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Premiê israelense tenta reescrever biografia em campanha militar contra principal inimigo de Israel, para afastar-se de julgamentos por corrupção, mandado internacional de prisão, crise humanitária em Gaza e reféns.<<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por Sandra Cohen Especializada em temas internacionais, foi repórter, correspondente e editora de Mundo em 'O Globo'
Por Sandra Cohen, g1
Postado em 18 de Junho de 2.025 às 10h45m
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Montagem mostra Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, e o
aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã. — Foto: Ronen
Zvulun/Reuters; Gabinete do Líder Supremo do Irã/WANA (Agência de
notícias do Oeste Asiático)/Divulgação via Reuters
A guerra aberta com o Irã livrou o primeiro-ministro de Israel dos problemas mais prementes, que faziam a sua popularidade despencar, pelo atrito direto e simultâneo com críticos e aliados que sustentam a coalizão de extrema direita do governo israelense.
Como o primeiro-ministro mais longevo do país, Benjamin Netanyahu dirige a principal campanha militar de sua carreira política, com a qual ele espera reescrever o legado diante dos israelenses e da comunidade internacional.
Estes planos, contudo, esbarram na dura realidade que o país vive sob o seu comando: o primeiro-ministro sabe como iniciar uma guerra, mas não parece dominar o caminho para terminá-la. O conflito duradouro é sempre a melhor alternativa para manter-se à frente do poder e assegurar a sobrevivência política.
Basta rever a ofensiva iniciada há 621 dias contra o Hamas em Gaza, para vingar o maior massacre já sofrido pelo país em seu próprio território. A vitória total prometida por Netanyahu nunca foi alcançada, apesar de Israel ter desmantelado boa parte do comando militar do Hamas e do Hezbollah. As tentativas de obter um cessar-fogo e trazer de volta os reféns foram torpedeadas.
O governo entrou no confronto em Gaza sem uma estratégia clara para o futuro do enclave palestino, transformado rapidamente em terra arrasada e palco de uma crise humanitária de grandes proporções, que afastou Israel de aliados europeus e desencadeou atos antissemitas pelo mundo.
Desta vez, Netanyahu invocou a destruição do programa nuclear iraniano como objetivo para atacar o país inimigo, a 1.200 quilômetros de distância. A ofensiva bem-sucedida dos primeiros dias desmascarou rapidamente outro propósito, bem mais complexo, do premiê: a mudança de regime no Irã. Ele sabe que ambos vão ao encontro do anseio coletivo da população israelense, formada sob a ideia da ameaça de extinção do país, frequentemente alardeada pelo regime teocrático.
De início, a ofensiva no Irã agregou, num raro consenso, mentes e ideologias opostas do universo israelense. Enquanto a população se refugia em abrigos antiaéreos, para proteger-se de mísseis balísticos e drones lançados pelo Irã, saíram de cena os problemas incômodos de Netanyahu: os julgamentos em três processos de corrupção e o mandado de prisão expedido pelo Tribunal Internacional, acusado de crimes de guerra e contra a Humanidade.
A fome em Gaza deixou as manchetes, assim como o destino dos 50 reféns mantidos há 20 meses no enclave. Não se discute mais o recrutamento de ultraortodoxos para o Exército, que na véspera do início dos ataques, ameaçou a dissolução do governo.
Com a campanha militar no Irã, Netanyahu conseguiu, ao menos provisoriamente, assentar as insatisfações internas. Esta, por si só, é uma vitória preliminar do premiê, ainda que as consequências deste confronto sejam, a cada dia, mais sombrias.
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