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sábado, 6 de agosto de 2011

Aluno da UnB calcula valor de bens culturais; Catedral vale R$ 75 milhões

 

DISTRITO FEDERAL -- NOTÍCIAS



Técnica pode orientar investimento, política pública e até preço de entrada.
Orientadora diz que 'nunca antes os atrativos foram valorados em Brasília'.

 


Naiara Leão Do G1 DF


$=%=%=$ Se o preço do terreno, da construção e o valor “sentimental” de bens culturais fossem colocados no papel, quanto valeria a Catedral de Brasília? Mais do que o Memorial Juscelino Kubitscheck? Menos do que a Torre de TV? Qual desses monumentos é preferido pela população e deve receber mais investimentos do governo?

O mestrando do Departamento de Contabilidade da Universidade de Brasília Mateus Marques tenta responder essas e outras perguntas ao elaborar uma técnica de valoração de bens culturais. Com ela, ele calcula, por exemplo, que a Catedral de Brasília vale R$ 75 milhões.

Catedral de Brasília vale R$ 75 milhões, diz estudo da UnB (Foto: José Cruz/ Abr)Estudo da Universidade de Brasília estima que Catedral vale R$ 75 milhões, (Foto: José Cruz/ Abr)

Segundo a orientadora de Marques, Fátima Freire, o estudo revela dados inéditos, pois “nunca antes esses atrativos foram valorados em Brasília”.

Para o aluno, o cálculo do valor dos bens culturais pode ajudar empresas a elaborarem estratégias de marketing e o governo a direcionar investimentos, elaborar políticas públicas e até estabelecer preços de ingresso. “É importante para saber em qual período o bem vai agregar mais valor, dizer quanto ele vale e quanto traz de benefício para a sociedade”, diz Marques.


Para calcular o valor de um bem, o mestrando leva em consideração a taxa de visitação do monumento, quanto turistas gastam com a viagem e até quanto estariam dispostos a pagar para visitá-lo.

No caso da Catedral, ele considerou que turistas gastam, em média, R$ 1.000 com transporte, hotel e alimentação em Brasília, mas que, com base no cruzamenro de vários outros dados coletados, estariam dispostos a gastar até R$ 1.400 para conhecer a igreja projetada por Oscar Niemeyer. Além disso, ele apurou que 74 em cada 100 mil brasileiros visitam a construção.


Essas estimativas gerais podem ser desdobradas em informações sobre renda, sexo e idade. Segundo Marques, é possível mostrar se um monumento tem mais valor aos olhos de homens, mulheres, jovens ou adultos, entre outras categorias. Essas informações orientam propagandas, preços de ingressos e estratégias de atração de turistas.

Além do perfil do visitante que se sente melhor no local, é possível desdobrar os dados por estado. “Goiás é o estado que mais visita a Catedral. Observamos que quanto mais aumenta o custo da viagem, a taxa de visitação diminui, ou seja, quanto mais barato for o acesso a aquele bem, mais pessoas vão visitá-lo”, exemplifica Marques.

Os cálculos do mestrando são feitos a partir de dados coletados pelo Centro de Excelência em Turismo (CET/UnB), em 2008. Com 2 mil entrevistas, o CET/UnB traçou perfil do turista em Brasília e sua satisfação.

Segundo Marques, a UnB está disposta a usar sua técnica para formular seus próximos projetos de turismo no DF. O modelo que ele desenvolve pode ser usado também por empresas e órgãos do governo.

De acordo com ele, o Brasil está passando por um momento em que tenta se alinhar com as normas internacionais de contabilidade que discutem o valor de mercado de itens culturais.
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