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domingo, 22 de maio de 2011

Gelo é possível causa de acidente do voo 447, diz jornal


228 pessoas morreram no acidente em 2009

Tiago Queiroz/AEZoomEstabilizador vertical do Airbus A330-200 da Air France que se desintegrou em 2009 Estabilizador vertical do Airbus A330-200 da Air France que se desintegrou em 2009

Da AFP

O voo Air France Rio-Paris, que desapareceu no Atlântico no dia 1º de junho de 2009 com 228 pessoas a bordo, teria sofrido uma súbita parada provocada pelo gelo acumulado nas sondas Pitot, segundo o semanário alemão Der Spiegel, que cita um investigador do acidente.

Os especialistas afirmaram na sexta-feira passada que no fim da próxima semana divulgarão oficialmente as primeiras descobertas sobre as informações contidas nas caixas-pretas do avião, recuperadas recentemente do fundo do oceano.

Der Spiegel, citando um especialista que pediu o anonimato, garante que as causas exatas do acidente não são conhecidas, mas que a informação das caixas-pretas sugere que as sondas de velocidade da aeronave, conhecidas como sondas Pitot, congelaram, o que provocou uma falha na velocidade do Airbus.

O acidente ocorreu em um lapso de quatro minutos, segundo as informações reveladas pelas caixas-pretas recuperadas no mês passado a quase 4 mil metros de profundidade.
Segundo a gravação, o piloto chefe do voo, Marc Dubois, não estava na cabine quando os alarmes soaram.

Pode-se ouvir ele chegando correndo à cabine e "grita instruções aos seus dois copilotos", afirma o especialista ao semanário.

O avião parecia que havia evitado uma área de fortes turbulências, mas suas sondas Pitot tinham partículas de gelo.

Então, "a informação gravada indica uma queda abrupta do avião pouco depois que os indicadores de velocidade falharam", como resultado de uma parada do avião, disse o especialista.

Não está claro se isto foi consequência de um erro do piloto ou se os computadores da aeronave saltaram automaticamente para compensar o que parecia ser uma súbita perda de potência, disse a revista.

O caso é seguido de perto na Alemanha, já que 28 passageiros do voo eram alemães.

Cinzas de vulcão podem chegar à Escócia, França e Espanha, diz órgão

Nuvem só atingirá países se emissões continuarem na mesma intensidade.
Primeiro país que pode ser atingido é a Escócia, na terça, diz Eurocontrol.



Do G1, com informações de agências internacionais*
 


=*++*= A nuvem de cinzas provocada pela erupção do vulcão islandês Grimsvotn pode alcançar o norte da Escócia na terça-feira e pode chegar ao oeste da França e ao norte da Espanha na quinta-feira, se as emissões continuarem com a mesma intensidade, informou neste domingo o Eurocontrol, organismo europeu de controle aéreo, em sua página do Twitter.
"Prevemos que a nuvem de cinzas alcançará o norte da Escócia na terça-feira, 24 de maio", afirmou. "Se as erupções vulcânicas continuarem com a mesma intensidade, a nuvem pode alcançar o oeste do espaço aéreo francês e o norte da Espanha na quinta-feira, 26 de maio".

Carro passa por rodovia imerso na escuridão devido à precipitação de cinzas do vulcão (Foto: Ingolfur Juliusson/Reuters)Carro passa por rodovia imerso na escuridão devido à precipitação de cinzas do vulcão (Foto: Ingolfur Juliusson/Reuters)
 
O Eurocontrol afirma que não está previsto nenhum fechamento de espaços aéreo neste domingo nem na segunda-feira na Europa, com exceção da Islândia.
O alerta é baseado nas mais recentes previsões meteorológicas para cinco dias, mas está sendo tratado com cautela por causa das incertezas sobre a forma como o vulcão irá se comportar e interagir com o clima.
Local da erupção na Islândia (Foto: Arte G1)
Local da erupção na Islândia (Foto: Arte G1)
 
Os aeroportos islandeses foram fechados no domingo devido ao temor de que as cinzas do vulcão Grimsvotn, que entrou em erupção no sábado, pudessem ameaçar a segurança dos passageiros.
Com os ventos atualmente soprando as cinzas para o norte, as autoridades disseram que havia pouco risco de qualquer interrupção no espaço aéreo europeu ou transatlântico durante as próximas 24 horas.
Neste domingo, as autoridades da Islândia decidiram suspender os voos no país. O vulcão lançou uma coluna de fumaça a 20 km de altitude.
No ano passado, outro vulcão islandês, o Eyjafjallajokull, praticamente parou a Europa , quando autoridades decidiram suspender o tráfego aéreo temendo que as finas partículas vulcânicas pudessem provocar panes nos motores de aeronaves.

Vulcão entrou em erupção no sábado (21) (Foto: Jon Gustafsson/AP)Vulcão entrou em erupção no sábado (21) (Foto: Jon Gustafsson/AP)
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Astronautas do Endeavour fazem segunda caminhada espacial

Tecnologia

A missão de 16 dias é a última do Endeavour antes de sua aposentadoria.
Foto: AFPZoomImagem da Nasa mostra o Endeavour em sua última visita à Estação Espacial Internacional Imagem da Nasa mostra o Endeavour em sua última visita à Estação Espacial Internacional

Da AFP

*$**$* Dois astronautas iniciaram neste domingo a segunda de quatro caminhadas especiais da última missão do ônibus espacial americano ISS (Endeavour na Estação Espacial Internacional), informou a Nasa.

Os astronautas Drew Feustel e Mike Fincke saíram às 06h05 GMT (03h05 de Brasília) para encher com amoníaco os radiadores da Estação, disse a Nasa.

Além disso, deverão lubrificar um painel solar e partes do Dextre, um robô de dois braços capaz de executar delicadas tarefas de montagem de peças que eram feitas normalmente por astronautas.

A caminhada deste domingo é a de número 246 de astronautas americanos e a 157 para trabalhos de manutenção da ISS.

O Endeavour foi lançado na segunda-feira com cinco astronautas americanos e um italiano, e acoplou-se à ISS na quarta-feira.

O ônibus espacial permanecerá na Estação Espacial Internacional até o dia 30 de maio e aterrissará no dia 1º de junho nos Estados Unidos.

A missão de 16 dias é a última do Endeavour antes de sua aposentadoria. O programa espacial americano está pronto para terminar no fim de 2010 após o último voo do Atlantis, previsto para meados de julho.

'Dialogues' reúne obras de Christina Oiticica e Geneviève Maquinay na ONU, em NY

Cultura 

Casa Brasil promove mostra da pintora brasileira e da escultora colombiana no saguão "Guerra e Paz"das Nações Unidas.


$$**$$ Após o sucesso das exposições “Cristo Redentor” em 2007, e “50 Anos da Bossa Nova” em 2008, a Casa Brasil está de volta à sede da ONU em Nova York. A exposição “Dialogues” traz as artistas Christina Oiticica e Geneviève Maquinay com inauguração em 23 de maio, ficando aberta ao público até 3 de junho. O espaço será o Exhibition Hall, onde habitualmente ficam os painéis “Guerra e Paz” de Cândido Portinari, ora em restauro no Brasil.
Christina Oiticica mostrará parte dos trabalhos que enterrou em duas expedições, uma ao Caminho de Santiago de Compostela, Espanha (2006 e 2007) e outra ao de Kumano, Japão (2008 e 2009). Sua parte da mostra, que congrega 25 obras entre pinturas e objetos, terá o título de Caminhos do Sol Nascente e do Sol Poente.
A artista realiza seu trabalho em “diálogo” com a natureza. Desde 2002, utiliza a técnica de “plantar seus quadros”. Depois acompanhar a “germinação” das obras alteradas pela ação direta do ambiente. Já esteve na Amazônia, no Chile, no Japão, na Índia e nos Alpes Suíços.
Nos Pirineus, em 2006, percorreu o Caminho Peregrino de Santiago de Compostela, enterrando 100 obras ao longo das principais paragens. O trabalho resultou numa grande exposição na Igreja da Universidade de Santiago de Compostela, depois exposta em Madri. Enquanto aguardava o desenterro dos quadros ao largo da rota peregrina, Christina desenvolveu um trabalho no Japão, no Caminho de Kumano. Este é sagrado para taoístas e budistas, como o Caminho de Santiago é para os cristãos. O Caminho de Kumano e o de Santiago são considerados “irmãos” – semelhantes entre si.
“Dialogues” traz também a renomada representante da Environmental Art, Geneviève Maquinay. Esta belgo-colombiana que mora em Nova York propõe esculturas feitas de elementos extraídos de resíduos urbanos e de elementos da natureza (metal, madeira, pedras, material reciclado etc). A série é intitulada Intimate Itinerary e terá 16 peças da produção mais recente da artista.
Nascida na Colômbia, Geneviève complementou seus estudos na Art School of La Cambre em Bruxelas. A artista emprega materiais provenientes de diversas cantos do planeta, distantes por milhares de quilômetros, paisagens e climas. Promove portanto o “dialogo” entre o urbano e o natural, construindo uma terceira natureza, da sua própria criação artística.
Se Christina Oiticica vai aos ambientes e neles exerce sua criação, permitindo que a natureza dê o toque final, Maquinay faz o oposto, vai aos ambientes, recolhe os elementos e, no estúdio, finaliza sua obra.
A exposição “Dialogues” é uma iniciativa da Casa Brasil, apoiada pelo Jornal do Brasil e a Sociedade
da Língua Portuguesa da Organização das Nações Unidas (SLP).


