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domingo, 26 de outubro de 2025

Como é viver nas cidades com tecnologia mais avançada do mundo

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A Organização Mundial da Propriedade Industrial publicou sua lista atual dos maiores polos de inovação do mundo.
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TOPO
Por Lindsey Galloway

Postado em 26 de Outubro de 2.025 às 14h20m
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O polo formado pelas cidades de Guangzhou (foto), Hong Kong e Shenzhen, na China, foi considerado o principal polo de inovação do mundo em 2025 — Foto: Getty Images
O polo formado pelas cidades de Guangzhou (foto), Hong Kong e Shenzhen, na China, foi considerado o principal polo de inovação do mundo em 2025 — Foto: Getty Images

A inteligência artificial (IA) em rápida ascensão, os carros autônomos e a energia verde estão se tornando o padrão em todo o mundo.

As inovações avançam mais rapidamente do que nunca. Novas invenções e suas patentes surgem em países e cidades de todo o mundo, mas alguns lugares se destacam por trazerem mais progresso do que outros.

O Índice de Inovação Global 2025 (GII, na sigla em inglês), publicado anualmente pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), classifica os principais países e polos de inovação, com base em diversos critérios.

Eles incluem padrões de investimento, progresso tecnológico, índices de adoção das inovações e seu impacto socioeconômico global.

Coletivamente, os 100 principais polos inovadores — de São Francisco, nos Estados Unidos, até Shenzhen, na China — representam mais de 70% do capital de risco e das patentes globais.

Conversamos com moradores dos cinco principais polos de inovação do mundo para descobrir como a tecnologia influencia sua vida diária e como os visitantes podem vivenciar suas ideias inovadoras — muitas vezes, antes que elas cheguem a outras partes do planeta.

1. Shenzhen-Hong Kong-Guangzhou, China

A China aparece no top 10 do Índice de Inovação Global pela primeira vez em 2025. Sua ascensão se deve ao aumento do número de patentes, investimento científico e capital de risco no país.

A nação asiática abriga 24 dos 100 maiores polos de inovação do relatório e o centro tecnológico de Shenzhen-Hong Kong-Guangzhou, no sul da China, ocupa o primeiro lugar.

Nesta região, a tecnologia é interligada à vida diária e a inovação está incorporada à cultura.

Jamie River mora em Hong Kong há três anos.

Ele conta que você pode visitar um mercado de rua e encontrar vendedores usando QR-codes para pagamento, ao lado de placas com preços manuscritos. E os proprietários de pequenas lojas gerenciam seus pedidos para delivery usando três aplicativos diferentes.

"A união do novo com o antigo cria esta estranha energia", explica River. "Ninguém tem medo de testar as coisas."

O cartão Octopus foi lançado em Hong Kong em 1997, originalmente como método de pagamento para o transporte público. Agora, é uma solução tecnológica diária de muitas pessoas, que pode ser usada para pagar de tudo, desde máquinas de venda automática até parquímetros.

Para vivenciar a inovadora tecnologia de Hong Kong, River recomenda aos visitantes pegar a barca Star Ferry à noite e assistir à Sinfonia das Luzes. A apresentação sincroniza a trilha sonora com luzes, lasers e telas de LED em 43 edifícios.

Para observar a integração criativa do novo e do antigo, a antiga delegacia de polícia PMQ, agora, abriga escritórios, lojas e cafeterias.

"Você verá oficinas de impressão em 3D ao lado de estúdios de caligrafia tradicional", descreve ele.

A deslumbrante Sinfonia das Luzes transforma as noites do Porto de Victoria, em Hong Kong, em uma exibição coreográfica que reúne arte e tecnologia — Foto: Getty Images
A deslumbrante Sinfonia das Luzes transforma as noites do Porto de Victoria, em Hong Kong, em uma exibição coreográfica que reúne arte e tecnologia — Foto: Getty Images

Sede de corporações globais da área de tecnologia, como a Huawei e a Tencent, a cidade de Shenzhen se transformou de aldeia de pescadores em força motriz do setor.

