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sábado, 31 de maio de 2025

'Mundo perdido': Buraco milenar abriga 120 araras-vermelhas e mais de 150 espécies de aves e répteis; vídeo

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Área de proteção ambiental, que começou a se formar há milhões de anos e foi percebida em 1912 por trabalhadores rurais, possui 100 metros de profundidade e cerca de 500 metros de circunferência.
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Por Thais Libni, g1 MS — Mato Grosso do Sul

Postado em 31 de Maio de 2.025 às 14h20

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Conheça o buraco das araras em Mato Grosso do Sul, lar de mais de 150 espécies de aves
Conheça o buraco das araras em Mato Grosso do Sul, lar de mais de 150 espécies de aves

Um enorme buraco subterrâneo no centro de Mato Grosso do Sul, mais especificamente no município de Jardim, é o lar de 120 araras-vermelhas e mais de 150 espécies de animais silvestres. O Buraco das Araras é uma dolina, uma cavidade formada pela decomposição de rochas ao longo do tempo.

Por causa da rica biodiversidade que habita as paredes e o fundo da cratera de 100 metros de profundidade, onde também há um lago, o local foi reconhecido como uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) em 2007 pelo governo federal.

➡️ O que é uma RPPN É uma área de proteção ambiental criada em uma propriedade privada por iniciativa do dono da terra, que pode ser uma pessoa ou uma empresa, conforme determina o decreto federal 5.746/2006, que regulamenta essas áreas.

Veja outros animais e plantas encontrados na enorme cavidade:

  • 🐊Jacarés
  • 🐍Cobras
  • 🐭Pequenos roedores
  • 🐒Macacos
  • 🦇 Morcegos
  • 🐦Dezenas de espécies de pássaros, como pica-paus, periquitos, joãos de barro e andorinhas
  • 🌳Capins, flores, árvores que dão sementes e frutos

O pequeno lago no fundo do buraco é alimentado pela água da chuva e nascentes subterrâneas. O local é a casa de um jacaré do papo amarelo, algumas serpentes, em especial uma sucuri, de quase 7 metros.

Cratera tem cerca de 300 mil anos

🌄De acordo com pesquisadores, a formação geológica teve início há mais de 10 milhões de anos. Porém, o grande buraco que abriga inúmeras espécies só foi formado há cerca de 300 mil anos.

O "mundo perdido" começou a ser desvendado em 1912, quando trabalhadores rurais se depararam com o imenso buraco, que já abrigava dezenas de araras. Josenildo Vasquez, turismólogo da propriedade, é quem resgata a história do local.

"O buraco das araras foi descoberto por peões que trabalhavam em fazendas da região, eles estavam passando próximo ao local quando ouviram um barulho muito alto, ficaram curiosos, e encontraram esse grande buraco com muitas araras. Essa dolina é um resultado de milhares de anos em sedimentação, é um verdadeiro mundo perdido, casa de muitas espécies".

Segundo a bióloga Salete Cinti, os paredões da cratera são essenciais para a rotina e reprodução das araras-vermelhas, daí vem o nome dado à área de preservação ambiental.

Durante a época de formação de casais, as aves usam as cavidades nas rochas para construir os ninhos como um local mais seguro para o nascimento dos filhotes.

"Além disso, os paredões ajudam no controle do crescimento dos bicos, que se desgastam naturalmente enquanto bicam as pedras e exploram o ambiente", completa a bióloga.
Turismo sustentável, pesquisa e educação

Dentro e ao redor das RPPNs, como na Buraco das Araras, apenas três atividades são permitidas:

  • 👩‍🔬a pesquisa - pesquisadores e biólogos frequentam o local para estudar as aves, o solo e as plantas;
  • 🧗‍♀️o ecoturismo - trilhas, observação de aves, visitas guiadas. Tudo bem controlado para não impactar o ambiente;
  • 📚educação ambiental - atividades que educam os visitantes sobre a importância da conservação.

Quem visita o local pode fazer dois tipos de passeios ao redor da dolina. O turismo foi liberado a partir de uma licença de operação emitida pela secretaria de meio ambiente de Mato Grosso do Sul e pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (Cecav) emitida em 2007, no mesmo ano em que a propriedade se tornou uma RPPN. Veja as opções:

  • 🥾⛰️Trilha e contemplação: esse passeio dura aproximadamente 1h20. Os turistas fazem uma caminhada suave por uma trilha de 970 metros. O trajeto tem dois mirantes de parada para observação das aves e da dolina;
  • 🦜👀Observação das aves: a observação e fotografia das aves tem duração de 4 horas. Nesse período, o visitante escolhe o ritmo em que quer fazer a trilha de 970 metros. O foco é a captura de imagens.

