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Segundo reportagem, o enigmático Satoshi Nakamoto não é o pseudônimo de um adolescente japonês mas o nome real de um sexagenário nipo-americano que vive na Califórnia
RIO - Reportagem da “Newsweek” publicada nesta quinta-feira diz ter revelado a identidade de um dos homens mais enigmáticos da era da internet: o criador do bitcoin, moeda virtual mais bem sucedida do mundo. A matéria está na capa da primeira edição impressa da revista após jejum de mais de um ano como publicação exclusivamente digital.
Até então, sabia-se que a ideia para o bitcoin havia sido proposta por um sujeito chamado Satoshi Nakamoto, que a delineou em artigo disseminado em 2008 por meio de uma lista de e-mail sobre criptografia. O plano do autor, explicado em nove páginas, era para “um sistema de pagamento baseado em prova criptográfica em vez de em confiança”.
Mas como ninguém da comunidade digital conhecesse o homem em pessoa, a crença geral era que “Satoshi Nakamoto” tratava-se de um pseudônimo, provavelmente criado por algum genial adolescente japonês.
Mas depois de diversas entrevistas em uma investigação que durou dois meses, a repórter Leah McGrath Goodman diz ter sido capaz de revelar que “os mitos que envolvem a mais famosa das moedas digitais são apenas isso - mitos - e que os fatos são muito mais estranhos que a ficção corrente.”
O criador do bitcoin, diz a reportagem, é mesmo um sujeito chamado Satoshi Nakamoto, mas ele é nipo-americano, tem 64 anos e seis filhos e é formado em física pela Universidade Politécnica do Estado da Califórnia. Segundo a “Newsweek”, Nakamoto é filho de um monge budista, de quem teria herdado o apreço pelo ascetismo e pela privacidade, características suas descritas por seus próprios familiares à reportagem.
Ele contou que nasceu no Japão em 1949 e imigrou para os EUA aos 10 anos. Aos 23, alterou legalmente seu nome para Dorian Prentice Satoshi Nakamoto. Depois disso, chegou a trabalhar em projetos secretos do exército americano e como engenheiro na extinta fabricante de aeronaves Hughes Aircraft.
A jornalista diz tê-lo surpreendeu em sua casa, na cidade de San Bernardino, nos arredores de Los Angeles. A primeira reação de Nakamoto foi chamar a polícia.
“Parecia ridículo que o homem que teria inventado o bitcoin - a moeda virtual de maior sucesso no mundo com transações de quase US$ 500 milhões por dia em seu pico - iria se refugiar com a família em uma casa em San Bernardino, deixando intocável sua fortuna estimada em US$ 400 milhões em bitcoin”, observa a reportagem.
“Também parecia implausível que a primeira atitude de Nakamoto após em bater em sua porta seria ligar para a polícia . Agora, cara a cara, tendo dois policiais como testemunhas, as respostas de Nakamoto a minhas perguntas sobre o bitcoin são cuidadosas mas reveladoras.”
Questionado pela “Newsweek” sobre sua atual relação com a comunidade bitcoin, Nakamoto foi evasivo:
“Eu não estou mais envolvido nisso e não posso mais discutir o assunto. Isso (o bitcoin) foi passado a outras pessoas. Elas são as responsáveis agora. Eu já não tenho qualquer conexão.”
A revista salienta que o distanciamento de Nakamoto coincide com um período em que sua saúde sofreu diversos reveses. A esposa dele, que trabalha como enfermeira em Nova Jersey, contou que ele vem lutando contra um câncer de próstata e que teve um derrame alguns meses atrás.
Nakamoto é descrito pela reportagem como um libertário que costumava construir seus próprios computadores e que nutre uma desconfiança obsessiva acerca da interferência de governos sobre a sociedade.
A jornalista especula no texto que sua inspiração para desenvolver o bitcoin teria nascido de sua frustração ao pagar elevadas tarifas bancárias em transferências para Inglaterra, de onde importa as réplicas de trens em miniatura que coleciona.
O bitcoin é uma moeda virtual de caráter anárquico, cujas transações, em tese, são imunes a tentativas de rastreamento e fogem à regulação de autoridades monetárias. O sistema no qual a moeda circula é baseado no modelo peer-to-peer (P2P), de programas de compartilhamento de arquivos como BitTorrent.
As moedas são “geradas” a partir do poder computacional cedido pelos usuários que entram na rede, em um processo chamado de “mineração”. Como essa tarefa era muito mais simples nos primórdios do bitcoin, estima-se que Nakamoto seja dono de uma das maiores fortunas constituídas na moeda.