A mudança foi intencional. Em 1980, o governo chinês escolheu a cidade para ser sua primeira Zona Econômica Especial, oferecendo isenções e incentivos fiscais para estimular a inovação.

Seu status como centro de criatividade continuou a crescer depois que Shenzhen foi nomeada Cidade Criativa da Unesco em 2008. Ela recebeu investimentos que financiariam espaços de criação, como o Laboratório Aberto de Inovação de Shenzhen.

"Esta estrutura de apoio permite rápido dimensionamento e experimentação", explica Leon Huang, que mora na cidade desde 2008.

"Espaços de criação como o OCT Loft e a Sociedade de Design de Shekou são disponíveis para todos, oferecendo ferramentas avançadas a preços acessíveis, incluindo ambientes de realidade virtual."

"A variedade de pessoas que frequenta esses espaços, incluindo hobbyistas, estudantes e professionais de empresas de tecnologia como a Huawei e a DJI, contribui para uma atmosfera verdadeiramente inclusiva", segundo Huang.

Huang sugere que os visitantes assistam a um dos elaborados shows de drones que ocorrem na Baía do Parque de Talentos de Shenzhen ou durante eventos importantes, como o Festival da Primavera e o Dia Nacional da China.

A cidade estabeleceu recentemente o recorde de maior show de drones do mundo, com cerca de 12 mil aparelhos.

2. Tóquio-Yokohama, Japão

Em segundo lugar no ranking, o polo de inovação Tóquio-Yokohama produz o maior percentual de depósitos de patentes internacionais do mundo. Ele representa mais de 10% dos depósitos globais.

Mas o que atrai os moradores é que a tecnologia e a inovação parecem algo prático, não chamativo.

"No Japão, tecnologia não é uma louca imaginação de carros voadores, como todos nós acreditávamos que seria o ano de 2050", afirma Dana Yao. Ela conheceu seu marido em Tóquio e, agora, divide seu tempo entre o Japão e os Estados Unidos.

Ela conta que, ali, a tecnologia está no cartão do trem que pode ser usado nos ônibus e nas máquinas de vendas automáticas, além dos sensores de IA das lojas de conveniência, que oferecem autoatendimento e pagamento sem dinheiro.

"Você encontra essas inovações pequenas, mas poderosas, em toda parte", ela conta. "É alta tecnologia, mas ainda muito humana e realmente útil."

Os visitantes do museu de arte interativo teamLab Planets, em Tóquio, caminham em salas imersivas de luzes, cores e movimento — Foto: Alamy
Os visitantes do museu de arte interativo teamLab Planets, em Tóquio, caminham em salas imersivas de luzes, cores e movimento — Foto: Alamy

Os visitantes podem vivenciar esse mundo tecnológico no Henn Na Hotel. Nele, o check-in é totalmente automatizado, alguns dos funcionários são robóticos e "camas inteligentes" ajustam a temperatura de sono ideal.

Yao também recomenda viajar no trem autônomo da linha Yurikamome, na baía de Tóquio. "É totalmente automatizado e oferece vistas deslumbrantes da cidade e da Ponte do Arco-Íris", ela conta.

E, para uma dose de encanto digital, o museu de arte interativo teamLab Planets oferece uma experiência de arte imersiva na tecnologia.

"Salões inteiros reagem aos seus movimentos, luzes e sons", segundo Yao. "É simplesmente incrível."

3. San José-São Francisco, Estados Unidos

g1 testa o Waymo, o carro autônomo do Google, nos Estados Unidos
g1 testa o Waymo, o carro autônomo do Google, nos Estados Unidos

Conhecido mundialmente como Vale do Silício, o polo de inovação San José-São Francisco lidera o planeta em termos de capital de risco. Ele gera cerca de 7% de todos os negócios globais.

O relatório GII também concluiu que o polo tem a maior concentração de atividade de inovação per capita do mundo.

Esta densidade é que continua atraindo empreendedores e fundadores de start-ups, especialmente agora, com o aumento das oportunidades oferecidas pela IA.