Exposição 'Dialogues'
'Christina Oiticica - Ways of the rising and setting sun'
'Geneviève Maquinay - Intimate Itinerary'
Exhibition Hall - General Assembly Building - United Nations Headquarters
Entrada pela First Avenue (entre a 45th e a 46th Street)
23 de maio a 03 de junho de 2011
Abertura: 23 de maio de 2011 – 17h30

Inscrições para o Enem começam nesta segunda-feira

 

=**= Provas serão aplicadas nos dias 22 e 23 de outubro

 
 
estadão.com.br com Agência Brasil

#*=*# As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) começam nesta segunda-feira, 23, às 10h, e vão até o dia 10 de junho, às 23h59. Os estudantes podem se candidatar exclusivamente pela internet, no site do Enem. As provas serão aplicadas nos dias 22 e 23 de outubro, com início às 13h e abertura dos portões às 12h.

Veja também:

A taxa é de R$ 35, estudantes que estão concluindo o ensino médio em escola pública ou que declarem ser parte de família de baixa renda não pagam. No ato da inscrição um boleto de pagamento é emitido, com vencimento para o dia 10 de junho. A inscrição só será considerada válida após o pagamento da taxa. CPF e RG são requisitos obrigatórios para a efetivação da inscrição.
O Inep informa no edital que é de responsabilidade do estudante verificar se a inscrição foi concluída com sucesso. O cartão de confirmação da inscrição, contendo o número de inscrição, data, hora e local de prova, será enviado por Correio e poderá ser impresso na página de acompanhamento da inscrição do Exame.
Durante a inscrição, o aluno vai gerar um login e uma senha, que serão imprescindíveis durante todo o processo do exame, para consulta no site. É importante guardar esses dados.
Será proibido, como no ano passado, usar lápis, borracha e relógio durante a prova. Todas as salas de provam terão marcadores de tempo para que os alunos possam se orientar durante a elaboração da prova sem que façam uso do relógio pessoal. A novidade este ano é um controle maior em relação aos celulares. Este ano, ao entrar na sala de aplicação das provas, o candidato terá que desligar o celular e depositá-lo em um porta-objetos, que será colocado embaixo das carteiras, de onde só será retirado depois que ele terminar a prova.

O edital não prevê a possibilidade do estudante recorrer da nota obtida na prova de redação. Na edição do ano passado, candidatos entraram com ações no Ministério Público pedindo revisão das notas, mas os pedidos foram negados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
O exame, com duração de 4h30 no primeiro dia e 5h30 no segundo dia, será composto de quatro provas objetivas, contendo cada uma 45 questões de múltipla escolha, além de uma redação. Serão avaliadas as seguintes áreas do conhecimento:
- Ciências Humanas e suas Tecnologias
- Ciências da Natureza e suas Tecnologias
- Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Redação
- Matemática e suas Tecnologias

É obrigatória a apresentação de documento de identificação original com foto para a realização das provas.
A correção das provas de redação seguirá o mesmo esquema da edição anterior do Enem. Dois técnicos corrigem o texto e caso haja divergência maior do que 300 pontos - a nota varia de zero a 1.000 - um terceiro professor é chamado para avaliar e dar a nota final.
A partir do ano que vem, a prova terá pelo menos duas edições por ano, uma no primeiro semestre e outra no segundo. A primeira edição de 2012 já está confirmada para os dias 28 e 29 de abril.
Em 2009, o MEC deu início a um projeto de substituição dos vestibulares tradicionais pelo Enem. A partir do resultado da prova, os alunos se inscrevem no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e podem pleitear vagas em instituições públicas de ensino superior de todo o país. No ano passado, foram ofertadas 83 mil vagas em 83 instituições, entre elas, 39 universidades federais.
A participação no Enem também é pré-requisito para os estudantes interessados nas bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni). Os benefícios são distribuídos a partir do desempenho do candidato no exame do ensino médio e podem ser integrais ou parciais, dependendo da renda da família.

A campeã olímpica chegou a marca de 6,89 metros no GP de Atletismo de São Paulo

Maurren Maggi faz melhor marca do salto em distância no ano.

 
AE - Agência Estado
 
#*#*# SÃO PAULO - A brasileira Maurren Maggi venceu neste domingo a prova do salto em distância no GP de São Paulo de Atletismo, realizado no Ibirapuera, com uma marca expressiva. A campeã olímpica ganhou a medalha de ouro da prova com a marca de 6,89 metros, que é a melhor do mundo nesta temporada. Com isso, assumiu a liderança do ranking do salto em distância em 2011.

Werther Santana/AE
Werther Santana/AE
Maurren tocando no solo após dar seu salto no GP

Recuperada de uma cirurgia realizada no ano passado no joelho, Maurren já havia conquistado outro resultado expressivo nesta temporada ao ficar em segundo lugar na etapa de Doha da Diamond League, com 6,87 metros. A prova havia sido vencida por Funmi Jimoh, com 6,88 metros. Assim, a brasileira superou por um centímetro a marca da norte-americana e mostrou estar bem na sua preparação para as principais competições do ano, como os Jogos Pan-Americanos e o Mundial de Atletismo.
Na prova deste domingo, Maurren atingiu a marca de 6,84 metros em três dos seus saltos e 6,89 metros naquele que lhe deu a vitória. A norte-americana Janay De Loach terminou a disputa em segundo lugar, com 6,76 metros. Já a brasileira Keila Costa faturou a terceira colocação, com 6,67 metros.
O principal destaque das outras provas do GP de São Paulo foi a vitória do britânico Dwain Chambers nos 100 metros rasos, com o tempo de 10s01. O jamaicano Dexter Lee (10s06) e o brasileiro Nilson de Oliveira André (10s18) completaram o pódio da prova realizada neste domingo no Ibirapuera.

Irmã Dulce é beatificada na Bahia

RELIGIÃO

 

O Globo
 
Fiel com imagem de Irmã Dulce, durante cerimônia de beatificação em Salvador /Foto de Raul Spinassé- A Tarde/Agência O Globo

Irmã Dulce...A Santa da Bahia e do Brasil!...Abençoai a todos nós Brasileiros...


*##=#* SÃO PAULO - Irmã Dulce, "o anjo bom da Bahia" foi beatificada às 18h deste domingo em Salvador. A beatificação foi confirmada pelo representante do Papa Bento XVI, Dom Geraldo Majella.

- Seja ela chamada de hoje em diante de bem-aventurada. Viva a Dulce dos pobres - disse Majella.
Esta etapa é a última antes da canonização da religiosa pelo Vaticano. Irmã Dulce passa a ser lembrada em todo dia 13 de Agosto.

