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quinta-feira, 17 de abril de 2025

Dólar opera em queda e bate R$ 5,80, com mercado de olho em Trump e Powell; Ibovespa sobe

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No dia anterior, a moeda norte-americana recuou 0,44%, cotada a R$ 5,8645. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou em queda de 0,72%, aos 128.317 pontos.
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Por Redação g1 — São Paulo

Postado em 17 de Abril de 2.025 às 11h00m

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Notas de dólar. — Foto: Dado Ruvic/ Reuters
Notas de dólar. — Foto: Dado Ruvic/ Reuters

O dólar opera em queda nesta quinta-feira (17), tendo atingido a mínima de R$ 5,80, conforme os investidores repercutem as mais recentes falas do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, e a reação negativa do presidente dos Estados UnidosDonald Trump.

As negociações dos Estados Unidos com os demais países do mundo, em meio ao tarifaço de Trump, também seguiam no radar.

Na quarta (16), Powell, afirmou que as tarifas impostas por Trump atingiram um nível maior do que o esperado, indicando que a guerra tarifária pode complicar a capacidade da instituição de controlar a inflação.

Embora agentes do mercado financeiro acreditem que o Fed possa cortar os juros ainda neste ano, a política tarifária de Trump gera incertezas. Isso porque o aumento das tarifas tende a pressionar os preços e a aumentar a inflação — potencialmente forçando o BC norte-americano a subir os juros do país novamente.

Juros maiores nos EUA podem encarecer o dólar, porque aumentam a rentabilidade dos títulos públicos do país, ainda considerados o investimento mais seguro do mundo.

"O Fed está esperando para ver como as coisas vão se desenrolar antes de tomar qualquer tipo de medida em relação às taxas [de juros]", declarou o chefe do Federal Reserve nesta quarta.

O mercado também segue repercutindo os novos desdobramentos do tarifaço de Trump, com o presidente sinalizando que tem avançado nas negociações com parceiros comerciais de diferentes países.

Na véspera, autoridades dos EUA e do Japão iniciaram uma negociação comercial entre os países, à medida que Tóquio busca reduzir ou eliminar a tarifa "recíproca" imposta por Trump.

Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, operava em alta.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

💲Dólar

Perto das 15h30, o dólar caía 0,99%, cotado a R$ 5,8063. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,8013. Veja mais cotações.

No dia anterior, a moeda americana teve queda de 0,44%, cotada a R$ 5,8645.

Com o resultado, acumulou:

  • recuo de 0,12% na semana;
  • ganho de 2,78% no mês; e
  • perda de 5,10% no ano.

📈Ibovespa

No mesmo horário, o Ibovespa subia 1,25%, aos 129.926 pontos.

Na véspera, o índice teve baixa de 0,72%, aos 128.317 pontos.

Com o resultado, o Ibovespa acumulou:

  • alta de 0,50% na semana;
  • recuo de 1,49% no mês; e
  • ganho de 6,68% no ano.

O que está mexendo com os mercados?

Além de chamar Powell de "atrasado e errado", Trump ainda reclamou do tempo que falta para que o mandato do banqueiro central a frente do Fed seja concluído, dizendo que esse momento "não chega rápido o suficiente". Os mandatos de presidente e vice do Fed têm duração de quatro anos. Powell deve deixar o cargo somente daqui a um ano, em maio de 2026.

As taxas de juros nos EUA estão, atualmente, entre 4,25% e 4,50% ao ano — um patamar alto para os padrões de juros do país — e Trump já criticou essa política monetária em diversas ocasiões, desejando o corte dos juros.

  • 🔎 Isso porque juros altos são uma ferramenta para controlar a inflação, já que encarecem a tomada de crédito pela população e pelas empresas e, assim, impacta os níveis de consumo e investimentos da economia, reduzindo a pressão sobre os preços.
  • ⚠️ No entanto, com menor consumo, a atividade econômica tende a desacelerar, afetando o crescimento da economia do país.

Na quarta-feira, Powell afirmou que as tarifas impostas por Trump atingiram um nível maior do que o esperado, reiterando que a guerra tarifária pode complicar a capacidade da instituição de controlar a inflação e maximizar o mercado de trabalho.