"Eu nunca quis morar em São Francisco até agora", conta o novo morador da cidade Ritesh Patel, fundador da empresa Ticket Fairy.

"É como o boom ponto com original. Pessoas muito inteligentes estão se reunindo aqui e pessoas que saíram estão voltando." Por isso, as possibilidades de formação de redes estão em toda parte.

"Você pode estar em um jantar conversando sobre os desafios que está enfrentando como fundador de uma start-up e, no minuto seguinte, alguém na mesa diz que pode ajudar", segundo Patel.

"Eles enviam uma mensagem de texto e, de repente, você tem uma apresentação ou reunião com uma pessoa relevante com quem você nunca teria contato por e-mail ou pelas redes sociais. É alucinante!"

Para os visitantes em São Francisco e no Vale do Silício, a questão é experimentar a tecnologia antes que ela se torne algo comum.

"Você encontra tecnologia de ponta que o resto do mundo só irá conhecer daqui a seis ou 12 meses", explica Patel.

Serviços de compartilhamento de viagens, como Uber e Lyft, eram largamente utilizados por aqui, antes de se tornarem empresas globais. Agora, os carros autônomos Waymo detêm parcela de mercado significativa na região e podem ser usados por qualquer pessoa que instale seu aplicativo.

4. Pequim, China

No GII, a capital chinesa superou todas as demais cidades em termos de pesquisas científicas. Ela contribui com 4% dos estudos publicados em todo o mundo.

Mas os moradores de Pequim afirmam que a verdadeira força da cidade é o seu equilíbrio entre a infraestrutura de alta tecnologia e suas profundas raízes culturais.

"Outras 'cidades inteligentes', na verdade, se concentram no lado moderno, mas Pequim combina inovação, cultura e qualidade de vida, o que a torna, ao mesmo tempo, avançada, mas única", explica a futurista de IA Elle Farrell-Kingsley, que, atualmente, considera Pequim sua casa.

Ela conta que o dia a dia da cidade é alimentado por superaplicativos como Alipay e WeChat. Ambos incluem opções de tradução, pagamentos por QR-code e delivery de alimentos.

Farrell-Kingsley também afirma que a IA, particularmente o Deepseek e DouBao, estão embutidos nos serviços diários, o que facilita a tradução para os falantes de língua inglesa.

Pequim combina harmoniosamente a conveniência da alta tecnologia e suas profundas tradições culturais — Foto: Getty Images
Pequim combina harmoniosamente a conveniência da alta tecnologia e suas profundas tradições culturais — Foto: Getty Images

A única frustração é sair para viajar e verificar que os serviços não são tão harmoniosos em outros lugares.

"Tudo aqui funciona tão bem que quase esquecemos como esses serviços são integrados e inovadores, até sairmos em viagem", ela conta.

"Raramente observo grandes incidentes com a tecnologia e, muitas vezes, fico frustrada ou impaciente ao visitar outros países onde esses serviços não funcionam com a mesma estabilidade."

Os visitantes podem vivenciar pessoalmente a avançada IA da cidade reservando o robotáxi Apollo, da Baidu.

"É uma experiência incrível e empolgante, especialmente porque ele não tem volante de direção!", elogia Farrell-Kingsley. "Você simplesmente entra e o carro sai andando sozinho, o que parece futurista e surpreendentemente seguro."

5. Seul, Coreia do Sul

Em quinto lugar entre os polos de inovação do GII, Seul representa 5,4% dos pedidos globais de patentes.

A capital sul-coreana lidera em acordos de capital de risco na Ásia e ocupa o segundo lugar global, atrás apenas de São Francisco.

Os moradores afirmam que o impulso da Coreia do Sul rumo à inovação vem da necessidade. Afinal, a quantidade de recursos naturais da pequena nação peninsular é limitada.

"O país precisa competir com inovações e tecnologia", explica Chris Oberman. Ele mora em Seul desde 2024 e escreve sobre suas viagens no blog Moving Jack.

