Total de visualizações de página

terça-feira, 1 de outubro de 2013

O voo da galinha

Gipope®- Opinião.
NOTÍCIAS & INFORMAÇÕES.
Brasil --\\-- CULTURA & JORNALÍSMO -.=.- OPINIÃO & CRÔNICAS --..-- PODER & POLÍTICA -:.:- ]{ Críticas & Controvérsias }[


A extensa reportagem da revista inglesa ‘The Economist’ sobre o Brasil devia servir como um programa de governo.

|_________________________________________________________            _________________   |
|=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=--=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=--=-=-=-=-=-=-=--=-=-=-=-=-=--=-=-=-=-=-=-=-=-=|
|_________________________________________________________            _________________   |

Postado e atualizado em 01 de outubro de 2013 às 09h20
Arnaldo Jabor
O colunista escreve às terças-feiras


A extensa reportagem da revista inglesa “The Economist” sobre o Brasil devia servir como um programa de governo para a presidenta Dilma.
A revista é reconhecidamente a melhor do mundo em seriedade e profundidade de informação. 

No entanto, nossa raivosa e arrogante Chefa considerou a matéria uma espécie de “oposição” à sua administração cada vez mais “bolivariana”: “A revista está mal informada etc.” e repetiu os slogans que seus assessores petistas lhe sopram. 

É tão impressionante isso tudo. O tom geral da matéria deplora, lamenta que o Brasil, com todas as condições para uma decolagem, um “take off”, esteja jogando tudo para o alto, tanto pelo olho nas eleições quanto pela teimosia ideológica de enfiar o país dentro de um programa arcaico e inútil. 

Claro que os governistas acusarão a revista de “imperialista”, de “neoliberal”, de estar do lado das “grandes corporações” — o mesmo uso que fizeram sobre a espionagem americana na Petrobras (será que descobriram por que a Petrobras comprou uma refinaria no Texas por 1 bilhão e duzentos milhões de dólares que não consegue vender nem por 100 milhões?).

Essa gente que está no poder bota sempre a culpa de nossa indigência em alguém de fora. Nosso amigo e líder Nicolas Maduro, da Venezuela, disse que a falta de papel higiênico, de comida e de energia é tudo culpa do Estados Unidos. Seguimos sua linha.

Aliás, preparem-se para uma eventual reeleição da Dilma que, ao que tudo indica, vai partir para o “bolivarianismo” explícito, como já declara o site do PT. Será que a nova Dilma vai se “cristinizar” para a construção do “socialismo imaginário” que justificou o “mensalão”?

Na realidade, a revista, em seu artigo chamado “Será que o Brasil se detonou?”, praticamente só faz perguntas. “Por quê?” — pergunta a revista o tempo todo.

Por que, entre os países emergentes, nós temos o pior desempenho? Terá sido apenas um voo de galinha (chicken flight?), pois aproveitamos muito mal a enxurrada de dinheiro que entrou aqui nos últimos anos? Por quê? Por que o governo não ataca os problemas principais, enunciados por qualquer economista sério do mundo, e se detém em remédios demagógicos, como buscar médicos medíocres em Cuba para fazer propaganda socialista nas cidades pobres, como o ridículo trem-bala, como os estádios bilionários para a Copa, que até nosso povo “futeboleiro” condenou nas manifestações? Por que o famoso PAC, com seu “desenvolvimentismo tardio”, não consegue terminar nem 20% das obras propostas? Por que o governo não consegue privatizar (opa: “fazer concessões”) nem rodovias, nem ferrovias, nem aeroportos, sem errar várias vezes, sem conseguir redigir contratos decentes, atraentes? Por que o Rio São Francisco continua parado, com grandes regos secos que o Exército fez? Por que não explicam à população as causas dos atrasos, em vez de gastarem bilhões em propaganda enganosa? Por que o número de carros dobrou em dez anos e as estradas continuam podres e paralisadas? Por que a China acaba de cancelar a compra de 2 milhões de toneladas de soja por causa da dificuldade do “gargalo Brasil”? Por que a maior produção de soja no mundo fica na fila infinita de caminhões porque não há silos, detidos pela burocracia mais atrasada do planeta? Por que a inflação pode se descontrolar de novo? Por que contrataram mais de 100 mil pelegos para boquinhas no governo, em vez de cortar custos da atividade-meio? Por que estimular o consumo, sem estimular o aumento da oferta? Por que os preços no Brasil são o dobro de qualquer país do mundo, sendo que o chamado “Big Mac Index”, a ferramenta de comparação de preços, mostra que nosso Big Mac é 72% mais caro que em qualquer lugar e carros custam 45% mais caro que no México, nos EUA? “Ah... porque a carga tributária é de 36% do PIB e nos outros países semelhantes não passa de 21%”. 

