Agência nuclear aprova resolução criticando Irã

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INTERNACIONAL -- IRÃ

Acusado por potências de mentir sobre armas, país boicotará reunião da AIEA

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O Globo

Com agências internacionais

Embaixador iraniano na AIEA, Ali Asghar Soltanieh, aguarda resultado de votação na sede da agência, em Viena Ronald Zak / AP

[/*/|:|\*\] VIENA - A agência nuclear da ONU censurou o Irã nesta sexta-feira pelas crescentes suspeitas de que esteja em busca de desenvolver armas atômicas, mas omitiu qualquer medida concreta punitiva - um reflexo da oposição russa e chinesa. Em tom desafiador, Teerã garantiu que não vai recuar em seu programa nuclear e que a decisão das potências apenas fortalece sua determinação de prosseguir com as atividades.


A resolução ganhou apoio esmagador entre os 35 membros do conselho da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O texto teve o voto a favor de 32 países e apenas dois contra - de Cuba e Equador. Apenas a Indonésia se absteve.


Logo depois do anúncio da resolução, o Irã ameaçou tomar medidas legais contra a agência da ONU. Seu embaixador na AIEA, Ali Asghar Soltanieh, disse que o Irã não vai interromper o enriquecimento de urânio nem por "um segundo", deixando claro que o não pretende recuar na disputa com as potências ocidentais.


Segundo Soltanieh, o Irã não vai participar da reunião da próxima semana, liderada pela AIEA, com países do Oriente Médio - inclusive Israel - para discutir a questão nuclear. Para ele, o encontro será infrutífero e o chefe da AIEA, Yukiya Amano, "não é profissional".


Um relatório apresentado na semana passada pela AIEA compilando informações de inteligência indicou que o Irã tem realizado pesquisas e experimentos voltados para o desenvolvimento de capacitação para armas nucleares. O documento alimentou as tensões no Oriente Médio e redobrou os pedidos de lideranças ocidentais por sanções mais duras contra Teerã.


O Irã diz que está enriquecendo urânio apenas como combustível para usinas de energia nuclear, não armas atômicas. O país afirmou que os detalhes do relatório, obtidos principalmente a partir de agências de espionagem ocidentais, foram forjados, e acusou a AIEA de um viés pró-ocidental.


- Todas as resoluções com base neste relatório... não são juridicamente vinculantes, assim, elas não são aplicáveis - disse Soltanieh durante a reunião do conselho nesta sexta-feira.


Potências divididas sobre medidas concretas
As seis potências que lideram a ofensiva diplomática contra o Irã - Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha - debateram intensamente nesta semana a resolução e a submeteram ao conselho.
O fato de a resolução ter passado previamente por todas as grandes potências garantiu que seria facilmente aprovada pelo conselho. Porém, não será suficiente para aplacar críticos do Irã no Ocidente e em Israel, que esperavam que o relatório da AIEA provocasse uma ação internacional concreta.


Com várias rodadas de negociações nucleares não tendo levado a nada, nem mesmo a uma agenda consensual, o Conselho de Segurança da ONU impôs quatro rodadas de sanções ao Irã desde 2006. Mas Moscou e Pequim, com o comércio forte e laços no campo enérgico com o Irã, deixaram clara a sua oposição a novas medidas do tipo.

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