - ou fotógrafos que inventam instantâneos de coisas que não aconteceram (e até ganham prêmios por isso, como o alemão Boris Eldagsen, que ganhou o primeiro lugar no último Sony World Photography Award por uma imagem criada por IA).

Este texto poderia ter sido digitado por uma máquina e você provavelmente não saberia.

O fenômeno levou a uma revolução nos recursos humanos, com empresas como a gigante da tecnologia IBM anunciando que deixará de contratar pessoas para preencher cerca de 8.000 vagas que podem ser gerenciadas pela IA.

Um relatório do banco de investimentos Goldman Sachs estimou no final de março que a IA poderia substituir um quarto de todos os empregos humanos hoje, embora também crie mais produtividade e novos empregos.

Se todas essas mudanças representam uma sobrecarga para você, prepare-se para um fato que pode ser ainda mais desconcertante.

  • E é que, com todos os seus impactos, o que estamos vivenciando agora é apenas a primeira etapa do desenvolvimento da IA.
  • Segundo os especialistas, o que pode vir em breve - a segunda etapa - será muito mais revolucionário.
  • E a terceira e última, que pode ocorrer logo depois disso, é tão avançada que alterará completamente o mundo, mesmo à custa da existência humana.

OS TRÊS ESTÁGIOS

As tecnologias de IA são classificadas por sua capacidade de imitar características humanas.

1. Inteligência Artificial Estreita (ANI)

A categoria mais básica de AI é mais conhecida por sua sigla: ANI, para Artificial Narrow Intelligence.

É assim chamado porque se concentra estritamente em uma única tarefa, realizando trabalhos repetitivos dentro de um intervalo predefinido por seus criadores.

Os sistemas ANI geralmente são treinados usando um grande conjunto de dados (por exemplo, da Internet) e podem tomar decisões ou realizar ações com base nesse treinamento.

Um ANI pode igualar ou exceder a inteligência e a eficiência humanas, mas apenas naquela área específica em que opera.

Um exemplo são os programas de xadrez que usam IA. Eles são capazes de vencer o campeão mundial dessa disciplina, mas não podem realizar outras tarefas.

É por isso que também é conhecido como "IA fraca".

Todos os programas e ferramentas que usam IA hoje, mesmo os mais avançados e complexos, são formas de ANI. E esses sistemas estão por toda parte.

Os smartphones estão repletos de aplicativos que usam essa tecnologia, desde mapas GPS que permitem localizar qualquer lugar do mundo ou saber o tempo, até programas de música e vídeo que conhecem seus gostos e fazem recomendações.

Também assistentes virtuais como Siri e Alexa são formas de ANI. Como o buscador Google e o robô que limpa sua casa.

O mundo dos negócios também usa muito essa tecnologia. É usado nos computadores internos dos carros, na fabricação de milhares de produtos, no mundo financeiro e até nos hospitais, para fazer diagnósticos.

Sistemas ainda mais sofisticados, como carros sem motorista (ou veículos autônomos) e o popular ChatGPT, são formas de ANI, pois não podem operar fora do intervalo predefinido por seus programadores e, portanto, não podem tomar decisões por conta própria.

Eles também não têm autoconsciência, outro traço da inteligência humana.

No entanto, alguns especialistas acreditam que sistemas programados para aprender automaticamente (aprendizado de máquina), como ChatGPT ou AutoGPT (um "agente autônomo" ou "agente inteligente" que usa informações do ChatGPT para executar determinadas subtarefas de forma autônoma) podem passar para o próximo estágio de desenvolvimento.

2. Inteligência Artificial Geral (AGI)

Esta categoria – Inteligência Artificial Geral – é alcançada quando uma máquina adquire habilidades cognitivas no nível humano.

Ou seja, quando você consegue realizar qualquer tarefa intelectual que uma pessoa faz.

O AGI também é conhecido como "IA forte".

Tal é a crença de que estamos prestes a atingir esse nível de desenvolvimento, que em março passado mais de 1.000 especialistas em tecnologia pediram às empresas de IA que parassem de treinar, por pelo menos seis meses, os programas mais poderosos do que o GPT-4, a versão mais recente do ChatGPT.

