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domingo, 21 de setembro de 2025

O que são as 'bolas de Netuno' cheias de plástico que aparecem nas praias?

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As "bolas de Netuno" são densos aglomerados de plantas marinhas, que capturam microplásticos do mar e os lançam nas praias, principalmente no mar Mediterrâneo.
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TOPO
Por BBC

Postado em 21 de Setembro de 2.025 às 12h00m
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As bolas de Netuno combinam algas marinhas com contaminação por plástico. — Foto: Getty Images via BBC
As bolas de Netuno combinam algas marinhas com contaminação por plástico. — Foto: Getty Images via BBC

Enquanto minúsculos pedaços de plástico invadem nossos oceanos, campos naturais de algas marinhas recolhem microplásticos e os lançam de volta para as praias, na forma de "bolas de Netuno".

As bolas de Netuno (Posidonia oceanica) são emaranhados de algas marinhas redondos e compactos, encontrados principalmente no mar Mediterrâneo.

As Posidonia são usadas há séculos para embalagem, roupas de cama e até para o isolamento de residências.

Mas pesquisadores da Universidade de Barcelona, na Espanha, descobriram que essas bolas esponjosas estão realizando espontaneamente outra função. Elas estão retirando plástico do fundo do mar.

No oceano, os microplásticos (partículas de plástico de menos de 5 mm) costumam se originar de produtos como sacos plásticos, garrafas e redes de pesca. Estes fragmentos de plástico podem prejudicar nossa saúde, afetando desde os ossos e as funções cerebrais até os hormônios.

A maior parte da poluição de plástico tem origem em terra firme, mas o oceano (incluindo os prados de algas marinhas) age como escoadouro.

As 'bolas de Netuno' — plantas marinhas densamente emaranhadas — capturam pedaços de plástico no mar. — Foto: Anna Sánchez-Vidal via BBC
As 'bolas de Netuno' — plantas marinhas densamente emaranhadas — capturam pedaços de plástico no mar. — Foto: Anna Sánchez-Vidal via BBC

O que são as 'bolas de Netuno'

As folhas de Posidonia tornam o fluxo da água mais lento, segundo a principal autora do estudo espanhol, Anna Sánchez-Vidal.

"Existem menos correntes nos pastos de algas marinhas", explica ela. "Por isso, elas capturam carbono e sedimentos e agem como refúgio para a biodiversidade."

Mas esses campos subaquáticos em movimento também acumulam concentrações mais altas de plástico.

Todos os anos, 1,15 a 2,41 milhões de toneladas de plástico fluem dos rios para o mar. E, se um rio entrar no mar em um local onde houver crescimento de Posidonia, parte daquele plástico fica preso e se acumula.Mas nem todo o plástico fica retido nos campos de Posidonia.

Todos os anos, no outono, a Posidonia perde suas folhas. Estes cordões fibrosos, ricos em lignina (um resistente polímero orgânico), se entrelaçam, formando densas bolas.

"À medida que se movimentam, elas transportam plástico entrelaçado nas fibras", afirma Sánchez-Vidal.

Os pesquisadores estimaram que os campos de algas marinhas podem capturar cerca de 900 milhões de fragmentos de plástico no Mediterrâneo todos os anos.

Em 2018 e 2019, a equipe de Sánchez-Vidal examinou bolas de algas marinhas lançadas em quatro praias da ilha de Mallorca, na Espanha.

O fundo do mar recebe o plástico que se origina em terra firme e contamina o oceano. — Foto: Getty Images via BBC
O fundo do mar recebe o plástico que se origina em terra firme e contamina o oceano. — Foto: Getty Images via BBC

No litoral de Sa Marina, Son Serra de Marina, Costa dels Pins e Es Peregons Petits, eles encontraram fragmentos de plástico em metade das amostras de folhas de algas marinhas soltas, somando até 600 fragmentos por kg de folhas.

Apenas 17% das bolas de Netuno continham plástico, mas, quando era encontrado, o material estava retido em alta quantidade, atingindo cerca de 1,5 mil pedaços por kg. E as bolas mais rígidas capturavam o plástico de forma mais eficaz.

