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Lauren Kent, da CNN
Postado em 28 de Setembro de 2.025 às 16h00m
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Benjamin Netanyahu na Assembleia Geral da ONU • Reuters
Israel está se tornando cada vez
mais isolado no cenário mundial à medida que a guerra e a crise humanitária em
Gaza continuam, com a reação negativa se espalhando para as esferas econômica,
cultural e esportiva.
A
condenação internacional aumentou drasticamente desde que Israel anunciou uma
ofensiva terrestre contra a Cidade de Gaza e realizou um ataque sem precedentes
contra a liderança do Hamas em território do Catar.
Isso
também ocorre após uma investigação independente da ONU concluir, pela primeira
vez na semana passada, que Israel cometeu genocídio contra os palestinos em Gaza — uma conclusão que ecoa a
de outros especialistas em genocídio e organizações de direitos humanos, mas
que o governo israelense rejeita.
Na
semana passada, a União Europeia — maior parceira comercial de Israel — propôs sanções que suspenderiam parcialmente seu acordo de livre
comércio com o país,
caso sejam aprovadas pelos Estados membros do bloco. Várias nações ocidentais
já implementaram sanções específicas contra indivíduos israelenses,
assentamentos ilegais e organizações que apoiam a violência na Cisjordânia
ocupada.
Impactos econômicos da guerra em Gaza
A
indignação global também está afetando a economia israelense de outras
maneiras.
Em
agosto, o fundo soberano da Noruega — o maior do mundo — anunciou que estava desinvestindo partes de seu portfólio em Israel devido ao agravamento da
crise humanitária em Gaza.
Israel
também enfrenta embargos parciais ou totais de armas por parte da França,
Itália, Países Baixos, Espanha, Reino Unido e outros países, em razão de sua
conduta na guerra em Gaza.
A
reação internacional tem sido tão intensa que o próprio primeiro-ministro
israelense, Benjamin Netanyahu, reconheceu a situação no início deste mês,
alertando que Israel enfrenta uma “espécie de isolamento” que pode durar anos. Ele acrescentou que o país não
teria outra opção a não ser se sustentar sozinho.
Netanyahu
afirmou que Israel precisaria desenvolver ainda mais sua indústria bélica e
adaptar sua economia para depender menos do comércio externo. Posteriormente,
minimizou essas declarações, dizendo que se referia apenas à indústria de
defesa.
Boicote no entretenimento e cultura
Com
a escalada da guerra, Israel também começa a sofrer impactos nas áreas de
entretenimento e cultura.
Em
vários países europeus emissoras de TV anunciaram que vão boicotar o
tradicional Festival Eurovision de música caso Israel seja autorizado a
participar da edição de 2026. A emissora pública irlandesa, RTE, declarou
que “considera inconcebível a
participação da Irlanda no festival, diante da contínua e horrenda perda de
vidas em Gaza”.
A
emissora israelense KAN 11 respondeu dizendo que seguirá com a escolha do
representante de Israel para 2026 e argumentou que a celebração musical “não deve ser politizada”.
A
União Europeia de Radiodifusão, organizadora do Eurovision, afirmou que os
países membros votarão em novembro para decidir quais nações poderão participar
da competição no próximo ano. Israel participa do Eurovision desde 1973.
Nas
artes clássicas, um festival de música em Ghent, na Bélgica, cancelou
recentemente um concerto da Filarmônica de Munique, que se apresentaria com o
maestro israelense Lahav Shani. Em nota, os organizadores afirmaram que “Shani já se manifestou diversas
vezes em favor da paz e da reconciliação, mas... não conseguimos esclarecer
suficientemente sua posição em relação ao regime genocida de Tel Aviv”.
O
governo israelense sustenta que está conduzindo a guerra em Gaza em legítima
defesa e de acordo com o direito internacional, negando categoricamente todas
as acusações de genocídio.
Em
Hollywood, milhares de cineastas, atores e profissionais da indústria
cinematográfica se comprometeram a não colaborar com instituições de cinema
israelenses “implicadas em genocídio e
apartheid contra o povo palestino”.
Entre os signatários estão Olivia Colman, Emma Stone, Andrew Garfield e Hannah
Einbinder, que recentemente ganhou destaque ao encerrar seu discurso de
aceitação no Emmy com as palavras “Free
Palestine”.
Isolamento cresce também no esporte
O
esporte também não tem escapado da controvérsia. A etapa final de uma
importante corrida de ciclismo foi cancelada no início deste mês após grandes
protestos pró-Palestina interromperem o evento, em resposta à participação da
equipe Israel-Premier Tech.
Também
na Espanha, os organizadores de um torneio de xadrez proibiram jogadores
israelenses de competirem sob a bandeira nacional, o que levou à retirada da
delegação israelense, segundo a agência Reuters.
A
imprensa israelense também tem relatado preocupações crescentes de que Israel
possa ser suspenso de competições europeias de futebol.
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justificativa para ofensiva de Israel em Gaza
Em
agosto, a UEFA foi alvo de críticas depois que uma faixa foi exibida em campo
antes da final da Supercopa, com os dizeres: “Parem de matar crianças, parem
de matar civis” — sem menção direta a
Israel ou qualquer outro país.
O
ministro israelense da Cultura e Esportes, Miki Zohar, afirmou que ele e outros
representantes do governo têm “trabalhado intensamente” nos
bastidores “para barrar a iniciativa de
expulsar Israel da UEFA”.
