Fóssil capturou o momento em que uma 'Ceratomyrmex ellenbergeri', ou formiga do inferno, ataca sua presa com a ajuda de uma estrutura alongada na cabeça.
Por G1
06/08/2020 19h10 Atualizado há 2 dias
Postado em 08 de agosto de 2020 às 09h00m
Pesquisadores da França, dos Estados Unidos e da China apresentaram
nesta quinta-feira (6) um fóssil preservado em âmbar que captura o
momento exato em que uma formiga pré-histórica abocanhava sua presa.
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O estudo divulgado pela revista "Current Biology" sugere que a Ceratomyrmex ellenbergeri,
formiga conhecida como "infernal" usava uma espécie de chifre para
segurar suas vítimas. O espécime faz parte de uma subfamília já
conhecida, os haidomyrmecinæ.
O fóssil de mais de 99 milhões de anos foi encontrado em Myanmar e
mostra o exato momento em que a "infernal" aprisiona sua caça em uma
espécie de pinça formada por sua mandíbula e o "chifre", o clípeo
presente até hoje em outras formigas, mas sem o mesmo formato.
Capturar momentos como este em um fóssil é algo "extremamente raro",
disse em nota, Phillip Barden, um dos autores do artigo "Specialized
Predation Drives Aberrant Morphological Integration and Diversity in the
Earliest Ants".
Segundo ele, poder presenciar um "comportamento fossilizado", como é
este aprisionado no âmbar, "é inestimável". Essa predação fossilizada
confirma a hipótese dos hipótese dos pesquisadores sobre como as peças
bucais das formigas do inferno funcionavam.
"A única maneira de capturar presas em um arranjo desse tipo é que as peças bucais das formigas se movam para cima e para baixo em uma direção diferente da de todas as formigas vivas, de quase todos os insetos", explicou Barden.
Os cientistas sugerem que as adaptações para a captura de presas é o
que provavelmente explica a diversidade de mandíbulas e clípeos
observados nas 16 espécies de formigas do grupo "infernal" já
identificados até o momento.
Em 2017, Barden e seus colegas identificaram uma Linguamyrmex vladi,
que teria usado um chifre reforçado na cabeça para empalar suas presas e
se alimentar do líquido interno (hemolinfa) de outros insetos.
Jurassic Park
A formiga caçadora foi descoberta no vale de Hukawn, em Myanmar, que
durante a era Mesozoica era cercado por árvores produtoras da resina,
substância pegajosa, cor de caramelo que escorre pelo tronco.
Plantas e pequenos animais como lagartixas e aranhas costumam ser
envolvidos pelo fluido e após milhões de anos se transformam em fósseis.
Como no filme Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros, cientistas
descobriram muitas especies extintas de animais, guardados em pedras de
âmbar – é o caso da abelha mais antiga do mundo, também encontrada neste
vale.
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