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sexta-feira, 5 de julho de 2024

Finalmente sabemos por que algumas pessoas desenvolveram a Covid-19 e outras não

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De acordo com pesquisadores da University College London, um estudo recente publicado na revista científica Nature identificou um gene protetor em pessoas que não contraíram a doença.
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TOPO
Por Marko Nikolic*, Kaylee Worlock*

Postado em 05 de julho de 2024 às 06h00m

#.*Post. - N.\ 11.254*.#


Covid-19: Por que algumas pessoas desenvolveram a doença e outras não

Durante a pandemia, uma das principais questões era por que algumas pessoas escapavam da COVID-19, enquanto outras contraíam o vírus várias vezes.

Por meio de uma colaboração entre o University College London, o Wellcome Sanger Institute e o Imperial College London, no Reino Unido, nos propusemos a responder a essa pergunta usando o primeiro “ensaio de desafio” controlado para COVID-19 no mundo, no qual os voluntários foram deliberadamente expostos ao SARS-CoV-2, o vírus que causa a COVID-19, para que este processo pudesse ser estudado em detalhes.

Voluntários saudáveis não vacinados, sem histórico prévio de COVID-19, foram expostos - por meio de um spray nasal - a uma dose extremamente baixa da cepa original do SARS-CoV-2.

Os voluntários foram então monitorados de perto em uma unidade de quarentena, com testes regulares e amostras coletadas para estudar sua resposta ao vírus em um ambiente altamente controlado e seguro.

Para nosso estudo mais recente, publicado na revista Nature, coletamos amostras de tecido localizado no meio do caminho entre o nariz e a garganta, bem como amostras de sangue de 16 voluntários. Essas amostras foram coletadas antes de os participantes serem expostos ao vírus, para nos fornecer uma medição de linha de base, e depois em intervalos regulares.

Em seguida, as amostras foram processadas e analisadas com a tecnologia de sequenciamento de célula única (single-cell sequencing), que nos permitiu extrair e sequenciar o material genético de células individuais. Com essa tecnologia de ponta, pudemos acompanhar a evolução da doença em detalhes sem precedentes, desde antes da infecção até a recuperação.

Estudo com voluntários infectados deliberadamente com o vírus SARS-CoV-2, causador da COVID-19, identificou três grupos distintos de desenvolvimento da doença e ligou isso a suas repostas imunes e terem um gene específico. — Foto: Prefeitura de Botucatu/Divulgação
Estudo com voluntários infectados deliberadamente com o vírus SARS-CoV-2, causador da COVID-19, identificou três grupos distintos de desenvolvimento da doença e ligou isso a suas repostas imunes e terem um gene específico. — Foto: Prefeitura de Botucatu/Divulgação

Para nossa surpresa, descobrimos que, apesar de todos os voluntários terem sido cuidadosamente expostos à mesma dose exata do vírus da mesma maneira, nem todos acabaram testando positivo para a COVID-19.

De fato, conseguimos dividir os voluntários em três grupos distintos de infecção. Seis dos 16 voluntários desenvolveram COVID-19 leve típica, testando positivo por vários dias com sintomas semelhantes aos de um resfriado. Nós nos referimos a esse grupo como o “grupo de infecção sustentada”.

Dos dez voluntários que não desenvolveram uma infecção contínua, o que sugere que eles conseguiram combater o vírus logo no início, três desenvolveram uma infecção “intermediária”, com testes virais únicos positivos intermitentes e sintomas limitados. Nós os chamamos de “grupo de infecção transitória”.

Os últimos sete voluntários permaneceram negativos nos testes e não desenvolveram nenhum sintoma. Esse foi o “grupo de infecção abortada”. Essa é a primeira confirmação de infecções abortadas, que antes não eram comprovadas.

Apesar das diferenças nos resultados da infecção, os participantes de todos os grupos compartilharam algumas respostas imunes específicas, inclusive naqueles cujos sistemas imunes impediram a infecção.

Quando comparamos os tempos da resposta celular entre os três grupos de infecção, observamos padrões distintos. Por exemplo, nos voluntários transitoriamente infectados, nos quais o vírus foi detectado apenas brevemente, observamos um acúmulo forte e imediato de células imunes no nariz um dia após a infecção.