"Depois da publicação do nosso estudo, muitas pessoas começaram a me enviar [fotografias de] bolas de Netuno monstruosas", conta Sánchez-Vidal. São bolas que capturaram pedaços de plástico maiores e mais visíveis.

"Às vezes, elas continham absorventes higiênicos internos e externos, lenços umedecidos — objetos com muita celulose, que, por isso, afundam", segundo ela.

"Não, eu realmente não quero receber essas fotos de todo mundo", brinca ela.

Os campos de Posidonia são um habitat fértil para a vida oceânica. — Foto: Getty Images via BBC
Os campos de Posidonia são um habitat fértil para a vida oceânica. — Foto: Getty Images via BBC

Como as bolas chegam ao litoral

Mares turbulentos, particularmente durante tempestades e mudanças da maré, podem deslocar as bolas de Netuno do fundo do oceano, segundo Sánchez-Vidal. Algumas bolas mergulham em águas mais profundas, enquanto outras são levadas para o litoral.

"Dizemos que é uma forma que o mar tem de devolver para nós o lixo que nunca deveria estar no leito do oceano", explica Sánchez-Vidal.

Mas a pesquisadora ressalta que as bolas de Netuno não são uma saída para o problema do plástico nos oceanos. "Nunca consideramos as bolas como uma solução, nem como uma forma de limpar o lixo do mar."

Ela pede a qualquer pessoa que encontrar bolas de Netuno que as deixe onde elas estão, na praia ou no oceano.

"As bolas trazem umidade e nutrientes para a praia", explica ela. "Se as retirarmos dali, estamos destruindo este ecossistema emergente da praia."

A descoberta surgiu em uma época em que as algas marinhas sofrem declínio em todo o mundo.

Um estudo concluiu que a área global coberta pelas algas marinhas diminuiu em 29% desde o final do século 19. As algas marinhas sofrem com a má qualidade da água, desenvolvimento da linha costeira, espécies invasoras e o aumento das temperaturas dos oceanos e do nível do mar.

As algas marinhas em todo o mundo estão diminuindo devido ao desenvolvimento e à poluição humana. — Foto: Getty Images via BBC
As algas marinhas em todo o mundo estão diminuindo devido ao desenvolvimento e à poluição humana. — Foto: Getty Images via BBC

No leste do Mediterrâneo, a Posidonia oceanica enfrenta uma ameaça constante e cada vez maior das ondas de calor e da poluição industrial. E uma espécie australiana relacionada, Posidonia australis, também está em declínio, apesar dos esforços de conservação.

Mas, no Mediterrâneo, existem iniciativas locais que correm para recuperar as algas, como a Floresta Marinha da Red Eléctrica na baía de Pollença, na Espanha, e o projeto de ciência cidadã Jardineiros de Posidonia, na Sicília (Itália) e em Malta.

Os campos de algas marinhas fornecem serviços vitais para o ecossistema, melhorando a qualidade da água, absorvendo dióxido de carbono, protegendo o litoral e servindo de berçário e refúgio para espécies marinhas.

"Mas plantar campos de algas marinhas em toda parte para agir como filtros de plástico também não é uma solução", alerta Sánchez-Vidal.

Ela orienta que a saída real está na fonte do problema.

"Precisamos simplesmente evitar que o plástico entre no mar e isso significa reduzir a sua produção."

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Earth.

G1 em 1 minuto - Santos: Rio da região é o segundo mais poluído por microplásticos
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Conceição da Barra é a segunda cidade mais poluída por microplástico no Brasil
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Ciclo global da água está cada vez mais extremo, alerta relatório da ONU

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Organização Meteorológica Mundial aponta que mudanças climáticas estão causando uma quantidade maior de secas e inundações em todo o planeta
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Laura Paddison, da CNN
21/09/25 às 06:00 | Atualizado 21/09/25 às 06:25
Postado em 21 de Setembro de 2.025 às 07h00m
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Um morador ajuda a liberar um carro que ficou preso em um trecho de estrada inundada nos arredores de Boone, Carolina do Norte, durante o furacão Helene
Um morador ajuda a liberar um carro que ficou preso em um trecho de estrada inundada nos arredores de Boone, Carolina do Norte, durante o furacão Helene  • Jonathan Drake/Reuters/File via CNN Newsource

O ciclo global da água se tornou "cada vez mais errático e extremo", com oscilações bruscas entre secas e inundações, o que representa grandes problemas para economias e sociedades, de acordo com um relatório publicado na quinta-feira (18) pela OMM (Organização Mundial de Meteorologia), agência especializada da Organização das Nações Unidas.