Desde que o bitcoin surgiu, várias pessoas já foram identificadas como suas criadoras mas todas negaram. Além disso, o relato da “Newsweek” é o mais completo sobre qualquer uma delas, e Nakamoto não negou sua criação.
Até então, sabia-se que a ideia para o bitcoin havia sido proposta por um sujeito chamado Satoshi Nakamoto, que a delineou em artigo disseminado em 2008 por meio de uma lista de e-mail sobre criptografia. O plano do autor, explicado em nove páginas, era para “um sistema de pagamento baseado em prova criptográfica em vez de em confiança”.
Mas como ninguém da comunidade digital conhecesse o homem em pessoa, a crença geral era que “Satoshi Nakamoto” tratava-se de um pseudônimo, provavelmente criado por algum genial adolescente japonês.
Mas depois de diversas entrevistas em uma investigação que durou dois meses, a repórter Leah McGrath Goodman diz ter sido capaz de revelar que “os mitos que envolvem a mais famosa das moedas digitais são apenas isso - mitos - e que os fatos são muito mais estranhos que a ficção corrente.”
O criador do bitcoin, diz a reportagem, é mesmo um sujeito chamado Satoshi Nakamoto, mas ele é nipo-americano, tem 64 anos e seis filhos e é formado em física pela Universidade Politécnica do Estado da Califórnia. Segundo a “Newsweek”, Nakamoto é filho de um monge budista, de quem teria herdado o apreço pelo ascetismo e pela privacidade, características suas descritas por seus próprios familiares à reportagem.
Ele contou que nasceu no Japão em 1949 e imigrou para os EUA aos 10 anos. Aos 23, alterou legalmente seu nome para Dorian Prentice Satoshi Nakamoto. Depois disso, chegou a trabalhar em projetos secretos do exército americano e como engenheiro na extinta fabricante de aeronaves Hughes Aircraft.
A jornalista diz tê-lo surpreendeu em sua casa, na cidade de San Bernardino, nos arredores de Los Angeles. A primeira reação de Nakamoto foi chamar a polícia.
“Parecia ridículo que o homem que teria inventado o bitcoin - a moeda virtual de maior sucesso no mundo com transações de quase US$ 500 milhões por dia em seu pico - iria se refugiar com a família em uma casa em San Bernardino, deixando intocável sua fortuna estimada em US$ 400 milhões em bitcoin”, observa a reportagem.
“Também parecia implausível que a primeira atitude de Nakamoto após em bater em sua porta seria ligar para a polícia . Agora, cara a cara, tendo dois policiais como testemunhas, as respostas de Nakamoto a minhas perguntas sobre o bitcoin são cuidadosas mas reveladoras.”
Questionado pela “Newsweek” sobre sua atual relação com a comunidade bitcoin, Nakamoto foi evasivo:
“Eu não estou mais envolvido nisso e não posso mais discutir o assunto. Isso (o bitcoin) foi passado a outras pessoas. Elas são as responsáveis agora. Eu já não tenho qualquer conexão.”
A revista salienta que o distanciamento de Nakamoto coincide com um período em que sua saúde sofreu diversos reveses. A esposa dele, que trabalha como enfermeira em Nova Jersey, contou que ele vem lutando contra um câncer de próstata e que teve um derrame alguns meses atrás.
Nakamoto é descrito pela reportagem como um libertário que costumava construir seus próprios computadores e que nutre uma desconfiança obsessiva acerca da interferência de governos sobre a sociedade.
A jornalista especula no texto que sua inspiração para desenvolver o bitcoin teria nascido de sua frustração ao pagar elevadas tarifas bancárias em transferências para Inglaterra, de onde importa as réplicas de trens em miniatura que coleciona.
O bitcoin é uma moeda virtual de caráter anárquico, cujas transações, em tese, são imunes a tentativas de rastreamento e fogem à regulação de autoridades monetárias. O sistema no qual a moeda circula é baseado no modelo peer-to-peer (P2P), de programas de compartilhamento de arquivos como BitTorrent.
As moedas são “geradas” a partir do poder computacional cedido pelos usuários que entram na rede, em um processo chamado de “mineração”. Como essa tarefa era muito mais simples nos primórdios do bitcoin, estima-se que Nakamoto seja dono de uma das maiores fortunas constituídas na moeda.
Desde que o bitcoin surgiu, várias pessoas já foram identificadas como suas criadoras mas todas negaram. Além disso, o relato da “Newsweek” é o mais completo sobre qualquer uma delas, e Nakamoto não negou sua criação.
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