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segunda-feira, 25 de abril de 2011

iPhone atualiza registro mesmo com serviço de localização desativado

Confirmação foi do ‘Wall Street Journal’.
Já o arquivo mantido pelo Android é limitado.






##= Uma análise realizada por um especialista consultado pelo jornal americano “Wall Street Journal” confirmou que o iPhone nunca para de atualizar o histórico de sua localização (e, portanto, do seu usuário), mesmo com os “serviços de localização” desativados. Quando desativada, a opção – que está ativa por padrão -, apenas para o envio dos dados à Apple, mas não o registro local.
Uma dupla de pesquisadores informou ao jornal britânico “The Guardian” que o iPhone e o iPad 3G atualizam constantemente um histórico de localização do usuário, criando uma relação de todos os lugares onde o dispositivo já esteve. O arquivo também é copiado para o computador e para um novo iPhone ou iPad quando ele for sincronizado, retendo os dados armazenados pelo dispositivo anterior.

Alasdair Allan e Pete Warden, a dupla de pesquisadores, dizem “ser grandes fãs da Apple e não estarem felizes com a descoberta” que fizeram. Operadoras de celular já registram essa informação, mas ela não está disponível publicamente.

A coleta teria começado em junho de 2010, segundo os pesquisadores. A dupla criou um aplicativo para o MacOS X que encontra o arquivo e cria um mapa com os pontos mostrando o usuário esteve, de acordo com os dados coletados pelo iPhone. As coordenadas de latitude e longitude armazenadas são calculadas pelo celular usando os dados das torres de comunicação da operadora – que às vezes é menos precisa que GPS, mas gasta menos recursos do celular.

Especialistas consultados pelo jornal questionaram o motivo de a Apple ter esse arquivo no dispositivo – segundo os pesquisadores, ele nunca é enviado para a companhia. Usuários e especialistas comentando o assunto na internet também levantaram a possibilidade de um criminoso, detetive particular, cônjuge ou vírus ter acesso ao arquivo para saber por onde o usuário esteve. Uma maneira de reduzir essa possibilidade é habilitar a opção de criptografia para os backups do iPhone, mas ainda assim haverá um arquivo sem proteção dentro do aparelho.

Consultada pelo “The Guardian”, a Apple não quis comentar o caso.

Warden e Allan ainda tentaram achar arquivos semelhantes em outros smartphones, mas não localizaram nada parecido. Eles observaram que, em setembro de 2010, um francês já havia revelado a existência dos dados, mas ninguém teria dado atenção.

Outras análises também confirmaram a captura de dados de localização em celulares Android. Como nos aparelhos da Apple, o Android também armazena um banco de dados no dispositivo. A diferença é que há um limite de registros no Android e, quando ele é atingido, os antigos são removidos. No iPhone, as informações do arquivo são mantidas por tempo indeterminado e são sincronizadas entre dispositivos diferentes.

O caso já chamou a atenção de autoridades nos EUA e no Canadá. O deputado democrata norte-americano Ed Markey enviou uma carta a Steve Jobs questionando o recurso. O senador Al Franken, também americano, enviou correspondência semelhante. O Comissário de Privacidade do Canadá também está preocupado com a situação, segundo uma reportagem do “Wall Street Journal”.

No ano passado, a Apple enviou uma carta de 13 páginas a outros congressistas explicando como usava os dados de localização de seus usuários.

Diferenças no rastreamento do Android e do iPhoneO arquivo usado pelo iPhone para armazenar a localização dos usuários se chama “consolidated.db” enquanto o Android armazena os arquivos “cache.cell” e “cache.wifi”. O do iPhone está ativo por padrão e apenas o envio pode ser desativado. O do Android está desativado.

Enquanto o banco de dados do iPhone parece ser ilimitado e pode ser lido sempre que o iPhone for conectado a um computador via USB, o banco de dados do Android é legível apenas em celulares em que o acesso root foi habilitado, o que não é uma função padrão do sistema. Funcionários que sincronizam o iPhone com o computador da empresa, por exemplo, podem ter sua localização lida.

O banco de dados do Android também é limitado. Registros antigos são automaticamente removidos.

Ainda não se sabe se o banco de dados do Android, como do iPhone, é mantido mesmo com os serviços de localização desativados.

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