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Ahmed al-Arini, fotógrafo em Gaza, diz que capturou as fotos angustiantes para 'mostrar ao resto do mundo a fome extrema' que bebês e crianças estão enfrentando no território palestino.<<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por Thais Carrança
Postado em 26 de Julho de 2.025 às 06h00m
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O bebê Muhammad e sua mãe foram deslocados de sua casa no norte de Gaza
e, como muitas pessoas na Faixa de Gaza, estão sofrendo de desnutrição —
Foto: Ahmed Jihad Ibrahim Al-arini/Anadolu via Getty Images
"Se você olhar a foto com atenção, verá que ele está usando um saco plástico... devido à falta de ajuda humanitária."
O bebê Muhammad e sua mãe foram deslocados de sua casa no norte de Gaza e, como muitas pessoas na Faixa de Gaza, estão sofrendo de desnutrição.
A impressionante foto da criança, com os ossos aparentes e usando um saco plástico como fralda rodou o mundo, trazendo os olhos de todos para a grave crise humanitária no território palestino.
Ahmed al-Arini, fotógrafo em Gaza, diz que capturou as fotos angustiantes para "mostrar ao resto do mundo a fome extrema" que bebês e crianças estão enfrentando.
De acordo com Ahmed, a mãe e o filho estão vivendo em uma tenda "que está absolutamente vazia" e "parece um túmulo".
Segundo ele, devido à falta de ajuda e suprimentos, "os preços dispararam", tornando até mesmo os recursos mais básicos inacessíveis para muitas pessoas.
"Levei algum tempo para fazer as fotos, porque precisei fazer pausas entre cada imagem, para recuperar meu fôlego e poder continuar", revelou Ahmed.
O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, afirma que nove pessoas morreram de desnutrição somente nas últimas 24 horas.
Um total de 122 pessoas, incluindo 83 crianças, morreram por falta de alimentos desde o início da guerra, segundo o ministério.
Mosab, um garoto palestino de 14 anos ferido em um ataque aéreo israelense perto de sua casa no mês passado, está se deteriorando devido à falta de alimentos e medicamentos, relata a BBC News Arabic, serviços de notícias em árabe da BBC.
Sua mãe, Shahenaz Al Debs, diz que ele pesava 40 kg antes do ferimento e agora quase não chega a 10 kg.
O diretor médico do hospital al-Shifa, em Gaza, Hassan al-Shaer, relata que o número de pessoas que sofrem de desnutrição no território palestino está aumentando rapidamente.
"Inicialmente, a situação se limitava a crianças, mas agora estamos vendo casos de desnutrição em todas as faixas etárias", diz ele, acrescentando que o tratamento é difícil porque "faltam todos os suprimentos necessários".
Na Cidade de Gaza, uma em cada cinco crianças está desnutrida e os casos aumentam a cada dia, afirma a Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês).
Em um comunicado divulgado na quinta-feira (24), o Comissário-Geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, citou um colega que lhe disse: "As pessoas em Gaza não estão nem mortas nem vivas, são cadáveres ambulantes."
Mais de 100 organizações internacionais de ajuda humanitária e grupos de direitos humanos também alertaram para a fome em massa, pressionando os governos a tomarem medidas.
Israel, que controla a entrada de todos os suprimentos em Gaza, afirma que não há cerco e culpa o Hamas por quaisquer casos de desnutrição.
A ONU, no entanto, alertou que o nível de ajuda que chega a Gaza é "irregular" e que a crise de fome no território "nunca foi tão grave".
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Quando o corpo não recebe alimentos suficientes ou a combinação certa de nutrientes de que necessita para funcionar adequadamente, ou não consegue absorver os alimentos disponíveis, isso pode ter uma gama devastadora de efeitos, explica Smitha Mundasad, repórter de saúde da BBC News.
Crianças menores de cinco anos, adolescentes, gestantes ou lactantes, idosos e pessoas com doenças crônicas são os grupos de maior risco. Em particular, as crianças tendem a se desnutrir mais rapidamente do que os adultos.
"O sistema imunológico, por exemplo, para de funcionar quando não há alimentos disponíveis, deixando pessoas desnutridas muito vulneráveis a infecções comuns que normalmente seriam um pequeno inconveniente", afirma Mundasad.
Um resfriado comum ou uma crise de diarreia podem matar uma criança desnutrida. É por isso que a desnutrição está associada a quase metade de todas as mortes de crianças menores de cinco anos, acrescenta a repórter especializada.
"Os sinais podem parecer óbvios – perda de peso, por exemplo. Somado a isso, haverá falta de força e energia. Mas então surgem problemas que podem estar mais ocultos: a anemia pode se instalar, levando à falta de ar", afirma.
Para crianças pequenas e bebês — como o pequeno Muhammad da foto que ganhou o mundo — , a desnutrição pode levar ao crescimento atrofiado. E em casos graves e agudos, como em Gaza, o rosto, a barriga e as pernas das pessoas podem inchar, apesar de seus corpos serem dolorosamente magros — uma condição conhecida como Kwashiorkor.
