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sábado, 9 de fevereiro de 2019

Imagens mostram como construção de hidrelétrica secou um dos principais rios da Colômbia

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O rio Cauca é o segundo maior da Colômbia, mas quase desapareceu em poucas semanas. Como isso pode ocorrer, e por quê? E qual será o impacto no meio ambiente e na população local?

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Por Eva Ontiveros e Ana Lucia Gonzalez, BBC 

Postado em 09 de fevereiro de 2019 às 16h45m 




A Hidroituango, hidrelétrica em construção no leito do rio Cauca, seria a maior hidrelétrica da Colômbia, capaz de gerar um quinto da energia usada no país — Foto: Planet LabsA Hidroituango, hidrelétrica em construção no leito do rio Cauca, seria a maior hidrelétrica da Colômbia, capaz de gerar um quinto da energia usada no país — Foto: Planet Labs

Ao longo de mais de 1.350 quilômetros, o rio Cauca atravessa a Colômbia, desde sua nascente no alto das montanhas dos Andes até o mar do Caribe. Estima-se que 10 milhões de pessoas – cerca de um quinto da população colombiana – vivam às suas margens.

Nesse trajeto, o Cauca passa por algumas das terras mais férteis do país. Além disso, costumava abastecer usinas hidrelétricas, complexos de mineração, diversas indústrias, cidades e povoados e proporcionou um meio de vida para agricultores e pescadores.

Em maio de 2018, o excesso de chuva e um sério problema de construção em um ponto onde o rio estava sendo represado geraram enchentes à jusante. Como resultado, milhares de pessoas precisaram abandonar suas casas.

Mas agora o rio Cauca praticamente desapareceu. Entre dezembro de 2018 e fevereiro de 2019, o nível da água ficou tão baixo que não é mais possível registrá-lo.

O que ocorreu com o rio Cauca?
O Cauca abasteceria a represa de Hidroituango, uma hidrelétrica que estava sendo construída perto das cidade de Puerto Valdivia e Ituango, no noroeste da Colômbia.
Mapa da localização do rio Cauca e da represa de Hidroituango — Foto: BBC 
Mapa da localização do rio Cauca e da represa de Hidroituango — Foto: BBC

A construção da barragem da represa é um projeto conduzido pela empresa EPM - que chegou a construir três túneis para permitir o fluxo do Cauca enquanto a obra estava em curso.

Na foto abaixo, feita pela empresa Planet Labs em 26 de março de 2018, era possível ver o projeto inteiro, com a hidrelétrica localizada no topo da imagem.
Barragem de Hidroituango em 26 de março de 2018, quando a construção estava em curso — Foto: Planet LabsBarragem de Hidroituango em 26 de março de 2018, quando a construção estava em curso — Foto: Planet Labs

É possível ver que a água do rio fluía a partir da parte debaixo da imagem, em direção ao alto. A partir do ponto em que o rio era interrompido pela hidrelétrica, ao centro, a água passava a escorrer pelos três túneis, que atravessavam a hidrelétrica. Então, ressurgia do outro lado da construção, à direita da usina.

Porém, em seguida, dois desses túneis acabaram inutilizados. A partir de então, o rio continuou a correr apenas pelo terceiro túnel.
Então, em 8 de abril de 2018, o represamento da água do Cauca foi iniciado. A imagem abaixo mostra o nível da água do rio aumentando (na parte inferior da imagem).
Essa imagem de 8 de abril de 2018 mostra a represa começando a encher — Foto: Planet LabsEssa imagem de 8 de abril de 2018 mostra a represa começando a encher — Foto: Planet Labs

Mas, no início de maio, os problemas começaram a aparecer. A imagem abaixo, feita em 7 de maio, revela o surgimento de uma cratera. A cratera pode ser vista à direita do rio, na parte baixa da imagem de satélite, e chegou a engolir uma parte de uma estrada de terra que passava por ali.

Um pouco acima, em direção à hidrelétrica, é possível ver um deslizamento de terra.

