Total de visualizações de página

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

'Se o governo está relutante, cidades e estados têm de tomar a frente do cuidado com mudanças climáticas', diz cientista na Bahia

=.=.=.= =---____---------   ---------____------------------____::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::____-------------------______---------   -----------____---.=.=.=.= =


Carlos Nobre está entre os participantes da Semana Latino-Americana e Caribenha sobre Mudança do Clima, que começou nesta segunda (19), em Salvador. Evento reúne representantes políticos e de organizações que atuam na conservação do meio ambiente no mundo.
=.=.=.= =---____---------   ---------____------------------____::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::____-------------------______---------   -----------____---.=.=.=.= =
 Por G1 BA  

 Postado em 19 de agosto de 2019 às 14h35m  
GIPOPE - GARIBA'S Logística for 2012 - 2013
Climatologista Carlos Nobre participou do primeiro dia de evento — Foto: Maiana Belo/G1 Bahia
Climatologista Carlos Nobre participou do primeiro dia de evento — Foto: Maiana Belo/G1 Bahia

A participação de cidades e estados no cuidado com as mudanças climáticas, diante do que foi classificado como relutância do governo federal com relação ao tema, foi um dos destaques do primeiro dia da Semana Latino-Americana e Caribenha sobre Mudança do Clima. Promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), o evento começou nesta segunda-feira (19), em Salvador, e vai sexta-feira (23).
"Se o governo federal está relutante, as cidades e estados têm que tomar a frente desse cuidado com as mudanças climáticas", afirmou o climatologista e pesquisador brasileiro Carlos Nobre, que é um dos participantes.
A semana no clima é o mesmo evento que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, anunciou em maio que seria cancelado, já que o Brasil havia desistido de sediar a Conferência do Clima da ONU, a COP 25, que ocorre em dezembro, no Chile. Dias depois, o Ministério do Meio Ambiente voltou atrás e informou que o evento na Bahia aconteceria.

Membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC), da Academia Mundial de Ciências (TWAS) e da National Academy of Scicence (NAS), Carlos Nobre destacou em sua fala a necessidade de controle dos efeitos climáticos:
"Estamos notando um movimento anticiência, mas o fato de alguns ignorarem a ciência não quer dizer que o problema desaparecerá".
Começa nesta segunda-feira (19) a Semana do Clima da América Latina e Caribe, em Salvador
Começa nesta segunda-feira (19) a Semana do Clima da América Latina e Caribe, em Salvador

O climatologista falou sobre a importância do Acordo de Paris, tratado no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU) que rege medidas de redução dos gases estufa no mundo.

"Estamos alterando vários aspectos, como temperatura, fertilidade do solo, aquecimento dos oceanos, elevação do nível do mar, degelo do oceano ártico. Tenho esperança que o Acordo de Paris possa resolver a situação climática", disse.

De acordo com ele, o mês de julho de 2019 foi o mais quente no mundo desde meados do século 19. Além disso, continuou, houve um aumento do nível do mar de 25 centímetros, no último século, decorrente do derretimento das geleiras.
"Brasil e busca pela sustentabilidade devem caminhar sempre juntos. Se não caminharmos para um planeta neutro em carbono, o aquecimento global vai piorar muito", afirmou Nobre. 
 Primeiro dia
Evento começou nesta segunda e segue até sexta-feira — Foto: Maiana Belo/G1 Bahia
Evento começou nesta segunda e segue até sexta-feira — Foto: Maiana Belo/G1 Bahia
Durante a abertura do evento, representantes políticos e de organizações que atuam na conservação do meio ambiente também falaram da importância do trabalho em conjunto entre sociedade e governos para o combate a mudança climática.
"É importante envolver as cidades, empresas e pessoas. Com vários atores participando, podemos fomentar e sermos multiplicador do cuidado com o meio ambiente", destacou o diretor da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), James Grabert.
O prefeito de Salvador, ACM Neto, disse que cada cidade deve dar sua contribuição para um meio ambiente mais equilibrado e preservado. "Temos que ultrapassar as ideologias e questões políticas. Esse é um tema que deve unir a todos", afirmou.

Durante o evento, o prefeito falou sobre o Plano Municipal de Adaptação e Mitigação da Mudança Climática, contratado com recursos do BID e que se inicia neste mês de agosto.

"Meio ambiente é economia. Ao longo dessa semana vamos anunciar a cada dia uma etapa do Plano. A prefeitura reafirma o compromisso com a sustentabilidade e uma cidade para sediar esse evento tem que dar o exemplo", disse ACM Neto.