⚠️Toda a atividade é acompanhada por guias de turismo ou monitores ambientais credenciados, que recebem treinamento para conduzir grupos de turistas no local. A interação com qualquer tipo de animal que vive na dolina é proibida.

💰Os passeios possuem valores que variam de R$ 117,00 a R$ 385,00. Pela legislação que rege sobre uma RPPN, todo o valor é destinado para a manutenção, conservação e preservação da área. O excedente dos lucros vai para o proprietário do Buraco das Araras, Modesto Sampaio (entenda mais abaixo).

Desde que foi reconhecido como uma RPPN, a entrada de pessoas dentro do buraco das araras é estritamente proibida, sendo liberada em casos de pesquisa científica e com o acompanhamento de órgãos fiscalizadores estaduais e federais.

Infográfico mostra processo de formação de dolina. — Foto: g1
Infográfico mostra processo de formação de dolina. — Foto: g1

Reconhecimento como área de preservação

Modesto Sampaio é dono do Buraco das Araras desde a década de 1980. A decisão de destinar a terra à conservação ambiental partiu do próprio "Seu Modesto". Antes, as terras eram dedicadas à pecuária.

No ano de 2000, ele iniciou o processo para transformar o local em uma RPPN, e em 2007 a área de 29 hectares foi reconhecida pelo governo federal.

"Eu e minha família decidimos cuidar desse lugar e desses animais, preservar. Ao longo desses anos, reflorestamos a região do buraco, com mais de 100 mil mudas de árvores", disse Modesto.

Assim, o proprietário compartilha com o governo a responsabilidade de conservar a natureza, ajudando a proteger a fauna e a flora do local. Por parte do governo é dado o incentivo que isenta o proprietário da RPPN do Imposto Territorial Rural (ITR) referente à área.

Quanto à fiscalização no local, acontece anualmente através de órgãos competentes a preservação, como Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ou secretaria de meio ambiente.

Para que uma RPPN seja reconhecida No Sistema Nacional de Unidades de Conservação(SNUC), do Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática, são necessárias algumas etapas. Veja quais:

  • 1️⃣Escolher a área da propriedade com atributos ambientais (características naturais únicas daquele determinado local). Por exemplo, uma área de pasto não pode se tornar uma RPPN
  • 2️⃣Ter em dia todas as documentações da propriedade
  • 3️⃣Encaminhar o pedido ao órgão responsável, pode ser para uma secretaria estadual de Meio Ambiente ou ao ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade)
  • 4️⃣Aguardar a vistoria dos órgãos competentes, para a liberação da licença e documentos
Buraco milenar abriga araras-vermelhas e mais de 150 espécies de aves
Buraco milenar abriga araras-vermelhas e mais de 150 espécies de aves

Aves registadas por biólogos no Buraco das Araras. — Foto: Daniel de Granvil / Salete Cinti
Aves registadas por biólogos no Buraco das Araras. — Foto: Daniel de Granvil / Salete Cinti

Outras espécies que vivem no Buraco das Araras, em Jardim (MS) — Foto: Buraco das Araras
Outras espécies que vivem no Buraco das Araras, em Jardim (MS) — Foto: Buraco das Araras

Buraco das araras, em Jardim (MS). — Foto: Buraco das Araras/ Edson Moroni
Buraco das araras, em Jardim (MS). — Foto: Buraco das Araras/ Edson Moroni

Buraco das Araras, em Jardim (MS). — Foto: Buraco das Araras/Divulgação
Buraco das Araras, em Jardim (MS). — Foto: Buraco das Araras/Divulgação

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Ferramenta contra golpes por telefone dá os primeiros passos e já funciona em parte dos celulares

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Sistema chamado Origem Verificada identifica ligações com nome de uma empresa, para combater chamadas de robôs e com números falsos. Ele depende da adesão das companhias.
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Por Lara Castelo
31/05/2025 01h00 
Postado em 31 de Maio de 2.025 às 06h00m

#.* --  Post. - Nº.\  11.659  --  *.#



Golpes por telefone com números falsos e chamadas que desligam ao serem atendidas são práticas que atormentam milhões de brasileiros e que o sistema chamado Origem Verificada promete combater.