"Falando em português, Papa chama Irmã Dulce de 'mãe dos desamparados'"

'Só tenho a agradecer a ela e a Deus', diz mulher que recebeu milagre de Irmã Dulce

A cerimônia reuniu cerca de 500 religiosos - entre padres, arcebispos, bispos, diáconos e seminaristas de todo o Brasil e foi acompanhada por cerca de 70 mil pessoas, entre elas a presidente Dilma Rousseff, o governador da Bahia, Jaques Wagner, e políticos de vários partidos.

Beatificação de Irmã Dulce/Ricardo Cardoos - FramePhotos/Agência o Globo
O rito que consagrou Irmã Dulce como Bem-aventurada começou com um pedido do arcebispo de Salvador, Dom Murilo Krieger, solicitando ao Santo Padre que inscrevesse, na lista dos santos e beatos da Igreja, o nome da religiosa baiana.
Em seguida, o cardeal Dom Geraldo pediu, em nome do Papa, que fosse lida a biografia da freira. Terminado o relato de sua trajetória, foi lido o decreto apostólico do Papa Bento XVI inscrevendo Irmã Dulce na lista dos santos e beatos da Igreja Católica, propondo-a como exemplo cristão para todos os fiéis.
Concluída a leitura do decreto, foi descerrado então o véu que recobre a foto da nova beata, ato acompanhado da entoação do hino da Bem-aventurada Dulce dos Pobres - apresentação que ficou a cargo de um coral de 206 vozes.
A beatificação foi acompanhada pela funcionária pública Cláudia Cristiane Santos de Araújo,42 anos. Sua cura, considerada inexplicável pelos médicos, embasou o processo de beatificação da freira.

Após boa largada de Alonso e pressão de Hamilton, Vettel vence mais uma e segue absoluto



por ESPN.com.br com Agência Gazeta Press
 
#vruuuuuum# Sebastian Vettel venceu mais uma prova no Mundial de Fórmula 1. Soberano, ele passou à liderança depois de observar a briga de Fernando Alonso e Mark Webber, ganhou a posição deles nos boxes, e se defendeu no final da prova dos severos ataques do inglês Lewis Hamilton para garantir sua quarta vitória em cinco provas na temporada da Fórmula 1.

Após um bom trabalho de sua equipe em todos os seus três pit stops, Vettel deixou de utilizar o Kers na volta 45 por ordem da equipe, vinda pelo rádio. Assim, ele se manteve na briga para segurar a posição apenas com o sistema da asa retrátil, enquanto que Hamilton teve tudo à disposição, se aproximou, mas não conseguiu ir além.

Na terceira posição apareceu Jenson Button, também da McLaren. Ele realizou uma ótima prova, ao cair para a décima colocação na largada e ganhar sete posições durante as 66 voltas, ultrapassando Alonso - que já havia sido líder - e terminando no pódio.

A corrida
 

O espanhol Fernando Alonso teve uma ótima largada no Grande Prêmio da Espanha de Fórmula 1. Saindo da quarta posição, o bicampeão do mundo andou por fora, ultrapassou os rivais e passou para a liderança antes da primeira curva.

Pole position, o australiano Mark Webber se preocupou em segurar o companheiro de equipe, Sebastian Vettel, e até conseguiu manter a posição. No entanto, não se lembrou de fechar o lado direito da pista, por onde passou o piloto espanhol, e ficou em segundo, à frente do atual campeão do mundo.
Lewis Hamilton ficou na quarta colocação, seguido de Vitaly Petrov, que passou para quinto. Michael Schumacher ganhou quatro posições, e ficou em sexto.

Um dos piores na largada foi o inglês Jenson Button. O piloto da McLaren caiu de quinto para décimo após a primeira curva, onde vários carros se enrolaram - o brasileiro Felipe Massa e Schumacher até chegaram a se tocar, mas continuaram na pista sem sofrer sustos. O piloto da Ferrari ficou na oitava posição.

Mas logo o alemão Sebastian Vettel contou com o ótimo acerto do carro para passar à liderança do Grande Prêmio da Espanha de Fórmula 1. Depois de ver o companheiro de time Mark Webber largar mal e cair ao quarto lugar, ele fez um bom pit stop e aguardou a parada do inglês Lewis Hamilton para ganhar a posição, sendo o líder logo após abrir a volta número 24 - de um total de 46.

O piloto da Red Bull se manteve atrás do espanhol Fernando Alonso durante algumas voltas, mas conseguiu diminuir a desvantagem para o ferrarista, que corre em casa. Quando o bicampeão do mundo foi para os boxes, ele se aproveitou e o passou na reta dos boxes, ganhando inclusive alguns segundos de vantagem na volta número 22.

Depois, Vettel manteve a segunda colocação pacientemente por mais uma volta, até que Hamilton também foi para os boxes pela segunda vez, e voltou atrás do alemão, ficando em segundo. Alonso seguiu em terceiro, e Mark Webber continuou em quarto. Jenson Button e Michael Schumacher completam o grupo dos seis primeiros.

O brasileiro Felipe Massa manteve o ritmo modesto de sua largada, e ficou na décima colocação depois de suas duas paradas. Mas acabou abandonando após um problema no câmbio.
Veja a classificação final do Grande Prêmio da Espanha de Fórmula 1:
1º) Sebastian Vettel (ALE/Red Bull) - 1h39min03s301
2º) Lewis Hamilton (GBR/McLaren) - + 0s630
3º) Jenson Button (GBR/McLaren) - + 35s697
4º) Mark Webber (AUS/Red Bull) - + 47s966
5º) Fernando Alonso (ESP/Ferrari) - + 1 volta
6º) Michael Schumacher (ALE/Mercedes) - + 1 volta
7º) Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - + 1 volta
8º) Nick Heidfeld (ALE/Renault) - + 1 volta
9º) Sergio Perez (MEX/Sauber) - + 1 volta
10º) Kamui Kobayashi (JAP/Sauber) - + 1 volta
11º) Vitaly Petrov (RUS/Renault) - + 1 volta
12º) Paul di Resta (ESC/Force India) - + 1 volta
13º) Adrian Sutil (ALE/Force India) - + 1 volta
14º) Sebastien Buemi (SUI/Toro Rosso) - + 1 volta
15º) Pastor Maldonado (VEN/Williams) - + 1 volta
16º) Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso) - + 2 voltas

17º) Rubens Barrichello (BRA/Williams) - 2 voltas

18º) Jarno Trulli (ITA/Lotus) - 2 voltas
19º) Timo Glock (ALE/Virgin) - 3 voltas
20º) Jerome D'Ambrosio (BEL/Virgin) - 3 voltas
21º) Narain Karthikeyan (IND/Hispania) - 4 voltas

Não completaram:

Felipe Massa (BRA/Ferrari) - 60 voltas

Heikki Kovalainen (FIN/Lotus) - 49 voltas
Vitantonio Liuzzi (ITA/Hispania) - 29 voltas

Beterraba branca é um dos produtos agrícolas mais importantes da Europa

=***=* Espécie é usada para a produção de açúcar e etanol nos países europeus.
O norte da França é o principal pólo de produção de beterraba açucareira.
Do Globo Rural

#=*=# A 150 quilômetros de Paris, na região da Picardia, no norte da França, o cenário é marcado por planícies imensas, lavouras ordenadas, belas fazendas e muitas máquinas em ação.
A região é repleta de cidades históricas, como Saint-Quentin, vilarejos charmosos, com fachadas de tijolo aparente e ainda milhares fazendas dedicadas a agricultura intensiva.
Diferente de outras regiões francesas, dominadas por sítios muito pequenos, as propriedades rurais da Picardia são um pouco maiores e muitas chegam a ter 150, 200 hectares.

Mapa (Foto: TV Globo)
 
O norte da França é o principal pólo de produção de beterraba de toda a Europa. A paisagem da região é marcada por planícies ou terrenos ondulados, uma topografia suave, excelente para agricultura. Nesse cenário, a beterraba forma um tapete verde contínuo, a perder de vista. Ao todo, a cultura ocupa nada menos do que 380 mil hectares do país.
A beterraba açucareira é cultivada principalmente nas planícies do entorno de Paris e nas regiões mais ao norte - perto do Canal da Mancha e de países como Bélgica, Luxemburgo e Alemanha.
A primeira coisa que chama atenção na beterraba açucareira é que ela não é avermelhada, como conhecemos no Brasil. Michel Cariolle, agrônomo do Instituto Técnico da Beterraba, entidade de pesquisa mantida pelo setor, explica mais detalhes sobre o produto.
“Elas ficam bem enterradas no solo, não é fácil arrancar. A beterraba açucareira que cultivamos na Europa, também é conhecida como beterraba branca. Ela tem folhas compridas e uma raiz bem grande. É uma planta de crescimento rápido e bem adaptada ao nosso clima temperado”.