Isso contrastou com o grupo de infecção sustentada, no qual foi observada uma resposta mais tardia, começando cinco dias após a infecção e, possivelmente, permitindo que o vírus se instalasse nesses voluntários.

Nas pessoas no grupo de infecção transitória, conseguimos identificar células estimuladas por uma importante resposta de defesa antiviral tanto no nariz quanto no sangue. Essa resposta, chamada de “resposta de interferon”, é uma das maneiras pelas quais nosso corpo sinaliza ao sistema imune para que ajude a combater um vírus e outras infecções.

Ficamos surpresos em descobrir que essa resposta foi detectada no sangue antes de ser detectada no nariz, o que sugere que a resposta imune se espalha muito rapidamente a partir do nariz.

Gene protetor

Por fim, identificamos um gene específico, chamado HLA-DQA2, que foi expresso (ativado para produzir uma proteína) em um nível muito mais alto nos voluntários que não desenvolveram uma infecção sustentada e, portanto, poderia ser usado como um marcador de proteção.

Portanto, talvez possamos usar essas informações e identificar aqueles que provavelmente estarão protegidos contra a COVID-19 grave.

Essas descobertas nos ajudam a preencher algumas lacunas em nosso conhecimento, apresentando um quadro muito mais detalhado sobre como nossos corpos reagem a um novo vírus, especialmente nos primeiros dias de uma infecção, o que é crucial.

Podemos usar essas informações para comparar nossos dados com outros dados que estamos gerando atualmente, especificamente quando “desafiamos” os voluntários a outros vírus e cepas mais recentes da COVID-19.

Diferentemente deste nosso último estudo, esses estudos incluirão principalmente voluntários que foram vacinados ou infectados naturalmente, ou seja, pessoas que já têm alguma imunidade.

Nosso estudo tem implicações significativas para futuros tratamentos e desenvolvimento de vacinas. Ao comparar nossos dados com voluntários que nunca foram expostos ao vírus com aqueles que já têm imunidade, poderemos identificar novas formas de induzir a proteção e, ao mesmo tempo, ajudar no desenvolvimento de vacinas mais eficazes para futuras pandemias. Em essência, nossa pesquisa é um passo em direção a uma melhor preparação para a próxima pandemia.

* Marko Nikolic é pesquisador principal e consultor honorário em medicina respiratória na University College London.

* Kaylee Worlock é pesquisadora de pós-doutorado em biologia molecular e celular na University College London.

** Este texto foi publicado originalmente no site da The Conversation Brasil.

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quinta-feira, 4 de julho de 2024

Em Campinas, Lula lança superlaboratório orçado em R$ 1 bilhão: 'O melhor do mundo'

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Estrutura de biossegurança máxima permitirá pesquisas com patógenos capazes de causar doenças graves e com alto grau de transmissibilidade, possibilitando o desenvolvimento de vacinas e tratamentos.
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Por João Gabriel Alvarenga, g1 Campinas e Região

Postado em 04 de julho de 2024 às 17h40m

#.*Post. - N.\ 11.253*.#


Lula discursa no CNPEM em Campinas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em agenda em Campinas (SP) na tarde desta quinta-feira (4), lançou a pedra fundamental do complexo laboratorial Orion, estrutura científica de biossegurança máxima que vai funcionar dentro do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).

A união dos dois laboratórios, inédita no mundo, vai permitir que pesquisadores brasileiros estudem patógenos de forma segura e avançada. Com isso, será possível desenvolver, dentro de território brasileiro e sem dependência de estruturas científicas estrangeiras, vacinas e medicamentos para novas doenças.

"E é isso que me faz ficar orgulhoso de vir aqui participar de um lançamento de pedra fundamental de um centro de pesquisa extraordinário como esse. De um laboratório em que não tem similar no mundo. Eu tenho orgulho de falar, somente o Brasil tem", disse Lula, em discurso.

