%%=%% ISLAMABAD - O primeiro-ministro do Paquistão, Yusuf Raza Gilani, rejeitou nesta segunda-feira as acusações de que a morte de Osama bin Laden por forças americanas mostrou a incompetência e cumplicidade do governo em esconder o líder da al-Qaeda. Em um pronunciamento no Parlamento, o primeiro após a morte do terrorista, Gilani afirmou que a operação americana foi uma "violação da soberania".
- Alegações de cumplicidade e incompetência são absurdas - disse Gilani.
- Nós não convidamos a al-Qaeda para o Paquistão - completou ele, acrescentando que o fracasso em localizar o terrorista foi resultado de "um fracasso da inteligência, de todas as agências de inteligência no mundo".
O premier ainda sugeriu que os Estados Unidos ajudaram a criar a al-Qaeda durante a invasão soviética no Afeganistão e a dispersar os membros do grupo numa estratégia militar "errada" em 2001. Gilani disse também que ações unilaterais como a operação americana na fortaleza de Bin Laden correm o risco de sérias consequências, mas ressalvou que Islamabad vê com grande importância as relações com Washington.
O pronunciamento do primeiro-ministro acontece em meio a questionamentos sobre como o líder da al-Qaeda conseguiu viver aparentemente sem ser incomodado na cidade de Abbottabad.
No domingo, o presidente Barack Obama pediu ao Paquistão que investigue a rede que apoiava Bin Laden para descobrir se existiam autoridades que sabiam sobre a localização do terrorista. A Casa Branca também pediu a Islamabad permissão para que investigadores americanos entrevistem as três viúvas de Bin Laden que estão sob custódia do governo paquistanês.
Mas a pressão sobre o governo do Paquistão também tem crescido internamente. O principal partido de oposição do país intensificou os pedidos para que o primeiro-ministro e o presidente renunciem devido à quebra de soberania nacional ocorrida quando forças especiais americanas entraram no país pelo Afeganistão para atacar o complexo onde Bin Laden estava escondido.
- Queremos as renúncias, não explicações imprecisas - disse uma autoridade da Liga Muçulmana, partido do ex-premiê Nawaz Sharif, ao diário The News.
Ministro do Paquistão diz que foi avisado sobre ação contra Bin Laden '15 minutos após início' Mais cedo, o ministro do Interior do Paquistão, Rehman Malik afirmou em entrevista à rede de televisão árabe Al Arabiya que recebeu a informação sobre a operação americana para capturar Bin Laden "15 minutos depois que começou". Na entrevista, Malik nega ainda que o governo tenha oferecido proteção ao líder da al-Qaeda.
- Não faz sentido. Como podemos fazer isso com uma pessoa que acreditamos estar envolvida no assassinato do ex-primeira-ministro Benazir Bhutto? - questionou ele.
A operação americana na fortaleza de Bin Laden aumentou a tensão entre Islamabad e Washington, cujos laços são importantes na luta contra militantes islâmicos e na guerra no Afeganistão.
As relações entre os dois países já estavam frágeis devido a uma série de disputas diplomáticas sobre assuntos como um grande ataque feito por um avião teleguiado norte-americano em março e Raymond Davis, um agente da CIA morto a tiros por dois paquistaneses na cidade de Lahore, em janeiro.
- Alegações de cumplicidade e incompetência são absurdas - disse Gilani.
- Nós não convidamos a al-Qaeda para o Paquistão - completou ele, acrescentando que o fracasso em localizar o terrorista foi resultado de "um fracasso da inteligência, de todas as agências de inteligência no mundo".
O premier ainda sugeriu que os Estados Unidos ajudaram a criar a al-Qaeda durante a invasão soviética no Afeganistão e a dispersar os membros do grupo numa estratégia militar "errada" em 2001. Gilani disse também que ações unilaterais como a operação americana na fortaleza de Bin Laden correm o risco de sérias consequências, mas ressalvou que Islamabad vê com grande importância as relações com Washington.
O pronunciamento do primeiro-ministro acontece em meio a questionamentos sobre como o líder da al-Qaeda conseguiu viver aparentemente sem ser incomodado na cidade de Abbottabad.
No domingo, o presidente Barack Obama pediu ao Paquistão que investigue a rede que apoiava Bin Laden para descobrir se existiam autoridades que sabiam sobre a localização do terrorista. A Casa Branca também pediu a Islamabad permissão para que investigadores americanos entrevistem as três viúvas de Bin Laden que estão sob custódia do governo paquistanês.
Mas a pressão sobre o governo do Paquistão também tem crescido internamente. O principal partido de oposição do país intensificou os pedidos para que o primeiro-ministro e o presidente renunciem devido à quebra de soberania nacional ocorrida quando forças especiais americanas entraram no país pelo Afeganistão para atacar o complexo onde Bin Laden estava escondido.
- Queremos as renúncias, não explicações imprecisas - disse uma autoridade da Liga Muçulmana, partido do ex-premiê Nawaz Sharif, ao diário The News.
Ministro do Paquistão diz que foi avisado sobre ação contra Bin Laden '15 minutos após início' Mais cedo, o ministro do Interior do Paquistão, Rehman Malik afirmou em entrevista à rede de televisão árabe Al Arabiya que recebeu a informação sobre a operação americana para capturar Bin Laden "15 minutos depois que começou". Na entrevista, Malik nega ainda que o governo tenha oferecido proteção ao líder da al-Qaeda.
- Não faz sentido. Como podemos fazer isso com uma pessoa que acreditamos estar envolvida no assassinato do ex-primeira-ministro Benazir Bhutto? - questionou ele.
A operação americana na fortaleza de Bin Laden aumentou a tensão entre Islamabad e Washington, cujos laços são importantes na luta contra militantes islâmicos e na guerra no Afeganistão.
As relações entre os dois países já estavam frágeis devido a uma série de disputas diplomáticas sobre assuntos como um grande ataque feito por um avião teleguiado norte-americano em março e Raymond Davis, um agente da CIA morto a tiros por dois paquistaneses na cidade de Lahore, em janeiro.
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