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segunda-feira, 6 de maio de 2019

Por que pesquisadores estrangeiros estão preocupados com a conservação ambiental no Brasil?

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Efeitos do desmatamento nas florestas brasileiras têm consequências na produção de alimentos e na dinâmica climática global. Ambientalistas temem recuos na política de preservação, mas a preocupação com o Brasil é antiga.
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Por G1 

Postado em maio de 2019 às 21h30m 
GIPOPE - GARIBA'S Logística for 2012 - 2013


Desmatamento no interior de Alagoas — Foto: Jonathan Lins/FPI do São Francisco
Um manifesto publicado na revista "Science" no fim de abril chamou atenção da comunidade científica internacional e da classe política brasileira. Mais de 600 pesquisadores pediram à União Europeia que condicione as parcerias com o Brasil à proteção ambiental. Afinal, por que há essa preocupação internacional?

De acordo com cientistas ouvidos pelo G1 e pesquisas consultadas pela reportagem, o Brasil é importante para o equilíbrio ambiental do mundo inteiro pelas seguintes razões:
  • É o país mais biodiverso do mundo;
  • Está entre os líderes de produção de alimentos no planeta;
  • Grande cobertura florestal diminui as concentrações de carbono na atmosfera – o que impacta na temperatura média de todo o mundo.
Ativistas do Greenpeace penduram em muralha da Cidade Velha de Jerusalém banner com a frase, em inglês, "Bolsonaro, pare a destruição da Amazônia", nesta  segunda-feira (1º) — Foto: Ohad Zwigenberg/AFP Ativistas do Greenpeace penduram em muralha da Cidade Velha de Jerusalém banner com a frase, em inglês, "Bolsonaro, pare a destruição da Amazônia", nesta segunda-feira (1º) — Foto: Ohad Zwigenberg/AFP

Por isso, alguns dados divulgados recentemente chamaram a atenção da comunidade científica internacional. A Amazônia perdeu 18% da área de floresta em três décadas, e o Brasil foi o país que mais desmatou em 2018.

Embora esses dados apontem para anos anteriores e, portanto, outros governos brasileiros, ambientalistas preocupados com a possibilidade de a devastação se acentuar chamam atenção por medidas e situações ligadas à atual administração, do presidente Jair Bolsonaro. Veja quais:
Terra Indígena — Foto: Portal Amazônia/ReproduçãoTerra Indígena — Foto: Portal Amazônia/Reprodução

Além da reação dos cientistas europeus, o Museu de História Natural de Nova York revogou o aluguel cedido a um evento que homenagearia Bolsonaro.

Um dos motivos, segundo nota do estabelecimento, era a preocupação com a "necessidade urgente de conservar a Amazônia, que tem profundas implicações para a diversidade biológica, as comunidades indígenas, mudança climática e o futuro da saúde do nosso planeta".

O que diz o governo?
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em foto do dia 17 de janeiro — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em foto do dia 17 de janeiro — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Assim que soube do manifesto enviado à União Europeia por mais de 600 cientistas, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, rebateu as acusações. Em entrevista à GloboNews, Salles afirmou que o texto não tem "credibilidade" e que se trata de uma "discussão comercial disfarçada".

Ainda na entrevista, o ministro disse que o "Brasil é exemplo de sustentabilidade" e que o "problema ambiental brasileiro está nas cidades, e não no campo". Segundo ele, o agronegócio brasileiro "é o mais comprometido com a preservação do meio ambiente no mundo".
Salles também afirmou ainda que, em comparação com outros países, "nós é que somos exemplo de cuidado com o meio ambiente".
"Nenhum desses países europeus faz nem de longe o que o agronegócio brasileiro faz pelo meio ambiente. (...) Nós é que mostramos como é que se faz, disse o ministro.
A resposta de Salles vai na linha do que afirmou o presidente Bolsonaro durante discurso no Fórum Mundial Econômico de Davos, em janeiro: "Somos o país que mais preserva o meio ambiente".

Como pesquisadores avaliam as declarações do governo?
Em resposta enviada ao G1, os cientistas brasileiros Tiago Reis, Universidade Católica de Louvain (Bélgica), e Laura Kehoe, da Universidade de Oxford (Reino Unido), repudiaram a fala de Salles.