Desenvolvida por operadoras de telecomunicações em parceria com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a tecnologia de celulares ainda dá os primeiros passos no Brasil.

A ferramenta identifica quem está ligando — e, em alguns casos, até o motivo da chamada — mesmo quando o número não está salvo no celular.

Para os consumidores, o serviço é gratuito e não é preciso instalar nada no celular. Mas nem todos os aparelhos são compatíveis (veja abaixo).

Cabe às empresas que pretendem fazer ligações, como bancos e call centers, pagarem para adotar o recurso. E o volume de adesões, por enquanto, é pequeno, segundo a entidade responsável pela implementação do sistema.

Como são as chamadas com o Origem Verificada. — Foto: g1
Como são as chamadas com o Origem Verificada. — Foto: g1

Hoje, o uso é restrito porque poucas empresas contrataram o serviço e nem todos os celulares são compatíveis com ele, explica Ildeu Borges, gerente da ABR Telecom. A informação também foi confirmada pela Anatel.

A ABR Telecom não revelou quais ou quantas empresas já aderiram ao sistema.

O g1 procurou bancos e a Associação Brasileira de Telesserviços (ABT) sobre o uso da ferramenta. Apenas o Bradesco respondeu, informando que já testa o sistema.

Quais celulares são compatíveis com o Origem Verificada

Para que o recurso funcione, o celular precisa estar conectado a uma rede 4G ou 5G.

Além disso, nem todos os aparelhos e sistemas operacionais conseguem suportar a tecnologia exigida pelo Origem Verificada (saiba mais abaixo).

E, mesmo quando suportam, as informações exibidas na tela das chamadas autenticadas (como nome da empresa, logo, número de telefone e selo de verificação) podem variar de acordo com o celular.

Segundo a ABR Telecom, estas são as marcas e versões compatíveis com o sistema, além do que cada uma exibe nas chamadas autenticadas:

  • Apple com iOS 18.2 ou superior — disponível do iPhone 11 ao 16: exibe nome da empresa, número e logotipo.
  • Samsung com Android 14 ou superior — disponível nos modelos Galaxy S23 e S22, entre outros (veja lista completa ao fim da reportagem): exibe todos os dados nome, número, logotipo, selo de verificação, motivo da ligação e número validado.
  • Outros aparelhos com Android 11 a 14 — disponível nos modelos Motorola Razr 50 ou Motorola Edge 50 Neo, entre outros: mostram nome, número, selo e mensagem número validado.

A expectativa da Anatel é que 75% dos smartphones em uso no país estejam aptos a receber chamadas autenticadas até o fim do primeiro semestre de 2025.

Como funciona a Origem Verificada

O sistema usa o protocolo internacional STIR/SHAKEN, que checa em tempo real se o número exibido corresponde, de fato, à empresa que está ligando. A validação é feita por meio de um banco de dados centralizado pela ABR Telecom, abastecido pelas operadoras.

Quando a chamada começa, o sistema compara os dados da empresa com os registros da operadora. Se houver correspondência, a ligação é autenticada. Esse processo requer um nível tecnológico que, atualmente, não é suportado por todos os celulares.

O objetivo do sistema é combater fraudes como o spoofing, em que criminosos usam números falsos — muitas vezes com prefixos como 0800 — para se passar por empresas confiáveis e tentar enganar o consumidor.

Esse tipo de golpe geralmente envolve pedidos de dados sensíveis, como senhas ou códigos de segurança, alegando a necessidade de confirmar transações.

Em um dos casos, mostrado pelo Profissão Repórteruma mulher perdeu R$ 7.800 após ligar para um call center falso, onde os criminosos coletaram seus dados sob o pretexto de cancelar uma suposta fraude.

👉Fique atento: nunca forneça senhas, códigos ou dados pessoais por telefone.

Outro problema que o Origem Verificada pretende combater são as robocalls — chamadas automáticas que caem assim que você atende. Elas são usadas por golpistas para verificar se um número está ativo antes de novas tentativas de fraude.

Uma reportagem do Fantástico investigou empresas que fornecem programas para ligações automáticas e mostrou como funciona esse mercado (reveja abaixo).

23 mil ligações por segundo: o Fantástico investiga como funcionam os robôs programados para tirar você do sério
23 mil ligações por segundo: o Fantástico investiga como funcionam os robôs programados para tirar você do sério

E se a ligação não tiver identificação?