"Os avós de muitas pessoas moravam na pobreza", ele conta. "Por isso, existe ainda essa enorme vontade e energia para crescer, melhorar, inovar e não ficar para trás."

O rio Cheongyecheon, no centro de Seul, oferece uma ideia do design inteligente e sustentável da capital da Coreia do Sul — Foto: Getty Images
O rio Cheongyecheon, no centro de Seul, oferece uma ideia do design inteligente e sustentável da capital da Coreia do Sul — Foto: Getty Images

Grande parte da inovação e da tecnologia está incluída no dia a dia dos moradores.

As casas normalmente têm portas que abrem com códigos digitais e os sistemas de pagamento sem dinheiro fazem com que você só precise levar seu celular quando sair de casa.

"Chaves, cartões, minha carteira, dinheiro: posso deixar tudo em casa", segundo Oberman.

Os visitantes podem conhecer a infraestrutura futurística da cidade caminhando pelo rio Cheongyecheon, uma área pública para pedestres, mas que também pode ser percorrida em ônibus elétricos autônomos.

Em toda a cidade, lojas de conveniência sem caixas ficam abertas 24 horas por dia, sete dias por semana. Nelas, os clientes podem pegar seus produtos e pagar em máquinas inteligentes. Sistemas de IA acompanham o inventário e evitam roubos.

Os 10 maiores polos de inovação do mundo

São Paulo é a cidade latino-americana com melhor classificação no índice da OMPI, em 49° lugar — Foto: Getty Images
São Paulo é a cidade latino-americana com melhor classificação no índice da OMPI, em 49° lugar — Foto: Getty Images

  1. Shenzhen-Hong Kong-Guangzhou, China
  2. Tóquio-Yokohama, Japão
  3. San José-São Francisco, Estados Unidos
  4. Pequim, China
  5. Seul, Coreia do Sul
  6. Xangai-Suzhou, China
  7. Nova York, Estados Unidos
  8. Londres, Reino Unido
  9. Boston-Cambridge, Estados Unidos
  10. Los Angeles, Estados Unidos

Duas cidades latino-americanas foram incluídas entre os 100 maiores polos de inovação do mundo, segundo o Índice de Inovação Global 2025 da OMPI: São Paulo aparece em 49° lugar e a Cidade do México, pela primeira vez na lista das 100 primeiras, em 79°.

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Travel.

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Cemitério encontrado em estacionamento de Salvador abriga corpos de mais de 100 mil escravizados, aponta pesquisa

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Resultados da escavação foram apresentados em reunião com representantes do Ministério Público e Iphan. Mesmo após descobertas, local segue sendo usado como estacionamento.
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Por g1 BA

Postado em 26 de Outubro de 2.025 às 11h35m
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Arqueólogos encontram primeiras ossadas no cemitério de escravizados em Salvador
Arqueólogos encontram primeiras ossadas no cemitério de escravizados em Salvador

O Cemitério de Escravizados encontrado no estacionamento da Pupileira, na Santa Casa de Misericórdia, em Salvador, abriga os corpos de mais de 100 mil pessoas. De acordo com o Ministério Público da Bahia (MP-BA), os resultados da pesquisa arqueológica foram apresentados em uma reunião no dia 21 de outubro.

O local pode ser o maior cemitério de escravizados da América Latina. Além de representantes do MP-BA e de arqueólogos envolvidos na pesquisa acerca do cemitério, a reunião contou com a presença de representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da Fundação Gregório de Matos (FGM) e do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado da Bahia (Ipac).

O local foi descoberto durante a pesquisa de doutorado da arquiteta urbanista Silvana Olivieri, desenvolvida na Universidade Federal da Bahia (Ufba). Após comparações de mapas da época e fotos de satélite atuais, ela identificou o cemitério no estacionamento que fica no centro de Salvador. (Saiba mais sobre a pesquisa ao fim da reportagem)

As escavações no estacionamento começaram em 14 de maio deste ano. No terceiro dia de trabalho, os arqueólogos encontraram os primeiros vestígios: fragmentos de objetos e porcelanas do século 19. Cerca de 10 dias depois, as primeiras ossadas foram achadas.

