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sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Tarifaço de Trump: BNDES anuncia R$ 10 bilhões em crédito para empresas taxadas em menos de 50%

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Medida integra o plano “Brasil Soberano” e beneficia empresas impactadas por tarifas menores que 50%, incluindo setores como suco de laranja, aeronaves, petróleo, derivados e fertilizantes.
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 Por Rafaela Zem, Isabela Bolzani, g1

Postado em 22 de Agosto de 2.025 às 18h25m

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BNDES anuncia R$ 10 bilhões para empresas afetadas pelo tarifaço — Foto: BNDES/ Reprodução
BNDES anuncia R$ 10 bilhões para empresas afetadas pelo tarifaço — Foto: BNDES/ Reprodução

Uma linha adicional de crédito de R$ 10 bilhões voltada para empresas brasileiras afetadas por tarifas menores que 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros foi anunciada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), nesta sexta-feira (22).

A medida complementa o plano Brasil Soberano, que estabelece ações para socorrer exportadores nacionais que vendem para os Estados Unidos, lançado pelo governo federal no dia 13 de agosto.

Entre os setores beneficiados pela linha adicional estão aqueles cujos produtos foram isentos da tarifa adicional de 40% imposta pelos Estados Unidos, mas que ainda assim enfrentam dificuldades comerciais. É o caso de segmentos como suco de laranja, artigos de aeronaves, petróleo e derivados, além de fertilizantes.

A novidade foi anunciada durante uma coletiva realizada na sede do BNDES, no Rio de Janeiro, e contou com a presença do presidente do banco, Aloizio Mercadante, além de representantes do Ministério da Fazenda, do Ministério da Indústria, Comércio e Desenvolvimento e da equipe técnica da instituição.

O objetivo foi detalhar as condições de acesso ao crédito e os critérios de elegibilidade para empresas impactadas pelas tarifas. Entre elas, R$ 30 bilhões em crédito incentivado para empresas que perderam mais de 5% do faturamento com a nova tarifação.

Também serão destinados R$ 22,5 bilhões em garantias via FGI PEAC e Pronampe, voltadas para micro, pequenas e médias empresas.

O BNDES anunciou ainda linhas específicas para diversificação de mercados, com foco em empresas que precisarão buscar novos destinos exportadores.

As empresas elegíveis devem comprovar que as exportações afetadas representam pelo menos 5% do faturamento bruto total entre julho de 2024 e julho de 2025.

Para aquelas com impacto entre 5% e 20%, haverá uma linha especial de capital de giro para diversificação. Já empresas com impacto igual ou superior a 20% poderão acessar todas as linhas e garantias disponíveis.

Outro ponto importante é a cláusula de manutenção de empregos. Empresas que acessarem crédito com subsídio deverão manter o número médio de vínculos empregatícios, com base em dados do eSocial.

A média será calculada entre dois períodos de 12 meses: antes e após a contratação do crédito, com carência inicial de quatro meses.

Segundo Mercadante, o impacto econômico do tarifaço guarda semelhanças com crises anteriores, como a pandemia de COVID-19 e a tragédia ambiental no Rio Grande do Sul. No entanto, desta vez, o efeito está distribuído pelo território nacional e representa uma perda significativa de faturamento, especialmente entre empresas exportadoras para os EUA.

As tarifas impostas pelos Estados Unidos afetam 694 produtos brasileiros, o que representa cerca de 44% do valor exportado em 2024, de acordo com o Ministério da Fazenda. Do ponto de vista do número de produtos:

  • 35,9% estão sujeitos à tarifa de 50%;
  • 44,6% à tarifa de 10%;
  • O restante está enquadrado na Seção 232, que abrange tarifas específicas para automóveis, alumínio, aço e cobre.

O governo publicará um conjunto de portarias no Diário Oficial da União (DOU) para regulamentar os critérios e operacionalizar as medidas. Os aportes aos fundos garantidores dependem de aprovação legislativa, por meio de projeto de lei enviado ao Congresso.

Previsão para início das aprovações

Segundo Mercadante, a expectativa é que as primeiras aprovações de crédito comecem na semana do dia 15 de setembro. Para isso, o BNDES realizará uma reunião explicativa com toda a rede bancária já na próxima segunda-feira (25), para detalhar as operações e orientar os agentes repassadores.

Empresários devem procurar, preferencialmente, os bancos com os quais já têm relacionamento a partir de 4 de setembro, para iniciar a preparação dos documentos e propostas.