"A carta é apoiada por centenas de cientistas de algumas das melhores universidades do mundo, e foi publicada pela revista científica de maior reconhecimento internacional, a "Science". Se isso não tem credibilidade, como diz o ministro, o que ou quem tem credibilidade então?", questionaram.

No texto, os dois pesquisadores ainda disseram que "há, de fato, interesses velados" na publicação do manifesto.
"Esses interesses estão ligados à proteção das futuras gerações, à habitabilidade da terra, e à conciliação entre produção e conservação", afirmaram. 
Não houve protestos em governos anteriores?
Manifestante pede veto de Dilma ao Código Florestal durante reunião de comissão do Senado — Foto: Antônio Cruz / Agência BrasilManifestante pede veto de Dilma ao Código Florestal durante reunião de comissão do Senado — Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil

Houve. Governos anteriores também receberam críticas pela forma com a qual lidavam com a questão ambiental.

A ex-presidente Dilma Rousseff, que governou o Brasil entre 2011 e 2016, foi alvo de ambientalistas por autorizar as construções de duas usinas contestadas: a hidrelétrica de Belo Monte e a nuclear Angra 3.

Além disso, ativistas criticaram o Código Florestal aprovado em 2012, com vetos, pela então presidente Dilma. Grupos como o Greenpeace acreditavam que toda a proposta merecia veto, e não apenas parte dele, por, entre outras razões, conceder anistia a quem desmatou até 2008 – desde que houvesse reflorestamento.

Em junho de 2017, no governo de Michel Temer, a Noruega anunciou o corte pela metade os repasses ao Fundo Amazônia previsto para o ano que vem.
Temer e Aloysio Nunes na Noruega — Foto: Beto Barata/PR/FotosPúblicasTemer e Aloysio Nunes na Noruega — Foto: Beto Barata/PR/FotosPúblicas

O governo norueguês disse, na ocasião, que voltaria a financiar as iniciativas de preservação caso o desmatamento diminuísse. O G1 entrou em contato com o Ministério do Clima e do Meio Ambiente da Noruega, mas não obteve resposta.

Além disso, dados do projeto Mapbiomas – parceria entre universidades, ONGs, institutos nacionais e o Google – mostram que o Brasil teve dois picos de desmatamento nas três últimas décadas: entre os anos de 1994 e 1995, no governo Fernando Henrique Cardoso, e em 2004 e 2005, com Lula.

No entanto, tanto no governo de FHC quanto no de Lula, houve alta na criação de Unidades de Conservação e terras indígenas. Outro marco foi a criação do Plano de Combate ao Desmatamento na Amazônia, criado por sugestão da então ministra Marina Silva.

A pesquisadora norueguesa Solveig Aamodt, do Centro Internacional de Pesquisa do Clima (Cicero), afirma que os governos brasileiros costumavam dar sinais de que a redução do desmatamento era prioridade.
"Depois de 2004 desmatamento foi reduzido, e mesmo que as taxas de desmatamento variem de ano para ano, os governos brasileiros sempre disseram aos seus parceiros internacionais que a redução desmatamento é uma prioridade", disse.
Para o cientista Tiago Reis, da Universidade de Louvain (Bélgica), o Brasil sempre esteve sob olhares atentos da comunidade internacional no que diz respeito a preservação. "Se patrimônio ambiental fosse PIB, ele seria a maior potência do mundo", analisou.

E por que tantas iniciativas da Europa?
Ambientalistas noruegueses e representantes de povos indígenas brasileiros protestaram contra as políticas ambientais e indigenistas do governo Michel Temer — Foto: Rainforest Foundation NorwayAmbientalistas noruegueses e representantes de povos indígenas brasileiros protestaram contra as políticas ambientais e indigenistas do governo Michel Temer — Foto: Rainforest Foundation Norway

O puxão de orelha da Noruega em 2017 e o manifesto enviado à União Europeia reforçam a impressão de que o Velho Continente é o mais preocupado politicamente com a questão ambiental no mundo.

