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sábado, 28 de março de 2020

Cidades dos EUA que usaram isolamento social contra gripe espanhola tiveram recuperação econômica mais rápida, diz estudo

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Medidas contra pandemia de 1918 incluíram ações similares as que têm sido adotadas hoje contra o novo coronavírus, como fechamento de escolas, teatros e igrejas.
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 Por BBC  

 Postado em 28 de março de 2020 às 13h55m  

Gipope-Marketing

      Post.N.\9.193  
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Economistas analisaram a recuperação econômica de cidades americanas após o fim da pandemia de gripe espanhola — Foto: Getty Images via BBCEconomistas analisaram a recuperação econômica de cidades americanas após o fim da pandemia de gripe espanhola — Foto: Getty Images via BBC

Preocupado em evitar uma forte retração econômica, o presidente Jair Bolsonaro contraria a orientação de epidemiologistas e tenta convencer a maioria dos brasileiros a abandonar a quarentena contra o novo coronavírus. Na sua avaliação, apenas os mais idosos e portadores de outras doenças deveriam ficar em casa.

Médicos e economistas críticos a essa proposta têm argumentado, no entanto, que essa estratégia levaria à rápida expansão da doença no Brasil — o que também provocaria danos à economia, além de um número maior de mortes.
Um estudo sobre os efeitos da epidemia de gripe espanhola sobre cidades americanas em 1918 indica que, ao menos um século atrás, medidas preventivas de isolamento social foram positivas não apenas para prevenir mortes, mas também amenizar o impacto da pandemia sobre a economia.

Ao analisar como se deu a recuperação econômica em 43 cidades americanas após o fim do surto de gripe espanhola, seus autores concluíram que a atividade voltou a crescer mais rápido onde as autoridades municipais adotaram medidas para conter a expansão da epidemia, em comparação com locais que não atuaram para reduzir o contágio.

A pesquisa publicado na última quinta-feira (26/03) é assinada pelos economistas Sergio Correa, do Banco Central americano, Stephan Luck, do Banco Central de Nova York, e Emil Verner, do Instituo de Tecnologia de Massachusetts.

Segundo eles, diversas cidades americanas adotaram em 1918 estratégias de distanciamento social similares às que têm sido usadas hoje ao redor do mundo contra o coronavírus, como "fechamento de escolas, teatros e igrejas" e "a proibição de reuniões de massa".

Além disso, também aplicaram outras ações como "uso obrigatório de máscara, isolamento de pessoas infectadas, tornar a gripe uma doença notificável e medidas públicas de desinfecção e higiene".

A adoção dessas políticas contra a gripe espanhola, no entanto, não foi uniforme em todo país. "As autoridades da cidade de Filadélfia intervieram apenas muito tarde e até permitiram a realização de grandes reuniões públicas, como o Liberty Loan Parade (um desfile patriótico para angariar fundos para os esforços militares americanos na 1ª Guerra Mundial), amplamente frequentado", diz o estudo.

"Como consequência, a Filadélfia teve um aumento considerável na mortalidade relacionada à gripe espanhola durante o outono de 1918. As autoridades da cidade de Saint Louis, por outro lado, intervieram rapidamente, e a taxa final de mortalidade foi substancialmente mais baixa."

Recuperação mais rápida da indústria e dos bancos
Ao comparar a forma como 43 cidades usaram essas medidas, os economistas notaram que ações preventivas precoces e com mais intensidade não agravaram a crise econômica.

"Pelo contrário, cidades que intervieram antes e mais agressivamente experimentam um aumento relativo do emprego na indústria, da produção industrial e dos ativos bancários em 1919, após o fim da pandemia", dizem os autores.

Para essa análise, foram cruzados dados como a duração das medidas adotadas, as mortes por gripe espanhola registradas nestas cidades e seus indicadores econômicos.
Desfile na Filadélfia em 1918 foi realizado apesar de alertas de que representava risco de disseminação da gripe espanhola — Foto: U.S. Naval History and Heritage CommadDesfile na Filadélfia em 1918 foi realizado apesar de alertas de que representava risco de disseminação da gripe espanhola — Foto: U.S. Naval History and Heritage Commad

Ações preventivas adotadas dez dias antes da chegada da doença contribuíram para um aumento de 5% no emprego industrial das cidades no período posterior à pandemia de 1918, por exemplo.