Beterraba branca e vermelha (Foto: TV Globo)
Beterraba branca e vermelha (Foto: TV Globo)
 
Cariolle explica que essa beterraba branca é da mesma espécie da beterraba vermelha, conhecida no Brasil – a beta vulgaris, originária da Europa. A diferença entre as plantas é o resultado de um lento processo de seleção. Ao longo do tempo, as variedades de mesa foram ficando mais vistosas e com paladar mais agradável. As variedades açucareiras se tornaram mais claras e doces.
“Por dentro ela também é branca e ao cortar é possível ver alguns anéis, justamente onde fica armazenado o açúcar produzido pela planta. Ela é doce, mas a cana-de-açúcar é mais gostosa. Principalmente a cachaça que vocês fazem com a cana”, declara Cariolle.
A história da beterraba França é também a história de guerras, de política e de um imperador. O cultivo de beterraba em larga escala começou a decolar no início do século XIX. Foi quando uma guerra marítima entre França e Inglaterra travou a importação de açúcar de cana, que vinha, sobretudo das ilhas do Caribe, na América Central.
O estímulo a produção partiu de Napoleão, imperador dos franceses. Ele financiou a construção de usinas, o plantio de lavouras e até centros de pesquisa, dedicados ao produto. Ao longo do século XIX, a nova cadeia econômica se firmaria nos campos da frança e em vários outros países do continente.
Hoje, os principais produtores de açúcar da Europa são a França, a Alemanha e a Polônia. Só em território Francês, a beterraba envolve 25 usinas em atividade e 26 mil famílias de agricultores.
No município de Guise, na parte leste da Picardia, Marie Audile e Denis Lequeux cuidam de uma propriedade de 234 hectares. Além de plantar beterraba, cultivam trigo, cevada e fava. “Nossas famílias trabalham no campo desde sempre, por isso nossa fazenda é típica da região. Nós temos a nossa casa e uma série de outras construções. As paredes são de tijolo aparente, as janelas e portas são brancas e o telhado é feito de pedra ardósia. No centro, fica um grande pátio, que na prática é o coração da fazenda”, explica o casal Lequeux.
Denis conta que a casa e as benfeitorias da fazenda foram completamente destruídas por soldados alemães durante a Primeira Guerra Mundial. Terminado o conflito, em 1918, tudo foi reconstruído. Num galpão antigo, os antepassados de Denis Lequeux guardavam arreios e selas dos animais que eram indispensáveis para transportar a beterraba e todos os implementos da época. Agora os galpões atuais abrigam tratores, colheitadeiras, carretas, implementos e equipamentos modernos. Tudo pra produzir cereais e, principalmente, beterraba em grande quantidade.

Atualmente, o produto ocupa 86 hectares da propriedade. Denis Lequeux explica que a beterraba precisa ser replantada todos os anos, entre março e abril. E pra isso ele compra sementes, produzidas por empresas especializadas.

Segundo o agricultor, a maior dificuldade da cultura é o ataque de pragas e doenças. Para combater tantos inimigos, Denis adota variedades resistentes e faz aplicações de inseticida e fungicidas. “A beterraba dá mais trabalho do que as outras plantações da região. Ela exige muito mais atenção ao longo do cultivo”, diz.
Em certas regiões, o uso intensivo de produtos químicos já provocou problemas de contaminação do solo e do lençol freático. Por isso, nos últimos anos, autoridades e agricultores vem lutando para reduzir a aplicação de veneno e de adubos nitrogenados nos cultivos.
Aos sete meses de idade, a beterraba atinge um porte bonito. A raiz já pesa cerca de 700 gramas e está no ponto pra indústria.

ENTREVISTA - Gustavo Kuerten: 'O que está acontecendo no tênis é inacreditável'

$**$ Dez anos depois do tri na França, Guga diz que o esporte é 'mais justo' hoje...



    VALÉRIA ZUKERAN - Enviada Especial - O Estado de S.Paulo

    ##=## FLORIANÓPOLIS - O tênis mudou muito desde que Gustavo Kuerten erguia seu terceiro troféu em Roland Garros, há dez anos. Pior para Guga. “A quadra rápida não é mais tão rápida e o saibro não é tão lento. Hoje a disputa para ser o número 1 é mais justa porque, na minha época, um cara bom no saibro, para ser o número 1, tinha dificuldade”, diz.

    Agora na arquibancada do Grand Slam francês (ele viajará a Paris para assistir ao torneio, que começa neste domingo), o maior tenista brasileiro da história se encanta com a evolução do tênis internacional mas ainda quer ser útil ao esporte no País. Depois de ajudar na formação de novos talentos, ele agora quer auxiliar o Brasil a ter mais treinadores de alto nível.
    Se os anos colaboraram para o tênis mudar, não tiveram impacto algum no estilo de Guga, 34 anos, que concedeu entrevista ao Estado na sede de sua empresa (que administra seus direitos de imagem), na capital catarinense, com o uniforme habitual: o expediente, no sofisticado escritório, é cumprido de camiseta, moletom, bermuda e chinelos, trocados pelo tênis apenas quando é hora de entrar em ação.


    Leia a seguir a íntegra da entrevista.

    Como você imaginava seu futuro quando ganhou Roland Garros pela terceira vez? Imaginava que, dez anos depois, sua vida estaria tal como está agora?Bem diferente. Eu não sabia o momento quando ira parar de jogar. Achava que depois de terminada a carreira eu estaria totalmente descansando, viajando para surfar. Pensei que iria usar o tempo livre para alguns prazeres que eu tinha poucas possibilidades de fazer. E achei que eu ia me afastar mais do tênis. Eu estou muito ligado. Aliás não tem como estar mais ligado do que estou atualmente. Acredito que o distanciamento que tive, durante cinco ou seis meses, quando terminou a carreira, foi ótimo para mim mas, na hora que comecei a me perceber, me fez voltar a grudar no tênis de novo. E eu achei que não ia ser dessa forma. Talvez o fato de eu ter parado muito precocemente tenha ajudado nisso. Na minha cabeça, acho que ficou uma lacuna ainda do envolvimento com o tênis que deveria ter sido feito dentro da quadra se prolongada minha carreira por muito mais anos, e isso veio a se tornar um desafio em outras áreas e muitos deles vinculados ao tênis.

    Você tinha projetos do tipo "daqui a X anos eu paro"? Sabemos que alguns atletas fazem esse tipo de planejamento: "Vou jogar mais uns cinco ou seis anos e depois vou parar"...Não. Na minha cabeça aquilo ainda estava distante. Até mesmo porque eu estava no auge e não tinha nenhuma intenção (de parar). A minha vida sempre foi mais (conduzida) pela sensibilidade, pelo impulso instintivo, do que por um planejamento em longo prazo. As coisas sempre (aconteceram) mais pelo próprio sabor, (pelo) que eu ia distinguindo. E eu ia fazendo coisas mais planejadas a curto e médio prazo.

