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País vai doar US$2,37 milhões para projeto, o 1º do brasileiro José Graziano à frente do Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO); acquisição fica a cargo da entidade.
22 de fevereiro de 2012 | 19h 29
atualizdo 23 de fervereiro de 2012 10h 45
Lisandra Paraguassu, de O Estado de S.Paulo
*!||\0/||!* BRASÍLIA - O Brasil vai financiar um novo programa criado pelo Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), dirigido pelo brasileiro José Graziano. O acordo, assinado na terça-feira em Roma, prevê uma doação de US$2,37 milhões para uma ação local de compra de alimentos em cinco países africanos a ser administrada pela FAO e pelo Programa Alimentar Mundial (PAM), órgão da ONU responsável pela resposta emergencial a crises de fome.
O novo programa, a primeira proposta da gestão de Graziano, iniciada em janeiro, tem como base o programa brasileiro de compra de alimentos, parte da estratégia Fome Zero, criada quando Graziano era ministro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Quando assumiu a FAO, depois de uma intensa campanha do governo brasileiro para emplacar seu nome, Graziano afirmou que queria levar para o órgão as políticas brasileiras. Conseguiu também o financiamento.
A intenção do novo programa é financiar a produção local de pequenos agricultores na Etiópia, no Malaui, em Moçambique, Níger e Senegal por pelo menos 18 meses. A FAO, no entanto, pretende obter mais recursos além do dinheiro brasileiro para manter o programa.
Do total a ser doado pelo Brasil, o órgão receberá US$ 1,55 milhões para ajudar os pequenos agricultores a melhorar sua produção, oferecendo sementes e fertilizante e tentando organizá-los em cooperativas para processar e vender suas colheitas. Já a PAM receberá outros US$ 800 mil para preparar a compra dos produtos e fazer sua distribuição para escolas e os famílias de baixa renda.
Além dos recursos, o Brasil também oferece a expertise para a montagem do programa, todo ele baseado no Programa Nacional de Aquisição de Alimentos, que garante a compra a preços de mercado para os pequenos agricultores - hoje cerca de 100 mil são fornecedores do PAA, especialmente de grãos, carnes, pescados e sementes. No Brasil, a aquisição é feita pelo governo, que então repassa os produtos para restaurantes populares, cozinhas comunitárias ou para distribuição de cestas básicas.
Os cinco países selecionados para começar o programa já haviam demonstrado interesse em copiar o modelo brasileiro. A intenção da FAO é que, passado esse primeiro momento, os governos locais assumam a compra dos alimentos como faz o Brasil.
Graziano, ministro no primeiro ano do governo Lula, assumiu a FAO como o homem que criou o Fome Zero brasileiro, a estratégia brasileira conhecida internacionalmente.
Interessado em finalmente ter um nome em um dos grandes órgãos das Nações Unidas, o governo brasileiro investiu pesado na conquista de votos e acabou conseguindo derrotar o espanhol Miguel Angél Moratinos com uma diferença de apenas quatro votos.
O ex-ministro, no entanto, não é exatamente o responsável pelo sucesso da estratégia de combate à fome do governo brasileiro. Seu ministério, de Segurança Alimentar, foi extinto no segundo ano do governo, assim como o seu Cartão Alimentação - um restrito programa que permitia apenas a compra de comida e ainda exigia recibos das famílias - trocado pelo Bolsa Família, esse sim o maior sucesso do governo Lula.
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O novo programa, a primeira proposta da gestão de Graziano, iniciada em janeiro, tem como base o programa brasileiro de compra de alimentos, parte da estratégia Fome Zero, criada quando Graziano era ministro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Quando assumiu a FAO, depois de uma intensa campanha do governo brasileiro para emplacar seu nome, Graziano afirmou que queria levar para o órgão as políticas brasileiras. Conseguiu também o financiamento.
A intenção do novo programa é financiar a produção local de pequenos agricultores na Etiópia, no Malaui, em Moçambique, Níger e Senegal por pelo menos 18 meses. A FAO, no entanto, pretende obter mais recursos além do dinheiro brasileiro para manter o programa.
Do total a ser doado pelo Brasil, o órgão receberá US$ 1,55 milhões para ajudar os pequenos agricultores a melhorar sua produção, oferecendo sementes e fertilizante e tentando organizá-los em cooperativas para processar e vender suas colheitas. Já a PAM receberá outros US$ 800 mil para preparar a compra dos produtos e fazer sua distribuição para escolas e os famílias de baixa renda.
Além dos recursos, o Brasil também oferece a expertise para a montagem do programa, todo ele baseado no Programa Nacional de Aquisição de Alimentos, que garante a compra a preços de mercado para os pequenos agricultores - hoje cerca de 100 mil são fornecedores do PAA, especialmente de grãos, carnes, pescados e sementes. No Brasil, a aquisição é feita pelo governo, que então repassa os produtos para restaurantes populares, cozinhas comunitárias ou para distribuição de cestas básicas.
Os cinco países selecionados para começar o programa já haviam demonstrado interesse em copiar o modelo brasileiro. A intenção da FAO é que, passado esse primeiro momento, os governos locais assumam a compra dos alimentos como faz o Brasil.
Graziano, ministro no primeiro ano do governo Lula, assumiu a FAO como o homem que criou o Fome Zero brasileiro, a estratégia brasileira conhecida internacionalmente.
Interessado em finalmente ter um nome em um dos grandes órgãos das Nações Unidas, o governo brasileiro investiu pesado na conquista de votos e acabou conseguindo derrotar o espanhol Miguel Angél Moratinos com uma diferença de apenas quatro votos.
O ex-ministro, no entanto, não é exatamente o responsável pelo sucesso da estratégia de combate à fome do governo brasileiro. Seu ministério, de Segurança Alimentar, foi extinto no segundo ano do governo, assim como o seu Cartão Alimentação - um restrito programa que permitia apenas a compra de comida e ainda exigia recibos das famílias - trocado pelo Bolsa Família, esse sim o maior sucesso do governo Lula.
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