Da mesma forma, implementar essas medidas preventivas por mais 50 dias resultaram em um crescimento de 6,5% do emprego na indústria após o fim da pandemia.

Segundo os autores, medidas preventivas que restringem a interação social realmente deprimem a atividade econômica. Mas eles ressaltam que a expansão da epidemia quando essas medidas não são adotadas também impacta negativamente a economia, já que as famílias reduzem por conta própria seu consumo e trabalho para diminuir a chance de contrair a doença.

"Assim, enquanto as medidas preventivas diminuem a atividade econômica, elas (ao mesmo tempo) podem resolver problemas de coordenação associados ao combate à transmissão de doenças e mitigar a ruptura econômica relacionada à pandemia", observam os economistas.

Ações para reduzir a expansão da doença "podem reduzir a mortalidade e, ao mesmo tempo, serem economicamente benéficas".

O que o estudo sinaliza para a pandemia de 2020?
Os autores do estudo afirmam que "há lições importantes da gripe de 1918 para a pandemia atual de Covid-19 (nome da doença causada pelo coronavírus)". Eles reconhecem, porém, que há alguns limites na comparação do contexto atual com o de um século atrás.

Estimativas indicam que a taxa de mortalidade da gripe espanhola é maior que a da Covid-19, especialmente entre trabalhadores mais jovens, o que sugere que o impacto econômico da pandemia de 1918 pode ter sido maior.

Além disso, elementos importantes da economia atual — como o avanço de tecnologias de comunicação, o crescimento do setor de serviços e a grande complexidade da cadeia mundial de fornecedores — não estavam presentes em 1918 e, por isso, não são capturados na análise econômica da pandemia de gripe espanhola.
As autoridades da cidade de Saint Louis intervieram rapidamente e reduziram a taxa de mortalidade — Foto: Library of CongressAs autoridades da cidade de Saint Louis intervieram rapidamente e reduziram a taxa de mortalidade — Foto: Library of Congress

O pesquisador Marcelo Medeiros, professor visitante na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, também aponta limitações no estudo para entender a crise do coronavírus no Brasil, já que a economia do país de hoje é muito diferente da americana em 1918.

"Estamos vivendo uma crise sem precedentes. Por isso, nada do passado serve de referência exata para o nosso futuro. A gente ainda sequer conhece os detalhes dessa epidemia, que pode progredir em várias direções diferentes", pondera.

Feita essa ressalta, Medeiros considera que devemos "prestar atenção no recado que o estudo dá", em especial para analisar como diferentes países estarão posicionados para se recuperar após a pandemia.

"O país que tomar a decisão de se proteger bem agora, controlar a epidemia o máximo possível, vai ter uma vantagem em termos globais. Ao sair mais rápido e menos abalado da crise, vai entrar numa posição de vantagem na economia internacional", afirma ele.

Medeiros cita como exemplo a Alemanha, que já anunciou medidas contra crise que somam mais de 30% do seu PIB.

"A Alemanha está agindo massivamente para combater a epidemia e os efeitos da recessão causada por ela. Está claramente com uma estratégia de avançar em posições na geopolítica global, no seu poder econômico, saindo de uma crise em boas condições", avalia.

Para Medeiros, é um processo semelhante com o que ocorreu com os Estados Unidos após a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), conflito que devastou especialmente as potências europeias.

"Em alguma medida a gente já observou isso no passado. Foi o que aconteceu quando os Estados Unidos saíram da 2ª Guerra sem destruição do seu capital físico. Eles se tornaram rapidamente a maior potência mundial", compara.

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Coronavírus: Por que testes de antciorpos podem levar a uma guinada na saúde e na economia

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Uma aplicação em massa deste tipo de exame pode nos levar a descobrir se os números de infectados e mortos que crescem a cada dia são apenas a ponta de um iceberg ou não e elaborar estratégias mais eficazes de lidar com a pandemia.
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 Por BBC  

 Postado em 28 de março de 2020 às 11h35m  
Gipope-Marketing
      Post.N.\9.192  
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Profissionais de saúde fazem testes em drive-thru para a Covid-19 neste sábado (28) em Petaling Jaya, Malásia. — Foto: Lim Huey Teng/Reuters
Profissionais de saúde fazem testes em drive-thru para a Covid-19 neste sábado (28) em Petaling Jaya, Malásia. — Foto: Lim Huey Teng/Reuters

Onde está a luz no fim do túnel da pandemia de coronavírus, que já infectou em torno de 500 mil pessoas ao redor do mundo? Em que momento quase 3 bilhões de pessoas vão poder sair de casa normalmente sem medo de ficar doente?