    Passados estes dez anos, o que mais marcou naquela campanha do tri? Quais são suas recordações mais fortes?Naquele ano, sem dúvida foi minha partida com o (Michael) Russell. Na realidade, naquele jogo, e até agora considero, eu estava fora do campeonato. Ele estava me ganhando por 2 sets a 0, 5 a 2 no terceiro set. Naquela situação, já tinha desistido. Foi algo muito mais do acaso do que da persistência porque, se (bem) me lembro, no match point, eu estava tão desinteressado que cheguei a jogar duas ou três bolas boas as quais não me importava mais se iriam dentro ou fora. Já contava como perdido aquele jogo. Neste lado, o tênis - o esporte como um todo, mas o tênis especificamente - é capcioso ao extremo: um centímetro, às vezes meio... Acertei duas bolas na linha no match point que se fossem fora, eu estaria casa hoje e teria dois troféus só. Em outro ponto (do jogo) a sensação já foi completamente oposta: eu estava com reais chances de vencer a partida, em questão de, no máximo, 30 segundos. Ou seja, (o que eu vivi) foi o oposto dos sentimentos. É um pouco do tênis. Por isso que aquela partida foi, sem dúvida, o maior envolvimento emocional que eu já tive dentro de um jogo de tênis, mesmo a Copa Davis sendo mais importante afetivamente para mim e eu já ter tido momentos incríveis. Ali tudo aconteceu na minha cabeça - frustração por completo e depois a peripécia de passar para satisfação por completo - em um período de duas horas. Conseguir viver tudo isso e depois de dois sets comecei a jogar cada vez melhor, melhor, melhor... Saí daquele jogo com a convicção de que seria o campeão do torneio. Então passei de um resultado frustrante, em qualquer tipo de perspectiva minha para o evento, para já me credenciar literalmente como o campeão. E tudo (aconteceu) em matéria de sensações porque não é palpável isso. Não existe como um objeto. É só na parte abstrata mesmo. Foi muito forte aquilo ali, sem dúvida (vencer aquele jogo) foi mais emotivo para mim, mais valoroso, do que na hora que eu estava levantando o troféu, que eu ganhei o último ponto da final. Para mim, já estava levantando o troféu no momento que eu virei aquela partida. Depois foi uma consequência natural. Tanto é que (foi) desta forma que tentei transmitir: a minha primeira reação de desenhar um coração (depois do jogo Guga desenhou um coração com a raquete no saibro da quadra) foi muito mais no sentido de demonstrar a entrega por completo que eu realmente tenho com o tênis, minha relação com o tênis e com o público, porque eles me ajudaram muito a ir encontrando uma solução (para sair do momento adverso). Aí, na final, eu fiz questão de fazer novamente (o coração) e deixar bem claro que foi uma resultante da situação primária, do jogo contra o Russell. Então, se (alguém me) perguntar sobre aquilo na minha carreira inteira, (qual) foi o (momento) emocional de maior relevância, foi sem dúvida esse jogo.

    E a final? Como você estava mentalmente em comparação aos outros anos? Afinal, em 1997 (ano da primeira vitória) você era um azarão e já na terceira decisão de título você estava defendendo a vitória do ano anterior, com uma responsabilidade. Não sei se foi mais difícil ou mais fácil...Eu progredi na escala. Na segunda final, eu praticamente entrei meio a meio (em termos de chances de ganhar) - não era considerado o favorito naquele jogo, era completamente neutro - e na terceira (final) eu já era um favorito absoluto. Acho que já havia dois ou três anos que eu não perdia para o (Alex) Corretja (adversário da final). Eu havia ganhado dele diversas vezes nos últimos meses. Como fator que poderia me ajudar ou atrapalhar, me atrapalhou mais e ajudou muito mais a ele (Corretja), que conseguiu se erguer e jogar bem, melhor do que em outros jogos que ele disputou comigo. Eu realmente senti essa dificuldade - de não estar enfrentando o mesmo cara que há três semanas ou quatro atrás eu tinha vencido com facilidade. Eu acho que eu já tinha bastante experiência em conviver com esse lance do favoritismo, pois eu havia sido o número 1 do mundo o ano inteiro até chegar em Roland Garros e no ano anterior (2000) já havia vencido muito também. Então, sabia lidar muito com isso, mas Corretja me surpreendeu bastante. Então, neste aspecto, os dois primeiros sets foram completamente iguais, eu diria até com certa vantagem para ele. Acho que demonstrei que eu era realmente mais favorito, que eu tinha capacidade, a partir do momento em que ele desperdiçou a primeira oportunidade e meu jogo foi crescendo, crescendo... Ele baixou um pouco da intensidade que ele estava, o que é natural, e abriu-se um gap (uma diferença) muito grande. Ele me surpreendeu e conseguiu levar o jogo me incomodando o tempo inteiro. E eu me lembro bem: 5 a 5, eu sacando e vantagem dele, que arriscou uma devolução que não costumava fazer, mas estava fazendo e dando certo. Errou de alguma forma por uma questão de centímetros. Se bobear, não chega a um centímetro. Ali vem uma sensação que a chance dele passou para mim. Então começou a entrar um questionamento na cabeça do adversário (enquanto) eu (fiquei) totalmente seguro do outro lado, tanto que no próximo game eu quebrei (o saque de Corretja) e fiz 7/5. A partir daí as coisas se igualaram e eu passei a soltar o braço e acertar, acertar, acertar. Foi interessante porque eu ganhei 6/1 e 6/0 e fiquei, durante uma hora, desfrutando do prazer que é ganhar Roland Garros, coisa que não é natural. No jogo anterior, desde o meu primeiro match point até o último, foi uma hora de sofrimento porque eu conseguia o match point, depois voltava (a vantagem). Foi um parto praticamente. Com o Corretja foi diferente porque pude saborear (a vitória) por um tempo imenso sabendo que aquele jogo eu já tinha conquistado - ele já não estava fazendo força suficiente para resistir. Então isso também foi bacana porque é um privilégio. Normalmente os jogos são acirrados que não dá para ter sensação de vitória (durante a partida). É mais no pós (jogo).

    Você acha que ser número do mundo 1 hoje é mais difícil do que na sua época? Acredita que hoje as características do tênis tornaram mais difícil que um atleta como você, que sempre teve saibro como sua melhor superfície, possa prevalecer? A impressão que tenho é de que os tenistas de quadras rápidas estão prevalecendo mais. Você concorda? Como você avalia?Eu avalio que mudou bastante, mas no sentido de que hoje as superfícies são mais homogêneas: a quadra rápida já não é mais tão rápida e o saibro (também) não é tão lento. Tudo é mais o meio termo. Isso corresponde, em fatos reais, que o (Rafael) Nadal tem condições de ganhar Roland Garros e Wimbledon, assim como o (Roger) Federer já o fez, e o (Novak) Djokovic tem a possibilidade. Acho que desde o período no qual eu comecei como profissional, até um pouco antes, já começaram a puxar a vertente do jogo para um equilíbrio maior, para que o melhor jogador tivesse mais condições de vencer em situações equilibradas. Hoje eles (dirigentes da Associação de Tenistas Profissionais, ATP) chegaram muito próximo a isso. Não sei se fez bem ou mal ao tênis porque que o Federer não perdia nenhum jogo, e se perdia era para o Nadal, e o Nadal não perdia para ninguém. E se tornou até um pouco chato: era sempre Nadal e Federer, Nadal e Federer. Hoje está muito mais interessante com o Djokovic, que vem rompendo (barreiras), e o (Andy) Murray, que é um jogador atraente. Para mim essa mobilidade é mais interessante. Mas o tênis, sem dúvida nenhuma, hoje está (adotando) uma linha, de que (se preparar para) Roland Garros e Wimbledon (os extremos em quadras lentas e rápidas) é (questão) de alguns tipos de ajuste. Não tem nenhum jogador que jogue saque e voleio o tempo inteiro como era antes. As (trocas de) bolas aumentaram. Então a dificuldade de fazer com que o jogo fique tão ligeiro como era antes, de pequenas trocas de bola... (tudo) é muito mais complicado. Consequentemente, os jogadores estão mais velozes, principalmente na parte física. No deslocamento, dá para ver que, cada vez os jogadores são maiores e mais ágeis. Hoje a disputa para ser o número 1 é mais justa porque, na minha época, um cara que era bom no saibro para ser o número 1 tinha muita dificuldade. Eu só fui número 1 porque ganhei uma Masters Cup em uma superfície completamente distinta, que é no carpete e ganhei em quadra dura naquele ano. Só não ganhei na grama porque não joguei - não fui a Wimbledon nem a nenhum outro torneio (de grama) naquele ano. Naquela época, jogar bem realmente em todas as superfícies era mais complexo. Não era fácil de se adaptar à diferentes superfícies. Hoje realmente o melhor tem mais chance de vencer em qualquer tipo de quadra, o que é interessante mas a zebra pode ser ao mesmo tempo desagradável. Depende um pouco de quem está assistindo.

