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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

O que são falhas geológicas e quando causam terremotos?

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A Turquia sofre bastante com terremotos, e sempre ouvimos que isso ocorre por causa de falhas geológicas. Mas o que é uma falha e por que ela está associada a terremotos?
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TOPO
Por BBC

Postado em 15 de fevereiro de 2023 às 14h00m

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A Falha de San Andreas, que corta o Estado americano da Califórnia, é uma das mais famosas do mundo — Foto: GETTY IMAGES
A Falha de San Andreas, que corta o Estado americano da Califórnia, é uma das mais famosas do mundo — Foto: GETTY IMAGES

A Turquia sofre demais com terremotos, e frequentemente ouvimos que isso ocorre porque ela tem diversas falhas geológicas. Mas o que é uma falha e por que ela está associada a terremotos?

A BBC conversou com uma sismóloga para entender.

"Tão rápido quanto unhas crescendo – é nessa velocidade que as placas se mexem."

Jessica Hawthorne está falando sobre as cerca de 15 grandes lajes de rocha conhecidas como placas tectônicas que, juntas, compõem a camada mais externa da Terra.

A professora do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Oxford estuda a mecânica dos terremotos e explica a relação deles com as falhas.

"Uma falha é um lugar onde duas placas passam uma pela outra. Você tem um bloco sólido de um lado e um bloco sólido do outro, e eles estão passando um pelo outro", explica a sismóloga.

Principais placas tectônicas do mundo — Foto: BBC
Principais placas tectônicas do mundo — Foto: BBC

Embora elas se movam muito lentamente uma em relação à outra (apenas alguns centímetros por ano), um movimento brusco ou deslizamento pode liberar grandes quantidades de energia, fraturando a rocha e provocando um terremoto.

Isso acontece relativamente perto da superfície, porque a rocha mais quente mais próxima do núcleo da Terra é viscosa e se deforma como um fluido, explica Hawthorne.

"Para um terremoto, você precisa de um lugar onde haja falha por atrito, e isso significa que as coisas precisam ser frágeis o suficiente para quebrar rapidamente."

Os terremotos acontecem principalmente nas fronteiras das placas tectônicas (embora haja exceções no interior dos continentes).

Mais de 80% dos principais terremotos acontecem nas placas abaixo do Oceano Pacífico, em uma área chamada de Anel de Fogo, onde a placa do Pacífico está sendo empurrada para baixo das placas ao seu redor.

Grandes terremotos no mund — Foto: BBC
Grandes terremotos no mund — Foto: BBC

Tipos de falhas

Embora os terremotos criem novas falhas, na maioria dos casos a falha já existe, de acordo com Hawthorne.

O deslizamento ocorre sobre uma falha pré-existente e pode ser classificado em três tipos básicos: falha normal, falha inversa e falha transcorrente.

Três tipos básicos de falhas — Foto: BBC
Três tipos básicos de falhas — Foto: BBC

Falhas transcorrentes

Este tipo de falha acontece quando dois blocos passam um pelo outro horizontalmente.

As falhas transcorrentes são geralmente verticais, às vezes estendendo-se de 15 a 20 quilômetros de profundidade.

Falhas geológicas na Turquia e Síria — Foto: BBC
Falhas geológicas na Turquia e Síria — Foto: BBC

Um exemplo é a Falha da Anatólia Oriental, de 700 quilômetros de extensão que fica ao longo da fronteira entre as placas da Anatólia e da Arábia, na Turquia.

Os terremotos de magnitude 7,5 e 7,8 que atingiram a Turquia e a Síria na semana passada — dois dos terremotos mais fortes em quase um século — ocorreram nesta região, em uma falha transcorrente.

O terremoto e os tremores secundários ocorreram em uma profundidade rasa (apenas alguns quilômetros abaixo da superfície da Terra), o que ajuda a demonstrar suas consequências devastadoras: foram mais de 33 mil mortos até agora.

Outro exemplo é o sistema de falhas de San Andreas, na Califórnia (EUA), formado por várias falhas que acomodam o movimento entre a placa do Pacífico no oeste e a placa norte-americana no leste.

Em relação ao resto do continente, o oeste da Califórnia está se deslocando rumo ao Alasca, diz Hawthorne, pois essas duas placas deslizam horizontalmente uma sobre a outra, resultando em terremotos.