Para responder isso, precisamos de menos incerteza ao fazer, por exemplo, cada vez mais testes para determinar quem está infectado, medida que pode aplacar a preocupação de muita gente e garantir uma estratégia eficiente de combate ao vírus, como na Coreia do Sul.

Mas uma das respostas que podem marcar uma virada nessa pandemia, junto com remédios e vacinas que funcionem, passa não por quantas pessoas estão doentes hoje, mas por quantas já enfrentaram silenciosamente o vírus e sequer perceberam.

Uma busca em massa por anticorpos nas pessoas pode permitir descobrir se todos esses números de infectados e mortos que crescem a cada dia são apenas a ponta de um iceberg.

Se for o caso, será possível tirar duas conclusões. A primeira é que a taxa de letalidade, hoje estimada em cerca de 3,4% pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pode ser bem menor do que se sabe.

A segunda é que milhões de pessoas podem já ter contraído o vírus, desenvolvido algum grau de imunidade e, portanto, não precisariam ficar isoladas.

Essa informação pode influenciar decisões políticas e determinar se o principal "remédio" adotado pelas autoridades contra essa crise — no caso, quarentenas de quase 3 bilhões de pessoas — está na dose certa ou se ele vai ser pior que a doença e matar o paciente, como tem se questionado, a exemplo do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.

O debate em torno da real gravidade do novo coronavírus, que matou quase 24 mil pessoas desde dezembro, se agrava ainda mais porque trata de vidas humanas.

Minoria reage a confinamentos
BERLIM - Um casal de idosos atravessa a Pariser Platz deserta, perto do Portão de Brandenburgo, em Berlim, na Alemanha, nesta segunda-feira (23) — Foto: Odd Andersen/AFP
BERLIM - Um casal de idosos atravessa a Pariser Platz deserta, perto do Portão de Brandenburgo, em Berlim, na Alemanha, nesta segunda-feira (23) — Foto: Odd Andersen/AFP

Há uma grande divergência entre basicamente dois grupos. De um lado, uma pequena minoria que inclui os presidentes de Estados Unidos, Brasil e México e alguns especialistas. De outro, amplamente majoritário, estão mais de cem líderes mundiais, a OMS e a maioria dos pesquisadores.

O primeiro grupo, no qual estão Donald Trump e Jair Bolsonaro, defende que os dados disponíveis, ainda que escassos, apontam que a doença não é tão devastadora para a população em geral. Ela se parece com a gripe (ou uma "gripezinha") que circula todo ano. Por isso, seria possível contê-la sem tamanha perda econômica.

Ou seja, argumentam eles, qual é a necessidade de confinar a população inteira se apenas uma minúscula parcela corre de fato o risco de morrer? No caso, as pessoas com mais de 60 anos e aquelas com condições pré-existentes, como doenças cardíacas e diabetes.

Segundo a abordagem defendida por esse grupo minoritário, chamada de isolamento vertical, bastaria proteger os mais vulneráveis e retomar a vida do restante da sociedade até que todo mundo fique imunizado com conta própria.

A conta é que, quando mais de 50% da população estiver imunizada, seria como se todos estivessem vacinados. Ocorreria a chamada "imunidade de grupo ou de rebanho", na qual a imunidade de um acaba protegendo o outro por reduzir a cadeia de transmissão do vírus.
É importante deixar claro que ainda há dúvidas se de fato as pessoas que tiveram a doença uma vez a não terão de novo, como em geral acontece. Saber isso é chave nesse debate.
Os anticorpos são uma espécie de memória de batalha do nosso corpo contra um invasor. Em geral, a gente o derrota uma vez e não se esquece como faz isso.

O problema é que essa imunidade nem sempre ocorre ou é completa. O sarampo tem, por exemplo, a capacidade de fazer o corpo se esquecer de como o combater.