    Como você está vendo a ascensão do Djokovic?
    É praticamente inacreditável as coisas que vem acontecendo no tênis. É de difícil compreensão porque não se via isso há muito, muito tempo. (As coisas estão voltando para) a época que não era nem Open e ainda não era nem Aberto, como eles chamavam. O cara está ficando 40 partidas, 50 sem perder. O Federer fez isso durante alguns anos, o Nadal ainda faz muito no saibro, até que perdeu para o Djokovic. O que (para mim) é estranho é a diferença que existe hoje entre uns poucos jogadores e a maioria dos outros. Nos últimos 20 anos não tinha tanto isso. O Sampras ficou diversos anos, seis, sete anos como o número um, mas era difícil para ele ficar como número um. Era acirrado. No saibro ele nunca ganhava e tinha (os momentos) de baixa também. Este ano, (a disputa) é (da) largada e até o final. Acho que muito se deve a isso: à similaridade do circuito. O circuito buscou ser mais similar para dar mais condições aos melhores de vencer. E isto está acontecendo. Começam a surgir possibilidades de alguém que possa vencer o Nadal, (coisa) difícil de encontrar no saibro. Aí aparece o Djokovic. Aí o Nadal não perde para ninguém, só para o Djokovic realmente. E ele (Djokovic), consequentemente, não perdeu para ninguém: está 39 partidas invicto, quase rompendo o recorde que era do Villas (na verdade é do americano John McEnroe, 42 vitórias). Eu achei que nos tempos atuais isso não ia acontecer mais. Mas está acontecendo. Os recordes estão sendo quebrados de uma forma constante, todos eles. Se (a gente) for ver os recordes do tênis, quase todos são de jogadores atuais.


    Você acha que o Djokovic vem para ficar?
    Sem dúvida.


    Mas para fazer um trio com Nadal e Federer para disputar os principais torneios ou ele está só em uma fase boa? Ele (Djokovic) está (há) três anos chegando, chegando, chegando. E é um momento de maturidade porque ele tem 23, 24 anos. É o momento de ele ter essa sensação. Tecnicamente, ele já competia de igual para igual com o Nadal e o Federer, mas mentalmente ele não tinha essa convicção. Esta é uma geração brilhante, eu considero. Alguns ainda são garotos - o Federer um pouco mais velho - só que o que eles estão fazendo e a diferença que eles têm sobre os outros jogadores é admirável porque é uma constância de resultados surpreendente.

    Falando em ascensão, e o Bellucci? Ele vem conseguindo um bom progresso ultimamente...Minha análise sempre foi em termos técnicos e possibilidades que ele tem no futuro. Porque dentro de suas características dá para pensar nas coisas que ele pode conquistar com o tempo. Já não é de hoje que venho dizendo que ele tem grandes chances de ser um dos 20 do mundo. É natural, o jogo dele, bloqueou. Se percebe que ele tem muitos subsídios a mais do que outros jogadores que eu vejo. Também fui questionado quando ele se aproximou do Larri (Passos, seu ex-técnico e técnico de Bellucci) e achei isso a melhor decisão para ambos e o melhor que poderia acontecer para o Brasil. É bom para todo mundo isso, até porque repercutiu três dias seguidos no Jornal Nacional: "o tênis novamente..." Imagino a inspiração para as crianças e, com toda a minha história embutida, vêm tudo à tona. Acho que foi fundamental. E para ele, (o progresso) dá para tirar pelo exemplo particular que foi em Madri: ele não receou para ganhar do Murray e para ganhar do (Thomas) Berdych - dois jogadores entre os 10 do mundo. Na verdade, ele dominou (o confronto) contra os dois jogadores e dominou contra o Djokovic (que eliminou Bellucci na semifinal) até certo ponto. A partir de alguns detalhes ele começou a duvidar, o que é natural também, porque é a primeira experiência dele neste tipo de evento. Mas o que eu considero de maior valor, além do que eu falei, são as possibilidades que tem no jogo dele para enfrentar jogadores bons. Sendo assim, é questão de aprimoramento e aprender a lidar oscilações como a de sair do Torneio de Madri e chegar em Roma na primeira rodada, com uma motivação baixa. Sair de uma semifinal e entrar em uma primeira rodada contra um cara desconhecido em uma quadra lá no final...

    E depois pegar o Nadal...É, teoricamente pega um jogo duro... Mas sair das adversidades que o tênis propõe o tempo inteiro é a lapidação final do tenista. (A forma) como cada um lida com isso (é o) que é definitivo: ela vai dizer se ele vai chegar entre os dez, se ele pode ir mais além ainda. São todos esses detalhes. Mas o jogo dele (Bellucci) é evidente. Eu acho que este ano ele belisca para estar - e já está aí - entre os 20 do mundo. Ele tem chances reais de ser um possível top 10 daqui alguns anos porque eu vejo outros jogadores que foram top 10 recentemente e considero que o jogo dele tem mais potencial do que de outros caras.

    Por exemplo...O (Mikhail): Youzhny: o Bellucci é um cara que saca melhor, tem uma bola mais pesada. Não se mexe tão bem quanto o Youzhny mas também se mexe bem para o tamanho dele. É só aprender um pouco a tornar as jogadas mais ágeis. Outros jogadores: o (Fernando) Verdasco, que há pouco ganhou do Murray e ganhou do Berdych. Eu acho que ainda ele (Bellucci) não está no nível de um Murray e um Berdych ou um Verdasco, mas para estar entre os 20. O tênis é muito uma escala. Ele ganhou do primeiro top 10, que foi o Murray, e agora? Agora foi mais um degrau que ele avançou. No tênis quando se é 100 do mundo não se pode pensar lá na frente, em ser um top 10. É a cada momento "eu estou confortável com essa situação". Primeiro eu avancei, depois eu tenho de estar confortável para avançar para a próxima (etapa). Ou acontecem fatos isolados, como o que me aconteceu depois do meu primeiro (título) em Roland Garros. Eu fui campeão e em uma semana o meu ranking estava em 15 (do mundo). Até eu me adaptar com aquilo demorou um ano. Eu não era um jogador que estava condicionado para ser 15 do mundo. Eu deveria estar a 30, 40 do mundo...

    Mas você não estava condicionado fisicamente ou mentalmente?Totalmente, técnica... (Não estava) preparado para estar entre os 15 do mundo. Esta análise é difícil porque (só hoje) eu conheço o tênis para balancear todos os níveis de importância e botar tudo como se eu estivesse preparado. Mas é muito abstrato. Quando eu paro para analisar o Bellucci ou algum outro jogador é nesse aspecto. Às vezes tem um tenista que belisca um top 10, mas sai de lá e nunca mais vai chegar. E acontece de uma hora para outra. (Foi) o caso do (Martin) Verkerk , um holandês que foi vice de Roland Garros para (depois) ser um 100 do mundo. São coisas que acontecem. Então a gente tem uma análise mais criteriosa. No caso dele (Bellucci), ele é um jogador que há um ano entrou para 30, 30 e poucos do mundo, e ele está totalmente confortável. A tendência daí é estar subindo, porque ele vai aprimorar muitas coisas ainda no seu jogo dele e tem condições de melhorar porque as características dão margem para crescer em vários aspectos.

