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terça-feira, 12 de abril de 2011

Pesquisadores da USP desenvolvem equipamentos que poderão ajudar pessoas com dificuldade de locomoção

No futuro, exoesqueletos poderão ajudar pessoas com deficiências físicas e incapazes de se locomover sem cadeira de rodas
##= Um grupo de pesquisadores da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo) está desenvolvendo equipamentos que, no futuro, poderão ser usados para ajudar pessoas com deficiências físicas e incapazes de se locomover sem cadeira de rodas. Os exoesqueletos robóticos – estruturas rígidas, feitas geralmente de metal e plástico, projetadas para auxiliar o movimento humano – agora fazem parte de duas pesquisas coordenadas pelo professor Arturo Forner-Cordero no Brasil.

De acordo com o professor, inicialmente o projeto em desenvolvimento vai ajudar “a entender o funcionamento dos movimentos do corpo humano. Esse conhecimento vai gerar dispositivos para ajudar as pessoas que perderam os movimentos em algum acidente, ou por alguma doença”, completa.

Ainda de acordo com o professor, o aparelho é um “esqueleto que fica fora do corpo, com o qual podemos nos conectar para fazer movimentos normais”, diz. Os equipamentos serão capazes de amplificar o movimento de pacientes que apresentam alguma contração muscular, mas não conseguem fazer movimentos com o membro afetado, como braços e pernas. Ou impor movimentos pré-definidos a pessoas que não tenham nenhuma capacidade de contração muscular.

Projetos

Forner-Cordero explica que, quando o ser humano caminha, usa a chamada dinâmica passiva do movimento – um mecanismo inconsciente que poupa os músculos nessa atividade. “O resultado é que gastamos menos energia”, diz o pesquisador. “Com aproximadamente a energia que gastamos para andar 1,4 mil metros, os robôs bípedes atuais caminhariam por volta de 30-50 metros. Agora, nós estamos tentando entender como o nosso corpo faz isso, para aplicar ao exoesqueleto robótico e, futuramente, a uma nova geração de robôs bípedes.”

Segundo o professor, “caminhar é um dos objetivos, mas no meio do caminho temos muitas coisas intermediárias que podem ser mais acessíveis”, como segurar um copo ou uma colher para comer.

No momento o grupo de pesquisadores têm dois projetos aprovados. Um deles pela FAPESP (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo), que visa criar um equipamento que auxilie o braço, envolvendo articulações de ombro, cotovelo e punho. E outro, bancado pela CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) para que seja desenvolvido um acessório robótico que, quando vestido, pode desenvolver a autonomia das pernas.

Desafios


O trabalho no Brasil começou em janeiro deste ano e a primeira fase, que deve durar dez anos, visa também a implantação do Laboratório de Biomecatrônica na Poli, destinado aos estudos neuromotores auxiliares por exoesqueleto. Segundo o pesquisador, esses equipamentos vêm sendo desenvolvidos em várias partes do mundo, além do Brasil.

Forner-Cordero afirma ainda que dentre os desafios do projeto está a necessidade de encontrar fontes de energia, como baterias de baixo peso, mas com grande autonomia, e motores de baixo consumo, mas com a potência suficiente para mover um membro humano. A ideia é copiar os mecanismos da natureza para melhorar a estabilidade do movimento e reduzir o custo energético – por isso, os exoesqueletos que estamos desenvolvendo se chamam biomiméticos.

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