Por outro lado, a grande maioria das autoridades e de especialistas defende que a falta de dados não permite tirar conclusões precipitadas que podem levar ao colapso do sistema de saúde, mesmo que todo esse confinamento gere enormes custos econômicos.
Veja as recomendações para evitar o contágio pelo novo coronavírus
Veja as recomendações para evitar o contágio pelo novo coronavírus

Para esse segundo grupo, não se trata de um cenário hipotético baseado em modelos matemáticos, mas da realidade, e equívocos aqui podem levar à morte de milhares ou milhões de pessoas. Ou seja, uma "gripezinha" seria capaz de lotar hospitais ao redor do mundo de uma forma sem precedentes na história recente.

Não há até o momento qualquer remédio, vacina ou certezas sobre o novo coronavírus. Por isso, o mundo tem se isolado para evitar que as pessoas transmitam a doença entre umas para as outras e que muita gente fique doente ao mesmo tempo, impedindo que o sistema de saúde tenha a capacidade de atender todo mundo.

Anticorpos podem influenciar debate
Foto mostra novo exame de sangue para detectar anticorpos à Covid-19 em um laboratório em Los Angeles, na Califórnia, no dia 26 de março. — Foto: Alan Devall/Reuters
Foto mostra novo exame de sangue para detectar anticorpos à Covid-19 em um laboratório em Los Angeles, na Califórnia, no dia 26 de março. — Foto: Alan Devall/Reuters

Há então como sair desse impasse? Ou essa situação de confinamento durará meses ou até anos?

Bem, uma saída que vem sendo discutida em alguns lugares do mundo, principalmente no Reino Unido, é o teste sorológico massivo e controlado, feito a partir de amostras de sangue, para encontrar nas pessoas anticorpos ligados ao novo coronavírus.

Diversos países estão desenvolvendo e investindo nesses testes, entre eles o Brasil. Especialistas ressaltam que é essencial que essas análises sejam seguras e confiáveis, sem falsos positivos ou falsos negativos, que poderiam ter consequências catastróficas, como expor à contaminação alguém que acredite falsamente que está imune.
O governo britânico decidiu comprar 3,5 milhões de unidades destes testes. A estratégia pode envolver enviar esse material para a casa de habitantes selecionados a fim de tentar descobrir de fato quantas pessoas contraíram o vírus sem saber.
Há uma pequena parcela de pesquisadores que estima que o número de pessoas infectadas que podem já ter adquirido imunidade pode ser dez, cem, mil vezes maior. Ou que a doença mata uma pessoa a cada cem, uma a cada mil ou uma a cada dez mil, como uma gripe.

Para o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, o resultado desse experimento pode vir a representar uma grande virada na estratégia de combate à pandemia. Se descobrirmos que a maioria da população já teve contato com o vírus, as medidas de distanciamento social poderiam até ser flexibilizadas ou extintas.

Em última instância, no cenário mais otimista, isso poderia levar à reabertura de lojas, escolas e locais de trabalho, por exemplo.

Para se ter uma ideia, pesquisadores de Oxford estimaram em um exercício teórico que até metade do Reino Unido já pode contraído o vírus. Mas isso é apenas uma hipótese. Só esses testes massivos e controlados com anticorpos poderão esclarecer isso.

Esses testes sorológicos são importantes também para as equipes de saúde serem monitoradas constantemente e evitar que elas contaminem outras pessoas ou sejam contaminadas.

E se esse experimento não encontrar um percentual expressivo de pessoas com anticorpos? Isso não deixa de ser uma informação extremamente relevante também. Caso se confirme essa hipótese, teremos ainda mais certezas sobre:
  • a importância do distanciamento social para evitar a disseminação da doença e todas as medidas de higiene recomendas, como lavar as mãos com sabão por ao menos 20 segundos;
  • o investimento e a mobilização inédita em testes clínicos para encontrar possíveis tratamentos, já que nenhum até agora foi aprovado para esse fim;
  • e de que o desenvolvimento de uma vacina é essencial, algo que pode levar no mínimo mais um ano, já que é preciso garantir também que ela funcione e não tenha o efeito contrário, de nos deixar mais vulneráveis ao vírus.
  • CORONAVÍRUS

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