    Mudando um pouco de assunto, sem sair totalmente do tênis, eu lembro que a atual gestão da CBT (Confederação Brasileira de Tênis) tinha muitos planos quando assumiu o comando e a impressão que dá para quem não acompanha o tênis tão de perto é de que as coisas estão andando na velocidade que deveriam. Como você avalia a preparação para aproveitar tudo aquilo que você conseguiu proporcionar, pensando em o Brasil formar no futuro uma escola, assim como, por exemplo, a Espanha?Aquele momento (meu auge da carreira) foi uma explosão, o ápice, da antiga gestão que foi muito problemática na época. Até o boicote da Copa Davis, quando a gente ficou sem jogar... O tênis chegou, por incrível que pareça, ao melhor e ao pior momento contemporâneo (simultaneamente): os melhores resultados do tênis e o pior momento de gestão. Nos mesmos últimos dez anos e na mesma linha de tempo. Foi muito frustrante para todos que acompanham o tênis e principalmente para a gente, que vive do tênis. Pô, a gente lutou um monte para trazer um torneio aqui para o Brasil, que depois veio, e tudo que a gente podia fazer para ajudar, para tentar melhorar, a gente fazia. Também a minha preocupação maior era com a minha carreira naquele momento. O que ajudou muito hoje é que a gente tem capacidade de contribuir de muito mais formas para o tênis, apesar de não ter tanto impacto constante, como era um dia atrás do outro mexendo com a cabeça das pessoas nos torneios. Eu vejo que a atual gestão, ela vem trabalhando bem, apesar de que velocidade é algo de é quase impossível exigir porque a gente tem de pensar em formar o básico ainda. E isso demora. Para formar um cara capacitado em ser um treinador vai, no mínimo, uns quatro ou cinco anos. Eu vejo que eles estão fazendo alguns projetos pontuais que são bons, projetos com juvenis auxiliando inclusive alguns dos meninos que a gente acompanha aqui bem próximo e alguns que estão na academia do Larri também. Estão rodando o Brasil todo e identificando precocemente os garotos que têm mais qualidade para investir nesses rapazes. Estão investindo em treinadores, mas a gente ainda não tem nem um know how para poder capacitar entende? Então é difícil. O Brasil vive, em todas as esferas, essa dificuldade de mão de obra fundamental, alguém que saiba ensinar mão de obra. Se eu quiser hoje capacitar professores, eu preciso ter pelo menos uns 3 ou 4 grupos de capacitadores. Isso é o que a gente faz no Instituto. Fomentar foi um trabalho de dez anos até que a hoje gente tem um corpo que consegue fazer capacitação da metodologia. A (CBT) tem bons trabalhos e ela vem conseguindo de volta o prestígio de volta, o que é muito difícil. A Confederação foi praticamente incinerada há alguns anos. Hoje, conosco, a relação é super tranquila. A gente procura também facilitar e ajudar sempre a confederação. A intenção é crescer ainda mais. A gente tem até um projeto, que esperamos saia a qualquer momento, para vincular um grupo de juvenis - cerca de 14, 15 jogadores - ao acompanhamento do Larri, como um técnico supervisor da equipe. (Também teremos) alguns treinadores na parte mais de rotina, do dia a dia, para que esses caras também tenham a capacidade de ir aprendendo, aprimorando, e usando essa ferramenta como parâmetro. O vôlei dá muito embasamento. Pelo menos eu procuro enxergar a fórmula de eficiência que eles têm e adaptar à especificidade do tênis a estrutura do vôlei. A gente vem tentando, até com a confederação, bolar um projeto para esses juvenis e botar isso na prática mesmo, de forma pontual, de menor para maior de forma a , uma hora, a coisa realmente vingar. Mas, até tendo como parâmetro o próprio vôlei, isso é um processo: aquela primeira geração que teve resultados com o Bernard em 1984 resultou, quase dez anos depois (1992), (à conquista da) medalha de ouro. A partir daí (de uma medalha olímpica) a coisa anda porque o Brasil tem um potencial para o esporte imenso. Tem qualidade para muitos esportes fora a quantidade de pessoas (para praticar). É igual a China que botou o povo para fazer esportes. Com um bilhão de pessoas fazendo, vai ter gente fazendo bem. Então, construir isso é a grande complexidade na engrenagem. Mas às vezes as coisas não se percebem com tanta facilidade porque a gente quer ver o ótimo. Até dar o giro completo (sair do ostracismo para a vitória)... Depois de dez anos de excelência, o pessoal fala "é o vôlei, é o vôlei". Mas a partir do que surgiu 1992 já havia algo de espetacular acontecendo.

    Mas justamente esta é a questão que divide o vôlei e o tênis: o vôlei soube aproveitar os resultados e crescer, mas o tênis teve a Maria Ester Bueno e não progrediu e há o risco de que seu legado não dar frutos no futuro....O que eu sempre digo: o Brasil no tênis tem de ter, pelo menos, 3 a 5 jogadores entre os 100 do mundo e dois entre os 50. É uma condição normal pela quantidade de jogadores que a gente tem, pela capacidade dos atletas, pelos juvenis. Só que isso dentro de uma estrutura ótima, que funcione bem. Tem coisas boas acontecendo, mas ainda não funcionam bem. E essa é a análise que é feita. Quem não está acompanhando muito faz essa análise: "Pô, não vejo uma estrutura montada boa, adequada."

    É que, quando a atual gestão assumiu, eram muitos os planos: fazer um centro de treinamento, (eles contrataram) o Emílio Sanchez... Será que tudo isso está tendo o efeito desejado ou a gente está deixando o cavalo passar encilhado e não vamos montar? Vamos perder o bonde da história de novo?Eu considero que o centro de treinamento não vai mudar nada. Atualmente, não é o principal. Aconselho sempre eles (dirigentes da CBT) a irem por outro tipo de caminho. Primeiro precisamos de treinadores adequados para gerir o centro de treinamento, senão não adianta: a gente vai colocar a coisa lá e vai produzir errado. Além do mais, a Olimpíada (do Rio, em 2016) teria de legar esse espaço (o centro de treinamento). Podemos ter um centro de treinamento, mas precisa ser só o básico do básico. (Antes,) precisamos ter outros cuidados que são ainda maiores.

    Você se identifica com algum jogador da atualidade? Alguém em quadra faz lembrar você em algum momento da carreira?Não. Atualmente não. Não tem porque nunca me identifiquei. Se for parar para analisar, acho que meu estilo, se for para comparar com esses três (principais) que estão em pauta - o Federer, o Nadal e o Djokovic - tá muito mais próximo do Federer do que do Djokovic e do Nadal: eu tenho a esquerda com uma mão, meus golpes são mais soltos. (Minha) forma de jogar é mais similar a do Federer. Mas, ao mesmo tempo, o interno, a maneira como eu competia, ela já está próxima do Djokovic ou do Nadal, (algo) entre os dois. Eu era um cara mais solto na quadra, ria mais, como o Djokovic. Talvez ele represente mais esta espontaneidade e o espírito com que eu jogava dentro da quadra. Mas foge um pouco de muitas similaridades. Cada um (dos top 2) tem um pouco da forma com que eu jogava.

    Agora vamos falar um pouquinho de vida pessoal. Como está a vida de casado? (Guga se casou com Mariana Soncini em outubro do ano passado).Está boa. Aliás casamento é o que mais tem acontecido na minha vida (conta que a maioria dos amigos também está se casando).

    Mas interfere no seu planejamento de trabalho no que diz respeito ao tênis? Por que vai ter um momento que a família vai exigir um pouco mais...Foi uma decisão própria no sentido de terminar toda a minha carreira para poder ter esse momento mais particular para a família. Eu tenho necessidade de estar próximo para iniciar esta etapa. Então, para mim, apesar de estar envolvido em projetos, eu estou muito mais presente (em família). É incomparável (com meu tempo de tenista). É bom estar com a minha cabeça desenvolvendo estratégias, ideias, e vinculado à família. Sempre estamos todos juntos, dia das mães com as duas famílias reunidas. Projeto para também futuramente ter filhos. Eu casei há pouco tempo.

    Falando em filhos, faz planejamentos em relação a isso?Faço, mas não faço. Tenho total interesse em ter filhos, mas não sou de "ah, (vai ser) no ano que vem, então vou me planejar para aproveitar agora..." Vai vir naturalmente. Eu não gostaria é de ter um filho antes de ter me casado, ter encontrado alguém para compartilhar dessa experiência e (quero) fazer parte da vivência com meu filho. Então, agora que estou mais próximo (da família), estou avançando nesse caminho (da paternidade) e é até a pergunta que eu mais escuto. Antes era quando que eu ia casar, agora é quando que vou ter filho. Eu diria que estou pronto para passar para o próximo estágio. Avançar e passar para a próxima pergunta.