Powell também indicou que, diante das incertezas com o tarifaço de Trump, o Fed poderá manter a taxa básica de juros do país estável na próxima reunião (nos dias 6 e 7 de maio), enquanto aguarda "maior clareza antes de considerar quaisquer ajustes".

"O Fed está esperando para ver como as coisas vão se desenrolar antes de tomar qualquer tipo de medida em relação às taxas [de juros]", declarou o chefe do Federal Reserve nesta quarta.

Na segunda-feira, o diretor do Fed Christopher Waller já havia falado sobre o assunto, afirmando que a política tarifária de Trump é "um dos maiores choques a afetar a economia dos EUA em muitas décadas".

Todo esse cenário tende a afetar a dinâmica do comércio global. A questão para a economia global é que o aumento de tarifas traz as seguintes consequências:

  • ➡️ As tensões crescentes entre os países, principalmente China e EUA, elevam as incertezas globais com o futuro da economia.
  • ➡️ Mais tarifas tornam os produtos que chegam aos países mais caros, o que contribui para um aumento da inflação.
  • ➡️ Com os preços altos, o mercado teme que aconteça uma redução nos níveis de consumo da população, além de uma queda no comércio internacional.
  • ➡️ Esse cenário nas maiores economias do mundo eleva os temores por um período de recessão global.

Neste contexto do tarifaço, o governo americano segue negociando com diversos países para conseguir melhores condições comerciais e reduzir as tarifas.

Nesta quinta, Trump publicou na sua plataforma na rede Truth Social que teve uma "ligação produtivacom a presidente do México na quarta e que também teve um encontro com representantes comerciais "do mais alto nível" do Japão.

"Todas as nações, incluindo a China, querem se reunir. Hoje, (é a vez da) Itália!", publicou Trump.
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Com tarifaço, Brasil pode ser grande destino de produtos chineses, mas precisará de preparo

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Especialistas ouvidos pelo g1 dizem que chineses já queriam novos mercados antes das tarifas de Donald Trump. Indústria nacional precisa de investimentos pois ainda não consegue competir em termos de tecnologia e produtividade.
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Por Bruna Miato, g1

Postado em 17 de Abril de 2.025 ás 06h00m

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China e EUA — Foto: Associated Press
China e EUA — Foto: Associated Press

A guerra tarifária entre China e Estados Unidos movimentou intensamente os mercados financeiros nas últimas semanas, mas os efeitos não se limitam aos investimentos. O comércio mundial também deve ser afetado.

As altas tarifas impostas pelos EUA sobre a China "apenas aceleram um processo que já estava em andamento: a busca por novos mercados", explica Vitor Moura, fundador da Lantau Business Answers, consultoria brasileira especializada em intermediação de negócios entre Brasil e China, e especialista da rede Observa China.

Com alta capacidade de produção e preços competitivos, os produtos chineses prometem "inundar" mercados como o Brasil.

Além de ser um tradicional parceiro comercial, os chineses olham para o Brasil com atenção devido às suas dimensões continentais e à grande demanda de uma população de mais de 200 milhões de pessoas.

Mas, para que a questão não se torne um problema para o Brasil, será necessário se preparar e adotar medidas que estimulem a inovação, segundo Jesse Guimarães, vice-presidente da Associação de Empresas Brasileiras na China para Indústria, Comércio e Tecnologia (Bracham).

Entenda abaixo quais as perspectivas a relação Brasil-China em meio ao tarifaço de Trump.

Economia da China cresce mais que o esperado, apesar de tarifas do Trump

Brasil pode receber mais produtos vindos da China

Vitor Moura, que vive na China há 10 anos e atua na intermediação de negócios entre o Brasil e o país asiático, explica que os empresários chineses demonstravam um desejo crescente de expandir seus negócios para outros países antes das novas tarifas de Trump.

"A economia doméstica da China ainda está em processo de recuperação pós-Covid. Havia uma aposta no consumo interno como força da economia, o que eles chamam de 'estratégia de circulação dupla'", explica Moura.

"Isso ainda está funcionando mais devagar do que o esperado. Por isso, os empresários passaram a olhar mais para fora."

Uma reportagem do g1 mostrou que o consumo total dos lares representa menos de 40% do Produto Interno Bruto (PIB) da China. As tarifas impostas por Trump podem tornar esse cenário ainda mais desafiador, já que as exportações respondem por boa parte dos empregos na China e, se elas recuam, a renda da população também pode ser afetada.

