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domingo, 10 de março de 2024

A nova espécie de mamífero descoberta por cientistas no Peru

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É a primeira descoberta de uma nova espécie de cervo neste século em todo o mundo.
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TOPO
Por BBC

Postado em 10 de março de 2024 às 11h15m

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Pudella carlae é uma espécie nova encontrada no Peru — Foto: SERNANP
Pudella carlae é uma espécie nova encontrada no Peru — Foto: SERNANP

Uma nova espécie de cervo foi encontrada no norte do Peru: o Pudella carlae ou pudu da selva peruana.

Já faz muitos anos que pesquisadores descobriram o pudu, um pequeno cervo de pele escura que habita grandes territórios da Argentina à Colômbia.

Até onde se sabia, existiam duas espécies com este nome: o Pudu puda, que habita as florestas da fronteira sul entre Argentina e Chile, e o Pudu mephistophiles, também conhecido como pudu pequeno ou do norte, considerado a menor espécie de veado do planeta.

Essa segunda espécie vive em regiões de montanha localizadas entre o Peru, o Equador e algumas áreas da Colômbia.

Mas agora os pesquisadores da Divisão de Mastozoologia do Centro de Ornitologia e Biodiversidade do Peru conseguiram demonstrar que os Pudu mephistophiles, na verdade, incluem duas espécies diferentes.

Uma delas é a forma típica, que habita a região peruana de Huancabamba e se estende até o norte da América do Sul.

E a outra é a Pudella carlae, endêmica do Peru e que vive no sul da depressão de Huancabamba (cerca de 1.000 quilômetros ao norte de Lima).

Esta é a primeira descoberta de uma nova espécie de cervo em 60 anos na América e a primeira no século 21 em todo o mundo.

A nova espécie, Pudella carlae foi observada no sudeste da depressão de Huancabamba, no norte do Peru — Foto: SERNANP
A nova espécie, Pudella carlae foi observada no sudeste da depressão de Huancabamba, no norte do Peru — Foto: SERNANP

Quais são as diferenças

Nos últimos anos, com o intuito de melhorar os projetos de conservação em áreas habitadas por mamíferos raros (como o pudu), o Serviço Nacional de Áreas Naturais Protegidas do Estado do Peru, Sernanp, realizou diversos estudos em diferentes habitats.

Esses estudos, realizados pelo cientista peruano Javier Barrio, indicaram que essas duas espécies eram diferentes, apesar de durante anos terem sido classificadas como o mesmo animal.

Após diversas análises genéticas e morfológicas, a equipe conseguiu demonstrar que os exemplares de pudu que habitavam a região sul da depressão de Huancabamba são diferentes daqueles do norte.

Eles têm duas diferenças, explica Guillermo D'Elía, professor da Universidade Austral do Chile, que participou da pesquisa, à BBC News Mundo, o serviço espanhol da BBC.

A primeira é a sua composição corporal. A Pudella carlae é maior, seu pelo é mais escuro e o formato das orelhas não é semelhante.

E a segunda diferença é genética.

As linhagens dos dois animais não coincidem para que sejam chamados da mesma espécie, diz D'Elía.

O pudú do norte, que habita áreas do Peru, Equador e Colômbia, é conhecido como o menor cervo do mundo. — Foto: WIKICOMMONS
O pudú do norte, que habita áreas do Peru, Equador e Colômbia, é conhecido como o menor cervo do mundo. — Foto: WIKICOMMONS

A origem do nome

Outra decisão foi dar um nome científico de acordo com a descoberta feita.

Pudu vem da palavra püdu que em Mapudungun, a língua mapuche, significa o cervo.

Os Mapuches chamavam assim as espécies que vinham do Chile e da Argentina.

Com o passar dos anos, também se decidiu chamar assim os encontrados no Peru e no Equador.

Pudu vem da palavra que os Mapuche usavam para se referir ao cervo: püdu — Foto: GETTY IMAGES via BBC
Pudu vem da palavra que os Mapuche usavam para se referir ao cervo: püdu — Foto: GETTY IMAGES via BBC

E o nome carlae vem de uma das cientistas que trabalhou na pesquisa desses animais, Carla Gazzolo.

O nome comum que propomos é pudu da yunga peruana. As yunga, que podem ser encontradas no Peru, são essas áreas florestais onde vivem esses animais, explica o acadêmico.

Para D'Elía, a importância dessa descoberta reside não só em encontrar novas espécies em meio às ameaças ambientais do mundo atual, mas também em fornecer mais informações sobre as espécies de cervos que habitam o continente americano.

Não sabemos muito sobre sua história natural. Não sabemos como eles se movem, como se alimentam, como acasalam. Por isso é importante continuar na área e estudá-los, ressalta.

Os pesquisadores destacam ainda que esses dados são fundamentais para a conversação desses mamíferos.

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