Ajuda humanitária aérea
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Fome extrema: mãe palestina Samah Matar ao lado de seu filho desnutrido Youssef, que sofre de paralisia cerebral, em uma escola onde eles se abrigam na Cidade de Gaza, em 24 de julho de 2025. — Foto: Mahmoud Issa/Reuters
Em meio ao agravamento da crise humanitária em Gaza e sob crescente pressão internacional, a rádio oficial do exército israelense informou nesta sexta-feira (25) que países estrangeiros poderão realizar lançamentos de ajuda humanitária aérea nos próximos dias.
O jornal Times of Israel afirma que a Jordânia e os Emirados Árabes Unidos realizarão esta rodada de lançamentos aéreos, embora a BBC não tenha confirmado essa informação de forma independente.
No ano passado, países como Reino Unido, EUA e Jordânia lançaram suprimentos em Gaza por meio de aviões militares, mas isso levou a problemas como a queda de suprimentos no mar e o afogamento de pessoas tentando recuperá-los. Outras pessoas foram mortas ou feridas por caixas que caíram do céu quando os paraquedas falharam.
Quando esses lançamentos aéreos aconteceram em 2024, depois que a ONU disse que a população de Gaza estava à beira da fome, organizações humanitárias disseram que esse método de entrega é insuficiente para atender às necessidades da população de Gaza.
'É chegada a hora de pôr fim à guerra em Gaza', dizem Reino Unido, França e Alemanha
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Crianças palestinas esperam por uma refeição em uma cozinha de caridade na área de Mawasi, em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, em 22 de julho de 2025 — Foto: AFP
Em uma declaração conjunta divulgada nesta sexta-feira, Reino Unido, França e Alemanha afirmaram que "é chegada a hora de pôr fim à guerra em Gaza".
No comunicado, os países "exortam todas as partes a pôr fim ao conflito, alcançando um cessar-fogo imediato", antes de pedirem a "libertação incondicional de todos os reféns" mantidos em cativeiro pelo Hamas desde 7 de outubro de 2023.
"As necessidades mais básicas da população civil, incluindo o acesso à água e à alimentação, devem ser atendidas sem mais demora", afirmam.
Os países exortam Israel a "permitir urgentemente que a ONU e as ONGs humanitárias realizem seu trabalho para combater a fome. Israel deve cumprir suas obrigações sob o Direito Internacional Humanitário".
"O desarmamento do Hamas é imperativo, e o Hamas não deve ter nenhum papel no futuro de Gaza", acrescenta a declaração.
"Ameaças de anexação, assentamentos e atos de violência dos colonos contra palestinos minam as perspectivas de uma solução negociada de dois Estados", prossegue a declaração.
Os países reafirmam que estão comprometidos em trabalhar em prol de um "plano para a próxima fase de Gaza", que acompanhará a retirada das forças israelenses e a remoção da liderança do Hamas.
França anuncia que reconhecerá o Estado palestino
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O presidente da França, Emmanuel Macron, fala durante uma coletiva de imprensa após uma cúpula especial de líderes da União Europeia para discutir a guerra na Ucrânia e a defesa europeia, em Bruxelas, na Bélgica. — Foto: REUTERS/Christian Hartmann
Antes da divulgação da nota conjunta entre Reino Unido, França e Alemanha, o presidente de França, Emanuel Macron, anunciou que seu país reconhecerá oficialmente o Estado palestino.
"Não há alternativa", disse Macron, cujo país é a primeira nação do G7 (grupo dos países mais industrializados do mundo) a tomar essa decisão.
Em mensagem publicada no X (antigo Twitter), Macron indicou que faria o anúncio formal em setembro, antes de uma sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York.
"A necessidade urgente hoje é que a guerra em Gaza termine e que a população civil seja resgatada. A paz é possível. Precisamos de um cessar-fogo imediato, da libertação de todos os reféns e de assistência humanitária maciça para o povo de Gaza", escreveu o presidente francês
Autoridades palestinas saudaram a decisão de Macron, enquanto o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que a medida "recompensa o terror" após os ataques do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023.
Na sexta-feira, um porta-voz do governo alemão descartou o reconhecimento do Estado palestino, relata Damien McGuinness, correspondente da BBC News em Berlim.
Berlim argumenta que esta deveria ser a etapa final de uma solução negociada de dois Estados, explica o correspondente.
Devido à culpa histórica pelo Holocausto, os políticos alemães geralmente evitam criticar Israel.
Friedrich Merz foi mais longe do que o habitual para um chanceler alemão ao condenar as ações de Benjamin Netanyahu em Gaza – descrevendo a situação em Gaza como "inaceitável" e dizendo a Netanyahu "explicitamente que não compartilhamos a política do governo israelense para Gaza".
Mas Merz parece relutante em apoiar suas palavras com ações, descartando sanções ou embargos de armas. O governo alemão argumenta que tais ações minariam a influência de Berlim sobre Netanyahu.
Enquanto isso, o sentimento público mudou na Alemanha – um país que tradicionalmente considera o apoio a Israel inegociável.
Os apelos para que Berlim mude de rumo estão aumentando dentro do próprio governo de Merz, e até mesmo dentro do serviço diplomático.
Após os ataques do Hamas em 7 de outubro, cerca de 50% dos alemães acreditavam que as ações de Israel em Gaza eram justificadas. Hoje, apenas 12% acreditam nisso.
*Com informações da live da BBC News, editada por Neha Gohil, com análises de Jeremy Bowen e Lyse Doucet
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