Primeiros vestígios são encontrados em cemitério de escravizados na Pupileira, em Salvador — Foto: Divulgação
Primeiros vestígios são encontrados em cemitério de escravizados na Pupileira, em Salvador — Foto: Divulgação

Mesmo após os vestígios serem encontrados, o local segue sendo o utilizado como estacionamento. De acordo com o MP-BA, representantes do Iphan recomendaram que que a Santa Casa suspenda o uso do espaço.

Além disso, a pesquisadora Silvana Olivieri pediu que o cemitério seja reconhecido como 'Sítio Arqueológico Cemitério dos Africanos', solicitação já encaminhada ao Iphan.

Pesquisa

Mapas antigos ajudaram na localização de cemitério de escravizados do século 18  — Foto: Silvana Olivieri
Mapas antigos ajudaram na localização de cemitério de escravizados do século 18 — Foto: Silvana Olivieri

🔎 Para encontrar o cemitério, a pesquisadora arquiteta e urbanista Silvana Olivieri utilizou como fonte diversos mapas e plantas de Salvador, do século 18, para chegar até a localização do cemitério. Ela também leu artigos dos historiadores Braz do Amaral (1917) e Consuelo Pondé de Sena (1981), e um livro escrito em 1862 por Antônio Joaquim Damázio, contador da Santa Casa.

O cemitério foi inicialmente administrado pela Câmara Municipal e, em seguida, passou a ser de responsabilidade da Santa Casa. Registros históricos apontam 150 anos de atividade até 1844, quando a instituição comprou e começou a operar o Cemitério Campo Santo, localizado no bairro da Federação.

De acordo com as pesquisas, as pessoas enterradas no local são, em sua maioria, escravizados. Os registros ainda mostram que indígenas, integrantes da comunidade cigana e pessoas que não tinham como custear o enterro também tiveram os corpos descartados no local.

Também há possibilidade de pessoas que participaram da Revolta dos Malês, dos Búzios e da Revolução Pernambucana tenham sido enterradas no cemitério.

Ainda conforme as pesquisas, os sepultamentos eram feitos em vala comum e superficiais, sem nenhuma cerimônia religiosa.

Mapa antigo da região foi estudado para localizar o cemitério, que fica no estacionamento da Pupiliera — Foto: Silvana Olivieri
Mapa antigo da região foi estudado para localizar o cemitério, que fica no estacionamento da Pupiliera — Foto: Silvana Olivieri

Veja mais notícias do estado em g1 Bahia.

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Como viagem de Lula à Ásia para rebater efeito Trump pode acabar selando paz entre os dois

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Expectativa do governo brasileiro é que o encontro entre Trump e Lula aconteça no domingo (26), às margens de cúpula na Malásia.
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TOPO
Por Mariana Schreiber, Julia Braun

Postado em 25 de Outubro de 2.025 às 07h00m
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Lula trata como certa reunião com Trump na Malásia e lista pontos que pretende negociar
Lula trata como certa reunião com Trump na Malásia e lista pontos que pretende negociar

Desde que Donald Trump retornou à Casa Branca no início de 2025, o Brasil vem apostando na diversificação de suas rotas comerciais, em busca de caminhos alternativos diante de uma provável deterioração nas relações com Washington.

A viagem de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Sudeste Asiático, com passagem pela Indonésia e Malásia, foi marcada justamente como parte dessa estratégia, segundo fontes do governo brasileiro.

Mas a possibilidade cada vez mais real de que um encontro cara a cara entre Trump e Lula aconteça às margens da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), em Kuala Lumpur, está mudando totalmente as expectativas em relação à viagem.

Expectativa do governo brasileiro é que o encontro entre Trump e Lula aconteça no domingo (26/10), às margens da cúpula da Asean na Malásia — Foto: Getty Images
Expectativa do governo brasileiro é que o encontro entre Trump e Lula aconteça no domingo (26/10), às margens da cúpula da Asean na Malásia — Foto: Getty Images

Os dois líderes se cruzaram brevemente durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, em setembro, e Washington e Brasília vêm mantendo contato próximo desde então.