"Sistemas de IA com inteligência que competem com os humanos podem representar riscos profundos para a sociedade e a humanidade", alertaram em carta aberta o cofundador da Apple, Steve Wozniak, e o proprietário da Tesla, SpaceX Neuralink, entre outros.

Na carta, publicada pela organização sem fins lucrativos Future of Life Institute, os especialistas afirmam que, se as empresas não concordarem rapidamente em interromper seus projetos, "os governos devem intervir e instituir uma moratória" para que medidas de segurança possam ser projetadas e implementadas.

Embora isso seja algo que - por enquanto - não aconteceu, o governo dos Estados Unidos convocou os proprietários das principais empresas de IA - Alphabet, Anthropic, Microsoft e OpenAI - para acordar "novas ações para promover a inovação responsável da IA".

"A IA é uma das tecnologias mais poderosas do nosso tempo, mas para aproveitar as oportunidades que ela apresenta, devemos primeiro mitigar seus riscos", disse a Casa Branca em comunicado em 4 de maio.

O Congresso dos EUA, por sua vez, convocou o CEO da OpenAI, Sam Altman, na terça-feira para responder a perguntas sobre o ChatGPT.

Durante a audiência no Senado, Altman disse que é "crucial" que sua indústria seja regulamentada pelo governo, pois a IA se torna "cada vez mais poderosa".

Carlos Ignacio Gutiérrez, pesquisador de políticas públicas do Future of Life Institute, explicou à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC, que um dos grandes desafios que a IA apresenta é que "não existe um colegiado de especialistas que decida como regulá-la, como acontece, por exemplo, com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC)".

Na carta dos especialistas, eles definiram quais eram suas principais preocupações.

  • "Devemos desenvolver mentes não humanas que possam eventualmente nos superar em número, ser mais espertos que nós, nos tornar obsoletos e nos substituir?", eles perguntaram.
  • "Devemos arriscar perder o controle de nossa civilização?"

O que nos leva ao terceiro e último estágio da IA.

3. Superinteligência Artificial (ASI)

A preocupação desses cientistas da computação tem a ver com uma teoria bem estabelecida de que, quando chegarmos à AGI, logo depois chegaremos ao último estágio do desenvolvimento dessa tecnologia: a Superinteligência Artificial, que ocorre quando a inteligência sintética supera a humana.

O filósofo da Universidade de Oxford e especialista em IA, Nick Bostrom, define superinteligência como "um intelecto muito mais inteligente do que os melhores cérebros humanos em praticamente todos os campos, incluindo criatividade científica, sabedoria geral e habilidades sociais".

A teoria é que, quando uma máquina atinge inteligência equivalente à dos humanos, sua capacidade de multiplicar essa inteligência exponencialmente por meio de seu próprio aprendizado autônomo fará com que ela nos ultrapasse amplamente em pouco tempo, atingindo o ASI.

O ser humano para ser engenheiro, enfermeiro ou advogado tem que estudar muito. O problema do AGI é que ele é imediatamente escalável, diz Gutiérrez.

Isso se deve a um processo chamado autoaperfeiçoamento recursivo que permite que um aplicativo de IA "se aprimore continuamente".

Embora haja muito debate sobre se uma máquina pode realmente adquirir o tipo de inteligência ampla que um ser humano possui - especialmente quando se trata de inteligência emocional - é uma das coisas que mais preocupa aqueles que acreditam que estamos perto de alcançar o AGI.

Recentemente, o chamado "padrinho da inteligência artificial" Geoffrey Hinton, pioneiro na investigação de redes neurais e aprendizado profundo que permitem que as máquinas aprendam com a experiência, assim como os humanos, alertou em entrevista à BBC que poderíamos estar próximos desse marco.

"Atualmente (as máquinas) não são mais inteligentes do que nós, até onde vejo. Mas acho que em breve poderão ser", disse o homem de 75 anos, que acabou de se aposentar do Google.

Extinção ou imortalidade

Existem, em geral, dois campos de pensamento em relação à ASI: há os que acreditam que essa superinteligência será benéfica para a humanidade e os que acreditam no contrário.

Entre eles estava o famoso físico britânico Stephen Hawking, que acreditava que as máquinas superinteligentes representavam uma ameaça à nossa existência.

O desenvolvimento da inteligência artificial completa pode significar o fim dos humanos, disse ele à BBC em 2014, quatro anos antes de morrer.

