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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Títulos inéditos em circuito, mas consagrados em festivais, costuram mostra que mapeia filmes feitos no país na última década

** = DEZ ANOS DE CINEMA NACIONAL. = **



##=  - Recheado de imagens raras de índios que sobreviveram à violência dos latifundiários durante um massacre na Rondônia dos anos 1980, refugiando-se até em buracos, "Corumbiara", documentário de Vincent Carelli, ganhador do Kikito de melhor filme no Festival de Gramado de 2009, é um dos títulos inéditos em circuito incluídos na mostra Cinema Brasileiro: Anos 2000, 10 Questões, em cartaz a partir de amanhã no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Às 13h,"Redentor" (2004), de Claudio Torres, inaugura a retrospectiva, que sugere um balanço crítico (estético, político e até afetivo) da filmografia nacional feita de 2001 a 2010.
Com curadoria dos críticos Eduardo Valente, Cléber Eduardo e do professor da UFF João Luiz Vieira, a mostra vai de longas-metragens autoralíssimos - caso de "O signo do caos" (2003), o derradeiro trabalho de Rogério Sganzerla (1946-2004), que será exibido amanhã, às 18h - a blockbusters com espírito de pipoca assumido. Daí a presença de "Se eu fosse você 2", comédia vista por 6.137.347 pagantes em 2009, que o CCBB exibe no encerramento do evento, no dia 8. Referência na tradição etnográfica do audiovisual no país, o longa de Vincent Carelli será apresentado neste sábado, às 16h.
- Ao longo dos anos 2000, principalmente por conta do amadurecimento dos processos de produção digital, possibilitou-se o fortalecimento de uma produção mais barata, em grande parte feita apenas tendo por base as amizades e os laços pessoais forjados entre realizadores ao longo dos anos. Essa produção ainda tem circulado principalmente em festivais, inclusive internacionais, mas já demonstra sua força e constância. Ela precisa apenas conseguir se fortalecer também frente aos olhos de uma parcela maior do nosso público, o que não é tarefa simples nem rápida - explica Valente, lembrando que todos os debates da mostra estarão disponíveis em vídeo no site da mostra.





Ao todo, serão promovidos dez debates, mapeando a produção da década passada, refletindo sobre os resquícios da Retomada, a explosão da tecnologia digital e o boom documental. Fora "Corumbiara", é extensa na mostra a fila dos filmes que ainda não tiveram vaga nas salas comerciais do Rio. Inclua aí "A alegria", de Felipe Bragança e Marina Meliande (dia 29, às 18h); "A concepção", de José Eduardo Belmonte (dia 4, às 16h); "A falta que me faz", de Marília Rocha (no dia 6, às 13h30m e às 16h); e "Avenida Brasília Formosa", de Gabriel Mascaro, e "Morro do Céu", de Gustavo Spolidoro (ambos no dia 7, a partir das 17h). Permanece sem tela um dos filmes mais comentados da década passada: "Estrada para Ythaca", de Guto Parente, Pedro Diógenes e dos irmãos Luiz e Ricardo Pretti, vencedor na Mostra de Tiradentes de 2010.
"A Pedra do Reino na telona."
Com sessão no CCBB no dia 8, às 14h, "Estrada para Ythaca" é encarado como um estandarte do chamado Novíssimo Cinema Brasileiro, geração de realizadores avessa a formulas comerciais e marcada por filmes de baixo custo e alta experimentação narrativa.
- Tenho a impressão de que vários jovens realizadores sabem o que não querem: se inserir no modelo do cinema dito comercial. A partir daí, procuram um espaço próprio, em diálogo com exemplos do cinema, das artes visuais, da internet - diz o crítico José Carlos Avellar, que amanhã, às 20h, participa do debate "Que país é esse?" com a pesquisadora Andrea Ormond.
No dia 7, a partir das 16h, a mostra exibe (na íntegra) "A Pedra do Reino" (2007), produção concebida originalmente para a televisão, mas cheia de nuanças cinematográficas, rodada por Luiz Fernando Carvalho.

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