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sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Dólar chega a R$ 6,07 e bate novo recorde histórico, com dados dos EUA e acordo Mercosul-UE

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A moeda norte-americana avançou 1% nesta sexta-feira, cotada a R$ 6,0713. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira recuou 1,50%, aos 125.946 pontos.
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Por Redação g1 — São Paulo

Postado em 06 de dezembro de 2024 às 11h00m

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— Foto: Karolina Grabowska/Pexels
— Foto: Karolina Grabowska/Pexels

O dólar fechou em alta nesta sexta-feira (6) e atingiu mais um recorde de valor nominal: R$ 6,0713. Até então, o maior valor de fechamento havia sido registrado na última segunda-feira (2), quando encerrou a R$ 6,06.

A moeda norte-americana avançou 1% sobre o real na sessão de hoje. Na semana, acumulou alta de 1,18%. Em 2024, a alta passa dos 25%.

Nesta sexta, investidores repercutiram novos dados de emprego dos Estados Unidos e o novo acordo entre o Mercosul e a União Europeia.

Nos EUA, o payroll, principal relatório de emprego do país, registrou a abertura de 227 mil vagas de emprego no mês passado, acima do esperado pelos economistas. O número é considerado uma métrica importante para o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em suas decisões de juros.

Por aqui, o destaque ficou com a conclusão do acordo do bloco sul-americano com a União Europeia, após de 25 anos de negociação. O acerto foi anunciado durante a Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, em Montevidéu, no Uruguai.

A Associação Mercosul-União Europeia visa fortalecer a relação entre os países dos dois blocos e, entre outros pontos, facilitar o comércio de bens e produtos entre as duas regiões. (Entenda mais abaixo)

O cenário fiscal também segue monitorado de perto pelos investidores, em meio à tramitação do pacote fiscal e com a expectativa de que a liberação de emendas parlamentares possa acelerar o processo nas próximas semanas.

Por fim, o mercado ainda aguarda a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC), previsto para a próxima semana. A estimativa é que o colegiado deva aplicar uma nova alta na taxa básica de juros, a Selic.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

O dólar subiu 1%, cotado a R$ 6,0713. Na máxima do dia, chegou a R$ 6,0919. Veja mais cotações.

Com o resultado, acumulou:

  • alta de 1,18% na semana e no mês;
  • ganho de 25,12% no ano.

No dia anterior, a moeda caiu 0,60%, cotada a R$ 6,0112.

O Ibovespa caiu 1,50%, aos 125.946 pontos.

Com o resultado, acumulou:

  • avanço de 0,22% na semana e no mês;
  • recuo de 6,14% no ano.
Na véspera, o índice encerrou em alta de 1,40%, aos 127.858 pontos.



Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

O que está mexendo com os mercados?

Os olhos ficaram voltados para a Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul nesta sexta-feira (6). O novo Acordo de Associação Mercosul-União Europeia, anunciado pela manhã, visa fortalecer a relação entre os países dos dois blocos.

A assinatura do acordo só acontece depois que os textos passarem por uma revisão jurídica e de serem traduzidos para os idiomas oficiais dos países envolvidos. O anúncio, portanto, significa que as negociações entre os dois blocos estão encerradas.

Em entrevista coletiva, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o "acordo com Mercosul é vitória para Europa".

"Este é um acordo ganha-ganha, que trará benefícios significativos para consumidores e empresas, de ambos os lados. Estamos focados na justiça e no benefício mútuo. Ouvimos as preocupações de nossos agricultores e agimos de acordo com elas. Este acordo inclui salvaguardas robustas para proteger seus meios de subsistência", disse von der Leyen.

A presidente da Comissão Europeia também direcionou parte de seu discurso para os agricultores europeus, reafirmando o compromisso do bloco em ouvir suas preocupações e resolvê-las.

"Este acordo inclui salvaguardas robustas para proteger os seus meios de subsistência. O acordo UE-Mercosul é o maior de todos os tempos no que diz respeito à proteção dos produtos alimentares e bebidas da UE", disse Von der Leyen.

Nos últimos meses, agricultores de algumas regiões da Europa, especialmente da França, fizeram manifestações em protesto ao acordo entre Mercosul e União Europeia. Isso porque os produtos agrícolas do Mercosul entrariam na região em condições "desiguais de competitividade", o que prejudicaria a produção local.

De acordo com a Comissão Europeia, mais de 350 produtos da UE agora são protegidos por indicação geográfica, uma espécie de selo de qualidade que vincula o produto à sua origem de produção. Von der Leyen também garantiu que os "padrões europeus de saúde e segurança alimentar permanecem intocáveis".

"Os exportadores do Mercosul terão que cumprir rigorosamente esses padrões para acessar o mercado da UE. Esta é a realidade de um acordo que economizará às empresas da UE 4 bilhões de euros por ano em tarifas de exportação", disse, reiterando que os mercados também serão expandidos nesse processo, gerando oportunidades de crescimento e trabalho para ambos os lados.

Apesar de um acerto inicial ter sido firmado há cinco anos, a medida não havia saído do papel desde então por pressão dos europeus. Parte dos países da UE, em especial a França, não é favorável a uma abertura de mercado que beneficie competidores do Mercosul.

Mais cedo, a ministra do Comércio da França, Sophie Primas, reafirmou a oposição do país ao acordo comercial entre a UE e o Mercosul, afirmando que o acordo vincula apenas a Comissão Europeia, e não os Estados-membros.

Dados de emprego nos EUA

No exterior, foco nos novos dados de emprego do payroll. Segundo informações do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, a criação de vagas de trabalho na maior economia do mundo acelerou em novembro depois de ter sido severamente afetada por furacões e greves.

Isso, no entanto, não sinaliza uma mudança material nas condições do mercado de trabalho, que continuam a enfraquecer de forma constante e permitem que o Federal Reserve corte a taxa de juros novamente este mês.

Foram 227 mil vagas de emprego abertas fora do setor agrícola no mês passado, acima do esperado pelos economistas.

A taxa de desemprego subiu para 4,2%, depois de se manter em 4,1% por dois meses consecutivos. A média de ganhos por hora aumentou 0,4%, após ter aumentado 0,4% em outubro. Nos 12 meses até novembro, os salários avançaram 4,0%, mantendo o ritmo de outubro.

*Com informações da agência de notícias Reuters

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