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quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

O que comer para viver mais: os alimentos mais estudados pela ciência ligados à proteção do coração e à maior longevidade

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Consenso científico é mais baseado em padrões alimentares saudáveis e não em alimentos isolados. Além disso, é importante o consumo regular e a longo prazo.
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Por Silvana Reis, g1

Postado em 11 de Dezembro de 2.025 às 09h00m
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O que comer para viver mais: os alimentos ligados à proteção coração e à longevidade
O que comer para viver mais: os alimentos ligados à proteção coração e à longevidade

Não existe um consenso científico sobre os alimentos mais estudados para viver mais. Mas como as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo, proteger o coração é um dos maiores fatores ligados à longevidade. Para isso, é importante reduzir ao máximo o consumo de ultraprocessados – os alimentos mais ricos em gordura, açúcar e sal.

O consenso científico é mais baseado em padrões alimentares saudáveis e grupos de alimentos, e não em alimentos isolados, segundo especialistas ouvidos pelo g1. Além disso, é importante o consumo regular e a longo prazo.

Com base em estudos mais robustos, os alimentos ligados à longevidade que desfrutam de maior consenso na comunidade científica são aqueles que consistentemente combatem a inflamação e o estresse oxidativo (processo que danifica as células e está diretamente relacionado ao envelhecimento) e são pilares de padrões alimentares saudáveis. O consumo regular deles, como parte de um padrão alimentar diversificado, maximiza a proteção contra doenças cardíacas, câncer e diabetes, estendendo a saúde e a expectativa de vida.

O que comer para viver mais: os alimentos mais estudados pela ciência ligados à proteção do coração e à maior longevidade — Foto: Adobe Stock
O que comer para viver mais: os alimentos mais estudados pela ciência ligados à proteção do coração e à maior longevidade — Foto: Adobe Stock

Ao reduzir a chance de doença cardiovascular, aumenta-se a longevidade automaticamente. Partindo deste princípio, é possível montar uma lista de alimentos que compõem a famosa dieta mediterrânea para, de fato, pensar em longevidade, destaca o nutricionista, doutor em Clínica Médica e pesquisador da área de obesidade e diabetes Dennys Cintra.

Confira abaixo que alimentos são esses e, a seguir, detalhes importantes sobre cada um.

  1. 🐟Peixes gordurosos
  2. 🍓Berries (frutas vermelhas)
  3. Azeite de oliva
  4. 🌰 Castanhas - principalmente a noz
  5. 🥬 Vegetais
  6. 🥣 Iogurte
  7. 🍅 Tomate seco
  8. 🧄 Alho
  9. Grãos integrais (principalmente trigo e aveia)
  10. 🍵 Chás verde, branco e vermelho (da planta Camellia Sinensis)
  11. 🍫 Chocolate amargo

Todos esses alimentos protegem contra doenças e apresentam propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias e atuam na regulação da glicemia, dos triglicerídeos e do colesterol. Muitos estudos científicos com estes alimentos apresentaram também resultados robustos na redução da mortalidade.

O padrão da dieta mediterrânea é, sem dúvida, reconhecido para humanos como a dieta mais saudável, a melhor combinação de alimentos, formando uma dieta. A combinação mais perfeita elaborada até hoje", afirma Cintra.

A nutricionista especialista em Gerontologia Glaucia Cristina de Campos acrescenta que, embora cada alimento tenha características únicas, eles compartilham componentes protetores em comum, como polifenóis, flavonoides, fibras, vitaminas e antioxidantes. Além disso, combatem a inflamação crônica, o estresse oxidativo, a resistência à insulina e problemas cardiovasculares.