Uma máquina com esse nível de inteligência "descolaria por conta própria e se redesenharia em um ritmo crescente", disse ele.

"Os humanos, que são limitados pela lenta evolução biológica, não seriam capazes de competir e seriam superados", previu.

No entanto, do lado oposto, há previsões mais positivas.

Um dos maiores entusiastas da ASI é o autor e inventor futurista americano Ray Kurzweil , pesquisador de IA do Google e cofundador da Singularity University do Vale do Silício ("singularidade" é outro nome para a era em que as máquinas se tornam superinteligentes).

Kurzweil acredita que os humanos serão capazes de usar IA superinteligente para superar nossas barreiras biológicas, melhorando nossas vidas e nosso mundo.

Em 2015 chegou a prever que até o ano de 2030 os humanos conseguirão alcançar a imortalidade graças aos nanobots (robôs extremamente pequenos) que atuarão dentro de nossos corpos, reparando e curando qualquer dano ou doença, inclusive as causadas pela passagem do tempo.

Em sua declaração ao Congresso na terça-feira, Sam Altman, da OpenAI, também estava otimista sobre o potencial da IA, observando que ela poderia resolver "os maiores desafios da humanidade, como a mudança climática e a cura do câncer".

No meio estão pessoas, como Hinton, que acreditam que a IA tem um enorme potencial para a humanidade, mas acham o atual ritmo de desenvolvimento, sem regras e limites claros, "preocupante".

Em um comunicado enviado ao The New York Times anunciando sua saída do Google, Hinton disse que agora se arrependia do trabalho que havia feito porque temia que "maus agentes" usassem IA para fazer "coisas ruins".

Questionado pela BBC, ele deu este exemplo de um "pesadelo".

"Imagine, por exemplo, que algum mau ator como [o presidente russo Vladimir] Putin decidiu dar aos robôs a capacidade de criar seus próprios sub-objetivos."

As máquinas poderiam eventualmente "criar subobjetivos como: 'Preciso obter mais energia', o que representaria um risco existencial", observou ele.

Ao mesmo tempo, o especialista britânico-canadense disse que, a curto prazo, a IA trará muito mais benefícios do que riscos, por isso não devemos parar de desenvolvê-la.

"A questão é: agora que descobrimos que funciona melhor do que esperávamos alguns anos atrás, o que fazemos para mitigar os riscos de longo prazo de coisas mais inteligentes do que assumirmos o controle?"

Guitérrez concorda que a chave é criar um sistema de governança de IA antes de desenvolver uma inteligência que possa tomar suas próprias decisões.

"Se essas entidades são criadas com motivação própria, o que significa quando não estamos mais no controle dessas motivações?", questiona.

O especialista aponta que o perigo não é apenas que uma AGI ou ASI, seja por motivação própria ou controlada por pessoas com "maus objetivos", inicie uma guerra ou manipule o sistema financeiro, produtivo, infraestrutura energética, transporte ou qualquer outro sistema que agora é informatizado.

Uma superinteligência poderia nos dominar de uma forma muito mais sutil, adverte.

"Imagine um futuro onde uma entidade tenha tanta informação sobre cada pessoa no planeta e seus hábitos (graças às nossas buscas na internet) que poderia nos controlar de maneiras que não perceberíamos", diz ele.

"O pior cenário não é que existam guerras entre humanos e robôs. O pior é não percebermos que estamos sendo manipulados porque compartilhamos o planeta com uma entidade muito mais inteligente do que nós."

Veja o que a ciência diz sobre robô do ChatGPT que fez declaração de amor para humano
Veja o que a ciência diz sobre robô do ChatGPT que fez declaração de amor para humano

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domingo, 28 de maio de 2023

Frutas, temperos e até larvas: método desenvolvido na Unicamp usa raio infravermelho para fazer 'raio-X' de alimentos

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Pesquisadores utilizam visões eletrônica e computacional, além de língua e nariz eletrônicos, para mapear elementos químicos em amostras. Possíveis aplicações vão da avicultura à indústria.
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Por Gabriella Ramos, g1 Campinas e Região

Postado em 28 de maio de 2023 às 06h15m

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Raio infravermelho permite analisar maturação de carambola — Foto: Douglas Barbin
Raio infravermelho permite analisar maturação de carambola — Foto: Douglas Barbin

Buscando compreender a composição dos alimentos, pesquisadores da Unicamp aliaram a tecnologia de raios infravermelhos a sensores eletroquímicos para fazer um "raio-X" de produtos, que incluem frutas, ovos, temperos e até mesmo larvas.