Ao longo do dia, além do prefeito, também participaram da Semana Clima o secretário da Cidade Sustentável e Inovação (Secis), André Fraga; o embaixador da Holanda, Kees Van Rij; o primeiro-secretário da Embaixada Alemã, Lutz Morgenstern; o diretor-regional do Grupo C40 de Grandes Cidades para Liderança do Clima (C40), Manuel Oliveira; e a representante da Sociedade Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), Ana Carolina Camara.
Evento reuniu representantes políticos e de entidades que atuam na conservação do meio-ambiente — Foto: Maiana Belo/G1 Bahia
Evento reuniu representantes políticos e de entidades que atuam na conservação do meio-ambiente — Foto: Maiana Belo/G1 Bahia

Durante a tarde, foi realizado um workshop sobre metas baseadas na ciência, discussões sobre o Painel Salvador de Mudança do Clima e um diálogo empresarial fechado ao público.
Houve ainda a assinatura de um manifesto escrito pelos alunos da Escola Municipal Marcos Vinicius Vilaça, que também são embaixadores da ONG alemã Plant-for-the-Planet Brasil.

Intitulado Crianças e a ciência: uma aliança em nome do futuro, o documento foi colocado à disposição para que os presentes pudessem apoiar colaborando com assinaturas. Entre as pessoas que colaboraram, está o climatologista brasileiro Carlos Nobre.

De acordo com o climatologista, este foi o manifesto mais importante que ele assinou na vida e o fato de partir de uma iniciativa de crianças torna o documento ainda mais relevante para a sociedade e para o futuro da humanidade.
"Houve um acordar geral da humanidade e essa é a geração que vai mudar. Daqui há dez anos eles já serão jovens adultos, empregados. Então essa geração tem que fazer o que minha geração não fez e as posteriores estão demorando muito para fazer", pontuou.
Carlos Nobre faz parte da equipe de estudos que irão subsidiar o Plano Municipal de Adaptação e Mitigação às Mudanças Climáticas, que teve seus trabalhos iniciados nesta segunda-feira, durante a Semana do Clima.

O documento visa construir estratégias para que a capital baiana enfrente os problemas ocasionados pelas mudanças climáticas, cada vez mais graves, sobretudo em áreas urbanas litorâneas. A ideia é que ele seja concluído até o primeiro semestre de 2020.

A capital baiana foi a primeira cidade da América Latina a assumir compromissos com o Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e Energia, formado por gestores com o objetivo de implementar políticas e ações para redução das emissões e adaptação das cidades aos efeitos das mudanças climáticas.

Veja mais notícias do estado no G1 Bahia.
Evento começou na manhã desta segunda-feira, em Salvador — Foto: Maiana Belo/G1 Bahia
Evento começou na manhã desta segunda-feira, em Salvador — Foto: Maiana Belo/G1 Bahia

      Post.N.\8.942  
                      <.-.-.-  Atendimento Personalizado com recepção Vip!  -.-.-.>
Gipope® - Gariba's ™ // Bar & Lanches. Logística & Solutions with Intelligence for 2.019

 Celular.-:) 075 - 99913 - 4248 -.- 98299 - 8117 -.- 98215 - 9520
.__-__________________________ ______________ __ _________________________ ___________________-_

Balanços oficiais de desmatamento da Amazônia confirmam dados de sistema de alerta; entenda

=.=.=.= =---____---------   ---------____------------------____::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::____-------------------______---------   -----------____---.=.=.=.= =


Sistema Deter emite alertas diários de áreas desmatadas para ajudar na fiscalização, enquanto o Prodes faz balanço de um período de 12 meses. Os dois dados são do Inpe. Veja comparativo dos últimos três anos.
=.=.=.= =---____---------   ---------____------------------____::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::____-------------------______---------   -----------____---.=.=.=.= =
 Por Elida Oliveira, G1  

 Postado em 19 de agosto de 2019 às 11h00m 
GIPOPE - GARIBA'S Logística for 2012 - 2013
Floresta Nacional do Jamanxim, no Pará, em foto de arquivo: 98,8 km² desta área estava sob alerta de desmatamento entre agosto de 2018 e julho de 2019. — Foto: Divulgação / Governo do Pará
Floresta Nacional do Jamanxim, no Pará, em foto de arquivo: 98,8 km² desta área estava sob alerta de desmatamento entre agosto de 2018 e julho de 2019. — Foto: Divulgação / Governo do Pará

A série com dados oficiais de desmatamento da Amazônia dos últimos três anos, compilados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostra que os alertas preliminares de áreas com sinais de devastação na floresta vêm sendo confirmados ano a ano, e com margem.