Presidente Lula e Antônio José Roque, diretor-geral do CNPEM, durante agenda em Campinas — Foto: Pedro Santana/EPTV
Presidente Lula e Antônio José Roque, diretor-geral do CNPEM, durante agenda em Campinas — Foto: Pedro Santana/EPTV

Lula conheceu a estrutura do projeto Sirius, que também vai receber recursos do novo PAC para expansão, e foi presenteado pelo diretor-geral do CNPEM, Antônio José Roque, com uma maquete do complexo laboratorial.

"Eu vou andar com essa maquete dizendo, vocês conhecem isso aqui? Vocês conhecem isso aqui? Vocês conhecem o que que eu vou fazer? Vocês conhecem? Aqui, olha. É uma coisa extraordinária que coloca o Brasil na vanguarda", afirmou o presidente.

Lula lança pedra fundamental do laboratório Orion em Campinas

Agenda em Campinas

A primeira agenda do presidente em Campinas foi no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), onde lançou a pedra fundamental do Orion, complexo laboratorial de biossegurança máxima orçado em R$ 1 bilhão. A estrutura científica é inédita no mundo.

Ainda no CNPEM, Lula anunciou a liberação de recursos para a ampliação do projeto Sirius, superlaboratório de luz síncrotron de 4ª geração, que atua como uma espécie de "raio X superpotente" que analisa diversos tipos de materiais em escalas de átomos e moléculas.

Veja detalhes do laboratório de biossegurança máxima que será construído em Campinas

O que é o Orion

Projetado para ser uma estrutura única no mundo, o Orion, laboratório de biossegurança máxima (NB4) de R$ 1 bilhão, cuja obra integra o Novo PAC, promete alavancar a ciência brasileira. O complexo será construído no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).

Além de ser o primeiro laboratório dessa classificação em toda a América Latina, o Orion terá uma característica que nenhum outro NB4 em atividade possui: é a primeira vez que a estrutura desse tipo estará conectada a uma fonte de luz síncrotron, o Sirius, acelerador de partículas brasileiro.

Perspectiva artística do Orion, complexo laboratorial de máxima contenção biológica que será construído no CNPEM, em Campinas (SP), como parte do novo PAC do governo federal — Foto: Reprodução/CNPEM
Perspectiva artística do Orion, complexo laboratorial de máxima contenção biológica que será construído no CNPEM, em Campinas (SP), como parte do novo PAC do governo federal — Foto: Reprodução/CNPEM

  • 🧪 O complexo laboratorial de máxima contenção biológica representa um avanço para o Brasil, que permitirá pesquisas com patógenos capazes de causar doenças graves e com alto grau de transmissibilidade (das chamadas classes 3 e 4) - estrutura essa que não existe até hoje em toda a América Latina.
  • 💉 Possuir um laboratório de biossegurança máxima (NB4) oferece condições ao país de monitorar, isolar e pesquisar os agentes biológicos para desenvolver métodos de diagnóstico, vacinas e tratamentos.
  • 🧫 No caso do Brasil, mais do que armazenar e manipular essas amostras biológicas, o laboratório de biossegurança máxima terá acesso exclusivo a três linhas de luz (estações de pesquisa) do Sirius, o que não existe em nenhum outro lugar do mundo.
  • 🌟 É por conta dessa conexão com o Sirius que vem o nome do projeto, Orion, em homenagem à constelação que possui três estrelas apontadas para a estrela que batizou o acelerador de partículas brasileiro.
  • 👩‍🔬 O projeto prevê a capacitação de cientistas brasileiros para lidar com agentes infecciosos desses tipos. Essa formação já integra o custo previsto de R$ 1 bilhão.
  • 🏗 O complexo laboratorial terá cerca de 20 mil metros quadrados, e sua construção está prevista para ficar pronta até 2026. Após essa etapa, o Orion passará pelo chamado comissionamento técnico e científico, e também por certificações internacionais de segurança, para que possa entrar em operação regular.
BRT e obras antienchente

Ainda em Campinas, o presidente deve inaugurar em seguida uma etapa das obras do BRT Campinas, incluindo um viaduto sobre a Rodovia dos Bandeirantes (SP-348). No mesmo evento, Lula deve formalizar a liberação de recursos federais para obras antienchente em Campinas.