Assim, o cenário externo se torna cada vez mais importante para o crescimento chinês, e as estratégias de diversificação são levadas em consideração. "O Brasil acaba chamando atenção pelo tamanho", comenta Moura.

O especialista destaca um novo fator nas relações entre os dois países: embora os brasileiros já tenham uma relação consolidada com a China, "o acesso ao comércio no Brasil era mais restrito às grandes empresas, com mais capital para bancar um movimento desse porte".

"Agora, eu estou observando um movimento muito forte de empresas de médio porte buscando alternativas para entrar no mercado brasileiro".

A chegada dessas empresas, que antes não olhavam com tanta atenção para outros mercados além dos EUA, pode ser o principal fator responsável pelo aumento da presença de produtos chineses no Brasil.

Moura explica que o objetivo das companhias de médio porte é trazer produtos finais para o Brasil — itens bem acabados e com maior valor agregado. As companhias que devem se destacar no curto prazo são aquelas com alto grau de tecnologia, algo que não há em larga escala no país.

"Um exemplo de uma reunião que tive hoje mesmo: uma empresa de motos elétricas (scooters) que quer entrar no Brasil. Tudo relacionado a novas tecnologias está despertando interesse. Setores como energia renovável, veículos elétricos, inteligência artificial estão em destaque", diz Moura.

China proíbe entrega de jatos da Boeing em reação ao tarifaço de Trump

Empresários brasileiros precisam se adaptar

Um obstáculo aos planos chineses é a apreensão dos empresários brasileiros. Moura comenta que o ponto central da questão é o modo de produção chinês: investimento pesado em formas de reduzir os custos de fabricação para vender seus produtos a preços baixos.

Essa "estratégia agressiva" impacta o modelo brasileiro, que ainda não consegue competir em termos de tecnologia e produtividade com os chineses.

"Acho que o Brasil deveria usar isso como uma oportunidade de adaptação e desenvolvimento. Não dá para competir com a China lá em cima. O momento é de buscar parcerias locais e adaptar as tecnologias para a nossa realidade", diz Moura.

O vice-presidente da Bracham, Jesse Guimarães, compartilha o mesmo ponto de vista e destaca que essa é apenas "a ponta do iceberg".

"A China tem uma política pública clara de internacionalização de suas empresas. Antes, eles esperavam os compradores virem às feiras. Hoje, o governo chinês dá incentivos para que as empresas viajem e conquistem mercados no mundo inteiro", pontua.

Guimarães afirma que o governo brasileiro precisa adotar medidas que, mesmo permitindo a produção de empresas estrangeiras no país, garantam que as tecnologias desenvolvidas lá fora também sejam entregues ao Brasil.

O executivo relembra que empresas estrangeiras que operam ou já operaram no Brasil, como as americanas, produzem suas riquezas aqui, mas, além de arcar com salários e outros custos para trabalhar no país, levam todo o lucro para fora.

Para Guimarães, a forma de evitar isso é incluir cláusulas de transferência de tecnologia nos contratos de operação dessas empresas, obrigando-as a deixar pelo menos parte de seu conhecimento em solo brasileiro.

Isso evitaria que o crescimento da presença da China no Brasil esmagasse empresas nacionais e não gerasse nenhum tipo de avanço e riqueza para o país. "O Brasil não pode repetir o erro de aceitar qualquer investimento estrangeiro sem exigir contrapartidas", diz o especialista.

Além disso, Guimarães ressalta que o Brasil precisa buscar outras parcerias comerciais com países neutros — como a Índia — e com países estratégicos para determinados negócios — como o Egito, que oferece boas tecnologias para a produção de fertilizantes, produto importante para um país tão dependente do agronegócio como o Brasil.

Sem essas parcerias, o país pode sofrer com os efeitos colaterais do tarifaço. O aumento das tarifas entre os países deve encarecer os preços de insumos e produtos no mundo todo, gerando e espalhando inflação.

A melhor forma de evitar uma inflação elevada, segundo Guimarães, é com parcerias estratégicas e a autonomia de produção de produtos importantes para o país dentro do próprio Brasil.

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