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quarta-feira, 20 de abril de 2011

As mortes de motoqueiros envolvidos no trânsito crescem 11,7% em SP.

** - Balanço de 2010 mostra ainda que, em metade dos casos, pedestres são as vítimas... - **


A quantidade de motociclistas mortos no trânsito de São Paulo aumentou 11,7% no ano passado (foram 478), interrompendo tendência de queda dos períodos anteriores. O dado chama ainda mais a atenção, porque houve redução na mortalidade de todos os outros personagens do trânsito: motoristas, ciclistas e pedestres. As pessoas nas calçadas e atravessando as vias, no entanto, continuam sendo as maiores vítimas, com 630 mortos em 2010.

A alta no número de motociclistas mortos fez esse índice voltar exatamente ao mesmo patamar de três anos atrás - quando se atingiu o maior pico de vítimas fatais. E isso em um ano em que a Prefeitura implementou medidas de impacto para esses veículos, como a inauguração da motofaixa da Rua Vergueiro e a proibição de motos na pista expressa da Marginal do Tietê.
"É preciso estimular o compartilhamento da via pública. A criação da motofaixa e a proibição na Marginal aumentam a hostilidade e a segregação entre motoristas de automóveis e motociclistas", diz o presidente da Associação Brasileira de Motociclistas (Abram), Lucas Pimentel.

O Relatório de Acidentes de Trânsito da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) mostra que 41,8% das colisões com mortes envolvem motos e carro. Na sequência (14,9%) aparecem motos e ônibus.

Foi em um desses acidentes que o motociclista Beto Souza, de 35 anos, perdeu o amigo José Roberto Favaro Junior, de 30. Junior subia ladeira no Jardim Saúde, na zona sul, quando um ônibus atingiu a traseira da moto. O motociclista ficou preso debaixo do ônibus e foi arrastado. "Na verdade, foi assassinato", diz Beto Souza, presidente do motoclube do qual Junior fazia parte.

Atropelamentos. Além de serem responsáveis pelas mortes dos próprios ocupantes, as motos também contribuem para aumentar a fatalidade dos acidentes envolvendo pedestres. Um quarto de todos os atropelamentos que resultaram em morte foi provocado por veículos em duas rodas.

Isso agrava uma situação já alarmante: pedestres são quase metade de todos os mortos no trânsito. No ano passado, a quantidade de mortos caiu 6,1% - passou de 671 para 630. "Nós consideramos essa queda baixa ainda e por isso objetivamos uma de maior impacto, reduzindo pela metade", diz o secretário de Transportes, Marcelo Cardinale Branco. "Mas, para isso, é preciso uma mobilização geral da sociedade", completa.

Os dados da CET mostram que os atropelamentos acontecem principalmente na região central, em distritos como o da Sé - que por sinal é o líder em mortes. As maiores vítimas do trânsito são os aposentados e pensionistas, com 195 casos. Desses, 90% foram atropelados.

Sobre duas rodas11,9% - cresceu a frota em um ano
889 mil - existem atualmente em SP




"Circulação em alta velocidade é comum e mortífera."


O problema começa na precariedade da formação dos condutores de moto, que fazem exame de habilitação em ambiente fechado e com velocidade baixa. Liberados para conduzir, andam de forma veloz em meio a carros, ônibus e caminhões. Somado a isso, o desrespeito às regras e a impunidade crescem: em São Paulo, as motos (11% da frota registrada) envolvem-se em mais de 30% dos acidentes fatais e recebem, apenas, perto de 4% das autuações de trânsito.

São comuns a - mortífera - circulação nos corredores em alta velocidade e também o desrespeito ao semáforo, entre outras infrações. Além disso, as motos que compõem a chamada frota pirata, por não estarem devidamente licenciadas, talvez cheguem à metade da frota.

Para reverter a situação, é preciso maior envolvimento das montadoras - em vez de passarem conceitos como agilidade, deveriam enfatizar a fragilidade da moto e a obrigatoriedade de uma condução segura -, além de aperfeiçoamento do processo de habilitação, preparando os condutores para situações do dia a dia.

Finalmente, faz-se necessário um "choque de fiscalização", bastante difícil face à dificuldade de identificação das motos na autuação. Nesse sentido, o Contran aprovou o aumento do tamanho das placas traseiras. Em complemento, é fundamental a placa dianteira, lembrando que, para tanto, há necessidade de alteração da lei.





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