A divulgação destes alertas gerou críticas do presidente Jair Bolsonaro, que afirmou que os números prejudicam a imagem do país. O episódio levou à exoneração do então diretor do instituto, Ricardo Galvão. Tanto a taxa oficial quanto os alertas diários preliminares são do Inpe, que é ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

De agosto de 2018 a julho deste ano, os alertas indicaram que 6,8 mil km² poderiam estar sob desmate. O balanço do período que se encerrou em julho de 2019 ainda não foi divulgado.

Em comparação, de agosto de 2017 a julho de 2018 os alertas sinalizaram desmate em 4,5 mil km ² e a taxa oficial ficou em 7,5 mil km² – 64,8% maior. A mesma tendência pode ser percebida nas séries anteriores (veja gráfico abaixo).
Comparativo dos balanços Deter x Prodes — Foto: Guilherme Figueiredo/Arte G1
Comparativo dos balanços Deter x Prodes — Foto: Guilherme Figueiredo/Arte G1

Os alertas diários são emitidos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) e servem para embasar ações de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Já os dados oficiais são do Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes), que tem índice de confiança próximo a 95%.

Especialistas dizem que a falta de fiscalização e punição está levando ao crescimento do desmatamento na região amazônica.
Alertas do Deter mês a mês — Foto: Infografia/G1
Alertas do Deter mês a mês — Foto: Infografia/G1

Desmatamento da Amazônia aumentou, mas quanto?
Embora o governo critique os dados do Deter afirmando que eles não representam o balanço oficial de desmatamento, especialistas ouvidos pelo G1 veem no indicador uma forte tendência de crescimento na taxa de devastação.
"Não só é possível como provável que o aumento que vimos nos alertas do Deter se reflita na taxa de desmatamento publicada pelo Prodes. (...) A dúvida agora não é saber se vai aumentar ou não o desmatamento, mas de quanto será este aumento" - Romulo Batista, da campanha de Amazônia do Greenpeace
Já Carlos Nobre, membro da Academia Brasileira de Ciências e do Grupo Estratégico da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, afirma que o Deter opera com uma "margem de subestimativa", ou seja, detecta menos do que está sendo desmatado – o que aponta que a realidade por ser ainda pior.
"O Deter subestima uma faixa de 2,5 mil a 3 mil km². É uma margem de subestimativa, é inerente ao sistema, não é um erro. No ano passado, por exemplo, o Deter indicou uma área com desmatamento de 4,6 mil km² e o Prodes mostrou 7,8 mil km²", afirma.
"A função do Deter é monitorar onde o satélite está indicando mudança na vegetação. Pode indicar corte raso [retirada total da árvore] ou área degradada em que a vegetação vai rareando e, em algum momento no futuro, aquela área será desmatada. Pode levar semanas ou anos", afirma Nobre, autor do estudo que aponta a tendência de a floresta Amazônica se tornar savana caso o desmatamento supere 20% da área. Em fevereiro de 2018, a área desmatada era de 17%.

Mariana Napolitano, gerente de ciências da organização WWF-Brasil, afirma que os dados do Deter apontam uma tendência significativa de aumento do desmatamento, especialmente entre os meses de maio a julho de 2019.

Para ela, falta fiscalização para impedir o desmate. "Não é por falta de alerta que o desmatamento vem crescendo. É por falta de ação do governo Bolsonaro, que não só diminuiu seu esforço de punição aos infratores, como vem reiteradamente anunciando que adotará medidas para favorecer justamente aqueles que continuam a desmatar", diz.

Nobre também afirma que a fiscalização precisa ser reforçada. "O satélite é necessário porque a Amazônia é grande, mas por outro lado precisamos de ação de inteligência. Estudos já mostram que a principal razão do aumento do desmatamento é a redução da fiscalização. Seria impossível ter policiais em todos aqueles pontos [detectados no Deter], mas precisa ter um trabalho na ponta. É comum nestas cidades próximas às áreas desmatadas que uma grande parte da população seja contratada para trabalhar no desmate. Todo mundo sabe antes quando vai ter desmatamento", explica.