Nem toda ligação sem identificação é golpe. Isso porque, por enquanto, o uso do Origem Verificada é voluntário — tanto para operadoras quanto para empresas. Ou seja, chamadas com e sem autenticação ainda vão coexistir por algum tempo.

Mas, até outubro de 2028, todas as operadoras serão obrigadas a autenticar as chamadas feitas de telefones fixos e celulares. É o que estabelece a Resolução nº 777 da Anatel. Esse sistema é diferente do Origem Verificada, mas complementa a estratégia contra fraudes.

A obrigatoriedade, no entanto, será apenas para garantir que o número exibido realmente pertence a quem está ligando. Já a exibição de dados adicionais — como nome, logo e motivo da ligação — continuará sendo opcional e só estará disponível para empresas que aderirem ao Origem Verificada.

Abaixo, veja a relação de aparelhos Samsung compatíveis com o sistema, desde que estejam atualizados com o Android 14 ou superior:

Galaxy M

  • Galaxy M23 5G
  • Galaxy M53 5G
  • Galaxy M14 5G
  • Galaxy M34 5G
  • Galaxy M54 5G
  • Galaxy M15 5G
  • Galaxy M35 5G
  • Galaxy M55 5G

Galaxy A

  • Galaxy A13
  • Galaxy A23
  • Galaxy A23 5G
  • Galaxy A33 5G
  • Galaxy A53 5G
  • Galaxy A73 5G
  • Galaxy A14 5G
  • Galaxy A24 5G
  • Galaxy A34 5G
  • Galaxy A54 5G
  • Galaxy A05
  • Galaxy A05s
  • Galaxy A15 5G
  • Galaxy A25 5G
  • Galaxy A35 5G
  • Galaxy A55 5G
  • Galaxy A06
  • Galaxy A06 5G
  • Galaxy A16 5G
  • Galaxy A26 5G
  • Galaxy A36 5G
  • Galaxy A56 5G

Galaxy S

  • Galaxy S21
  • Galaxy S21+
  • Galaxy S21 Ultra
  • Galaxy S21 FE
  • Galaxy S22
  • Galaxy S22+
  • Galaxy S22 Ultra
  • Galaxy S23
  • Galaxy S23+
  • Galaxy S23 Ultra
  • Galaxy S23 FE
  • Galaxy S24
  • Galaxy S24+
  • Galaxy S24 Ultra
  • Galaxy S24 FE
  • Galaxy S25
  • Galaxy S25+
  • Galaxy S25 Ultra
  • Galaxy S25 Edge

Galaxy Z

  • Galaxy Z Flip3
  • Galaxy Z Fold3
  • Galaxy Z Flip4
  • Galaxy Z Fold4
  • Galaxy Z Flip5
  • Galaxy Z Fold5
  • Galaxy Z Flip6
  • Galaxy Z Fold6
Sistema Origem Verificada identifica chamadas feitas por empresas e combate golpes com números falsos.  — Foto: Reprodução/TV Globo
Sistema Origem Verificada identifica chamadas feitas por empresas e combate golpes com números falsos. — Foto: Reprodução/TV Globo

Veja mais:

'Não Me Perturbe' não funciona? Por que pessoas recebem ligações de telemarketing
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Como proteger os dados do seu celular antes de viajar para outro país
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sexta-feira, 30 de maio de 2025

Moody's cita risco fiscal e piora perspectiva de crédito do Brasil

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Agência de classificação de risco decidiu alterar a projeção de 'positiva' para 'estável'. O rating soberano do país, porém, não foi alterado, e segue em Ba1 — a um passo do chamado grau de investimento.
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Por André Catto, g1

Postado em 30 de Maio de 2.025 às 18h55m

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Logo da Moody's na sede da empresa em Nova York — Foto: REUTERS/Brendan McDermid
Logo da Moody's na sede da empresa em Nova York — Foto: REUTERS/Brendan McDermid

A agência de classificação de riscos Moody’s decidiu nesta sexta-feira (30) rebaixar a perspectiva de nota de crédito do Brasil de "positiva" para "estável". Apesar da mudança, o rating soberano do país não foi alterado e segue em Ba1 — a um passo do chamado grau de investimento. (entenda abaixo)

Segundo agência, a piora na perspectiva reflete fatores fiscais, diante de uma "deterioração acentuada na capacidade de pagamento da dívida". Além disso, a Moody's citou:

  • o progresso mais lento do que o esperado do país em resolver a rigidez de gastos e construir credibilidade na política fiscal;
  • a capacidade "limitada" do governo de reduzir de forma significativa as vulnerabilidades fiscais e estabilizar o nível da dívida no curto prazo;
  • e a estrutura da dívida, atrelada a taxas de juros variáveis e à inflação, diante de um perfil fiscal "altamente suscetível às oscilações de juros".