O projeto de macrodrenagem da metrópole saiu do papel nesta semana, com o início das obras de um piscinão e de galerias subterrâneas no Jardim Proença, região com problema crônico de alagamentos. As obras serão financiadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Avenida Princesa d'Oeste, em Campinas (SP), fica completamente alagada durante temporal deste sábado (26) — Foto: Reprodução/EPTV
Avenida Princesa d'Oeste, em Campinas (SP), fica completamente alagada durante temporal deste sábado (26) — Foto: Reprodução/EPTV

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terça-feira, 2 de julho de 2024

Brasil ultrapassa EUA e se torna maior exportador de algodão do mundo

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Apesar do marco, tendência é que os dois países alternem liderança ao longo das safras. Ultrapassar os norte-americanos era uma meta apenas para 2030. 
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Por g1

Postado em 02 de julho de 2024 às 10h15m

#.*Post. - N.\ 11.252*.#

É tempo de colher algodão no Sudoeste de SP — Foto: Reprodução/TV TEM
É tempo de colher algodão no Sudoeste de SP — Foto: Reprodução/TV TEM

O Brasil ultrapassou os Estados Unidos e se tornou o maior exportador mundial de algodão com a safra 2023/2024.

O anúncio foi feito durante a 75ª reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e seus Derivados, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), realizada durante o 21° Anea Cotton Dinner, conferência promovida pela Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), em Comandatuba, na Bahia.

No evento, as entidades do setor destacaram que o posto pode não se manter na próxima safra, mas que os dois países devem seguir se alternando no topo do ranking futuramente.

Miguel Faus, presidente da Anea, alertou que a posição brasileira depende da safra americana, que tende a ser maior do que a do ano passado.

Ultrapassar os Estados Unidos em volume de exportação era uma meta do setor com previsão para ser batida apenas em 2030, mas acabou sendo alcançada antes do encerramento do ano comercial de 2023/2024, disse a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).

Segundo a entidade, o Brasil deve colher em torno de 3,7 milhões de toneladas de algodão beneficiado (pluma) nesta safra e as exportações devem alcançar 2,6 milhões de toneladas. Cerca de 60% da produção já foi comercializada.

Os maiores produtores de algodão são a China e a Índia, seguidos pelos Estados Unidos, deixando o Brasil em quarto lugar no raking mundial, aponta a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, Fao.

Brasil na liderança

Veja a seguir o faturamento em 2023 de outros produtos em que o Brasil é o principal exportador mundial:

  • Soja - R$ 67,25 bilhões;
  • Carne bovina - US$ 10,55 bilhões;
  • Açúcar - U$$ 18,27 milhões;
  • Carne de Frango - US$ 9,61 bilhões;
  • Café - US$ 8 bilhões;
  • Celulose - US$ 7,9 bilhões;
  • Suco de laranja - US$ 2,04 bilhões (safra 2022/2023)
Leia também:
Por que o algodão é o 'boi' vegetal
Iniciativa permite que consumidor descubra origem do algodão usado na roupa
Calça jeans tem 150 anos; teste seus conhecimentos sobre a peça

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segunda-feira, 1 de julho de 2024

Rotativo do cartão: portabilidade gratuita começa nesta segunda-feira; veja como fazer

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Mudança determinada pelo CMN permite que o devedor leve seu saldo para outra instituição financeira que ofereça condições mais vantajosas de pagamento, além de exigir dos bancos que tenham mais transparência no formato das faturas.
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Por Isabela Bolzani, g1

Postado em 01 de julho de 2024 às 06h25m

#.*Post. - N.\ 11.251*.#

Dívidas de cartão de crédito lidera  — Foto: Fecomércio-MT/Divulgação
Dívidas de cartão de crédito lidera — Foto: Fecomércio-MT/Divulgação

Os clientes com dívida no cartão de crédito rotativo poderão, a partir desta segunda-feira (1º), fazer a portabilidade gratuita do saldo devedor de uma instituição financeira para outra que lhe ofereça melhores condições de pagamento.