O MDIC, em conjunto com a Fazenda e a Receita Federal, deverá entregar ao BNDES até 8 de setembro a lista detalhada de empresas elegíveis, com base no faturamento e nas exportações.

Em crédito, bebe água limpa quem chega primeiro. Os empresários que se preparem, apresentem seus projetos, procurem suas agências 
e seus gerentes. Isso dá um ganho de tempo extraordinário, afirmou Mercadante.

Infográfico - Lista de isenções ao tarifaço de Trump — Foto: Arte/g1
Infográfico - Lista de isenções ao tarifaço de Trump — Foto: Arte/g1


EUA isentou alguns produtos brasileiros — Foto: REUTERS
EUA isentou alguns produtos brasileiros — Foto: REUTER

Plano Brasil Soberano

Além das linhas de crédito emergenciais, o Plano Brasil Soberano, anunciado uma semana após a entrada em vigor das tarifas dos EUA, contempla um conjunto de ações estruturais para apoiar os exportadores brasileiros. Entre elas:

  • Prorrogação do prazo do regime de drawback: empresas terão mais um ano para exportar mercadorias que utilizaram insumos beneficiados pelo regime, que suspende ou isenta tributos na importação de insumos usados em produtos destinados à exportação.
  • Diferimento de tributos: a Receita Federal poderá adiar a cobrança de impostos para empresas mais afetadas pelas tarifas, prática já adotada durante a pandemia da Covid-19.
  • Crédito tributário para exportações: empresas exportadoras terão valores a abater em impostos.
    Grandes e médias empresas: alíquota de até 3,1%;
    Micro e pequenas empresas: alíquota de até 6%;
    Impacto estimado: R$ 5 bilhões até o fim de 2026.
  • Ampliação do acesso a seguros de exportação: especialmente para micro, pequenas e médias empresas, com proteção contra riscos como inadimplência ou cancelamento de contratos.
  • Compras públicas direcionadas: União, estados e municípios poderão adquirir produtos afetados pelas tarifas para programas de alimentação (como merenda escolar e hospitais).
  • Diversificação de mercados: o governo continuará atuando para ampliar os destinos das exportações brasileiras, buscando novos países compradores para os produtos sobretaxados pelos EUA.
LEIA AINDA
Pacote de resgate deve ajudar exportadores, mas pode pressionar câmbio e Selic

Sobre as tarifas

A decisão de aplicar a tarifa foi tomada pelo presidente Donald Trump, que assinou uma ordem executiva e declarou uma nova emergência nacional para justificar a medida.

Segundo o governo dos EUA, o Brasil adotou ações recentes que representam uma ameaça à segurança nacional, à economia e à política externa americana. Por isso, decidiu elevar em 40 pontos percentuais a tarifa já existente, que totalizou 50% para alguns setores.

A ordem executiva também traz duras críticas ao governo brasileiro. De acordo com o texto, o Brasil estaria promovendo perseguição política contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, além de adotar práticas que violam direitos humanos e enfraquecem a democracia.

O documento menciona nominalmente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acusando-o de emitir ordens sigilosas para obrigar empresas americanas a censurar discursos políticos, fornecer dados de usuários e alterar suas políticas internas sob ameaça de sanções.

Veja perguntas e respostas sobre o tarifaço de Trump
Veja perguntas e respostas sobre o tarifaço de Trump

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Ibovespa dispara 2,5% e dólar tomba 1% após Powell sinalizar possível corte de juros nos EUA

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O Ibovespa avançou 2,57%, aos 137.968 pontos — maior valorização diária desde 9 abril (3,12%), dia em que Trump decidiu suspender o tarifaço. A moeda norte-americana recuou 0,95%, cotada a R$ 5,4258.
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Por Redação g1 — São Paulo

Postado em 22 de Agosto de 2.025 às 13h00m

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Mercado se assusta com críticas de Trump a Powell
Mercado se assusta com críticas de Trump a Powell

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em alta de 2,57% nesta sexta-feira (22), aos 137.968 pontos — maior valorização diária desde 9 abril (3,12%), dia em que Donald Trump decidiu suspender o tarifaço. O dólar encerrou em queda de 0,95%, cotado a R$ 5,4258.

O mercado reagiu ao discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA. Ele sinalizou a possibilidade de um corte de juros na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), em setembro.

Powell, porém, alertou que os efeitos do tarifaço de Trump ainda trazem um risco de alta para a inflação. Segundo ele, embora o mercado de trabalho aparente equilíbrio, esse cenário resulta de uma desaceleração simultânea da oferta e da demanda por trabalhadores.

