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Em relação ao 2º trimestre do ano passado, PIB avançou 0,5%
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O crescimento do primeiro trimestre do ano foi revisado para baixo, de 0,2% para 0,1%. Com o resultado, a economia brasileira acumula crescimento de 0,6% no primeiro semestre deste ano — o que faz dele o pior semestre desde 2009, que teve contração de 2,6% entre janeiro e julho. Nos últimos 12 meses, a expansão foi de 1,2% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores.
O ritmo registrado no segundo trimestre foi próximo do esperado pelos economistas do mercado financeiro, que previam crescimento de 0,5%, segundo mediana das projeções levantadas pela agência de notícias da Bloomberg. O Banco Central também acertou: há algumas semanas, seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) indicava que a economia cresceria 0,38% no segundo trimestre.
Indústria encolhe 2,5%; investimento recua 0,7%
— O principal determinante para o desempenho da agropecuária foi o resultado de culturas que estão com safras neste trimestre com projeção de crescimento no ano, como milho, algodão e café. A soja continuou em safra, mas com peso menor relação ao primeiro trimestre — analisou Rebeca de La Rocque, coordenara da pesquisa de contas nacionais do IBGE.
Segundo o IBGE, o avanço da agropecuária em relação a 2011 também foi maior que o dos outros setores, de 1,7%. O desempenho se explica por uma safra relevante de produtos da lavoura, que apresentaram crescimento nas estimativas de produção anual e de produtividade. O instituto citou seu Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE), que mostrou aumentos na produção de do milho (27%), café (4,9%) e algodão (4,9%) — apesar de queda na soja (12,2%), no arroz (14,9%) e na mandioca (1,9%).
Rebeca de La Rocque advertiu, porém, que apesar de a agropecuária ter crescido com força, seu peso pequeno na economia é de apenas 5,5%, enquanto os serviços representam 67% e a indústria, 27,5%.
O setor de serviços — que segundo a economista do IBGE “determinou o comportamento da economia” — avançou 0,7% no trimestre. Os principais destaque vieram de atividades como a intermediação financeira e seguros (avanço de 1,8%), serviços de informação (1%), administração, saúde e educação pública (0,8%).
O comércio se manteve praticamente estável em relação ao trimestre anterior, com variação de -0,1%. A atividade de transporte, armazenagem e correio registrou queda de 1,2%. Em relação ao segundo trimestre de 2011, o setor de serviços cresceu 1,5%.
Confirmando os resultados ruins divulgados nos meses anteriores, a produção da indústria encolheu 2,5% entre abril e junho. Três das quatro atividades industriais pesquisadas se contraíram. A indústria de transformação, houve diminuição de 2,5% na produção. Na indústria extrativa mineral, a queda foi de 2,3%.
A construção civil também não conseguiu crescer, registrando variação de -0,7%. A única atividade que avançou foi a relacionada à produção e distribuição de eletricidade, gás e água, cujo avanço foi de 1,6%.
— A indústria da transformação pesa 14,6% do total das contas nacionais, mas dentro da indústria pesa 53,% — ressaltou Rebeca.
A indústria da transformação foi principalmente afetada pela queda de produção de veículos automotores, artigos de vestuário e calçados, material eletrônico e equipamentos de comunicações e produtos farmacêuticos. Bebidas, madeira e mobiliário, artigos e perfumaria e outros equipamentos de transporte registraram expansão na produção.
Além de analisar a produção do país, o IBGE também calcula como esse produto é consumido. Por essa ótica, o consumo do governo avançou 1,1% em relação ao primeiro trimestre do ano. Na mesma comparação, o consumo das famílias brasileiras cresceu menos, 0,6%.
Em relação ao setor externo, as importações de bens e serviços cresceram 1,9%, enquanto as exportações tiveram queda de 3,9%.
O IBGE também mostrou que o trimestre foi ruim para os investimentos — medidos na pesquisa por um indicador que os economistas chamam de formação bruta de capital fixo (FBCF) —, encolhendo 0,7% no período.
Trimestre foi marcado por medidas de estímulo
Devido à turbulência no mercado internacional, o governo brasileiro adotou uma série de medidas para estimular a economia, como a redução dos juros e a prorrogação, por mais dois meses, da alíquota menor de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para produção de veículos.
Para o ano, a expectativa do governo é que a economia tenha expansão de 3% — era de 4,5%, mas o Executivo foi obrigado a conter sua esperança após a divulgação de sucessivos resultados negativos sobre a atividade. O Banco Central é mais pessimista, prevendo expansão de 2,5%. Para o mercado financeiro, o cenário é ainda mais obscuro: os analistas estimam que a economia crescerá apenas 1,73% em 2012.
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