A possibilidade havia sido determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em dezembro do ano passado. O órgão também passou a exigir uma maior transparência no formato das faturas de cartão.

O rotativo do cartão é uma das linhas mais caras oferecidas no mercado de crédito. Segundo dados do Banco Central (BC), por exemplo, as taxas de juros cobradas na modalidade para pessoas físicas ficaram em 422,5% ao ano em maio — o que corresponde a 14,77% ao mês.

Entenda nesta reportagem as principais mudanças determinadas pelo CMN, e veja como fazer a sua portabilidade da dívida do cartão de crédito.

  • Quais foram as mudanças?
  • Como fazer a portabilidade gratuita da dívida do rotativo do cartão?
  • Custo efetivo e outros pontos de atenção
  • O que fazer se a instituição se recusar a prestar informações?

Cartão de crédito: clientes poderão fazer portabilidade e fatura será mais clara

Quais foram as mudanças?

No caso da portabilidade das dívidas do cartão de crédito, ficou definido:

  • a proposta da nova instituição deve ser realizada por meio de uma operação de crédito consolidada, ou seja, que contemple restruturação da dívida antiga;
  • a instituição credora original que realizar uma contraproposta deve apresentar ao cliente, no mínimo, uma proposta de mesmo prazo da operação proposta pela outra, para fins de comparação dos custos.
  • caso aconteça, a portabilidade do crédito deve ser feita de forma gratuita.
Já em relação à maior transparência, o CMN determinou que as faturas de cartão passem a ter as seguintes informações:

  • uma área de destaque, onde deve estar apenas as informações essenciais para a tomada de decisão pelo titular da conta: valor total; data de vencimento da fatura do período vigente e limite total de crédito;
  • uma área para alternativas de pagamento, onde deve estar apenas as informações que possibilitem ao titular da conta pós-paga comparar as opções disponibilizadas para liquidar sua dívida; nessa área, devem estar, exclusivamente, as seguintes informações: valor do pagamento mínimo obrigatório;
  • valor dos encargos a ser cobrado no período seguinte no caso de pagamento mínimo; opções de financiamento do saldo devedor da fatura, apresentadas na ordem do menor para o maior valor total a pagar pelo titular; e taxas efetivas de juros mensal e anual, além do Custo Efetivo Total (CET), relativos às operações de crédito passíveis de contratação;
  • uma área com informações complementares, onde devem estar as informações como lançamentos realizados na conta de pagamento, por evento; identificação das operações de crédito contratadas; valores relativos aos juros e encargos cobrados no período vigente; valor total de juros e encargos financeiros cobrados referentes às operações de crédito contratadas;
  • identificação das tarifas cobradas; data de encerramento dos lançamentos na fatura do período seguinte; identificação dos usuários finais beneficiários; limites individuais para cada tipo de operação; saldo total consolidado das operações futuras, além de outras que a instituição emissora do instrumento de pagamento julgar conveniente.
O CMN ainda determinou que as emissoras de cartão de crédito deverão enviar gratuitamente ao titular da conta, por meio de canais eletrônicos, informações sobre:

  • o vencimento da fatura, com pelo menos dois dias de antecedência, incluindo esclarecimentos de que o não pagamento do valor total da fatura resulta na cobrança de juros e encargos;
  • as consequências do eventual não pagamento do valor obrigatório indicado na fatura, do atraso no pagamento, bem como orientações para acesso às informações sobre as formas e opções disponíveis para a liquidação, inclusive antecipadamente, e o financiamento do saldo devedor da fatura, a partir do dia útil imediatamente posterior à data de vencimento da fatura;
  • o início de eventual parcelamento do saldo do crédito rotativo e da fatura correspondente;
  • o início da cobrança da tarifa de anuidade, após eventual período de isenção da cobrança, se houver, com pelo menos um mês de antecedência contado da data de início da cobrança.

Veja como funciona nova regra dos juros do rotativo do cartão de crédito

Como fazer a portabilidade gratuita da dívida do rotativo do cartão?