Entenda abaixo, com mais detalhes, características de cada um desses alimentos:

1.🐟 Peixes gordurosos:

Os peixes - especialmente os gordurosos, como salmão, sardinha, atum, cavala e arenque - são associados à longevidade por uma combinação de fatores nutricionais e efeitos protetores:

  • São ricos em ômega-3, que protegem o coração: reduzem os triglicerídeos, diminuem inflamações silenciosas, melhoram a elasticidade dos vasos, reduzem o risco de arritmias e diminuem a formação de placas nas artérias.
  • Têm benefícios para o cérebro e previnem o declínio cognitivo: o consumo regular de peixe está ligado a menor risco de Alzheimer, melhor função cognitiva na velhice e menor velocidade de envelhecimento cerebral.
  • Têm ação anti-inflamatória: o envelhecimento acelerado está relacionado a inflamações crônicas de baixa intensidade. O ômega-3 presente no peixe tem efeito anti-inflamatório que ajuda a desacelerar esses processos.
  • Melhoram nos marcadores metabólicos: redução do risco de diabetes tipo 2, síndrome metabólica e obesidade abdominal.
  • Fornecem vitamina D e selênio: peixes gordurosos são fontes naturais de vitamina D — essencial para ossos fortes, imunidade e função muscular – e selênio, que ajuda na proteção antioxidante e na função tireoidiana.

Peixes também são uma substituição saudável à carnes ultraprocessadas. Quem consome mais peixe tende a ter dietas com menos embutidos, frituras e fast food.

Um estudo com 80 mil mulheres japonesas, entre 34 e 69 anos, acompanhadas de 2010 a 2019, revelou que aquelas que consumiam peixes pequenos (como sardinha, anchova e cavala) de uma a três vezes por mês tiveram:

  • Redução de 32% na mortalidade precoce
  • Redução de 28% nas mortes por câncer
2.🍓 Frutas vermelhas (ou berries), como framboesa, amora, morango e mirtilo (também chamada de blueberry):

Essas frutas vermelhas fortalecem o sistema vascular e possuem compostos fenólicos que melhoram a memória episódica, protegem contra o declínio cognitivo leve e estão associados à ação antioxidante. As berries são muito estudadas e têm um potencial reconhecido para reduzir o risco de desenvolvimento de doenças e, consequentemente, de morte.

Mas Cintra alerta que é uma ilusão achar que se entupir de antioxidante é a saída para o envelhecimento. Isso porque o excesso de antioxidantes leva ao envelhecimento.

Antioxidantes em excesso tornam o antioxidante um pró-oxidante. Com a vitamina C, por exemplo, ocorre o mesmo. Dependendo da dose, ela atua como antioxidante. Mas se aumentar muito, ela perde essa capacidade e vira uma substância oxidativa que leva ao envelhecimento celular e a uma série de danos, explica o especialista.

As frutas vermelhas, em geral, apodrecem rápido. Por isso, uma estratégia para tê-las sempre em casa é por meio do congelamento. Após o descongelamento, apesar de a estrutura da fruta mudar, os nutrientes são mantidos de forma integral.

Vale destacar ainda que sai mais barato, por exemplo, comprar o morango fresco, lavar e congelar, do que comprar a fruta já congelada.

3.Azeite de oliva:

Considerado a vedete da dieta mediterrânea, o azeite tem o chamado ácido oleico, ou ômega-9, gordura que traz uma série de benefícios para o corpo. Entre eles, estão: efeito anti-inflamatório, participação no controle nervoso da fome e do gasto energético.

O tipo extravirgem tem ainda os compostos fenólicos, assim como as berries.

4.🌰 Castanhas - principalmente a noz:

Dentre as castanhas, a noz é o destaque por causa de ômega-3.

📋 O ômega-3 é especial para os neurônios por recobrir sua membrana e também porque é fundamental na composição da bainha de mielina, que funciona como uma "capa protetora" aos neurônios.

5.🥬 Vegetais:

Vegetais como couve manteiga, couve de bruxelas, brócolis e repolhos branco e roxo contribuem para a longevidade porque:

  • Combatem a inflamação e o estresse oxidativo
  • Contêm compostos anticâncer
  • Melhoram a saúde intestinal
  • Protegem o coração
  • Ajudam no controle de peso
  • Fortalecem o sistema imunológico
6.Iogurte (de preferência desnatado):

O iogurte desnatado é o mais saudável porque a quantidade de gordura saturada que está presente na gordura de origem animal é prejudicial se estiver em quantidade elevada no nosso corpo.

Este alimento é uma fonte de proteína e contém aminoácidos essenciais, além de peptídeos, pequenas proteínas que têm capacidade anti-inflamatória.

