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quinta-feira, 2 de junho de 2011

EUA confirmam dois casos de contaminação por bactéria em legumes

INTERNACIONAL  - - Saúde Pública


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS




"#**#" Dois americanos que voltaram recentemente da Alemanha estão contaminados pela bactéria Escherichia coli, confirmaram nesta quarta-feira os Estados Unidos. Após se espalhar por nove países e deixar 17 mortos e mais de 1.500 infectados na Alemanha, a E. coli foi detectada pela primeira vez fora do continente europeu.

Lola Russell, porta-voz do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês), confirmou os casos --sem revelar os nomes das vítimas ou o Estado em que residem-- mas disse que as duas pessoas devem sobreviver.

Editoria de Arte/Folhapress

Autoridades em Washington limitaram-se a acrescentar que os dois americanos contraíram a E. coli em Hamburgo e que outro turista americano está hospitalizado em Praga, após ter sido contaminado na Alemanha e ter prosseguido viagem para a República Tcheca.

Os dois casos são os primeiros fora da Europa após a bactéria já ter contaminado pessoas na Áustria, Dinamarca, Alemanha (onde matou 16), Holanda, Noruega, Espanha, Suécia (onde também fez um morto), Suíça e Reino Unido.

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), em todos estes países as pessoas foram contaminadas em viagens à Alemanha --exceto por dois casos.

A notícia de que há pessoas contaminadas nos EUA chega horas após a Alemanha registrou 365 novos casos somente nesta quarta-feira.

SURTO SE ESPALHA

Enquanto o número de contaminações aumenta exponencialmente, autoridades sanitárias europeias permanecem longe de identificar com certeza a fonte exata da bactéria --nos últimos dias houve confusão quanto à presença da E. coli em pepinos espanhóis, e cogitou-se também que alfaces e tomates possam estar contaminados.

Francisco Bonilla/Reuters
Agricultor descarta colheita inteira de pepinos na Espanha; crise já deixou 17 mortos na Alemanha e na Suécia
Agricultor descarta colheita inteira de pepinos na Espanha; crise já deixou 17 mortos na Alemanha e na Suécia

"Esta espécie em particular com a qual estamos lidando para ser única", disse a Dra. Hilde Kruse, chefe dos programas de segurança alimentar da OMS (Organização Mundial da Saúde).

Apenas nos Estados alemães da Baixa Saxônia e Schleswig Holstein, 200 novos casos foram registrados pelas autoridades médicas, elevando o número para 1.900 desde o início de maio, de acordo com a agência alemã DPA.

"Registramos uma novo aumento nos casos de contaminação", declarou em Hamburgo Cornelia Prüfer-Storcks, secretária de Saúde do Estado, um dos principais focos da epidemia, onde o número total de doentes hoje chegou a 668, 119 a mais do que na véspera.

Editoria de Arte/Folhapress

A União Europeia enfrenta "uma grave crise" e tudo deve ser feito para identificar o mais rápido possível a causa da epidemia, declarou o comissário europeu encarregado da Saúde, John Dalli.

A Comissão Europeia menciona também uma "crise de consumo" em toda a Europa, com "uma diminuição radical do consumo de frutas e legumes, e não apenas dos pepinos", segundo um de seus porta-vozes.

Espanha, Holanda e Alemanha pediram ajuda à União Europeia frente a queda de suas vendas nesse setor.


NOVO TESTE


As pesquisas foram relançadas com novas ferramentas para combater uma das mais graves epidemias desse tipo já registradas no mundo. Ela se manifesta por meio de hemorragias no sistema digestivo e, nos casos mais graves, com problemas renais (Síndrome Hemolítica-urêmica, SHU).

O Instituto Federal Alemão de Avaliação de Riscos (BfR) anunciou hoje a criação de um novo teste, em parceria com pesquisadores franceses da Agência Nacional de Segurança Sanitária (Anses), para detectar a bactéria em alimentos.

Johannes Eisele/France Presse
Funcionários de mercado usam máquina para escolher os pepinos mais frescos em Manschnow, leste da Alemanha
Funcionários de mercado usam máquina para escolher os pepinos mais frescos em Manschnow, Alemanha

"Esperamos que esse teste contribua para a descoberta da fonte da contaminação pela cepa 0104:H4 da bactéria Ehec e para a rápida retirada do mercado dos alimentos que ofereçam risco", declarou Andreas Hensel, diretor do Instituto, em um comunicado.

A Universidade de Münster (oeste) havia anunciado na véspera a criação de um outro teste, que permite, segundo ela, identificar a bactéria mortal em um prazo de quatro a 24 horas.

Novos casos continuam a ser anunciados no restante da Europa, principalmente na Holanda, e até nos Estados Unidos. Todos os pacientes, aparentemente, passaram pela Alemanha.

CRISE DIPLOMÁTICA


A chamada crise do pepino resultou em uma crise diplomática para a Alemanha, acusada pela Espanha de se precipitar ao dizer que os pepinos espanhóis seriam a fonte primária da bactéria.

Nesta quarta-feira, a ministra de Agricultura alemã Ilse Aigner rejeitou as críticas de Madri de que o governo acusou falsamente os pepinos espanhóis de serem os responsáveis pelo surto, depois que alguns legumes testados deram positivo para E.coli.

Marcus Brandt/Efe
Cornelia Prüfer-Storks, secretária de Saúde de Hamburgo, negou que a bactéria E.coli esteja em pepinos espanhóis
Cornelia Prüfer-Storks, secretária de Saúde de Hamburgo, negou que bactéria E.coli esteja em pepinos espanhóis

"Havia E. coli nos pepinos espanhóis", disse Aigner. "Portanto, pelas regulações europeias, um alerta rápido precisava ser emitido".

Na véspera, Cornelia Prüfer-Storks, responsável pela secretaria de Saúde de Hamburgo, disse que um laboratório comprovou que o tipo de bactéria encontrado em dois pepinos espanhóis comercializados em Hamburgo não coincide com o tipo encontrado nos pacientes --uma variedade especialmente agressiva e resistente a antibióticos. Resta ainda avaliar os resultados em um pepino espanhol e um de origem desconhecida, também recolhidos no comércio de Hamburgo.

Prüfer-Storks foi a primeira a acusar o legume espanhol de ter causado o pior surto da bactéria já visto na Alemanha.

A Espanha alertou ontem que vai querer indenizações pelo alerta "precipitado e sem fundamento" diante de danos ao setor hortifrutigranjeiro espanhol que chegam a 200 milhões de euros, segundo cálculos dos produtores espanhóis.

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