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segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Bilionário ultrapassa 400 km/h na Alemanha e incomoda autoridades

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Radim Passer acelerou seu Bugatti Chiron até atingir 414 km/h. O Partido Verde, influente no país, quer colocar barreira de 130 km/h nas autobahns.
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TOPO
Por RFI

Postado em 31 de janeiro de 2022 às 18h50m

Post.- N.\ 10.193

Foto tirada com longa exposição mostra carros em uma rodovia de Frankfurt, na Alemanha — Foto: Michael Probst/AP
Foto tirada com longa exposição mostra carros em uma rodovia de Frankfurt, na Alemanha — Foto: Michael Probst/AP

O bilionário tcheco Radim Passer gravou um vídeo em que ele acelera seu Bugatti em uma rodovia alemã para testar sua potência. O carro atinge a marca de 414 km/h. Apesar de não ter cometido qualquer infração de trânsito, o caso incomoda as autoridades alemãs, que veem um abuso na prática, e põe em xeque a existência de estradas sem limite de velocidade no país. O Partido Verde, parte da aliança governista, quer colocar barreira de 130 km/h.

Apenas um teste para seu carro de luxo. Aproveitando uma viagem à Alemanha, onde algumas rodovias, chamadas de Autobahn, não têm limite de velocidade, o bilionário tcheco decidiu colocar seu carro esportivo à prova.

Em um vídeo publicado nas redes sociais, Radim Passer aparece acelerando um Bugatti Chiron, um carro conhecido como um dos mais velozes do mundo e que custa cerca de € 3 milhões (R$ 18 milhões).

No vídeo, o bilionário dirige seu carro usando um macacão como o de pilotos de Fórmula-1, mas bem longe dos circuitos protegidos de automobilismo. As imagens, gravadas através do para-brisa dianteiro, mostram o veículo de luxo ultrapassando diversos carros e caminhões que circulam na estrada, até chegar a velocidade de 414 km/h.

A marca é comemorada com gritos e palmas por Radim Passer, que chega a tirar uma das mãos do volante. Em tom de brincadeira, a gravação mostra ao final do vídeo a mensagem escrita na parte traseira do Bugatti para aqueles que são ultrapassados: tenha um bom dia.

A gravação foi feita nas proximidades de Wittenberg, município de 46 mil habitantes entre Leipizig e Berlim. E o teste, segundo Radim Passer, não foi feito com apenas um carro. Ele foi repetido com um Porsche 911 Turbo, uma Lamborghini Aventador e um Bentler Flying Spur. Todos testes filmados.

O vídeo do Bugatti, que já foi visto mais de 8 milhões vezes em todo o mundo, irritou as autoridades alemãs.

No último dia 19, o ministro dos Transportes Volker Wissing criticou o bilionário.Só porque alguns trechos da rodovia não têm limite de velocidade afixado, não significa que você possa correr o quanto quiser", disse o político, segundo a Franceinfo.

A notícia da aventura tem causado revolta na população, devido ao risco imposto aos outros motoristas por uma brincadeira.

Durante a campanha para o governo, o Partido Verde (Die Grünen) chegou a propor a imposição de um limite de velocidade em todas as rodovias do país a 130 km/h por razões ecológicas. A ideia, que a princípio não foi adotada pelo governo de Olaf Scholz, agora pode encontrar um terreno mais propício na opinião pública para sua aprovação, desta vez por razões de segurança.

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Cientistas descem a 8km de profundidade na Fossa do Atacama: 'Outro planeta'

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Após três horas de descida, os oceanógrafos chilenos Osvaldo Ulloa e Rubén Escribano chegaram a um lugar nunca visto pelo ser humano.
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TOPO
Por Ángela Posada-Swafford, BBC — Especial para BBC Mundo

Postado em 31 de janeiro de 2022 às 13h05m

Post.- N.\ 10.192

Osvaldo Ulloa momentos antes da descida — Foto: Nick Verola - Caladan Oceanic (via BBC)
Osvaldo Ulloa momentos antes da descida — Foto: Nick Verola - Caladan Oceanic (via BBC)

Durante anos, os oceanógrafos chilenos Osvaldo Ulloa e Rubén Escribano imaginaram em suas conversas como seria a paisagem "alienígena" da Fossa do Atacama, a fenda impressionante que cai a mais de 8.000 metros de profundidade nas costas do Chile e do Peru, e que nenhum ser humano tinha visto diretamente.

Ulloa e Escribano, diretor e vice-diretor, respectivamente, do Instituto Milênio de Oceanografia da Universidade de Concepción, no Chile, tinham se resignado a estudar a Fossa do Atacama a partir da superfície.

Junto com sua equipe, eles mapearam parte da topografia da Fossa do Atacama pela primeira vez. Em 2018, durante a Expedição Atacamex, eles tiraram algumas fotos, vídeos, e coletaram amostras de água e DNA das estranhas criaturas que habitam o fundo deste submundo.

Chegar a essa profundidade, tecnicamente, é mais ou menos como ir à Lua – sonhar em ser testemunha ocular do seu objeto de estudo nunca tinha sido uma opção… Pelo menos, até agora.

Ambos os cientistas desceram ao local neste ano com a expedição do explorador americano Víctor Vescovo – que em 2019 se tornou a primeira pessoa a visitar os cinco pontos mais profundos dos cinco oceanos, pilotando um submarino especialmente construído para esse propósito.