A reunião na Malásia, porém, deve ser o primeiro encontro presencial formal entre os chefes de Estado desde a implementação de tarifa de 50% sobre a maioria dos produtos exportados pelo Brasil em agosto e a consequente deterioração das relações.

Além das tarifas, o USTR, escritório do representante comercial dos EUA, abriu em julho uma investigação contra o governo brasileiro por supostas práticas desleais de comércio. A Casa Branca também adotou restrições de vistos a autoridades brasileiras e sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e sua mulher, Viviane Barci de Moraes, em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A reunião bilateral com Trump não havia sido confirmada oficialmente até a manhã desta sexta-feira (24/10), mas a expectativa do governo brasileiro é que o encontro aconteça no domingo (26/10), às margens da cúpula da Asean.

Mesmo com a perspectiva de um encontro para tentar selar a paz, os dois líderes têm dado sinais de que não pretendem recuar de suas posições.

Na quarta-feira (22/10), Trump afirmou que os pecuaristas americanos "estão indo bem" graças à tarifa imposta sobre o gado de outros países, como o Brasil.

"Os pecuaristas, que eu adoro, não percebem que a única razão pela qual estão indo tão bem — pela primeira vez em décadas — é porque impus tarifas sobre o gado que entra nos Estados Unidos, incluindo uma tarifa de 50% sobre o Brasil", escreveu em sua rede social.

O republicano acrescentou que, se não fosse por ele, os criadores de gado americanos "estariam na mesma situação dos últimos 20 anos", que classificou como "péssima".

Já Lula, na quinta, voltou a defender alternativas ao dólar no comércio global. Durante a visita que faz à Indonésia, o presidente afirmou que tanto o Pix quanto o sistema de pagamentos indonésio têm potencial para facilitar o intercâmbio entre os dois países e entre os membros do Brics.

"O século 21 exige que tenhamos a coragem que não tivemos no século 20", disse Lula, ao defender "uma nova forma de agir comercialmente, para não ficarmos dependentes de ninguém", sem citar diretamente os Estados Unidos.

A defesa de moedas alternativas à americana, reforçada pelo Brasil durante a cúpula dos Brics em julho, foi apontada por Trump como um dos motivos para a imposição das tarifas às exportações brasileiras.

Para Fernanda Nanci Gonçalves, professora de Relações Internacionais na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o momento é de melhora no clima político.

Segundo a cientista política, a recente ligação entre Trump e Lula e o primeiro encontro entre os chanceleres do Brasil e dos EUA realizado em Washington na semana passada são indícios de que "há espaço para um diálogo pragmático, mesmo com divergências ideológicas."

"Claro que é preciso ter cautela porque a reversão de tarifas e a retomada de uma 'agenda positiva' dependem de ações concretas, especialmente em temas como comércio, energia e segurança das cadeias produtivas. Mas, sem dúvidas, o clima político melhorou", diz a especialista.

O ex-secretário de Comércio Exterior do governo brasileiro e consultor Welber Barral faz uma avaliação semelhante.

"Seguramente não vai ser tudo resolvido nessa reunião. Há vários temas complexos [que precisam ser negociados], como tarifas específicas, regulamentação e as várias reclamações americanas que têm caráter muito técnico", diz.

"Mas eles devem pelo menos colocar sobre a mesa os temas que serão negociados."

Da diversificação à reaproximação

Uma fonte próxima à Presidência descreveu a viagem de Lula ao Sudeste Asiático como um capítulo de uma estratégia maior de resposta à eleição de Donald Trump nos EUA.

Segundo o interlocutor, o governo brasileiro já previa que a volta do republicano à Casa Branca pudesse abalar as relações antes mesmo da posse e, por isso, vem tentando reforçar outras rotas comerciais desde novembro do ano passado para reduzir a dependência do mercado americano.

