Foto de Fehlauer
Cada vez mais presenciamos protestos deflagrados por internautas nas redes sociais e na blogosfera. Esse novo tipo de engajamento político surge com o ciberativismo, que se apodera do espaço público ao se alastrar de forma viral, principalmente pelos torpedos nos celulares, tuítes em 140 caracteres, postagens no Facebook e nos blogs. A consequência é demonstrada constantemente pela presença maciça da imprensa na cobertura dos atos de revolta. No âmbito da formação da consciência pública, Becker (2010) reforça que “as ações online ocorrem no sentido de tornar a internet uma fonte alternativa de informações, por meio de veículos de comunicação independentes, blogs, sites de organizações, listas de e-mails, fóruns de discussão e comunidades de relacionamento”.
Não é de hoje que constatamos a força da expressão coletiva quando esta intenta disseminar seu descontentamento — e consequente manifestação — por meio da comunicação mediada por computador, tanto nas máquinas quanto nos aparelhos celulares. Muitas vezes conseguem seu intento, chegando ao extremo de derrubar até um presidente (caso de Joseph Estrada, presidente das Filipinas em 2001), como pretendemos exemplificar; ou, ao menos, conseguem chamar a atenção para os problemas rotineiros — mas não menos importantes.
É preciso levantar os principais acontecimentos, bem como colocá-los em uma linha do tempo e traçar de que forma a internet influenciou e fez emergir uma maneira diferente de se revoltar e partir para a luta por princípios políticos — culminando, assim, na conquista de um espaço maior na imprensa. Obviamente, é fundamental frisar que o cuidado ético deve embasar toda e qualquer alusão, exemplo ou modelo de colaboração de cidadãos comuns, não jornalistas. Esses que se aventuram a informar (muitas vezes conseguindo exercer o papel muito bem) e a alimentar a mídia têm um papel cada vez mais marcante, desde que a internet passou a integrar mais intensamente o cotidiano das pessoas. Mas, conforme lembra o jornalista e escritor Rogério Christofoletti, “cultura livre, ética hacker, crescimento da participação do público no processo de produção e difusão informativa, tudo isso pode parecer o apocalipse para os jornalistas mais puristas”. Mas, nas redações, um ditado nos ensina: “Não se deve brigar com a notícia. Isto é, precisamos nos render aos fatos. Tudo isso é irreversível”. E Rogério ainda acrescenta: “Não é possível dizer que essas sejam as soluções para a crise de credibilidade que afeta a imprensa nem a redenção ética dos jornalistas e comunicadores”. No entanto, o autor alerta que, no jornalismo, “aspectos como qualidade técnica, função social, conduta ética e credibilidade não poderão ser pensados sem considerar essas novas variáveis” e, na sequência, completa: “O jornalismo já não é mais o que pensávamos. Terá de se reinventar. Exatamente como fez outras vezes”.
Com essa frase no final do parágrafo anterior, torna-se cada vez mais premente problematizar as diversas formas de expressão coletiva e a tendência dos assuntos políticos viralizados pelos dispositivos móveis receberem repercussão na mídia mainstream.
Assim, com um levantamento minucioso dessas manifestações, poderemos entender como se dá a mobilização política neste século e o andamento do jornalismo-cidadão. A intenção não é fazer comparação de como se davam as práticas de envolvimento dos militantes, em prol da política em que acreditavam, anteriores ao advento da internet e dos aparelhos celulares. O objetivo é apenas registrar a nova e crescente maneira de agir na rotina das manifestações dos últimos dez anos para possível verificação comportamental.
Ciberativismo são ações continuadas, realizadas com a internet ou, exclusivamente, via internet, visando aos objetivos específicos ou uma transformação geral da realidade (Becker, 2010). Ainda de acordo com o autor, “a definição ampla se deve ao fato de o ciberativismo incluir tanto atividades que são possíveis apenas online, quanto o uso da internet como um canal adicional de comunicação para grupos, organizações e movimentos sociais”.
A constatação mais evidente é que a estratégia de divulgar uma ação ganha reforço estrondoso com o uso dos dispositivos móveis, como os celulares, smartphones,netbooks — e mesmo os notebooks, cada vez mais fáceis de serem carregados pelas pessoas em seu cotidiano.
A facilidade de se espalhar uma injustiça ou arbitrariedade e a posterior marcação de local, data e horário para a manifestação de oposição pode ser comprovada com a rápida propagação e pela contagem de participantes.
Grosso modo, smartmobs são manifestações de caráter político e flashmobs são para puro entretenimento, tal como uma performance. Entretanto, os dois atos são parecidos, pois são mobilizados, inicialmente, com ajuda dos torpedos enviados pelos celulares e, depois, com a ativação automática de tuitadas que podem ou não ser digitadas no celular.
** Por Magaly Prado
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