Usando visões eletrônica e computacional, além de uma língua e um nariz eletrônicos, o grupo de pesquisa da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) mapeia os elementos químicos presentes nas amostras e, assim, identifica possíveis alterações indevidas.

"Existem muitos relatos de que a pimenta-do-reino, por exemplo, é adulterada com semente de mamão, tanto no grão quanto depois que está moída. É difícil identificar por cheiro ou visualmente, mas com o infravermelho conseguimos identificar isso pela composição química", explica o professor Douglas Barbin, coordenador da pesquisa.

A principal vantagem das ferramentas de processamento usadas pelos pesquisadores, segundo Barbin, é a substituição das técnicas tradicionais por um método mais rápido e mais barato. As tecnologias poderiam ser aplicadas na agricultura, indústria e também por órgãos fiscalizadores.

No caso da avicultura, a espectroscopia de infravermelho próximo e a análise de imagens hiperespectrais auxiliam na avaliação do frescor dos ovos. Na agricultura, o processo facilita a análise da maturação de frutas e vegetais quando não for possível identificar o amadurecimento a olho nu.

Aplicando o método na indústria, é possível identificar a distribuição de nutrientes nos alimentos, como a quantidade de fibras em um pão ou massa. Já para fiscalização, a tecnologia permite a identificação de adulterações em carnes processadas ou laticínios, por exemplo.

Ovos analisados por meio de método que utiliza raios infravermelhos — Foto: Douglas Barbin
Ovos analisados por meio de método que utiliza raios infravermelhos — Foto: Douglas Barbin

Sentidos apurados

Outros aliados importantes do grupo de pesquisa são equipamentos que mimetizam os sentidos do corpo humano. Em parceria com o Instituto de Física "Gleb Wataghin" (IFGW), os pesquisadores construíram língua e nariz eletrônicos capazes de detectar alterações no sabor e cheiro dos alimentos.

"O nariz eletrônico que a gente tem hoje, com todos os sensores, deve ter custado por volta de US$ 200, o que seria cerca de R$ 1 mil, R$ 1,2 mil. É muito barato se for comparar com um método de referência que é usado para isso, a cromatografia gasosa, que pode custar US$ 20 mil, US$ 30 mil", afirma Barbin.

Na prática, os dois equipamentos permitem a análise do tempo de vida em prateleira da água de coco vendida em caixinhas.

Professor Douglas Barbin mostra parte do nariz eletrônico — Foto: Felipe Bezerra/Unicamp
Professor Douglas Barbin mostra parte do nariz eletrônico — Foto: Felipe Bezerra/Unicamp

Insetos no menu

Além de alimentos tradicionais, como frutas, grãos e industrializados, a equipe coordenada por Barbin também utiliza o método para analisar larvas de insetos que poderiam ser utilizados como alimento e fonte proteica, especialmente frente à demanda mundial por alternativas nutricionais à carne.

"Alguns grupos de pesquisa aqui da Unicamp também trabalham com outras determinações, por exemplo, o tipo de proteína que tem, como processar esse inseto. Temos trabalhado com o nosso método para quantificar a quantidade de proteína ou de gordura desse inseto através de um método que não utilize agentes químicos e não produza resíduos", detalha o professor.

O pesquisador explica que a análise das larvas é feita por meio da imagem espectral, ou seja, imagens que consideram diferentes comprimentos de ondas eletromagnéticas. A partir dessas fotos, é possível extrair informações de qualquer parte do objeto analisado.

"Com a imagem eu tenho a vantagem de poder fazer uma foto e extrair essa informação espectral da região que eu quero. [...] Temos usado isso para avaliar as larvas desses insetos inteiras sem ter que transformar em pó e homogenizar, como é feito com tempero, por exemplo", explica.

Mapa químico mostra composição do macarrão, que não pode ser vista a olho nu — Foto: Douglas Barbin
Mapa químico mostra composição do macarrão, que não pode ser vista a olho nu — Foto: Douglas Barbin

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