Os países membros da Asean são parte importante dessa busca. A organização regional que promove a cooperação econômica entre seus dez países membros do Sudeste Asiático soma atualmente mais de 680 milhões de habitantes com PIB [Produto Interno Bruto] agregado de cerca de US$ 4 trilhões.

Se fosse um único país, a Asean seria o quinto principal parceiro comercial do Brasil, atrás da China, União Europeia, dos Estados Unidos e da Argentina.

Por tudo isso, a possibilidade de uma reunião com Trump é vista como um "fator adicional de acerto" comercial durante a passagem de Lula pelo Sudeste Asiático.

Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Londres e Washington D.C., diz que os últimos acontecimentos indicam certo otimismo sobre o futuro da relação entre Brasil e EUA.

"O encontro abriu a porta para as negociações comerciais que vão ser positivas porque atendem aos interesses do setor privado norte-americano", diz o diplomata, que atribui a mudança de postura do governo Trump a "gestões de companhias americanas e brasileiras afetadas pelas restrições comerciais".

O ministro Mauro Vieira participa de reunião com o Secretário de Estado dos Estados Unidos da América, Marco Rubio — Foto: Freddie Everett/US. Department of State
O ministro Mauro Vieira participa de reunião com o Secretário de Estado dos Estados Unidos da América, Marco Rubio — Foto: Freddie Everett/US. Department of State

Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, se reuniram por uma hora na Casa Branca, em Washington.

Em uma breve declaração à imprensa, o chanceler brasileiro disse que encontro foi "muito produtivo, num clima excelente de descontração e de troca de ideias e posições de uma forma muito clara e muito objetiva".

Segundo Vieira, houve "muita disposição para trabalhar em conjunto para traçar uma agenda bilateral de encontros para tratar de temas específicos de comércio".

Pelo lado americano, Rubio e o representante de comércio dos EUA, Jamieson Greer, disseram em um comunicado conjunto que tiveram com o ministro brasileiro "conversas muito positivas sobre comércio e as questões bilaterais em curso".

Segundo a nota, os três "concordaram em colaborar e conduzir discussões em múltiplas frentes no futuro imediato e estabelecer um plano de ação".

Apesar das conversas em Washington não terem abordado temas ou conclusões específicas, Welber Barral afirma que não ficaria totalmente surpreso se algo relevante fosse anunciado já após a reunião entre os chefes de Estado em Kuala Lumpur.

"Trump sempre quer anunciar alguma coisa após suas reuniões", diz o ex-secretário de Comércio Exterior. "Poderia anunciar algo que ressoe com a base eleitoral dele."

O que o Brasil pode oferecer aos EUA?

Para Fernanda Gonçalves, da UERJ, o Brasil pode buscar construir com os EUA uma relação estratégica mais ampla, e não apenas comercial, a fim de criar condições políticas mais favoráveis para a redução gradual das tarifas e uma reaproximação econômica duradoura.

Entre as contrapartidas que poderiam ser oferecidas a Washington citadas pela especialista estão a adoção de cotas tarifárias específicas e a instalação de mecanismos de transparência comercial que reduzam o argumento de "segurança nacional" usado pelos americanos para implementar as tarifas sobre o aço e o alumínio.

"O governo também pode propor cooperação em minerais críticos e energia limpa, reforçando cadeias de valor regionais e biocombustíveis, e ampliar parcerias em ciência, tecnologia e inovação", afirma a cientista política.

Rubens Barbosa, por sua vez, defende uma abordagem menos proativa por parte do Brasil nas negociações.

"O governo brasileiro tem de defender os interesses das empresas nacionais e aguardar as demandas do lado americano para poder reagir a elas. Não deve oferecer nada", avalia.

Os especialistas afirmam, porém, que para garantir que as conversas fluam é importante manter fora da pauta assuntos mais delicados, como o endurecimento do governo Trump em relação à Venezuela.

Forças dos EUA já realizaram pelo menos nove ataques a barcos suspeitos de transportar drogas no Caribe, perto da costa venezuelana, nas últimas semanas. A Casa Branca afirma estar comandando um esforço para reprimir o narcotráfico na região e acusa o presidente venezuelano Nicolás Maduro de liderar o Cartel de los Soles, grupo classificado como organização narcoterrorista.