Esses peptídeos são derivados da caseína, que é a principal proteína do leite. E quando a caseína entra no intestino e quebra essa proteína, uma série de peptídeos é gerada. E alguns deles têm atividades que são consideradas funcionais para o nosso corpo - desde a ação no intestino, até depois que são absorvidos e caem na corrente sanguínea.

*Peptídeos são moléculas formadas pela união de dois ou mais aminoácidos, que são as unidades básicas das proteínas.

7.🍅 Tomate seco:

O tomate precisa ser submetido a um processo de cozimento para haver maior benefício nutricional. Isso porque o calor ativa os compostos benéficos que o tomate tem.

A molécula funcional do tomate se chama licopeno, que está associada à ação antioxidante, ao fortalecimento do sistema vascular e à preservação dos neurônios da retina.

8.🧄 Alho:

O alho tem cerca de 40 substâncias funcionais. Metade delas funciona com ele cru e a outra metade funciona quando ele é tostado. Quando ele é submetido ao calor, as que funcionavam com ele cru são inativadas. Por isso, para que os benefícios sejam maiores, a melhor forma de consumir o alho é em uma mistura de alimentos crus e cozidos.

O alho é reconhecido como anti-inflamatório e tem duas substâncias potentes que possuem ação antifúngica, antimicrobiana e antiviral - a alicina e aliina.

Este alimento é muito difundido como um antigripal, mas em momentos de queda brusca de imunidade, o efeito dele é pequeno, porque nenhum alimento funciona como uma droga de efeito imediato. O potencial dos alimentos só funciona quando o consumo ocorre a longo prazo, explica Cintra.

9.Grãos integrais (principalmente trigo e aveia)

Grãos integrais — especialmente o trigo e a aveia— atuam em diversos mecanismos biológicos que reduzem o risco de doenças crônicas:

  • São ricos em fibras que protegem o coração: fibras solúveis e insolúveis que reduzem o colesterol LDL (ruim), melhoram o trânsito intestinal e diminuem a inflamação de baixo grau, ligada ao envelhecimento.
  • Controlam a glicemia e previnem o diabetes: a estrutura do grão retarda a digestão dos carboidratos. Isso evita picos de glicose, melhora a sensibilidade à insulina e reduz o risco de diabetes tipo 2, doença que acelera o envelhecimento do organismo.
  • Têm compostos bioativos com ação antioxidante, como: polifenóis, vitaminas do complexo B, minerais como magnésio, zinco e selênio e beta-glucanas.
  • Têm efeito anti-inflamatório: o consumo regular reduz marcadores inflamatórios, como PCR e interleucinas.
  • Melhoram a saúde intestinal: as fibras atuam como prebióticos, alimentando bactérias benéficas do intestino. Um microbioma equilibrado é associado a menor risco de doenças metabólicas, melhor imunidade, produção de ácidos graxos que têm efeito anti-inflamatório e protetor.
  • São ligados à redução de mortalidade em estudos populacionais: pesquisas de larga escala mostram que quem consome mais grãos integrais tem menor risco de morte por causas cardiovasculares, diabetes, câncer colorretal e mortalidade geral.
  • Oferecem saciedade e contribuem para o controle de peso: alimentos integrais mantêm a saciedade por mais tempo, o que ajuda no controle do peso.
10.🍵 Chás verde, branco e vermelho (da planta Camellia sinensis):

Da planta Camellia sinensis, é possível fazer três chás, que contêm catequinas:

  • Chá branco (da raiz)
  • Chá vermelho (do caule)
  • Chá verde (da folha)

O chá branco é o mais rico em catequinas, seguido do vermelho e do verde. As catequinas são reconhecidas pela ação anti-inflamatória e têm um potencial termogênico, que aumenta o gasto energético.

Nos ensaios com humanos, esse gasto energético promovido por esses chás não é relevante, mas há um potencial investigativo nesse sentido, segundo Cintra.

11.🍫 Chocolate amargo:

Quanto mais amargo for o chocolate, mais cacau e menos açúcar o chocolate tem. Da mesma forma, quanto mais amargo, mais catequina ele tem.

