Iêmen
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[*:=:*-=-*] SANAA e WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, classificou nesta sexta-feira a morte do clérigo radical americano Anwar al-Awlaki, um dos líderes da al-Qaeda na Península Arábica, como "outro marco significativo" na luta contra a rede terrorista.
Awlaki foi morto em um ataque promovido por um avião não-tripulado da CIA numa cidade remota do Iêmen, junto com Samir Khan, que produzia material em inglês para o site da al-Qaeda. Maior propagandista da al-Qaeda e mentor espiritual de potenciais jihadistas pelo mundo, ele estaria ligado a pelo menos quatro atentados terroristas nos últimos anos, incluindo o ataque frustrado de 2010 na Times Square.
- A morte de Awlaki é um golpe grande à afiliada mais ativa da al-Qaeda - disse Obama. - Essa é uma outra prova de que a al-Qaeda e suas ramificações não encontrarão lugar seguro no mundo.
Após o anúncio da morte, a polícia da cidade de Nova York entrou em alerta. Segundo o comissário de polícia Ray Kelly, Awlaki tinha seguidores nos EUA, incluindo em Nova York. "Por essa razão permanecemos em alerta para a possibilidade de alguém querer se vingar pela morte dele", disse em comunicado.
Obama não quis fornecer detalhes da operação, mas afirmou, em entrevista a uma rádio, que foi fruto de um trabalho a longo prazo em parceria com o Iêmen. Segundo fontes de Washington, o próprio presidente teria pedido pessoalmente a morte de Awlaki.
O progresso feito contra a al-Qaeda pode ajudar Obama enquanto ele busca a reeleição em 2012. O governo, porém, recebeu a condenação imediata de defensores dos direitos civis, que classificaram a ação como um assassinato ilegal, sem o devido processo judicial.
Morte de cidadão americano abre debate sobre autoridade do governo
Apesar de ser suspeito de envolvimento em quatro tentativas de ataques terroristas nos EUA - entre elas um ataque frustrado na Times Square, Awlaki não fora indiciado nem julgado por qualquer crime. Grupos de direitos civis questionaram a autoridade do governo para matar um cidadão americano sem julgamento.
- O programa de assassinato seletivo viola tanto a legislação americana como as leis internacionais - afirmou Jameel Jaffer, vice-diretor da União de Liberdades Civis Americanas.
No ano passado, o pai do terrorista, Nasser al-Awlaki, processou Obama e outros oficiais do governo na tentativa de suspender a caça a Awlaki. Nasser argumentou na época que a legislação internacional e a Constituição americana impediam o governo de assassinar seu filho a menos que ele representasse uma ameaça iminente ao país.
Washington havia classificado Awlaki como 'terrorista global'
No ano passado, Washington classificou Awlaki como um "terrorista global", elevando o imã ao mesmo nível de ameaça que Osama bin Laden. Desde então, o governo deixou claro o objetivo de capturá-lo. Em maio deste ano, logo após a operação que matou Bin Laden, em Abbottabad, Awlaki conseguiu escapar de um ataque americano.
- Nos últimos anos, al-Awlaki se tornou mais perigoso até que Osama bin Laden. Sua morte é uma tremenda vitória do presidente Obama e da nossa inteligência - disse o representante de Washington Peter King.
Awlaki nasceu no estado do Novo México em 1971 numa família de imigrantes iemenitas. Na infância, ele chegou a retornar ao país árabe, mas voltou aos EUA para cursar faculdade em 1991. Autoridades americanas acreditam que ele tenha pregado para pelo menos dois dos sequestradores do 11 de Setembro em uma mesquita de San Diego, Califórnia.
A morte do importante homem da al-Qaeda acontece em meio a protestos contra o presidente do Iêmen Ali Abdullah Saleh, há 33 anos no poder. Segundo analistas, o ataque poderá ser usado a favor do ditador, já que os EUA temem que o aumenta da instabilidade interna fortaleça a rede terrorista na Península Arábica.
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