Total de visualizações de página

terça-feira, 21 de novembro de 2023

Calor de 44,8°C: Araçuaí (MG) tem o dia mais quente no histórico de medições do Brasil, diz Inmet

<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>


Município com 34 mil habitantes, que fica no Vale do Jequitinhonha, registrou o dia mais quente em quase 18 anos. Em 2023, foram 8 ondas de calor registradas no país.
<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por Anaísa Catucci, g1

Postado em 21 de novembro de 2023 às 08h45m

#.*Post. - N.\ 11.015*.#

Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, é uma das cidades que engloba o Vale do Lítio — Foto: Cristiano Machado/Imprensa MG
Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, é uma das cidades que engloba o Vale do Lítio — Foto: Cristiano Machado/Imprensa MG

O município de Araçuaí (MG), distante 678 km de Belo Horizonte, no Vale do Jequitinhonha, foi considerado o mais quente no histórico de medições do país, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A cidade com 34.297 habitantes alcançou, no domingo (19), a temperatura de 44,8°C 🌡️.

☀️ O recorde anterior tinha sido registrado no dia 21 de novembro de 2005, em Bom Jesus (PI), distante 632 km ao Sul de Teresina, quando a máxima foi de 44,7°C.

Um aquecimento pré-frontal intensificou o calor no Nordeste de Minas Gerais, o que favoreceu a elevação da marca que ocorreu no décimo dia da onda de calor (entenda abaixo quais foram os fatores que causaram o novo recorde).

🥵 Essa foi a oitava onda de calor registrada no Brasil neste ano. O fenômeno estava em atuação desde o dia 8 de novembro e acabou no fim de semana.

As maiores temperaturas registradas pelo instituto nesta última onda de calor foram:

Onda de calor em 2023 — Foto: Inmet
Onda de calor em 2023 — Foto: Inmet

Um levantamento anterior do Inmet, porém, indicou que a marca de 44,8°C já havia sido registrada nos dias 4 e 5 de novembro de 2020, em Nova Maringá (MT). O g1 entrou em contato com o órgão para verificar se a informação de 2020 tem validade, mas até a última publicação não obteve resposta.

2023 deve ser o ano mais quente em 125 mil anos, diz observatório europeu

🔥 Entenda os fatores que causaram a alta temperatura

Ao longo dos últimos dias, a presença de uma grande massa de ar seco e pouca condição para chuva provocaram altas temperaturas nas áreas centrais do Brasil, que não estavam recebendo tanta umidade, segundo Cesar Soares, meteorologista da Climatempo.

"A influência do fenômeno climático El Niño faz com que tenha presença do calor mais persistente, sem tanta troca de calor do Sul do país em direção à região central. Por isso, as condições estavam favorecendo as temperaturas mais altas", explica.

Além disso, a frente fria entre São Paulo e Rio de Janeiro colaborou com o aquecimento pré-frontal, que intensificou o calor.

"Os ventos mudaram de direção e transportam mais ar quente das áreas centrais do Brasil em direção ao Litoral. E nesse processo, esses ventos mais quentes, esse ar mais quente, passou por essa região de Araçuaí favorecendo as temperaturas extremamente elevadas", completa.

 — Foto: Juan Silva/ g1
— Foto: Juan Silva/ g1

A previsão do tempo para esta semana aponta para um início de temperaturas mais baixas em relação ao calorão que atingiu o Brasil e com a presença de chuvas nos próximos dias. Nesta segunda-feira (20), espera-se que as chuvas caiam fortes em todo o Centro-Sul.

No meio da semana, porém, os termômetros já vão indicar nova subida pelas capitais em todo o país (confira abaixo lista com máximas e mínimas).

De acordo com o Climatempo, a maior parte de Minas Gerais, que teve um domingo (19) de muito calor como nos últimos dias, deverá se juntar aos demais estados do Sudeste e partes do Centro-Oeste sofrendo alguma queda de temperatura, temporais isolados e possíveis ventanias. A máxima deverá ficar abaixo dos 30°C no começo da semana.