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Brasil realiza 1ª terapia CAR-T 100% nacional com alta taxa de remissão em cânceres do sangue

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Estudo do Einstein Hospital Israelita mostra 81% de resposta e 72% de remissão completa em pacientes sem alternativas; iniciativa pode abrir caminho para acesso no SUS.
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Por Talyta Vespa, g1

Postado em 11 de Dezembro de 2.025 às 05h00m
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Entenda como funciona a terapia Car-T, que pode revolucionar o tratamento contra o câncer
Entenda como funciona a terapia Car-T, que pode revolucionar o tratamento contra o câncer

O Brasil acaba de registrar um marco na história da oncologia. Pela primeira vez, uma terapia celular CAR-T — tecnologia de altíssima complexidade, até então restrita a países ricos e à indústria farmacêutica — foi desenvolvida, produzida e aplicada integralmente em território nacional.

E com resultados considerados robustos: 81% de resposta e 72% de remissão completa em pacientes com linfomas, leucemias e outras neoplasias de células B refratárias a todas as terapias anteriores.

O estudo, chamado CARTHIAE, foi conduzido pelo Einstein Hospital Israelita, financiado pelo Ministério da Saúde via PROADI-SUS, e aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como o primeiro ensaio clínico fase I de CAR-T produzido dentro de um hospital brasileiro.

É também o primeiro caso de manufatura point-of-care da América Latina — quando a terapia é fabricada no próprio local onde será aplicada.

É um marco histórico para a hematologia brasileira, afirma o hematologista Nelson Hamerschlak, coordenador do estudo. Mostra que um país de renda média pode produzir CAR-T com segurança, eficácia e custo potencialmente reduzido.

CAR-T Cell: Linfócitos retirados do paciente e modificados em laboratório voltam à corrente sanguínea e combatem células cancerígenas hemocentro ribeirão preto, SP — Foto: Arte/TV Globo
CAR-T Cell: Linfócitos retirados do paciente e modificados em laboratório voltam à corrente sanguínea e combatem células cancerígenas hemocentro ribeirão preto, SP — Foto: Arte/TV Globo

O que é a CAR-T e por que ela é tão esperada

A CAR-T é uma imunoterapia personalizada. As células T do próprio paciente são coletadas, modificadas geneticamente para reconhecer o tumor e devolvidas ao organismo para destruir as células doentes. É uma das tecnologias mais promissoras contra cânceres hematológicos avançados, capaz de gerar remissões profundas mesmo em casos já considerados sem alternativas.

Até agora, no entanto, o acesso sempre foi muito limitado por dois motivos: o custo extremamente alto — que pode chegar a R$ 2 milhões ou até R$ 3 milhões na versão comercial importada — e a dependência total de manufatura no exterior.

As células precisam ser enviadas para laboratórios nos Estados Unidos ou Europa, produzidas lá e reenviadas ao Brasil, processo que envolve logística complexa, internações prolongadas e risco clínico durante a espera.

Um estudo da Universidade Federal do Paraná, publicado no Journal of Medical Economics, mostra que essa dependência internacional é um dos principais fatores que tornam a CAR-T proibitiva no país. Mesmo sendo custo-efetiva a longo prazo, porque evita recidivas caras e melhora taxas de cura, o preço de entrada continua sendo uma barreira.

A produção nacional tenta romper justamente esse obstáculo.

Como o estudo brasileiro foi feito

No estudo CARTHIAE, 11 pacientes receberam a CAR-T produzida no próprio Einstein. Eles tinham entre 9 e 69 anos e todos estavam em situação grave, com câncer que já não respondia a nenhum dos tratamentos anteriores. Cada pessoa havia passado por uma mediana de quatro tratamentos prévios.

Metade dos participantes tinha linfomas de células B, e os demais eram casos de leucemia linfóide aguda (LLA) ou leucemia linfóide crônica (CLL) — dois tipos de câncer do sangue que podem ser especialmente difíceis de tratar quando se tornam refratários.

A manufatura ocorreu dentro da própria instituição, com a plataforma CliniMACS Prodigy, que permite um ciclo completo de produção — da coleta à infusão — sem depender de laboratórios externos.