"A capacidade do governo de reduzir de forma significativa as vulnerabilidades fiscais e estabilizar o nível da dívida no curto prazo continua limitada pela rigidez dos gastos e pelo aumento dos custos de financiamento", escreveu a agência.

Para a Moody's, esses desafios bloqueiam o potencial de alta nos investimentos e no Produto Interno Bruto (PIB), assim como as reformas econômicas em andamento "que, em geral, apoiam a qualidade do crédito do Brasil".

Apesar dos apontamentos, a agência destaca que, com a nota Ba1, a avaliação é que os riscos de crédito do país estão equilibrados.

Nota subiu em 2024

Em sua última decisão, em outubro, a Moody's elevou a nota de crédito do Brasil de Ba2 para Ba1, com perspectiva positiva. Com isso, o país ficou a um passo de obter grau de investimento — um selo de bom pagador concedido pelas agências, que assegura aos investidores um menor risco de calotes.

A classificação indica um "grau especulativo", o que, segundo as agências de risco, aponta que o Brasil está menos vulnerável ao risco no curto prazo, mas segue enfrentando incertezas em relação a condições financeiras e econômicas adversas.

Em outras palavras, o Brasil não tem o chamado "selo de bom pagador", classificação que sinaliza menor risco de calote para quem investe em títulos do Tesouro Nacional.

Veja abaixo a posição do Brasil pelas principais agências:

Veja as notas de crédito do Brasil (ratings) em todas as agências de risco — Foto: Kayan Albertin/Arte g1
Veja as notas de crédito do Brasil (ratings) em todas as agências de risco — Foto: Kayan Albertin/Arte g1

Por que decidiu manter a nota em Ba1?

A Moody's afirmou que a decisão de manter o rating do país em Ba1 reflete o crescimento sólido e sustentado de uma economia que é "grande e diversificada".

Além disso, a agência citou o histórico de reformas ao longo de sucessivos governos e a posição externa robusta, o que, na avaliação da Moody's, torna a vulnerabilidade externa do país "limitada".

"Esses pontos fortes de crédito são contrabalançados por um nível de endividamento elevado e crescente, altos pagamentos de juros e uma estrutura de gastos rígida, que limita a capacidade do governo de reagir a choques", ponderou a Moody's. 
Como funcionam as notas de crédito

As agências têm uma longa escala de classificação, com mais de 20 notas. Quanto mais alta a posição, mais eficiente, confiável e robusta é a economia — e menor o seu risco.

Há ainda uma divisão em duas "prateleiras" principais:

  • Grau de investimento;
  • Grau especulativo.

O grau de investimento é um selo de qualidade que assegura aos investidores um menor risco de calotes. A partir da nota de crédito que determinado país recebeu, os investidores podem avaliar se a possibilidade de ganhos (por exemplo, com juros) compensa o risco de perder o capital investido com a instabilidade econômica local.

O grau especulativo surge quando o país perde o selo de bom pagador, porque as agências deixam de dar sua chancela de segurança para um investimento. Nessa situação, é comum que o país perca também possibilidades de investimento.

Alguns fundos de pensão internacionais, de países da Europa ou Estados Unidos, por exemplo, seguem a regra de que só se pode investir em títulos de países que estejam classificados com grau de investimento por agências internacionais.

"Ter esse selo, portanto, facilita a atração de capital. E à medida que o país recebe mais recursos, ele amplia sua liquidez e sua capacidade de realizar investimentos", explicou ao g1 Alex Nery, professor da FIA Business School.

Na história, o único período em que o país obteve selo de bom pagador foi entre os anos 2008 e 2015. A entrada ou saída do grau de investimento é definida pelas agências de risco a partir de fatores como o nível das reservas internacionais, cenário fiscal e estabilidade política.

De acordo com analistas de mercado, historicamente, um país que perde o selo de bom pagador costuma levar de 5 a 10 anos para recuperar. O Brasil já está a nove anos no grau especulativo.

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