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segunda-feira, 20 de março de 2023

Com mercado em desaceleração, montadoras adotam férias coletivas em fábricas do Brasil

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Fábricas da Volkswagen, General Motors, Hyundai e Stellantis terão paralisação na produção nos próximos dias. Medida visa evitar criação de estoque, já que as vendas não estão positivas.
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Por g1 Vale do Paraíba e Região

Postado em 20 de março de 2023 às 18h20m

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Montadoras de carro adotam férias coletivas por queda nas vendas e desaceleração do mercado  — Foto: Reprodução
Montadoras de carro adotam férias coletivas por queda nas vendas e desaceleração do mercado — Foto: Reprodução

Com o mercado em desaceleração, ao menos quatro montadoras anunciaram férias coletivas entre março e abril em suas fábricas no Brasil. As paralisações na produção vão ocorrer em unidades da General Motors, Hyundai, Volkswagen e Stellantis, que reúne marcas como Fiat, Peugeot, Citröen.

Além da falta de componentes para produção, as paradas visam adequar a produção à demanda do mercado. Na prática, as montadoras vão pisar no freio para evitar a formação de grandes estoques, motivados pelo atual cenário econômico.

Um dos motivos é a alta inflação - o aumento no preço dos carros vem desde o final de 2020 e tem sido sentido cada vez mais. Recentemente, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) informou que a demanda realmente dava sinais de desaceleração para 2023.

Montadoras de carro adotam férias coletivas por queda nas vendas e desaceleração do mercado  — Foto: Thomas Peter/Reuters
Montadoras de carro adotam férias coletivas por queda nas vendas e desaceleração do mercado — Foto: Thomas Peter/Reuters

Durante coletiva de imprensa em fevereiro, o presidente da associação, Márcio de Lima Leite, explicou que, apesar de um aumento de quase 13% nas vendas em janeiro, era esperado um crescimento maior. Na ocasião, ele alertou sobre a necessidade de redução da taxa de juros para volta do crescimento do setor.

"O desempenho do primeiro bimestre, limitado pelas condições de crédito e oferta de suprimentos, reforça a necessidade de promover o reaquecimento do mercado e as cadeias locais de produção, disse Leite.

Até aqui, ao menos quatro montadoras confirmaram férias coletivas para adequar a produção e evitar a criação de estoque no país. São elas: Volkswagen, General Motors, Hyundai e Stellantis.

O g1 entrou em contato com as empresas para entender a adoção da medida. Confira abaixo:

Volkswagen

A montadora alemã confirmou que dará férias coletivas a dois mil trabalhadores na fábrica de Taubaté (SP). Serão 10 dias, que começam na próxima segunda-feira (27).

De acordo com a fabricante, a medida tem como objetivo a manutenção da linha de produção da unidade e ainda a instabilidade na cadeira de fornecimento de componentes, como por exemplo os semicondutores.

Fábrica da Volkswagen em Taubaté — Foto: Volkswagen/Divulgação
Fábrica da Volkswagen em Taubaté — Foto: Volkswagen/Divulgação

General Motors

Outra fabricante da região do Vale do Paraíba a adotar férias coletivas foi a General Motors. A medida atingirá três mil funcionários da unidade de São José dos Campos (SP) - cerca de 80% da área de produção – e também terá início no próximo dia 27.

A empresa não respondeu aos questionamentos feitos pelo g1, mas o Sindicato dos Metalúrgicos da cidade explicou que o objetivo também é ajuste de estoque por conta da desaceleração do mercado e queda das vendas.

Fábrica da GM em São José dos Campos  — Foto: GM/Divulgação
Fábrica da GM em São José dos Campos — Foto: GM/Divulgação

Hyundai

A multinacional sul-coreana informou que concede férias a partir desta segunda-feira (20) até o dia 2 de abril. São afetados 2 mil colaboradores de três turnos de produção e equipes administrativas de sua fábrica de veículos em Piracicaba (SP). Não estão incluídas operações da fábrica de motores, na mesma unidade, que seguirão normalmente.

De acordo com o comunicado enviado pela empresa, a decisão visa adequar os volumes de produção para o mês de março, evitar estoque e acompanhar dinâmica do mercado interno de veículos para o primeiro trimestre.

Ainda segundo a Hyundai, os volumes de produção programados para os outros meses do ano permanecem programados.

Produção de veículos na fábrica da Hyundai, em Piracicaba (SP) — Foto: Divulgação/Hyundai
Produção de veículos na fábrica da Hyundai, em Piracicaba (SP) — Foto: Divulgação/Hyundai

Stellantis

Dona das marcas Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën, a gigante franco-ítalo-americana informou que adotará férias coletivas na planta de Goiana (PE) a partir da próxima quarta-feira (22). A medida seguirá até o dia 10 de abril e atinge um de três turnos de trabalha na fábrica.

A partir do dia 27 de março, os demais turnos também serão interrompidos e retornarão no dia 6 de abril.

De acordo com a multinacional, o objetivo também é ajustar o volume de produção à demanda disponível no momento.