  • 🔎 A perspectiva de juros menores nos EUA aumenta o apetite dos investidores por risco, reduz a atratividade do dólar e direciona mais capital para mercados emergentes, impulsionando a bolsa brasileira. (entenda mais)

▶️ No Brasil, continuam em destaque as tensões envolvendo o governo dos EUA. Na quarta-feira, a Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo por tentativa de intimidar autoridades ligadas ao processo sobre a tentativa de golpe de Estado.

▶️ Nesta sexta, o mercado também repercutiu a escolha de Bruno Moretti para presidir o conselho de administração da Petrobras.

Moretti exercerá a função até a próxima assembleia geral da companhia, em substituição a Pietro Mendes, que deixou o posto para assumir a diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Os papéis da estatal fecharam em forte alta nesta sexta. As ações ordinárias (PETR3) subiram 3,03%, enquanto as preferenciais (PETR4) avançaram 2,63%.

Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

💲Dólar

  • Acumulado da semana:+0,51%;
  • Acumulado do mês: -3,12%;
  • Acumulado do ano: -12,20%.
📈Ibovespa

  • Acumulado da semana: +1,19%;
  • Acumulado do mês: +3,68%;
  • Acumulado do ano: +14,70%.
Powell sinaliza corte nos juros

Com os investidores atentos à trajetória dos juros nos EUA — e esperando dois cortes ainda este ano, começando pela reunião do Fomc no mês que vem —, chegou a vez de descobrir o que pensa o dirigente do BC americano, Jerome Powell.

Em seu discurso durante Simpósio de Jackson Hole, Powell afirmou que o primeiro corte de juros em oito meses pode estar próximo. No entanto, ele alertou que os efeitos do tarifaço ainda representam um risco de alta para a inflação.

Segundo ele, os últimos relatórios divulgados nos EUA indicam uma desaceleração do emprego no país. "Trata-se de um curioso tipo de equilíbrio, resultante de uma desaceleração acentuada tanto na oferta quanto na demanda por trabalhadores."

Na prática, os sinais de enfraquecimento do emprego e do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA indicam que o Fed pode ter espaço para cortar os juros nos próximos meses, como forma de apoiar a economia.

Powell afirmou, porém, que a instituição ainda deve ter cautela sobre os possíveis efeitos das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump.

  • Analistas têm apostado em uma alta probabilidade de corte na taxa já na reunião de setembro, segundo dados da LSEG. Outro corte, até dezembro, também já está praticamente incorporado às projeções.
Dólar cai e bolsa sobe

As falas de Jerome Powell animaram os investidores ao redor do mundo. Segundo William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, muitos passaram a apostar na possibilidade de queda dos juros nos EUA.

Isso fez com que os títulos da dívida americana começassem a render menos, o que acabou enfraquecendo o dólar ao redor do mundo.

  • 🔎 Quando os rendimentos dos títulos americanos caem, investir nos EUA fica menos atrativo para quem está fora do país. Isso pode fazer com que o dólar perca força em relação a outras moedas, já que há menos demanda por ativos americanos.

Segundo ele, a reação do mercado para essa perspectiva foi otimista, evidenciada pela valorização das ações listadas nas bolsas de valores, incluindo a brasileira.

"Essa dinâmica, com dólar desvalorizado, rendimentos menores e juros em queda, tende a beneficiar as empresas de capital aberto", explica Castro.
Bolsas globais

Em Wall Street, investidores avaliam com positividade as falas de Powell, impulsionando as ações das empresas nas bolsas de Nova York.

O Dow Jones subiu 1,89%, aos 45.631,74 pontos, o S&P 500 avançou 1,51%, aos 6.466,48 pontos, e o Nasdaq teve alta de 1,88%, aos 21.496,54 pontos.

No mesmo caminho, as bolsas europeias também encerraram o pregão impulsionadas pela possibilidade de corte nos juros norte-americanos em setembro. O índice STOXX 600 subiu 0,40%, a 561,30 pontos, no maior nível em mais de cinco meses, e registrou sua terceira semana consecutiva de ganhos.

Londres avançou 0,13%, Frankfurt subiu 0,29%, paris ganhou 0,40%, Milão teve alta de 0,69% e Madri registrou valorização de 0,61%. Lisboa foi a única exceção, com queda de 0,50%.

As bolsas da Ásia tiveram a maior alta em 10 anos, impulsionadas pelo otimismo em relação ao setor de inteligência artificial. O índice de Xangai subiu 1,45% e fechou em 3.825,76 pontos, o maior nível desde agosto de 2015.