O sistema de falhas de San Andreas é uma zona complexa de rocha esmagada e quebrada, abrangendo 1,2 mil quilômetros de comprimento e pelo menos 25 quilômetros de profundidade.

Um terremoto ao longo da falha de San Andreas em 1906 arrasou prédios em San Francisco — Foto: GETTY IMAGES
Um terremoto ao longo da falha de San Andreas em 1906 arrasou prédios em San Francisco — Foto: GETTY IMAGES

O terremoto da Califórnia em 18 de abril de 1906 teve epicentro no ponto mais ao norte da falha de San Andreas, de acordo com o US Geological Survey, arrasando San Francisco.

Até hoje, é considerado "um dos terremotos mais significativos de todos os tempos".

Falhas normais

Falhas normais são fraturas onde os blocos se separam (divergem) e um dos blocos cai verticalmente.

Depressão de Afar, no leste da África

Na região de Afar, na Etiópia, três partes separadas da crosta terrestre se encontram. O ponto é conhecido como Triângulo de Afar.

A placa da Somália está se afastando do resto do continente — o que formou um vale.

Enquanto isso, as placas africana e somali também estão se separando da placa árabe no norte, formando um sistema de fendas em forma de Y.

O movimento gera tensão na rocha, produzindo rachaduras, falhas, vulcões e outras deformações do terreno.

Em 2005, uma série de fissuras apareceu ao longo da depressão — com terremotos e nuvens de cinzas — e abriu um abismo de oito metros de largura e 60 quilômetros de extensão.

Cordilheira mesoatlântica

As placas tectônicas da América do Norte e da Eurásia estão lentamente se afastando uma da outra, e uma falha conhecida como Cordilheira Mesoatlântica foi criada na borda da placa divergente.

A cordilheira se estende de norte a sul por milhares de quilômetros no meio dos oceanos Atlântico Norte e Sul.

À medida que as placas se afastam, o magma derretido de baixo da superfície da Terra brota continuamente, formando novas rochas, que são empurradas para fora por material mais novo.

Isso criou uma cordilheira na maior parte subaquática que surge em lugares como ilhas — Islândia, Açores ou Ilha de Ascensão, por exemplo.

Também cria falhas na superfície, terremotos e uma enorme quantidade de atividade vulcânica.

Falhas inversas

Falhas inversas ou de empurrão acontecem quando os blocos se juntam e um deles é empurrado para cima.

Elas geralmente são as maiores falhas porque "tendem a cortar a Terra em ângulo, o que cria uma região mais ampla onde pode ocorrer deformação frágil", afirma Hawthorne.

Trincheira do Japão

A zona de falha da Trincheira do Japão é uma trincheira submarina profunda que corre de norte a sul, a leste das ilhas japonesas, separando a placa da Eurásia da placa do Pacífico.

O devastador terremoto Tohoku-Oki de magnitude 9,1 que atingiu a costa do Japão em março de 2011 foi consequência de 50 metros de deslocamento ao longo da falha.

Esta ruptura de uma seção ao longo da trincheira do Japão causou enormes danos e mortes, ao provocar um tsunami que devastou o litoral do país e levou a um colapso nuclear na usina de Fukushima. Foi um "desastre triplo": terremoto, tsunami e acidente nuclear.

Trincheira do Peru e Chile

Também conhecido como sistema de falhas do Atacama, ele está localizado no leste do Oceano Pacífico, a cerca de 160 quilômetros do litoral do Peru e do Chile, entre as placas tectônicas de Nazca e da América do Sul.

A crosta oceânica da placa de Nazca está em movimento abaixo da crosta continental da placa sul-americana, causando muita atividade sísmica.

Em 22 de maio de 1960, um grande terremoto de magnitude 9,5 ocorreu perto da cidade de Valdívia, no sul do Chile — acredita-se ter sido o maior terremoto já medido.

Os cientistas estimaram que a energia liberada no tremor foi 20 mil vezes maior que a da bomba que caiu sobre Hiroshima na Segunda Guerra Mundial.

No entanto, quem mora perto de uma falha não tem, necessariamente, que estar em constante alerta.

Hawthorne diz que nem todas as falhas têm terremotos.

"Muitos segmentos de falha não têm terremotos ou têm apenas pequenos tremores", afirma ela.

