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segunda-feira, 27 de maio de 2013

Comparativo: Jaguar XF 'versus' Jaguar XJ


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Sedãs ‘básico’ e topo de linha são avaliados na pista de Interlagos.
Marca de luxo inglesa entra em nova fase e investe no mercado brasileiro.

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27/05/2013 11h17 - Atualizado em 27/05/2013 13h12
Priscila Dal Poggetto Do G1, em São Paulo
A ruptura do conceito de que a marcas inglesas de luxo são reservadas a um público extremamente restrito dentro da também limitada classe A é o desafio da Jaguar nos próximos anos. A marca, hoje sob administração do grupo indiano Tata, quer aumentar sua participação de mercado em todo o mundo e, assim, fugir de abalos financeiros. Exemplo disso é o Jaguar XF, que estreia no Brasil com motor 2.0 do Evoque por R$ 224.900, e não deixa de lado o padrão de requinte visto no sedã topo de linha XJ, que não sai por menos de R$ 540 mil.

O XF tem ainda uma opção equipada com motor 3.0 V6 Supercharged de 340 cavalos (a partir de R$ 314.900), mas o objetivo da avaliação foi contrapor as características da opção de entrada da marca com a topo de linha, no segmento de sedãs. O G1 pôde conferir o desempenho dos carros no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, onde é possível expôr ao máximo a capacidade de cada modelo.

Jaguar XJ
O primeiro a entrar na pista foi o XJ. O sedã é aquele típico “barco” para empresário esticar as pernas no banco de trás e curtir a amplitude proporcionada pelo teto-solar panorâmico, enquanto o motorista o conduz. Porém, neste modelo leva vantagem quem vai ao volante ou no banco de passageiro dianteiro. Quem tem em mente levar uma vida de banco traseiro, vai notar que ele oferece recursos limitados — não tem compartimento, por exemplo, para acomodar garrafas de bebida geladas, como tem um Mercedes-Benz S 400 Hybrid.
Veja os concorrentes do Jaguar XJ (Foto: Editoria de Arte/G1)
Outro detalhe pouco caprichado foi o compartimento para jornais, revistas ou tabletes na parte de trás do encosto dos bancos dianteiros. O sistema utiliza fitas elásticas, que quebram completamente o requinte do fino couro que reveste toda a parte interna, de portas a volante.

A compensação vem pelas telas independentes de 8 polegadas independentes, dispostas no encosto de cabeça dos bancos dianteiros. Elas complementam a tela de 12,3 polegadas sensível ao toque localizada no console central. O sistema de som é Meridian com 825W, com 20 alto-falantes e conectividade com USB, Bluetooth, CD e DVD.
Jaguar XJ tem tela de 12,3 polegadas sensível ao toque  (Foto: Caio Kenji/G1)Jaguar XJ tem tela de 12,3 polegadas sensível ao toque (Foto: Caio Kenji/G1)
Sobre a sensação ao dirigir, o carro traz todo o conforto possível ao motorista, a começar pelo posicionamento do banco. Ele garante boa visibilidade e o amplo espaço interno dá liberdade a movimentos de braços e pernas. O motorista só tem que tomar cuidado com “pé pesado”: o pedal do acelerador é bem sensível ao pedir força ao motor V8 5.0 a gasolina Supercharged de 510 cavalos de potência e 63,7 kgfm de torque.
Jaguar XJ tem câmbio automático de oito velocidades  (Foto: Caio Kenji/G1)
Jaguar XJ tem câmbio automático de oito velocidades
(Foto: Caio Kenji/G1)
O câmbio é automático de oito velocidades com opção de trocas sequenciais no volante. A combinação leva o sedã de 0 a 100 km/h em 4,9 segundos. A velocidade máxima é limitada eletronicamente em 250 km/h.

Mas as medidas do carro atrapalham o sedã, especialmente em deslocamentos no trânsito, onde tem que mudar de faixa constantemente. Ele tem de peso bruto 2.390 kg, distribuídos em 5,12 m de largura, sendo 3 m de distância entre-eixos, 1,44 m de altura e 2,11 m de largura considerando os espelhos retrovisores.

Jaguar XF
Engana-se quem subestimar o XF por seu preço “inferior”. Acabamento e conforto são dois aspectos que a Jaguar não abriu mão — inclusive a bolsa no encosto do banco tem solução melhor do que a do XJ. Tirando o couro marrom da unidade testada, o sedã mostra um ar revigorante ao clássico, de maneira a deixa-lo mais jovial.
Veja os concorrentes do Jaguar XF (Foto: Editoria de Arte/G1)
O que ajuda muito a dar tal impressão estética é o acabamento interno em fibra de carbono, que recebe ainda um “jovem” sistema de som Meridian com 11 alto-falantes e 380 W de potência com conectividade para iPod, USB, CD, DVD, Bluetooth e, de grande relevância, GPS integrado — algo que muito carro de luxo não tem. Externamente, destaque para as rodas de liga leve de 18 polegadas, nesta versão 2.0 (a 3.0 leva rodas de 19’’).
Jaguar XF 2.0 chega ao Brasil por R$ 224.900 (Foto: Caio Kenji/G1)Jaguar XF 2.0 chega ao Brasil por R$ 224.900 (Foto: Caio Kenji/G1)
Mas a grande sacada deste carro é o motor, o 2.0 GTDI turbo de 240 cavalos de potência e 34,6 kgfm entre 2.000 rpm e 4.000 rpm de torque em conjunto com o novo câmbio ZF automático de 8 velocidades com opção de trocas manuais no volante. Ele é o mesmo que equipa o Evoque, portanto, só pela escala de produção já diminuiu muito o custo para a montadora chegar a tal preço. Fora, isso as novas tecnologias permitem que o motor tenha um desempenho acima da expectativa — considerando que o sedã é mais leve e menor do que o XJ.
Apesar de ser a opção de entrada da Jaguar, o sedã XF garante conforto e luxo no acabamento (Foto: Divulgação)Apesar de ser a opção de entrada, o sedã XF garante conforto e luxo no acabamento (Foto: Divulgação)
No circuito de Interlagos, ficou nítido que o carro tem fôlego para “brincar” de correr e estabilidade acima do normal para um sedã. De qualquer forma, ele conta com sistemas eletrônicos para não perder o rumo. A condução, assim, é bem prazerosa, com destaque para o câmbio de trocas imperceptíveis. Por ser menor e pela posição de dirigir, a sensação de domínio do condutor sobre o carro é bem maior do que no XJ.

Conclusão
Sem considerar o valor, colocando os dois modelos lado a lado, quem leva vantagem é o XF, mesmo com motor inferior. O modelo traz mais recursos modernos e mais leveza ao ainda clássico status visual da Jaguar. Fora isso, a posição de dirigir é muito mais confortável. Para completar o conjunto, é o modelo mais “em conta” da marca, o que lhe rende um status de bom custo-benefício dentro da exigência de um público tão restrito.

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