Já o CSI300, que reúne as maiores empresas de Xangai e Shenzhen, avançou 2,1%, alcançando o maior patamar em 10 meses e fechando a semana com ganho acumulado de 4,2%.

Dólar — Foto: Karolina Kaboompics/Pexels
Dólar — Foto: Karolina Kaboompics/Pexels

* Com informações da agência de notícias Reuters

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Powell sinaliza possível corte de juros, mas alerta para risco inflacionário com tarifas de Trump

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Presidente do BC norte-americano fez discurso durante Simpósio de Jackson Hole, nesta sexta-feira (22).
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Por Isabela Bolzani, g1 — São Paulo

Postado em 22 de Agosto de 2.025 às 12h35m

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Jerome Powell, presidente do Fed, que decidiu cortar os juros nos EUA — Foto: Kevin Lamarque/Reuters
Jerome Powell, presidente do Fed, que decidiu cortar os juros nos EUA — Foto: Kevin Lamarque/Reuters

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, sinalizou nesta sexta-feira (22) que o primeiro corte de juros em oito meses pode estar próximo. No entanto, ele alertou que os efeitos do tarifaço ainda representam um risco de alta para a inflação.

Parte do que explica o novo caminho para um corte das taxas é o atual cenário do mercado de trabalho norte-americano. Segundo Powell, os últimos relatórios divulgados nos Estados Unidos (EUA) indicam uma desaceleração do emprego no país.

Ainda de acordo com o banqueiro central, embora o mercado de trabalho dos EUA pareça estar em equilíbrio, "trata-se de um curioso tipo de equilíbrio, resultante de uma desaceleração acentuada tanto na oferta quanto na demanda por trabalhadores".

"Essa situação incomum sugere que os riscos de queda no emprego estão aumentando. E, se esses riscos se materializarem, poderão se materializar rapidamente na forma de demissões acentuadamente maiores e aumento do desemprego", afirmou Powell, durante discurso no Simpósio de Jackson Hole.

A percepção de que o mercado de trabalho nos EUA está menos aquecido se soma aos sinais de que a atividade econômica norte-americana também está perdendo força — o que abre espaço para um possível corte de juros por parte do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).

  • 🔎 Isso porque os juros são uma das principais ferramentas utilizada pelos bancos centrais para estimular ou frear a economia. Ou seja, quando a inflação está alta, os juros são elevados para desestimular o consumo e conter os preços. Já quando a atividade econômica perde força, os juros podem ser reduzidos para estimular o crédito, o consumo e os investimentos.

Na prática, os sinais de enfraquecimento do emprego e do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA indicam que o Fed pode ter espaço para cortar os juros nos próximos meses, como forma de apoiar a economia.

Powell afirmou, no entanto, que a instituição ainda deve ter cautela sobre os possíveis efeitos das tarifas impostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump.

Segundo o banqueiro central, as tarifas mais altas entre os parceiros comerciais dos EUA estão transformando o sistema comercial global e já começam a pressionar os preços de algumas categorias de bens, de forma que seus impactos sobre a inflação, agora, são "claramente visíveis".

"Esperamos que esses efeitos se acumulem nos próximos meses, com grande incerteza quanto ao momento e aos valores", disse Powell, reforçando que é importante avaliar o quanto o aumento dos preços podem trazer o risco de uma inflação persistente nos EUA.

De acordo com Powell, apesar de a inflação norte-americana estar acima das metas do Fed, de 2%, há mais de quatro anos, as expectativas de inflação de longo prazo indicam estar bem ancoradas e alinhadas com os objetivos da instituição.

O banqueiro destaca, no entanto, que diante das incertezas que ainda existem sobre possíveis efeitos das tarifas na trajetória da inflação, o Fed deverá manter cautela na condução de juros dos EUA.

"É claro que não podemos tomar a estabilidade das expectativas de inflação como garantida. Aconteça o que acontecer, não permitiremos que um aumento pontual no nível de preços se torne um problema de inflação contínuo", completou.

Trump diz que não planeja demitir Powell, mas volta a pressionar Fed por juros mais baixos
Trump diz que não planeja demitir Powell, mas volta a pressionar Fed por juros mais baixos

As ameaças de Trump

Trump tem pressionado por novos cortes de juros e feito repetidas críticas contra o presidente do Fed. O republicano já chegou a xingar Powell de "burro" e "teimoso" em uma ocasião, reiterando que o banco central está "atrasado" em reduzir os juros e que o país já deveria estar com taxas "pelo menos dois a três pontos abaixo".