Vários
jogadores da Premier League, incluindo o astro do Liverpool Mohamed Salah,
também se manifestaram contra a guerra em Gaza e pediram solidariedade ao povo
palestino.
Ponto de inflexão de Israel ao estilo "África do Sul"
A
reação econômica e cultural contra Israel gerou comparações com a pressão
exercida sobre a África do Sul durante a era do apartheid, a opressão racial.
Entre
as décadas de 1950 e 1990, a África do Sul enfrentou um forte movimento de
boicote que, pouco a pouco, a transformou em um pária.
Produtos
sul-africanos foram retirados dos supermercados no ocidente, ativistas
incentivaram desinvestimentos e saídas de bancos, e muitos músicos se recusaram
a se apresentar no estado do apartheid.
Um
boicote esportivo levou à exclusão da África do Sul de competições
internacionais como críquete e, eventualmente, rugby.
“O simbólico tem mais força do
que parafusos e números”, disse Ilan Baruch,
ex-embaixador de Israel na África do Sul, que renunciou ao Ministério das
Relações Exteriores israelense em 2011 para protestar contra o governo
que “abandonou” seu compromisso com a paz
por meio de uma solução de dois Estados.
“O Eurovision é muito popular, e
os torneios de futebol são muito, muito populares. E se você mencionar uma
conexão entre a pressão sobre Israel em questões políticas e cultura, esportes
e assim por diante, isso causará impacto”,
assim como aconteceu com a África do Sul, disse ele à CNN.
Baruch
é agora presidente do Grupo de Trabalho de Políticas, um grupo de acadêmicos,
ativistas e ex-diplomatas israelenses que defendem o reconhecimento do Estado
da Palestina e uma solução de dois Estados.
Ele
disse que uma pressão assertiva sobre Israel é necessária, argumentando que não
deveria ser possível para o país manter “tal privilégio em suas relações
comerciais com a União Europeia” e “ao mesmo tempo, minar os
direitos humanos e o futuro dos palestinos.”
“Não são apenas as relações
comerciais, mas o status privilegiado de Israel que agora está em jogo”, afirmou.
O
governo israelense também tem enfrentado muita oposição dentro do país, com
protestos regulares contra a guerra e pedidos generalizados por um cessar-fogo
para trazer de volta os reféns capturados pelos militantes do Hamas no ataque a
Israel em 7 de outubro de 2023.
Enquanto
isso, nas últimas duas décadas, uma campanha da sociedade civil liderada pelos
palestinos, chamada Movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), tem tentado replicar o impacto
do boicote anti-apartheid na África do Sul. Após anos de sucesso marginal, o
movimento ganhou mais atenção e força desde que a guerra em Gaza começou.
Desdobramentos na ONU
A
Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) desta semana trouxe um isolamento
ainda maior para Israel no cenário mundial.
Vários países ocidentais reconheceram formalmente um Estado palestino antes da AGNU, incluindo
potências diplomáticas como Canadá, França e Reino Unido.
E
uma nova análise das votações chave da AGNU em resoluções relacionadas aos
assuntos israelo-palestinos entre 2017 e 2025, conduzida por Robert Satloff,
diretor executivo do Washington Institute for Near East Policy, revelou que
alguns dos defensores de longa data de Israel estão “se afastando”.
O
número de países que se abstiveram formalmente em votações da AGNU relacionadas
a Israel — geralmente visto como um apoio passivo ao país — está diminuindo.
“Não há dúvida de que há um voto
performático aqui. Alguns desses países que votaram contra Israel mantêm
relações importantes e discretas com Israel e são vistos como parceiros fortes,” disse Satloff à CNN. Mas, do ponto de vista
israelense, “a tendência deveria ser
preocupante quando, com o tempo, há um padrão claro de apoiadores antes fortes
se movendo na direção oposta.”
Satloff
disse que a grande questão é se o crescente isolamento diplomático de Israel é
algo que pode ser revertido.
Alguns
Estados membros da ONU já demonstravam “profunda animosidade em relação
a Israel” antes do conflito atual,
enquanto outros países “estão profundamente comovidos
com os detalhes do que está acontecendo em Gaza, e provavelmente suavizarão sua
visão sobre o comportamento do governo israelense quando a guerra terminar e/ou
quando um novo governo surgir em Israel”,
disse Satloff.
Enquanto
isso, o relatório da comissão da ONU sobre genocídio em Gaza trouxe nova
atenção à investigação do TPI (Tribunal Penal Internacional) sobre a situação no Estado
da Palestina, com a investigação recomendando que os promotores examinem a
possibilidade de genocídio como parte do caso.
A
emissão de um mandado de prisão pelo TPI no ano passado contra Netanyahu já
restringiu severamente os destinos para onde ele pode viajar fora de Israel.
O voo de Netanyahu para a reunião da ONU em Nova York, nesta semana, seguiu uma rota
indireta — desviando do espaço aéreo da França e da Espanha — numa aparente
tentativa de evitar países que poderiam cumprir o mandado de prisão pendente
contra ele por supostos crimes de guerra.
Apesar
da aparente queda no apoio de outras nações, os Estados Unidos ainda votam
firmemente ao lado de Israel.
Falando
no início deste mês sobre o ataque israelense em solo catari, o secretário de
Estado dos EUA, Marco Rubio, disse: “Acho
que os comentários do presidente falam por si só nesse aspecto. Ele não gostou
da forma como tudo aconteceu. Dito isso... nosso relacionamento com Israel
continuará forte.”
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