O G1 entrou em contato na manhã de quarta-feira (14) com o Ministério do Meio Ambiente, com a Secretaria de Comunicação da Presidência e com a Secretaria de Governo para perguntar quais medidas têm sido adotadas para evitar o desmatamento e quantas ações de fiscalização foram feitas a partir dos alertas do Deter, bem como quais foram as punições aplicadas. Não houve retorno até a publicação desta reportagem.

Alertas estão maiores que a média
Os alertas de desmatamento na Amazônia detectaram suspeitas de extração de madeira em uma área 40,5% maior no período que se encerrou em julho de 2019 do que a média dos três períodos anteriores (ago/15 a jul/16; ago/16 a jul/17; e ago/17 a jul/18). Se considerados apenas os dados do último mês, a área da Amazônia com alerta de desmatamento subiu 278% em julho de 2019, se comparada ao mesmo mês de 2018.
Alertas de desmatamento na Amazônia — Foto: Rodrigo Sanchez/Infografia/G1
Alertas de desmatamento na Amazônia — Foto: Rodrigo Sanchez/Infografia/G1

A maior quantidade de alertas neste período veio do Pará:
  1. Floresta Nacional do Jamanxim, com 98,8 km² de alertas;
  2. Área de Proteção Ambiental do Tapajós, com 55,8 km² sob alerta;
  3. Estação Ecológica da Terra do Meio, com 24,7 km² sob alerta.
Locais da Amazônia com maior área sob alerta de desmatamento — Foto: Rodrigo Sanchez/Infografia/G1
Locais da Amazônia com maior área sob alerta de desmatamento — Foto: Rodrigo Sanchez/Infografia/G1

Entre os municípios, os que acumulam maior área com alertas de desmatamento são:
  1. Altamira (PA), com 420,6 km²;
  2. Labrea (AM), com 341,8 km²;
  3. Porto Velho (RO), com 330,3 km².
Municípios com maior área sob alerta de desmatamento na Amazônia — Foto: Rodrigo Sanchez/Infografia/G1
Municípios com maior área sob alerta de desmatamento na Amazônia — Foto: Rodrigo Sanchez/Infografia/G1

O Deter capta imagens via satélite da Amazônia Legal, que abrange os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e parte dos estados de Mato Grosso, Tocantins e Maranhão.
A divulgação dos alertas de desmatamento tem sido alvo de críticas do governo. Bolsonaro chegou a dizer que o então diretor do Inpe, Ricardo Galvão, deveria "estar a serviço de alguma ONG".

Galvão negou e diversas entidades se posicionaram a favor do Inpe. O episódio levou à exoneração de Galvão. Douglas Morton, diretor da Nasa, considerou a decisão algo "significativamente alarmante". O oficial da Força Aérea Darcton Policarpo Damião assumiu interinamente o comando do Inpe.

As críticas aos dados de desmatamento e o aumento dos alertas de devastação também levaram a Alemanha, que envia recursos para projetos de conservação da Amazônia, a anunciar a suspensão de R$ 155 milhões em investimentos. "A política do governo brasileiro na região amazônica deixa dúvidas se ainda se persegue uma redução consequente das taxas de desmatamento", declarou a ministra do Meio Ambiente da Alemanha, Svenja Schulze, apontando que somente quando houver clareza, a cooperação de projetos poderá continuar.

Na quinta (15), a Noruega anunciou a suspensão de um repasse de quase R$ 133 milhões ao Fundo Amazônia, que financia ações de defesa da floresta e projetos para o desenvolvimento da região amazônica. O país é o principal doador do fundo.

Em julho, o governo da Noruega se dizia preocupado com os relatos de desmatamento no Brasil e admitia a possibilidade de congelar o dinheiro. Também há insatisfação com a gestão do Fundo Amazônia.

O presidente Jair Bolsonaro disse no domingo (11) que o Brasil não precisa do dinheiro da Alemanha para preservar a Amazônia.
Desmatamento da Amazônia aumentou 15% no acumulado em 12 meses, diz instituto
Desmatamento da Amazônia aumentou 15% no acumulado em 12 meses, diz instituto

      Post.N.\8.941  
                      <.-.-.-  Atendimento Personalizado com recepção Vip!  -.-.-.>
Gipope® - Gariba's ™ // Bar & Lanches. Logística & Solutions with Intelligence for 2.019

 Celular.-:) 075 - 99913 - 4248 -.- 98299 - 8117 -.- 98215 - 9520
.__-__________________________ ______________ __ _________________________ ___________________-_