Previsão de temperatura para os próximos dias nas capitais

Capitais Segunda-feira (20) Terça-feira (21) Quarta-feira (22) Quinta-feira (23)
Aracaju 24°C a 30°C 25°C a 29°C 24°C a 30°C 25°C a 30°C
Belém 25°C a 31°C 25°C a 34°C 25°C a 34°C 25°C a 36°C
Belo Horizonte 21°C a 28°C 21°C a 28°C 20°C a 32°C 21°C a 34°C
Boa Vista 27°C a 38°C 27°C a 36°C 26°C a 36°C 26°C a 35°C
Brasília 19°C a 29°C 18°C a 28°C 19°C a 29°C 18°C a 28°C
Campo Grande 24°C a 30°C 24°C a 32°C 24°C a 31°C 21°C a 30°C
Cuiabá 26°C a 36°C 26°C a 34°C 25°C a 36°C 25°C a 34°C
Curitiba 15°C a 21°C 15°C a 28°C 20°C a 30°C 13°C a 26°C
Florianópolis 18°C a 23°C 19°C a 28°C 20°C a 30°C 21°C a 25°C
Fortaleza 26°C a 33°C 26°C a 34°C 26°C a 33°C 26°C a 33°C
Goiânia 21°C a 34°C 20°C a 32°C 22°C a 32°C 22°C a 33°C
João Pessoa 25°C a 31°C 25°C a 32°C 25°C a 32°C 25°C a 32°C
Macapá 26°C a 35°C 26°C a 35°C 26°C a 35°C 26°C a 35°C
Maceió 23°C a 31°C 23°C a 32°C 23°C a 32°C 24°C a 32°C
Manaus 28°C a 36°C 28°C a 32°C 27°C a 33°C 28°C a 33°C
Natal 26°C a 31°C 26°C a 32°C 26°C a 31°C 26°C a 31°C
Palmas 23°C a 34°C 23°C a 33°C 23°C a 34°C 24°C a 34°C
Porto Alegre 15°C a 27°C 17°C a 32°C 19°C a 26°C 18°C a 23°C
Porto Velho 23°C a 34°C 24°C a 33°C 24°C a 32°C 23°C a 32°C
Recife 26°C a 30°C 26°C a 31°C 27°C a 31°C 27°C a 31°C
Rio Branco 26°C a 37°C 25°C a 35°C 24°C a 34°C 25°C a 34°C
Rio de Janeiro 21°C a 27°C 22°C a 28°C 24°C a 36°C 24°C a 40°C
Salvador 25°C a 30°C 25°C a 30°C 24°C a 30°C 25°C a 31°C
São Luís 27°C a 33°C 26°C a 33°C 27°C a 33°C 26°C a 33°C
São Paulo 18°C a 23°C 18°C a 30°C 20°C a 32°C 20°C a 31°C
Teresina 24°C a 38°C 24°C a 38°C 24°C a 38°C 24°C a 38°C
Vitória 23°C a 28°C 23°C a 27°C 23°C a 31°C 22°C a 33°C

No entanto, uma nova virada no tempo começará na terça-feira (21) com ventos saídos da Argentina levando nuvens carregadas ao Paraná, Santa Catarina e parte do Rio Grande do Sul – onde o alerta inspira mais cuidados. No Sul e no Oeste gaúchos, a chuva deverá ser constante.

Segundo o MetSul, as regiões serranas gaúcha e catarinense deverão ter acumulados de chuva de 100mm, e o Norte de Santa Catarina pode chegar a 150mm até a quinta-feira (23), quando o calor diminui e as temperaturas cairão novamente.

Já no Sudeste e em parte do Centro-Oeste, chuvas muito fortes em pontos isolados e ventanias serão a tônica dos primeiros dias da semana. A atmosfera superaquecida pode provocar chuva de granizo em algumas cidades, e os ventos podem chegar a 100 km/h na área que pega o Norte de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Sul de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás. As temperaturas, no entanto, voltarão a subir no meio da semana após a queda entre a segunda e a terça-feira.

Partes do Norte e do Nordeste do país podem ter chuvas esporádicas provocadas pelo calor e umidade. A frente fria que está no centro do país, no entanto, não deverá ter força suficiente para diminuir o calor.

De acordo com o Inmet, as temperaturas continuarão quentes no começo da semana principalmente na região da Amazônia e no interior nordestino, e com tendência de estabilidade na maioria das cidades do litoral nordestino, com números pouco acima de 30°C nas máximas.

2023 deve ser o ano mais quente em 125 mil anos, diz observatório europeu
2023 deve ser o ano mais quente em 125 mil anos, diz observatório europeu
------++-====-----------------------------------------------------------------------=======;;==========--------------------------------------------------------------------------------====-++----

ONU: metas do Acordo de Paris já são insuficientes para evitar aquecimento crítico de 1,5°C

<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>


Novo relatório da agência das Nações Unidos para o Meio Ambiente afirma que, no cenário mais otimista, a probabilidade de limitar o aquecimento a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais é de apenas 14%.
<<<===+===.=.=.= =---____--------   ----------____---------____::____   ____= =..= = =..= =..= = =____   ____::____-----------_  ___----------   ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por Roberto Peixoto, g1

Postado em 21 de novembro de 2023 às 08h00m

#.*Post. - N.\ 11.014*.#

Ativistas climáticos participam de uma manifestação do lado de fora do local da Cúpula do Clima COP26 da ONU em Glasgow, em 12 de novembro de 2021 — Foto: AP/Scott Heppell, Arquivo
Ativistas climáticos participam de uma manifestação do lado de fora do local da Cúpula do Clima COP26 da ONU em Glasgow, em 12 de novembro de 2021 — Foto: AP/Scott Heppell, Arquivo

Os compromissos globais para conter as mudanças climáticas estão cada vez mais aquém do necessário para limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius, alertou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira (20).

A menos que ações mais efetivas sejam tomadas, o aumento da temperatura pode atingir os preocupantes índices de 2,5°C a 2,9°C acima dos níveis pré-industriais, indo muito além das metas do Acordo de Paris.