Na visão da pesquisadora Laura Kehoe, da Universidade de Oxford e uma das autoras do abaixo-assinado, a própria população europeia pressiona as autoridades a tomarem atitudes pelo meio ambiente.
"A vasta maioria dos europeus acredita que a União Europeia faz menos do que o suficiente para evitar as mudanças climáticas", afirmou Kehoe ao G1.
A cientista acredita que as próximas eleições parlamentares europeias – marcadas para o fim de maio – podem refletir essa preocupação. "As pesquisas recentes mostram que os eleitores estão, sim, priorizando o combate às mudanças climáticas", apontou Kehoe.

Em parte, a preocupação dos europeus se explica por recentes fenômenos atribuídos às mudanças climáticas. Ondas de calor se intensificaram desde o início do século.
Mulheres se refrescam com borrifador de água público em Lille, na França, durante onda de calor na Europa — Foto: Philippe Huguen/AFPMulheres se refrescam com borrifador de água público em Lille, na França, durante onda de calor na Europa — Foto: Philippe Huguen/AFP

No ano passado, incêndios florestais em Portugal e temperaturas acima dos 40°C em outras partes do continente causaram mortes. Termômetros registraram, inclusive, mais de 30°C em áreas acima do Círculo Polar Ártico – ou seja, perto do Polo Norte.

O pesquisador Raoni Rajão, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), concorda que há pressão estrangeira ao Brasil. 

"Consumidores têm buscado produtos mais sustentáveis e estão pressionando seus países a tomar medidas mais sustentáveis", afirmou.
Entretanto, Rajão deu exemplo de quando nem sempre essa pressão internacional surte o efeito necessário.
"Europa só compra soja vinculada a desmatamento zero, e isso não impediu a produção de soja na Amazônia", ponderou. 
Como conciliar interesses?
 — Foto: Anderson Viegas/G1 MS— Foto: Anderson Viegas/G1 MS

Os pesquisadores ouvidos pelo G1 são unânimes: é preciso desfazer o antagonismo entre os interesses dos produtores rurais e dos ambientalistas.
"Existe uma ironia: o governo prejudica a própria agricultura quando não coloca em pauta a preservação do meio ambiente", afirmou o cientista Tiago Reis.
"O brasileiro precisa entender que a comida depende da vegetação nativa, porque irriga as lavouras e oferece os polinizadores naturais. A China, por exemplo, desmatou tanto que não tem mais polinizadores naturais", exemplificou o pesquisador.
"Em algumas plantações de maçã na China, produtores têm que pagar pessoas para polinizarem manualmente."
Preservar a Amazônia ajuda o agricultor brasileiro porque a floresta leva grande quantidade de água para o resto do país. Nuvens carregadas de vapor de água pela evapotranspiração das árvores saem do norte do Brasil em direção ao sul levando chuva.

"Os padrões climáticos no Brasil dependem de um equilíbrio entre os diferentes biomas (Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pampas e Pantanal), e o desmatamento pode perturbar esses padrões e causar eventos meteorológicos extremos no Brasil", explicou a pesquisadora Solveig Aamodt, do Cicero.

Segundo estudos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, uma árvore com copa de 10 metros de diâmetro pode bombear para a atmosfera mais de 300 litros de água em forma de vapor por dia – mais que o dobro da água usada diariamente por um brasileiro.


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Um milhão de espécies de plantas e animais estão ameaçadas de extinção, aponta ONU

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Estudo envolveu 145 cientistas de 50 países e revisou mais de 15 mil pesquisas.
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Por G1 

Postado em 06 de maio de 2019 às 13h35m 
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Biodiversidade ameaçada: um milhão de espécies de plantas e animais podem ser extintas — Foto: Divulgação/IEF

Um milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçadas de extinção, segundo o relatório da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistema (IPBES). A plataforma da Organização das Nações Unidas (ONU) contou com 145 cientistas de 50 países, no que é o considerado o relatório mais extenso sobre perdas do meio ambiente.
Relatório da ONU mostra perda 'sem precedentes' da biodiversidade
Relatório da ONU mostra perda 'sem precedentes' da biodiversidade