Em consequência disso, o túnel que estava em funcionamento acabou bloqueado. Os engenheiros tentaram reabrir os outros dois que haviam sido fechados, mas não conseguiram. Assim, a água ficou presa antes da hidrelétrica e o reservatório passou a encher sem nenhum mecanismo de escoamento.
Em 7 de maio de 2018, havia evidências do surgimento de uma cratera e da ocorrência de um desmoronamento de terra — Foto: Planet LabsEm 7 de maio de 2018, havia evidências do surgimento de uma cratera e da ocorrência de um desmoronamento de terra — Foto: Planet Labs

Dez dias depois, o nível da água havia subido tanto que a cratera foi engolida pela água. Além disso, passou a haver evidências de outros desmoronamentos de terra ao redor da represa.

Nessa altura, a água já havia atingido o local onde estava sendo construída a área de trabalho da hidrelétrica – essa invasão da água não estava prevista no plano de construção original.

Já a imagem acima mostra a água sendo escoada do outro lado da hidrelétrica, à medida que um dos túneis que estavam fechados acabou voltando a funcionar naturalmente - não devido a uma intervenção humana.

Isso gerou uma mudança repentina nas condições do rio naquele ponto. O fluxo da água atingiu três vezes o valor médio, gerando inundações e fazendo com que 25 mil pessoas precisassem ser evacuadas.
Em 17 de maio de 2018, o nível da água estava alto, mas ainda não havia atingido o topo, onde a água poderia ser escoada de maneira controlada — Foto: Planet LabsEm 17 de maio de 2018, o nível da água estava alto, mas ainda não havia atingido o topo, onde a água poderia ser escoada de maneira controlada — Foto: Planet Labs

Mas os problemas na hidrelétrica de Hidroituango ainda não haviam acabado. Ao longo das semanas seguintes, houve um aumento nas chuvas e na acumulação de sedimentos na estação de trabalho. Isso acabou fazendo com que a água se espalhasse através de galerias e jorrasse de forma descontrolada pela hidrelétrica, erodindo e enfraquecendo algumas de suas estruturas.

Engenheiros manifestaram preocupações de que a hidrelétrica pudesse vir abaixo. Assim, a EPM deixou mais de 130 mil pessoas sob alerta de evacuação.

Da enchete à seca e, então, o desaparecimento
Desde então, a principal preocupação em relação à Hidroituango é evitar que a barragem acabe rompendo, além de interromper processos de erosão provocados pela água.

Uma vez que o sistema de túneis não é mais confiável, a única forma de controlar a liberação da água é permitir que ela atinja o topo do reservatório para então abrir comportas construídas para esse fim.

O problema é que quando a estação seca começou, se tornou difícil acumular água suficiente para encher a represa até a parte mais alta.

Em 16 de janeiro de 2019, a EPM decidiu que a melhor forma de lidar com o problema era reduzir drasticamente a quantidade de água liberada - de 800 metros cúbicos por segundo para 395 (dados do Ministério do Meio Ambiente da Colômbia).

Mas, em seguida, a EPM avaliou que essa medida não seria suficiente. Em 5 de fevereiro, cortou completamente o fluxo da água. Dessa forma, o rio Cauca desapareceu.

De acordo com medições feitas por funcionários do Ministério do Meio Ambiente em Puerto Valdivia, o nível da água era de 196 centímetros, em 4 de fevereiro. Dois dias depois, havia caído drasticamente para 42 centímetros.

O órgão afirma que, no local onde antes o rio corria, há hoje um longo trajeto de lama e pedra, repleto de milhares de peixes encalhados e mais de 700 voluntários tentando salvá-los.

Depois de fechar as comportas de água, a EPM disse que não estava mais medindo o fluxo do rio do outro lado da hidrelétrica, porque estava recalibrando seus sensores. Já funcionários do Ministério do Meio Ambiente informaram que não há mais água suficiente para fazer qualquer medição - assim, suas medidas mostraram que o fluxo de água era zero.

Enquanto isso, comunidades que antes haviam sido evacuadas devido a enchentes, agora enfrentavam problemas para pescar e irrigar seus campos agrícolas.

De acordo com autoridades de Puerto Valdivia e Ituango, não se sabe até quando essa situação irá durar.

Lidar com pressões ambientais adicionais
Essa não é a primeira crise a afetar o rio Cauca. Ao longo do tempo, o rio sofreu com despejo de esgoto de cerca de 10 milhões de pessoas.

De acordo com notícias de 2007 do jornal local El Tiempo, o Cauca recebia na época em torno de 500 toneladas de resíduos por dia.
O rio também sofreu com poluição provocada pela mineração de ouro, carvão e bauxita, além de poluentes industriais como mercúrio.

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