Segundo o Banco Central, a solicitação de portabilidade de crédito por parte do cliente pode ser realizada online ou presencial, a depender dos procedimentos oferecidos por cada instituição financeira.

De modo geral, no entanto, a instituição afirmou que o passo a passo para a portabilidade do rotativo deve acontecer da mesma forma que a portabilidade de crédito de outras linhas.

Veja abaixo:

  1. Primeiro, o cliente deve solicitar informações sobre sua dívida — tais como o saldo devedor, o número de parcelas a vencer e as taxas de juros, por exemplo — na instituição financeira com a qual fez o empréstimo. No caso do rotativo, é a instituição emissora do cartão de crédito.
  2. Depois, com essas informações em mãos, ele deve negociar as condições da nova operação com uma instituição financeira interessada em conceder um novo crédito.
  3. Com a negociação feita, os recursos obtidos serão destinados a quitar o saldo devedor da operação original. Ou seja, a instituição que vai conceder o novo crédito transfere o dinheiro diretamente para a instituição anterior, quitando a dívida antecipadamente. Os custos relacionados à transferência de recursos não podem ser repassados ao cliente.
  4. Além disso, na portabilidade de pessoas físicas há uma restrição: o valor e o prazo da nova operação não podem ser superiores ao valor do saldo devedor e ao prazo restante da operação original.
  5. Vale ressaltar também que a instituição que havia concedido o crédito primeiro tem até cinco dias para eventualmente renegociar com seu cliente e oferecer condições mais vantajosas ou enviar as informações necessárias à instituição que está propondo o novo crédito para finalizar o pedido de portabilidade.
  6. Caso o cliente desista da portabilidade, ele deve formalizar a desistência com a instituição credora original, que vai comunicar o banco que havia proposto o novo crédito.

Em nota, o BC afirmou que a resolução nº 5.057/2022 do CMN determina que as instituições financeiras devem divulgar a seus clientes as informações necessárias para o exercício do direito à portabilidade, bem como os procedimentos para a sua solicitação, em local e formato visíveis ao público.

g1 procurou os cinco maiores bancos do país — Banco do BrasilBradescoBTG PactualCaixa Econômica FederalItaú Unibanco e Santander Brasil — questionando qual o passo a passo previsto por cada um para a portabilidade da linha, mas não obteve respostas até a última atualização desta reportagem.

Custo efetivo e outros pontos de atenção

Ainda segundo o BC, é importante que o cliente solicite o valor do Custo Efetivo Total (CET) com a instituição que está propondo o novo crédito antes mesmo de realizar a portabilidade.

O CET corresponde a todas as despesas e encargos incidentes na operação de crédito. Essa, segundo o BC, é a forma mais fácil de comparar os valores cobrados pelas instituições.

Vale verificar também todas as condições do novo contrato, com relação a número de prestações, taxas de juros, tarifas, para confirmar que essa transferência seja realmente vantajosa, informa o BC em seu site oficial.

O BC também alerta que a instituição credora original deve obrigatoriamente informar ao cliente o valor do saldo devedor para quitação antecipada, sempre que lhe for solicitado, além de prestar esclarecimentos solicitados e fornecer ao cliente uma planilha de cálculo que possibilite que ele confira a evolução da sua dívida.

É obrigação da instituição fornecer ao cliente cópia do contrato, no momento da formalização da operação, assim como posteriormente, mediante solicitação, diz o BC.

As instituições devem fornecer aos clientes em até um dia útil, contado a partir da data de solicitação, as seguintes informações relativas às suas operações de crédito:

  • Número do contrato;
  • Saldo devedor atualizado;
  • Demonstrativo da evolução do saldo devedor;
  • Modalidade;
  • Taxa de juros anual, nominal e efetiva;
  • Prazo total e remanescente;
  • Sistema de pagamento;
  • Valor de cada prestação, especificando o valor do principal e dos encargos; e
  • Data do último vencimento da operação.
O que fazer se a instituição se recusar a prestar informações?

Caso a instituição não preste as informações requeridas para realização da portabilidade, o cliente pode recorrer à ouvidoria da instituição financeira ou à do próprio Banco Central.BTG Pactual

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