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terça-feira, 3 de maio de 2011

Cientistas identificam receptor dos vírus Ebola e Marburg

Uma proteína chamada TIM-1 faz com que o vírus se fixe ao corpo humano.
Doenças são parecidas e causam muitas mortes na África.


##= Uma equipe de pesquisadores liderada pela microbióloga Wendy Maury, da Universidade de Iowa, nos EUA, identificou uma proteína que age como receptor para os vírus Ebola e Marburg. O estudo foi publicado pela revista científica “PNAS”.

A proteína se chama TIM-1 fica dentro das células, especialmente nas epiteliais. Essas células ficam em superfícies com mucosa, como os olhos e as vias aéreas. A descoberta de que a proteína ocorreu por meio de experimentos com uma nova abordagem bioinformatizada, e foi confirmada em experimentos subsequentes.

Os vírus Ebola e Marburg têm estruturas e origens parecidas. Eles causam febre hemorrágica nos humanos e em outros primatas, e a infecção provocada pode levar a morte em mais da metade dos casos registrados. Os dois surgiram na mesma região, no Leste da África, e ainda ocorrem surtos das doenças com certa frequência.

“Este é o primeiro receptor identificado para os vírus Ebola e Marburg”, afirmou Maury. “Isso é importante, porque se você conseguir identificar e compreender o primeiro passo da infecção – como o vírus entra nas células –, então pode ser que você consiga evitar a infecção cortando pela raiz”, completou.

Os pesquisadores testaram a possibilidade de bloquear a entrada dos vírus nas células. Usando um anticorpo chamado ARD5, conseguiram, com bastante eficiência, impedir que os vírus ficassem presos ao TIM-1. Esse passo, porém, não é suficiente para a criação de alguma vacina.

“Está claro que há outros receptores para o Ebola, pois, embora o TIM-1 seja encontrado em muitas células epiteliais, não é encontrado em tipos celulares importantes que são infectados pelo vírus”, disse Maury. “As células epiteliais não são um alvo tão importante para o vírus como outros tipos, mas podem ser o ponto de entrada para o Ebola”, explicou a cientista.

Em verde, a proteína TIM-1, em células das vias
aéreas (Foto: University of Iowa / Divulgação)

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