Todos os países do mundo são signatários do acordo, exceto alguns poucos, como Irã, Líbia, Iêmen e Eritreia. Seu principal objetivo é manter o aquecimento global do planeta bem abaixo de 2°C até o final do século e buscar esforços para limitar esse aumento até o famoso 1.5°C.

Na prática, a realidade se desenha mais alarmante, conforme evidenciado pelo novo relatório anual sobre a lacuna de emissões do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que avalia a disparidade entre as emissões previstas e aquelas alinhadas com a necessidade de limitar o aumento da temperatura neste século.

Não há nenhuma pessoa ou economia no planeta intocada pelas mudanças climáticas, por isso precisamos parar de estabelecer recordes indesejados em termos de emissões de gases de efeito estufa, aumento das temperaturas globais e condições meteorológicas extremas, afirmou Inger Andersen, diretora executiva PNUMA.

No cenário mais otimista, a probabilidade de limitar o aquecimento a 1,5°C é de apenas 14%, afirma o relatório, lançado dias antes da COP, a conferência do clima da ONU, que desta vez entra em sua 28ª edição e acontece em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Onda de calor: o que é e por que está cada vez mais tão frequente?

Entre suas principais conclusões, o relatório também destaca que transformações globais de baixo carbono são necessárias para reduzir as emissões de gases de efeito estufa previstas para 2030 devem cair entre 28% e 42% para chegarmos próximo das metas do Acordo de Paris (2°C e 1,5°C, para cada percentual previsto, respectivamente).

Na contramão disso, o planeta, porém, vem registrando cada vez mais eventos extremos que escancaram a crise do clima. No documento, a ONU lembra que até o início de outubro deste ano, foram registrados 86 dias com temperaturas mais de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.

Em outubro, cientistas do observatório europeu Copernicus anunciaram inclusive que 2023 deve terminar como o ano mais quente em 125 mil anos, pelo o que tudo indica.

Agência da ONU alerta para maior concentração registrada na atmosfera de dióxido de carbonoAgência da ONU alerta para maior concentração registrada na atmosfera de dióxido de carbono

Recorde atrás de recorde

Como vem mostrando o g1 nos últimos meses, desde julho, os sinais do aquecimento global provocado pelas atividades humanas vêm ficando cada vez mais evidentes em todo o mundo.

Neste ano, a Grécia, por exemplo, sofreu grandes incêndios, assim como os Estados Unidos e o Canadá, que também registrou inundações. As ondas de calor sucessivas no Brasil, no sul da Europa, norte da África, sul dos Estados Unidos e parte da China também provocaram muitos danos.

Aliado a isso, os oceanos também são vítimas desse fenômeno preocupante: as temperaturas registradas na superfície do mar estão muito elevadas desde abril

Todo esse calor, claro, é o resultado das contínuas emissões de gases com efeito de estufa, combinadas com o fenômeno climático El Niño, que aquece as águas superficiais no leste do Oceano Pacífico.

Por isso, não é de se espantar que o novo relatório da ONU alerte que as emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) aumentaram 1,2% de 2021 a 2022, atingindo um novo recorde de 57,4 Gigatoneladas de Dióxido de Carbono Equivalente (GtCO2e).

Emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) aumentaram 1,2% de 2021 a 2022, atingindo um novo recorde de 57,4 Gigatoneladas de Dióxido de Carbono Equivalente (GtCO2e). — Foto: Ria Puskas / Unsplash / Divulgação
Emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) aumentaram 1,2% de 2021 a 2022, atingindo um novo recorde de 57,4 Gigatoneladas de Dióxido de Carbono Equivalente (GtCO2e). — Foto: Ria Puskas / Unsplash / Divulgação

"As tendências das emissões refletem padrões globais de desigualdade. Devido a essas tendências preocupantes e aos esforços de mitigação insuficientes, o mundo está a caminho de um aumento da temperatura muito além dos objetivos climáticos acordados durante este século", afirma o documento da ONU.

No texto, o PNUMA ressalta ainda que, para reverter esse cenário, os países com maior capacidade e responsabilidade pelas emissões – especialmente os países de renda elevada e com altas emissões entre o G20 – terão de tomar medidas mais ambiciosas e rápidas e fornecer apoio financeiro e técnico às nações em desenvolvimento.

Como parte do Acordo de Paris, os países desenvolvidos prometeram aos países em desenvolvimento dar US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020 para ajudá-los a se preparar para as mudanças climáticas.

Apesar disso, esse é meta não vendo sendo cumprida. Ao longo da última COP, o apelo para que as nações ricas compensem países pobres afetados por eventos extremos finalmente ecoou em um resultado concreto, com a criação do fundo de perdas e danos. O termo faz referência aos estragos destrutivos que alguns países não podem prevenir ou se adaptar com seus atuais recursos.

Até o momento, no entanto, não está claro de onde sairão os aportes para esse fundo e quais países em específico vão receber a quantia. Discussões sobre isso devem ser realizadas até pelo menos a essa próxima COP -ou até depois disso.

Entenda a crise do clima em gráficos e mapas
Entenda a crise do clima em gráficos e mapas
------++-====-----------------------------------------------------------------------=======;;==========--------------------------------------------------------------------------------====-++----