Em um novo capítulo, Trump afirmou nesta sexta-feira (22) que vai demitir a governadora do Fed, Lisa Cook, caso ela não renuncie. As falas foram vistas pelo mercado como uma intensificação nos esforços do presidente norte-americano em ganhar influência sobre o BC do país.

"Vou demiti-la se ela não renunciar", disse Trump a repórteres durante uma visita a um museu em Washington dedicado à Casa Branca.

Cook, a primeira mulher negra a servir no conselho do Fed , disse que "não tinha intenção de ser pressionada a renunciar" depois que Trump pediu sua renúncia na quarta-feira com base em alegações sobre hipotecas que ela possui em Michigan e Geórgia.

Cook afirmou na quarta-feira que levava a sério todas as perguntas sobre seu histórico financeiro como membro do Fed e estava reunindo informações precisas para responder a quaisquer perguntas legítimas.

Cook está entre os três governadores do Fed nomeados pelo presidente Joe Biden, cujos mandatos se estendem além do mandato de Trump, complicando os esforços do presidente para obter mais controle ao nomear a maioria dos sete membros do Conselho de Governadores.

Até o momento, dois dos seis membros restantes do Conselho do Fed foram nomeados por Trump: o governador Christopher Waller e a vice-presidente de Supervisão, Michelle Bowman.

Com informações da agência de notícias Reuters.

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De Paris a Xangai: como o consumo de luxo entrou em declínio global e afetou as gigantes Gucci e Dior

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Banalização de produtos, acusações de má qualidade, tarifas de Trump e chineses mais cautelosos: o mercado de itens de luxo pessoais está perdendo seu brilho, e isso vem se refletindo nas vendas.
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TOPO
Por Timothy Rooks

Postado em 22 de Agosto de 2.025 às 06h00m

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Câmeras de vigilância, superaplicativos, robôs: como as cidades inteligentes da China vão monitorar você
Câmeras de vigilância, superaplicativos, robôs: como as cidades inteligentes da China vão monitorar você

Quando atletas começaram a devolver as medalhas que haviam ganhado nos Jogos Olímpicos de Paris de 2024, pois elas tinham sinais de corrosão, isso era um presságio do que estava por vir.

As medalhas foram projetadas pela joalheria francesa Chaumet, que pertence à gigante de artigos de luxo LVMH.

Embora elas tenham sido produzidas pela Casa da Moeda francesa, a má publicidade recaiu sobre a LVMH, que fez grande alarde sobre seu patrocínio aos Jogos Olímpicos.

Pioneira do luxo em dificuldades?

A LVMH, sediada em Paris, não está se corroendo, mas tampouco está indo muito bem.

No final de 2022, o valor de mercado da empresa disparou a ponto de tornar Bernard Arnault, seu fundador e presidente, que controla cerca de metade das ações da empresa, o homem mais rico do mundo.

Mas, desde então, o preço de suas ações sofreu uma queda notável. O conglomerado, que possui 75 marcas como Louis Vuitton, Dior e as joalherias Bulgari e Tiffany & Co., está sofrendo com a desaceleração das vendas.

Os resultados semestrais, divulgados em 24 de julho, mostram que a receita caiu 4% em comparação com o mesmo semestre de 2024. Já o lucro de operações recorrentes caiu 15%, para 9 bilhões de euros (R$ 58 bilhões de reais).

Setores como vinhos, destilados, moda e artigos de couro tiveram queda na receita e nos lucros operacionais no primeiro semestre do ano. Já seus negócios com relógios, joias, perfumes e cosméticos permaneceram estáveis.

O chefe da LVMH, Bernard Arnault (no fundo à direita, sem óculos e olhando para a esquerda), estava na posse de Trump, mas amizade entre ambos não o protegeu das tarifas — Foto: Shawn Thew/ABACAPRESS/IMAGO via DW
O chefe da LVMH, Bernard Arnault (no fundo à direita, sem óculos e olhando para a esquerda), estava na posse de Trump, mas amizade entre ambos não o protegeu das tarifas — Foto: Shawn Thew/ABACAPRESS/IMAGO via DW

A LVMH disse que a empresa "mostrou boa resiliência e manteve seu forte impulso inovador, apesar de um ambiente geopolítico e econômico conturbado". A demanda na Europa foi "sólida" e "permaneceu estável" nos EUA.