O estudo, divulgado nesta segunda-feira (6), foi feito com base na revisão de mais de 15 mil pesquisas científicas e fontes governamentais. Os cientistas destacam cinco principais causas de mudanças de grande impacto na natureza nas últimas décadas:
  • perda da habitat natural
  • exploração das fontes naturais
  • mudanças climáticas
  • poluição
  • espécies invasoras
Desde 1900, a média de espécies nativas na maioria dos principais habitats terrestres caiu em pelo menos 20%. Mais de 40% das espécies de anfíbios, quase 33% dos corais e mais de um terço de todos os mamíferos marinhos estão ameaçados . Pelo menos 680 espécies de vertebrados foram levadas à extinção desde o século 16.
Ecossistemas, espécies, populações selvagens, variedades locais e raças de plantas e animais domesticados estão diminuindo, deteriorando-se ou desaparecendo. A rede essencial e interconectada da vida na Terra está ficando menor e cada vez mais desgastada , disse o Prof. Settele.
Esta perda é um resultado direto da atividade humana e constitui uma ameaça direta ao bem-estar humano em todas as regiões do mundo , disse o Prof. Settele, um dos participantes o estudo.
O relatório diz ainda que desde 1980 as emissões de gás carbônico dobraram, levando a um aumento das temperaturas do mundo em pelo menos 0,7 ºC.

Ainda de acordo com os cientistas, a perda de biodiversidade não é apenas uma questão ambiental, mas também uma questão de desenvolvimento, econômica, de segurança, social e moral.

Segundo o relatório, as atuais tendências negativas impedirão em 80% o progresso das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, relacionadas a pobreza, fome, saúde, água, cidades, clima, oceanos e terra.
Casal de arara-de-lear: diversos animais correm risco de extinção — Foto: Marcelo Brandt/G1
Casal de arara-de-lear: diversos animais correm risco de extinção — Foto: Marcelo Brandt/G1

Três quartos do ambiente terrestre e cerca de 66% do ambiente marinho foram significativamente alterados por ações humanas. Em média, essas tendências foram menos severas ou evitadas em áreas mantidas ou gerenciadas por povos indígenas e comunidades locais.

Além disso, um terço das áreas terrestres e 75% do uso de água limpa é para plantação e criação de animais para alimentação. O valor da produção agrícola aumentou cerca de 300% desde 1970, a derrubada de madeira aumentou 45% e aproximadamente 60 bilhões de toneladas de recursos renováveis ​​e não renováveis são extraídos globalmente a cada ano.

Veja outros pontos destacados pelo relatório:
  • A degradação da terra reduziu a produtividade de 23% da superfície terrestre global, até US$ 577 bilhões em safras globais anuais estão em risco de perda de polinizadores
  • Entre 100-300 milhões de pessoas estão em risco aumentado de enchentes e furacões devido à perda de habitats e proteção da costa
  • Em 2015, 33% da vida marinha estava sendo pescada em níveis insustentáveis
  • Áreas urbanas dobraram desde 1992
  • A poluição plástica aumentou dez vezes desde 1980. De 300 a 400 milhões de toneladas de metais pesados, solventes, lamas tóxicas e outros resíduos de instalações industriais são despejados anualmente nas águas do mundo
  • Fertilizantes que entram nos ecossistemas costeiros produziram mais de 400 "zonas mortas" oceânicas, totalizando mais de 245.000 km² - uma área combinada maior que a do Reino Unido
Poluição em praia de Bali, na Indonésia — Foto: Maxim Blinko v/Shutterstock.comPoluição em praia de Bali, na Indonésia — Foto: Maxim Blinko v/Shutterstock.com

Ainda dá tempo
Apesar das notícias não serem boas, o relatório aponta caminhos para uma mudança. Governos devem trabalhar em conjunto para a implementação de leis e produção mais sustentável.

Segundo o relatório, é possível melhorar a sustentabilidade na agricultura, planejando áreas de plantação para que elas forneçam alimentos e ao mesmo tempo apoiem ​​as espécies nativas. Outras sugestões incluem a reforma de cadeias de suprimento e a redução do desperdício de alimentos.

Além disso, para preservar a vida marinha, o relatório sugere cotas de pesca efetivas, demarcação de áreas protegidas e redução da poluição que vai da terra para o mar.

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