    Já que você falamos sobre filhos, você pensa em ter um filho seguindo a sua carreira? Afinal tem o lado duro (de ser tenista) e você conhece outros esportes, como o surfe, e teve a oportunidade de viajar o mundo inteiro... Se um filho seu dissesse "eu quero ser tenista", o que você faria?Eu me preocupo muito mais em estar presente, eu estar de acordo com as expectativas dele, ter um relacionamento legal. O tipo de esporte...Bem, eu vou tentar incentivar para o esporte sem sombra de dúvida. Eu acho que o esporte é um aprendizado para a vida espetacular. Tentarei criar (meu filho) da forma que eu tive a oportunidade de ser criado. Eu aprecio muito a maneira como minha mãe conseguiu proporcionar para a gente a infância, passar pelas etapas da vida e desfrutar desses momentos de ingenuidade, de alegria, sem compromisso. Vou tentar eu curtir a relação com meu filho. É difícil ter a noção, prever, se vai ser homem, ou mulher, se vai ser para o tênis... Eu considero muito a vida dele. Vai ser a vida de outra pessoa que vou ter a oportunidade de estar próximo e ter um envolvimento, uma responsabilidade, mas é (adotarei) o critério usado comigo. Sempre tive a oportunidade de estar tomando minhas próprias decisões. Vou fomentar informações para ele para que ele faça as coisas certas.

    E se você tiver um filho tenista? Qual a primeira coisa que você faria para prepará-lo melhor?Escolher um professor bom. Não está fácil... Mas acho que começa na base. A gente tem muitos casos nos quais o garoto desiste do tênis porque o tênis é um esporte individual e difícil. Ele vai contra as nossas necessidades iniciais: brincar, fazer coisas mais simples, mais fáceis. Hoje existem novos métodos que dão a possibilidade de uma criança aprender com quatro anos, com uma raquetinha e aprender direito já. Eu brinco (lembrando) que, com cinco anos, eu carregava uma raquete maior do que eu. Tinha de carregar com as duas mãos e jogar - era de qualquer jeito. Mas era divertido para mim, era gostoso e eu fiquei no tênis. O que eu aconselho para os pais é isso: um bom professor, não no sentido de já se preocupar com a direita do menino, com a parte técnica, mas (no sentido de) ser algo lúdico, que ele tenha um interesse e uma sociabilidade. Não precisa, com cinco, seis anos, ter um professor que fique uma hora só com aquele menino todos os dias. Tem de ser uma coisa mais em grupo, tem de ter um ambiente mais favorável. E tem a parte técnica obviamente - quanto melhor o professor, quanto mais apto ele estiver a estar condicionar o menino, já vamos ganhando tempo.

    Isso tem a ver com a sua recente iniciativa de trabalhar com formação de atletas? (Há seis meses Guga abriu em Florianópolis uma academia para crianças). Esse sentimento gerou em você esta necessidade?Gerou. E é o que vai acontecer no tênis. A gente faz pesquisas e depois de alguns estudos detecta algum objetivo ou algum buraco do tênis e vê no que você pode ser útil - até mesmo junto com a confederação, fazendo algumas coisas paralelas. A gente iniciou a semana Guga aqui, um evento para resgatar um pouco mais o tênis juvenil no sentido da competição, para eles (os jovens atletas) terem novamente a ambição de estar ali e não pensar somente no profissional. Foi o que aconteceu quando eu comecei a me destacar: todos os meninos de 14 anos queriam ser profissionais. Existe um momento em que o juvenil precisa ser juvenil e desenvolver naturalmente as coisas naquele estágio. Fizemos aquele evento para buscar isso, foi bem legal. Deu super certo desde o início. Agora começamos com a escolinha. O que eu mais escutava (em termos de pedidos e reclamações)? Começou assim essa pesquisa de campo. "Onde é que eu boto meu filho para jogar tênis?" "De onde é que ele é?" (Eu respondia:) "Não sei, não sei." Não me sentia muito confortável para indicar para as pessoas, mesmo sabendo de diversos professores em locais diferentes. Temos diversos técnicos trabalhando, mas não tinha essa certeza (de indicar), porque, na época que eu aprendi a jogar tênis, os que trabalhavam com iniciantes eram muito bons professores. Ele era muito bom e dava aula para todo mundo, tinha 15 anos de tênis, 20 anos de tênis. Quando eu ganhei Roland Garros houve uma procura de milhares de jogadores de tênis e, consequentemente, inúmeros professores surgiram. Na escala, esses caras, esses novos professores, que teriam menor importância, foram dar aulas para os iniciantes. Onde era para preparar melhor, começou a preparar pior. Então (criou-se) uma grande deficiência e hoje há trabalho para tentar reverter isso - começar a trabalhar mais (o professor) com o clube novamente. O garoto que quer ser professor da escolinha tem muito valor, e assim como outras profissões, e específica a de professor, ela cada vez ela está mais desvalorizada. Todo mundo quer viajar com o profissional, estar em uma academia treinando e às vezes até financeiramente dá mais lucro dar aula social. O cara que sobrou tem espaço na escolinha para dar aula e aí ficou (para os iniciantes) uma mão de obra não capacitada. Hoje a confederação vem fazendo alguns projetos de capacitação e (criação de) critérios para a capacitação de alguns professores. Acho que ainda é preciso melhorar bastante esse projeto, aprofundar mais para ter um rigor ainda maior. Deveria ter (critérios) em todas as etapas, dividindo, assim, em iniciação, depois em formação e aí depois já vem para o juvenil e a transição para o profissional. Em todas as etapas, diferentes professores: este cara está credenciado nível A, para ser professor até 8 anos, no outro estágio ele é nível C, não é A... Mais aprofundada. Ainda acho que os critérios são muito "tem condição de ser professor, ainda não é bom, é muito bom, é médio" mas não diz se serve para trabalhar com pedagogia, que é uma questão (importante) para trabalhar em uma criança de oito anos, se é para trabalhar com lazer... Aí é que houve muita mistura. Isso tem de estar mais claro, mas, como eu já falei, isso é pedir o ideal. Mas tem de buscar, o objetivo é esse.

    E quanto à programação para o tri de Roland Garros, a comemoração desses dez anos? Você vai para lá (Paris)? Vai ter alguma coisa lá? Vai ter alguma coisa por aqui?Eu estou indo para lá dia 30 (de maio) ou dia 1º (de junho). Eu tenho um evento que eu vou participar lá o faz já fiz parte no ano passado, quando recebi aquela premiação da ITF (Prêmio Philippe Chatrier, da Federação Internacional de Tênis). Não sei se este ano eles vão me entregar alguma coisa ou eu é quem vou entregar - provavelmente é isso que deve acontecer. Lá com certeza vai ter alguma homenagem porque eles estavam sondando à respeito aos 10 anos, em relação à Lacoste. Eles estão organizando alguma coisa e querem que eu esteja disponível lá, se eu não me engano, no final da semana. E depois, aqui, eu sei que o banco (Banco do Brasil, seu patrocinador) está programando uma homenagem para fazer no próximo dia 10. Por enquanto é o que eu sei. Não terei tantas atividades. Deixa eu ver....O exército entrou em contato querendo fazer uma homenagem.

    Vai ter os Jogos Mundiais Militares no Brasil.Este ano?

    É...Talvez seja isso. Esse ano todo tem muita referência a esse negócio dos dez anos. Aí volta e meia pinta alguma coisa, atividades relacionadas a isso, mas agora em Roland Garros e com a data, com certeza vai pintar mais coisa.

    E o Avaí, vai ser campeão da Copa do Brasil?A gente fica na torcida. Depois que ganhou do São Paulo nossa esperança aumentou.

    Tem promessa? Se ganhar você irá a todos os jogos da Libertadores? (O campeão da Copa do Brasil se classifica para a Taça Libertadores da América do ano seguinte)A tendência é essa. Esse ano que passou quase fui ao Equador para assistir (o Avaí) em Guayaquil que é a cidade do Lapentti (Nicolas, ex-tenista). Ele me convidou e eu só não fui porque tinha um compromisso, acho que eu estava nos Estados Unidos na época da Sul-Americana. O Avaí já estreou na Sul-Americana. Estamos indo, devagarzinho. Se não pegarmos Libertadores este ano, pegamos no ano que vem.