Então, por que não lutar por uma reforma tributária profunda, em vez de jogadas periódicas premiando uma ou outra atividade? Por quê? “Ah, porque é muito difícil passar no Legislativo...” 

Mas, por que não usar toda a força da maioria que tem para isso? Por que a agroindústria, tão esquecida pelo governo (que gosta mais do MST), salva-nos todo ano com sua lucratividade? Será que vai bem justamente porque o governo não se meteu? Por que o SUS é a porta do inferno? Por que a educação-zero está impedindo a produção nacional, sem mão de obra para nada? Por que temos o recorde mundial de analfabetismo funcional? Por que será que os investidores internacionais têm medo de vir para cá, ultimamente? Será que é porque eles sabem que nós mudamos regras, não respeitamos contratos nem marcos regulatórios e porque nós queremos lhes enfiar o Estado goela abaixo? Por que será que, de todo o dinheiro arrecadado para as aposentadorias no país, 50% são para pagar apenas 20% dos aposentados (setor público, claro), enquanto a outra metade é para pagar os 80% restantes? Por que somente 1,5% do PIB é investido em infraestrutura, quando no resto do mundo são por volta de 4%? Por quê? Nossa infraestrutura é a 114ª pior entre 148 países.

Ou seja, continuamos sob “anestesia mas sem cirurgia” (Simonsen). Por quê? Talvez a resposta esteja em Platão e sua carroça. Ele disse que é dificílimo guiar um carro com dois cavalos diferentes — um bom marchador e outro manco e lento. É nosso destino, em um governo dividido entre o “bolivarianismo” e as necessidades óbvias, reais do país. 

Ao contrário do que proclamam, o óbvio pragmatismo administrativo não é “de direita” não, e seria bom para o crescimento e para reduzir a desigualdade.
A matéria da “The Economist” tem a boa intenção de nos acordar para a racionalidade; não quer nos destruir, não é da “oposição”. 

A reportagem da revista, que é lida no mundo inteiro, serve para nos lembrar da famosa frase de Reagan (sim, o reacionário) — perfeita para nos definir: “O Estado não é a solução; o Estado é o problema.”

Ah, sim; a revista esqueceu de mencionar uma importante força da natureza que nos impele para o erro: a muito esquecida categoria política da... burrice.

|=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=--=--=-=-=-=-=-=-=--=-=-=-=-=-==-=-=|
|_________________________________________________________ __________             _______ |
Rodovia BA 120 , Bairro Santa Cruz, ao lado da oficina de Zezinho.

{[ Rua Décio Monte Alegre, 20 - Valente - Bahia. ]}

Funcionamento das 05:00 às 00:00 - ( Meia Noite )

Atendimento personalizado com recepção Vip!

Celular. 075 - 9989 - 9970 -.- 8299 - 8117
075 - 9163 - 9259

Gipope® - Gariba's ™ // Bar & Lanches.
|=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=--=-=-=-=-=-=-=--=-=-=-=-=-=-=-=-=--=-=-=-=-=-==-=-=|
|_________________________________________________________ ___________             ______ |