"É um ponto sensível e como o Brasil busca equilíbrio e diálogo regional deve evitar que a divergência de visões sobre a Venezuela contamine a pauta comercial", diz Fernanda Gonçalves.

Lula poderia, no máximo, oferecer sua atuação como negociador neutro para superar a crise, caso fosse pertinente, opina Barbosa.

Em busca do Sudeste Asiático

Lula desembarcou em Jacarta, na Indonésia, na quarta-feira (22) e foi recebido com honras militares pelo presidente Prabowo Subianto no Palácio Merdeka na manhã de quinta-feira (23). Os dois tiveram um encontro privado e assinaram acordos de cooperação nas áreas de energia, mineração, agricultura, ciência, tecnologia, estatística e comércio.

Segundo destacou o embaixador Everton Frask Lucero, que é diretor do Departamento de Índia, Sul e Sudeste da Ásia do Palácio Itamaraty, em conversa com jornalistas antes do início da viagem, a Indonésia é um importante destino das exportações do agronegócio brasileiro.

"Os contatos de alto nível entre o Brasil e a Indonésia têm ganhado momentum e têm se intensificado nos últimos anos", disse o diplomata.

Em declaração à imprensa em Jacarta, Lula e Subianto disseram ainda disseram ter visões e posicionamentos comuns com relação à situação em Gaza, à necessidade de reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a defesa dos interesses do sul global.

O líder indonésio afirmou também que o comércio entre os dois países tem potencial para chegar a US$ 20 bilhões nos próximos anos e que, a fim de "cultivar essa relação", incluirá o português entre as línguas prioritárias do sistema educacional da Indonésia.

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante fotografia oficial e assinatura do livro de visitas, no Palácio Merdeka. — Foto: Ricardo Stuckert/PR
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante fotografia oficial e assinatura do livro de visitas, no Palácio Merdeka. — Foto: Ricardo Stuckert/PR

Após a passagem por Jacarta, Lula segue para a Malásia e participa na capital Kuala Lumpur de encontros bilaterais e eventos com empresários, antes da reunião de cúpula da Asean.

Com o governo malaio, um dos grandes interesses do Brasil é a expansão do comércio de microprocessadores. Há a expectativa de que um acordo para o setor seja assinado por Lula e o primeiro-ministro malaio, Anwar Ibrahim.

Segundo Lucero, há também uma aproximação política com a Malásia, diante de "uma coincidência de posições em questões globais" entre Lula e Ibrahim. Segundo o diplomata, os dois líderes já conversaram no passado e mostraram visões semelhantes em relação a temas como a questão da Palestina e a guerra na Ucrânia.

A expansão das parcerias comerciais com os demais membros da Asean também está na pauta da viagem. Além de Indonésia e Malásia, fazem parte da associação Brunei, Camboja, Laos, Mianmar, Filipinas, Singapura, Tailândia, Vietnã e Timor Leste – este último participa da cúpula pela primeira vez como membro oficial da aliança.

Para Fernanda Nanci Gonçalves, da UERJ, aprofundar os laços com a Asean não é apenas uma alternativa à relação com os EUA, mas uma estratégia de diversificação de riscos e fortalecimento da autonomia comercial brasileira.

"É um mercado em franca expansão para produtos agroindustriais, energia limpa, biocombustíveis e tecnologia, setores em que o Brasil possui vantagens comparativas consolidadas. Além disso, a relação comercial com os países do Sudeste Asiático é altamente superavitária, o que se explica tanto pela forte demanda regional por commodities agrícolas e energéticas e pela presença crescente de empresas brasileiras em segmentos como mineração, papel e celulose, tabaco e biotecnologia", diz a especialista.

Segundo uma fonte do governo, a cúpula em Kuala Lumpur está sendo vista ainda como uma "pré-COP" de luxo, em que as autoridades brasileiras poderão discutir de forma mais particular alguns dos temas preferenciais para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP-30), marcada para novembro em Belém.

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