Aumento de preços e excesso de estoque

Não é apenas a LVMH que está sofrendo. A Kering, também sediada em Paris e proprietária da Gucci, Bottega Veneta e Yves Saint Laurent, registrou queda significativa nas vendas no primeiro semestre do ano.

"O luxo está em uma espiral de morte", escreveu Katharine K. Zarrella em um artigo publicado em dezembro de 2024 no jornal americano New York Times. "Após uma década de crescimento quase irrestrito, o setor está em queda livre em todo o mundo. Analistas apontam que compradores menos abastados estão controlando seus gastos e diminuindo a demanda na China."

Zarrella, uma editora experiente do setor moda, viu maus presságios por toda parte, como aumento dos preços e baixa qualidade. Além disso, mais marcas estão vendendo estoques excedentes em lojas de descontos. Quanto mais onipresente o luxo se torna, menos desejável ele é.

"Estabelecimentos outrora reverenciados, que se orgulhavam de seu artesanato, serviço e cultivo de uma base de clientes exigentes e leais, tornaram-se máquinas de marketing de massa tão elegantes e exclusivas quanto a loja da M&M's na Times Square", concluiu ela.

Tarifas dolorosas dos EUA

A incerteza sobre as tarifas de importação é outra dor de cabeça para o setor. O governo Donald Trump impôs uma tarifa de 15% sobre os produtos da União Europeia e uma tarifa de 39% sobre os produtos suíços.

Isso pode ter consequências reais para o mercado americano, já que muitos produtos de luxo são fabricados na França ou na Itália e muitos relógios vêm da Suíça.

Geralmente, as pessoas gastam mais livremente em produtos pessoais de luxo quando estão otimistas em relação ao futuro. Mas essas tarifas podem subir, descer ou desaparecer. Ninguém sabe como as negociações comerciais irão evoluir, e muitos provavelmente vão apenas esperar para ver.

Chineses mais cautelosos

Enquanto na China algumas marcas estão indo bem, outras estão em baixa, diz Imke Wouters, sócia da consultoria Oliver Wyman e especialista em varejo com 15 anos de experiência na China.

Olhando para o futuro, Wouters acredita que o setor terá um crescimento mais moderado do que no passado recente. "Não é como nos dias de glória, quando todas as marcas de luxo estavam indo bem", disse ela à DW. Haverá vencedores e perdedores.

As tarifas dos EUA sobre produtos de luxo europeus não afetarão os compradores chineses, mas a incerteza geopolítica os mantém mais próximos de casa. No passado, os chineses compravam cerca de 40% de seus produtos de luxo no próprio país. Agora, Wouters acredita que cerca de 75% são comprados dessa forma.

Além disso, com as dificuldades da economia chinesa, muitos potenciais compradores desistiram, e os que restaram podem estar menos dispostos a gastar em itens de luxo.

Para atrair os compradores chineses que sobraram, as empresas de luxo têm de investir ainda mais nos seus clientes tradicionais e na experiência que eles têm com a marca, afirma Wouters. Elas precisam oferecer algo único e garantir que os aumentos de preço reflitam uma melhor qualidade.

Mais consumidores a caminho

Com muitos compradores retraídos, o setor de artigos de luxo pode estar enfrentando seu maior revés desde a crise financeira de 2008-2009, sem contar o choque da pandemia, segundo um novo relatório da consultoria Bain & Company.

No ano passado, as vendas de artigos de luxo caíram 1% globalmente. Houve um declínio ainda maior este ano. Os analistas da Bain preveem um declínio moderado de 2% a 5% para o setor até o final do ano. Mas acreditam que as perspectivas serão mais animadoras no futuro.

"O aumento da renda global, as transferências de riqueza entre gerações e um aumento projetado de 20% no número de indivíduos com alto patrimônio líquido expandirão ainda mais o grupo de potenciais compradores de artigos de luxo", escreveram Claudia D'Arpizio e Federica Levato em um comunicado à imprensa.

Mas ter um grupo maior de compradores não é suficiente, alertaram. "As marcas precisarão repensar como atrair os consumidores mais jovens, evitar a dependência excessiva dos grandes gastadores e construir conexões emocionais que vão além da lealdade transacional."

Aumentos de preços haviam impulsionado crescimento do setor nos últimos anos – mas será que essa fórmula ainda funciona? — Foto: Zeppelin/Avalon/Photoshot/picture alliance via DW
Aumentos de preços haviam impulsionado crescimento do setor nos últimos anos – mas será que essa fórmula ainda funciona? — Foto: Zeppelin/Avalon/Photoshot/picture alliance via DW

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