O tempo médio entre retirada das células e retorno do produto pronto (vein-to-vein) foi de 22 dias. A taxa de sucesso de fabricação foi de 100%, um indicador incomum mesmo em centros internacionais.

Produzimos em tempo real, com qualidade e custo muito menor do que os modelos comerciais, afirma Hamerschlak.

Car-T Cell: entenda terapia celular contra câncer aplicada de forma experimental — Foto: Editoria de Arte/g1

Resultados: remissão elevada e segurança manejável

O estudo registrou 81% de resposta global e 72% de remissão completa. A sobrevida livre de progressão foi de 71% e a sobrevida global, de 80% no acompanhamento mediano de 11 meses. A expansão das células CAR-T ocorreu dentro do esperado para cada tipo de câncer tratado — LLA (leucemia linfóide aguda), LLC/CLL (leucemia linfocítica crônica) e os diferentes linfomas de células B.

As células modificadas continuaram presentes no organismo por até um ano, o que indica persistência da terapia ao longo do tempo.

Os efeitos colaterais foram os esperados para esse tipo de terapia. A maioria dos pacientes teve febre e inflamação nas primeiras semanas, e parte deles apresentou alterações temporárias no funcionamento do sistema nervoso, como confusão ou sonolência. Todos esses sintomas foram controlados com tratamento e desapareceram após o manejo médico.
car-t — Foto: Hemocentro de Ribeirão Preto (USP)/arte g1
car-t — Foto: Hemocentro de Ribeirão Preto (USP)/arte g1

Por que produzir no Brasil muda o acesso

A fabricação nacional resolve justamente os principais gargalos da CAR-T importada: o custo e o tempo.

Ao eliminar a etapa internacional, grande parte do valor associado à importação deixa de existir, assim como o período crítico em que o paciente aguarda a chegada do produto.

Segundo Hamerschlak, isso abre caminho para modelos de acesso ampliado — inclusive no Sistema Único de Saúde (SUS) — e para a criação de uma rede cooperativa de centros nacionais capazes de produzir ou infundir CAR-T.

Se consolidarmos a manufatura em rede — Einstein, USP Ribeirão Preto, Butantan, Fiocruz/INCA, Mandacaru — será possível ampliar de forma real o número de pacientes tratados, afirma. 
O papel do Ministério da Saúde

O estudo recebeu financiamento de R$ 31,9 milhões do Ministério da Saúde por meio do PROADI-SUS.

Segundo Hamerschlak, o suporte foi necessário porque não há, hoje, mecanismos específicos para financiar terapias avançadas em fase inicial no Brasil -- especialmente quando envolvem infraestrutura laboratorial complexa.

O hematologista afirma que essa etapa foi suficiente para viabilizar o ensaio, mas ressalta que não resolve o debate principal, que é como — e se — a tecnologia poderá ser incorporada ao sistema público no futuro.

O financiamento inicial permitiu começar o estudo, mas a discussão sobre acesso é outra e ainda precisa ser enfrentada, diz.
Próximos passos

A equipe já trabalha no cronograma para dar sequência ao programa. A fase II do estudo está prevista para começar entre 2026 e 2027, em paralelo ao esforço para manter a produção nacional ativa — tanto com a tecnologia utilizada hoje no Einstein quanto em possíveis parcerias com a Fiocruz.

Há também uma segunda linha de desenvolvimento. A hematologista Lucila Kerbauy teve aprovado um projeto no Pronon, programa federal de apoio à atenção oncológica, para criar um vetor viral totalmente brasileiro para uso em CAR-T contra mieloma múltiplo. Produzido em padrão GMP, requisito para aplicações em humanos, esse vetor abre caminho para uma futura geração de terapias fabricadas integralmente no país.

Sobre uma eventual chegada da CAR-T ao SUS, o Ministério da Saúde informa ao g1 que esse processo ainda não tem previsão.

"Qualquer incorporação depende primeiro do registro do produto na Anvisa e, depois, de análise da Conitec, que avalia eficácia, segurança e custo-efetividade antes de aprovar novas tecnologias para o sistema público", diz a Pasta, em nota.

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