Dinheiro americano para reconstrução no Afeganistão está sendo desviado para o Talibã, diz jornal

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Publicada em 25/07/2011 às 14h46m

O GloboCom agências internacionais

#[:]--[:]# WASHINGTON - O dinheiro de um contrato bilionário de transporte entre os Estados Unidos e o Afeganistão que teria como objetivo movimentar os negócios no país da Ásia Central foi desviado para membros do Talibã, revelou o jornal americano "Washington Post" neste domingo, citando uma investigação do Exército americano que ainda não foi divulgada ao público.

Segundo o jornal, pelo menos quatro das oito companhias contratadas pelos EUA por US$ 2.16 bilhões para transportar mantimentos para as unidades militares no Afeganistão estão ligadas a crimes e/ou ao movimento de insurgentes. A investigação, comandada também pelo Congresso e pela Agência de Inteligência americana (CIA), começou há cerca de um ano, no entanto, apesar de os indícios de fraudes, Washington prolongou por mais seis meses o contrato com todas as oito companhias tercerizadas.

Ao contrário do Iraque, onde as empresas que trabalham na reconstrução do país são, em grande maioria americana, no Afeganistão tal compromisso é assumido por companhias locais. Durante o primeiro trimestre desde ano, por exemplo, 53% da verba de contratos no Afeganistão foram destinadas a empreendedores nativos. Das oito empresas escolhidas para transportar mantimentos para militares americanos, seis são chefiadas por afegãos ou têm participação afegã e apenas duas são consideradas americanas. A investigação, no entanto, não conseguiu identificar quais são as quatro companhias que estão desviando dinheiro para o Talibã.

De acordo com o relatório, os tais quatro servidores terceirizados estão envolvidos em lavagem de dinheiro, suborno e falsidade ideológica. Como muitas das companhias não têm capacidade de promover a segurança das estradas e nem caminhões para transportar os mantimentos, elas contratariam outros serviços terceirizados, que, por sua vez, estariam ligados aos insurgentes.

Uma autoridade de Defesa americana, no entanto, garantiu ao "Washington Post" que os contratos do sistema de transporte no Afeganistão vão ser totalmente revistos e remodelados assim que os atuais acordos expirem, no próximo mês de setembro.