Produção de veículos na fábrica da Stellantis em Goiana (PE) — Foto: Divulgação/Stellantis
Produção de veículos na fábrica da Stellantis em Goiana (PE) — Foto: Divulgação/Stellantis

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Economista vencedor do Nobel diz que Brasil sobreviveu a uma 'pena de morte' ao se referir aos juros

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Norte-americano Joseph Stiglitz participa do seminário 'Estratégias de Desenvolvimento Sustentável para o Século 21', na sede do BNDES, no Centro do Rio.
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Por Carlos de Lannoy, TV Globo e g1 Rio

Postado em 20 de março de 2023 às 17h40m

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Economista vencedor do Nobel se refere à taxa de juros no Brasil como “chocante”Economista vencedor do Nobel se refere à taxa de juros no Brasil como “chocante”

Prêmio Nobel de Economia em 2001, o americano Joseph Stiglitz disse, nesta segunda-feira (20), que o Brasil vem sobrevivendo a uma pena de morte ao se referir à alta taxa de juros no país, que classificou como chocante.

"O problema que todo mundo fala aqui no Brasil, já ouvimos várias vezes, é a taxa de juros. A taxa de juros reais [entenda abaixo] de vocês é realmente chocante. Os números que vocês estão falando a respeito (...) são um tipo de taxa de juros capaz de matar qualquer economia. Na verdade, eu acho notável que o Brasil tenha sobrevivido ao que normalmente seria uma pena de morte.

A taxa de juros hoje está em 13,75% e a de juros reais atingiu 8,52% ao ano. A taxa de juros real é calculada com abatimento da inflação prevista para os próximos 12 meses, sendo considerada uma medida melhor para comparação com outros países.

Para Stigiltz, o Brasil sobreviveu porque conta com bancos estatais de desenvolvimento, como o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social. A declaração foi feita na sede do BNDES, no Centro do Rio, onde ele participou do seminário Estratégias de Desenvolvimento Sustentável para o Século 21.

A taxa básica de juros, a Selic, está em 13,75% desde agosto, e o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom/BC) decidiu mantê-la na última reunião, em fevereiro — a partir de então, o presidente Lula vem constantemente criticando o BC pela ata. O colegiado se reúne novamente a partir desta terça-feira (21), quando discutirá se altera ou não a taxa.

O americano Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia em 2001 — Foto: Reprodução/TV Globo
O americano Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia em 2001 — Foto: Reprodução/TV Globo

‘Não justifica’, diz Alckmin sobre taxa de juros
Geraldo Alckmin no BNDES — Foto: Reprodução/TV Globo
Geraldo Alckmin no BNDES — Foto: Reprodução/TV Globo

Também presente no evento, Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, também criticou a atual taxa de juros no país.

Não há nada que justifique 8% de juro real acima da inflação quando não há demanda explodindo e de outro lado quando o mundo inteiro está praticamente com juro negativo, declarou.

Apesar de criticar o patamar atual da taxa de juros, Alckmin afirmou que a inflação — que o Banco Central busca controlar por meio da taxa Selic — não pode voltar. Não pode voltar inflação. A inflação não é socialmente neutra: ela tira do mais pobre e põe para o mais rico, afirmou Alckmin.

O Brasil é o país com a maior taxa de juros reais (descontada a inflação) do mundo, segundo levantamento feito pelo MoneYou e pela Infinity Asset Management em fevereiro. O país se mantém na liderança deste ranking desde maio do ano passado.

Alckmin elogiou a ancoragem fiscal, que deverá ser divulgada nos próximos dias, que contempla a curva da dívida, o superávit e o controle de gastos. Temos inúmeros desafios, entre eles imposto e o custo do dinheiro, os juros altos. Mas o governo Lula está muito empenhado em fazer a reforma tributária. Vai simplificar cinco tributos em um único imposto, o IVA, que vai reduzir o custo Brasil, explicou o vice-presidente.

O vice-presidente disse também estar muito otimista com o avanço da reforma tributária. Simplifica tributos e tira a cumulatividade. Vai estimular a exportação e também reduzir o custo Brasil, explicou.

Presidente do BNDES, Aloizio Mercadante recebeu também José Pio Borges, presidente do Conselho Curador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), e Josué Gomes, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Mercadante também criticou os juros altos, o que, segundo ele, deixa o cenário pouco competitivo para investimentos em energia limpa.

Nós estamos aguardando um novo arcabouço fiscal. O ministro [Fernando] Haddad pode esperar de mim e do banco total lealdade e parceria, ao contrário das especulações que são publicadas, disse Mercadante.

Nós não estamos aqui para outra razão, não temos expectativa de substituir ninguém, muito menos de competir; agora, não nos peçam para deixar de dizer o que nós pensamos e ajudar o governo a acertar, a encontrar o melhor caminho, a buscar as melhores práticas. É para isso que nós estamos aqui, prosseguiu.

Esse banco esteve historicamente e vai voltar. Aquele banco acanhado acabou. Ele vai debater, vai investir e vai impulsionar o crescimento do país, emendou.

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