Ulloa, Escribano e Vescovo são os primeiros seres humanos a descer à Fossa do Atacama.

Cada uma das duas viagens durou um total de dez horas, para as quais os aquanautas literalmente tiveram que se desidratar na noite anterior, levar roupas quentes e fazer um sanduíche.

Em dois mergulhos separados, primeiro Ulloa e depois Escribano embarcaram junto com Vescovo, em uma esfera de titânio muito pequena, coberta por uma espessa camada protetora de espuma sintética.

Apelidado de Limiting Factor (Fator Limitante, em tradução livre), em homenagem aos romances ficcionais de Ian Banks, o submarino é a maravilha tecnológica que rotineiramente abre as portas para a exploração da chamada zona hadal dos oceanos, ou seja, tudo o que existe abaixo de 6.000 metros.

"Esta foi a aventura da minha vida e o auge da minha carreira como pesquisador de ciências marinhas", disse Ulloa, de 60 anos, à BBC Mundo (serviço em espanhol da BBC), minutos depois daquele mergulho e já de volta à "nave-mãe", a embarcação Pressure Drop.

Silêncio e música no fundo do mar

"O interior da esfera é cinza escuro, tem duas cadeiras confortáveis e é forrado com tanques de oxigênio e interruptores para todos os aparelhos eletrônicos. Na parte inferior, há três escotilhas que permitem uma visão do fundo do mar. Fiquei impressionado com a suavidade da travessia e o silêncio, apenas interrompido pelas comunicações com a superfície".

A descida até o ponto mais profundo da Fossa – 8.069 metros, segundo os mapas feitos no dia anterior – levou três horas e meia. Ulloa imaginou que ficaria entediado, mas entre momentos de conversa com Vescovo, acabaram ouvindo música.

Ulloa colocou uma música do cantor e compositor chileno Manuel García em dueto com Mon Laferte e mostrou a Vescovo fotos de seus filhos, que moram na Suécia. Por sua vez, Vescovo escolheu Tequila Sunrise, do grupo The Eagles, e contou-lhe sobre suas motivações para explorar as profundezas. Entre risos, decidiram que quando voltassem teriam tempo de ver um trecho da série espanhola El Cid. E assim foi.

Em algum momento da descida, comeram metade dos sanduíches: de atum para Vescovo e salada de ovos para Ulloa.

Uma vez no fundo, Vescovo manobrou a espaçonave sobre um incrível terreno de vales, cordilheiras e outras formações rochosas que trarão informações importantes sobre a geologia característica desta região do planeta.

"Também ficamos impressionados com o grande número de holotúrias, uma espécie de pepino-do-mar que foi encontrada em outras trincheiras, mas que estava presente em grande abundância aqui", diz Ulloa.

"Mas se há algo que eu, como microbiologista, queria nesta expedição, era encontrar "tapetes" de colônias de micróbios. E é por isso que vê-los com meus próprios olhos foi algo extraordinário, a confirmação pela primeira vez de sua existência na Fossa do Atacama e a mais de 8.000 metros.

'Outro planeta'

Para Rubén Escribano, de 64 anos, a experiência, dois dias depois, foi igualmente intensa.

Como seu interesse é a fauna, Vescovo desceu apenas até 7.330 metros, explorando a vertente leste da Fossa em busca de organismos mais abundantes.

Eles encontraram criaturas inesperadas para tais profundidades, como corais de água fria e uma estrela do mar solitária. Eles também foram capazes de observar animais presentes em maior número do que em qualquer outra Fossa estudada até agora. Incluindo vermes poliquetas, crustáceos anfípodes e outras criaturas hadais, que só agora começaram a ser estudadas.

"Disseram-me que tínhamos que estudar a Fossa, mas não me disseram que tínhamos que ir até lá", brincou Escribano, assim que saiu do submersível e pisou no convés.

"Foi algo mágico, como pousar em outro planeta e ver as estruturas construídas por esses seres. Imaginei que fossem pequenas cidades feitas por vermes e crustáceos que fazem caminhos no sedimento."

A Expedição Atacama Hadal também fez mapas em alta resolução de vários trechos da Fossa do Atacama, que, com 5.900 quilômetros de extensão, é uma das fendas mais longas do oceano profundo. Uma estrutura formidável que nasce onde a placa de Nazca afunda sob a da América do Sul, o que causa os terremotos e tsunamis que atingem essa região.

Os mapas serão fundamentais para determinar o local ideal para instalar os sensores de um futuro projeto para estabelecer o primeiro sistema de observação ancorado no fundo do oceano, um esforço titânico em construção pela comunidade científica chilena.

Estudar como as condições físicas, geoquímicas e biológicas presentes na área mudam ao longo do tempo forneceria a base científica que pode ser usada para eventualmente observar os efeitos das mudanças climáticas em altas profundidades. E para entender melhor os processos que causam grandes terremotos e tsunamis na região.

"Tivemos um acesso único para dar um salto na ciência oceanográfica chilena e estou confiante de que essa conquista inspirará novas gerações", disse Ulloa.

Por sua vez, Vescovo diz estar comprometido com o esforço de continuar mapeando dezenas de milhares de quilômetros quadrados por mês para apoiar a iniciativa GEBCO 2030, que busca concluir o mapeamento de todo o fundo do mar até 2030.

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