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Asteroide de mais de 1 km vai passar ‘próximo’ da Terra nesta quarta (15): entenda classificação da Nasa

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Corpo celeste batizado de 199145 (2005 YY128) vai passar a cerca de 12 vezes a distância média entre a Terra e a Lua. Ele é um Asteroide Potencialmente Perigoso (PHA): conheça como a Nasa faz esta classificação.
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Por Roberto Peixoto, g1

Postado em 15 de fevereiro de 2023 às 10h40m

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O que é um asteroide?
O que é um asteroide?

Um asteroide com cerca de 1,2 km de diâmetro vai passar relativamente perto da Terra na noite desta quarta-feira (15). Mas isso não é motivo para alarde.

O chamado 199145 (2005 YY128) não representa nenhuma ameaça para nós porque, segundo a Nasa, o objeto passará a cerca de 12 vezes a distância média entre a Terra e a Lua, a 4,5 milhões de quilômetros.

Ilustração da Nasa representa um asteroide no espaço. — Foto: Nasa/Divulgação
Ilustração da Nasa representa um asteroide no espaço. — Foto: Nasa/Divulgação

Para os cientistas, essa distância permite classificá-lo como um Asteroides Próximos da Terra (NEO, na sigla em inglês) e um Asteroide Potencialmente Perigoso (PHA), mas isso não quer dizer que ele é uma ameaça para a gente nem mesmo em futuro próximo, essa é apenas uma classificação técnica, como explica o astrônomo Pedro Bernardinelli.

"A ideia não é assustar, mas chamar atenção ao objeto para observadores", explica o especialista.

Porém, ressalta o pesquisador, essa técnica de nomeação é importante para que os astrônomos possam entender e medir precisamente a órbita de tais objetos e, dessa forma, compreender o comportamento desses corpos celestes durante décadas.

"A definição de PHA é basicamente qualquer objeto que vai passar a menos de 0.05 unidades astronômicas (1ua = distancia Terra-Sol) da Terra", detalha o cientista, que também é doutor em física e astronomia na Universidade da Pensilvânia.

"Então é meio que um jeito de falar que esse é um objeto que vale a pena ser medido para poder fazer esse tipo de coisa".

Como a Nasa classifica esses objetos?

Segundo o Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra (Center for Near Earth Object Studies) da Nasa, esse asteroide vai fazer a sua maior aproximação com a Terra em quatro séculos aproximadamente às 20h no horário de Brasília, a uma velocidade de 88.740 km/h (veja uma imagem dele acima).

Porém, é preciso ressaltar novamente que os astrônomos o acompanham há bastante tempo, e conhecem bem o seu caminho orbital, assim como o de diversos outro Asteroides Próximos da Terra.

Os NEO são objetos que têm órbitas que passam perto da Terra. Eles são classificados da seguinte forma, de acordo com o comportamento médio de suas órbitas:

  1. Amors: não cruzam a órbita da Terra - ficam a todo tempo além do ponto mais distante da Terra.
  2. Apollos: são mais distantes do Sol que a Terra, mas chegam mais perto do sol que o ponto mais distante da órbita da Terra. O 199145 (2005 YY128) é um Apollo.
  3. Atiras: são internos à órbita da Terra. Ou seja, não a cruzam.
  4. Atens: são uma espécie de oposto do Apollos, pois ficam mais perto do Sol que a Terra, mas chegam na "região" da orbita da Terra (o ponto mais distante da orbita deles é mais distante do Sol que o mais proximo da Terra).

Veja a ilustração abaixo para entender melhor.

Tipos de asteroides e cometas próximos à Terra. — Foto: CNEOS/JPL/NASA
Tipos de asteroides e cometas próximos à Terra. — Foto: CNEOS/JPL/NASA

A Nasa estuda a fundo a órbita desses corpos para justamente prever aproximações e probabilidades de impacto. No ano passado, pela primeira vez na história, a agência inclusive conseguiu alterar a trajetória de um asteroide com sucesso. A missão foi um teste para verificar a capacidade de desviar a rota de corpos celestes que poderiam entrar em rota com a Terra no futuro.

Ainda de acordo com agência espacial americana, diariamente, cerca de cem toneladas de "material interplanetário" caem na superfície da Terra, mas a maioria desses objetos são minúsculas partículas de poeira que são liberadas por cometas (geralmente, os cometas são feitos de gelo e poeira, diferentemente dos asteroides, que são rochosos).

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