O ciclo da água refere-se ao complexo sistema pelo qual a água se move ao redor da Terra. Ela evapora do solo — inclusive de lagos e rios — e sobe para a atmosfera, formando grandes fluxos de vapor d'água capazes de percorrer longas distâncias, antes de finalmente cair de volta à Terra como chuva ou neve.

As mudanças climáticas, impulsionadas pela queima de combustíveis fósseis pelos humanos, estão interrompendo esse processo.

Leia Mais

Quase dois terços das bacias hidrográficas globais não apresentaram "condições normais" no ano passado, enfrentando excesso ou escassez de água, de acordo com o relatório "Estado dos Recursos Hídricos Globais" da OMM, uma análise anual da água doce global, incluindo córregos, rios, lagos, reservatórios, águas subterrâneas, neve e gelo.

Muitas regiões enfrentaram a escassez de água em 2024, o ano mais quente já registrado no planeta.

Os rios do Amazonas atingiram níveis sem precedentes, partes do sul da África sofreram uma seca tão extrema que governos disseram que precisaram sacrificar centenas de animais, incluindo elefantes, e as plantações murcharam em áreas dos Estados Unidos, como Texas, Oklahoma e Kansas.

As altas temperaturas também afetaram a qualidade da água em quase todos os 75 principais lagos do mundo, segundo o relatório.

Baixos níveis de água no Rio Amazonas na comunidade da Macedônia, departamento do Amazonas, Colômbia, em 2 de outubro de 2024 • Luid Acosta/AFP/Getty Images/File via CNN Newsource

  • Baixos níveis de água no Rio Amazonas na comunidade da Macedônia, departamento do Amazonas, Colômbia, em 2 de outubro de 2024 • Luid Acosta/AFP/Getty Images/File via CNN Newsource
Aumento de inundações e mudança em regiões frias

Apesar do calor e da seca, "também observamos múltiplas inundações, e ainda mais inundações do que em outros anos", disse Stefan Uhlenbrook, principal autor do relatório e diretor de hidrologia, água e criosfera da OMM.

A Europa sofreu suas maiores inundações desde 2013; o furacão Helene provocou cheias catastróficas em partes dos EUA, matando pelo menos 230 pessoas, e extensas inundações na África Ocidental e Central causaram cerca de 1.500 mortes.

As paisagens geladas do mundo também sofreram, de acordo com a análise.

As geleiras sofreram perdas generalizadas pelo terceiro ano consecutivo, perdendo 450 bilhões de toneladas de gelo — o equivalente a um bloco de 6,9 ​​quilômetros de altura, 6,9 quilômetros de largura e 6,9 ​​quilômetros de profundidade, ou água suficiente para encher 180 milhões de piscinas olímpicas.

A Escandinávia, o arquipélago ártico de Svalbard e o norte da Ásia registraram derretimento glacial recorde, segundo o relatório.

O derretimento glacial tem consequências enormes para a elevação do nível do mar e o risco de inundações, além de ameaçar os países que dependem das geleiras para energia, irrigação e água potável.

É difícil quantificar o custo econômico total de um ciclo hidrológico cada vez mais errático, mas inundações isoladas no ano passado causaram bilhões em prejuízos, disse Uhlenbrook. A mudança na disponibilidade e no acesso aos recursos hídricos também pode "alimentar tensões e conflitos", acrescentou.

"A água sustenta nossas sociedades, impulsiona nossas economias e ancora nossos ecossistemas", afirmou Celeste Saulo, secretária-geral da OMM, em um comunicado.

"E, no entanto, os recursos hídricos do mundo estão sob crescente pressão e — ao mesmo tempo — riscos mais extremos relacionados à água estão tendo um impacto crescente sobre vidas e meios de subsistência."

Esse conteúdo foi publicado originalmente em

inglês  Ver original 

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