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segunda-feira, 13 de junho de 2022

Ciência consegue recriar perfume de Cleópatra 2 mil anos depois; saiba cheiro

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Uma equipe de arqueólogos da Universidade do Havaí conseguiu recriar o famoso perfume de Cleópatra, rainha que governou o Egito entre os anos 51 e 30 antes da era comum.

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Microsoft Start  - Por Vitor Paiva 
Em 26 de maio de 2022 às 11h35m
Postado em 13 de junho de 2022 às 16h40m

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Uma equipe de arqueólogos da Universidade do Havaí conseguiu recriar o famoso perfume de Cleópatra, rainha que governou o Egito entre os anos 51 e 30 antes da era comum.
Robert Littman e Jay Silverstein se juntaram aos egiptólogos Sean Coughlin e Dora Goldsmith para reconstruirem o aroma, a partir de escrituras e da descoberta de uma antiga fábrica de perfumes de 2,3 mil anos, encontrada a partir de escavações em Thmouis, cidade próxima a Mendes. Era lá que os mais famosos perfumes do mundo eram à época fabricados, e o Perfume Mendesiano seria o preferido da última rainha egípcia.

Reprodução de pintura antiga mostrando Cleópatra: o perfume egípcio era famoso no período© Vitor Paiva Reprodução de pintura antiga mostrando Cleópatra: o perfume egípcio era famoso no período

Reprodução de pintura antiga representando Cleópatra: o perfume egípcio era famoso no período

-Projeto anuncia recriação de odores da Europa do século 16 e vira piada nas redes

resultado da pesquisa foi exibido em 2019, na exposição Queens of Egypt, no National Geographic Museum, em Washington, D.C, nos Estados Unidos, quando os visitantes puderam sentir o aroma. De acordo com o artigo, publicado no final do ano passado na revista científica  Near Eastern Archaeology, o perfume recriado é extremamente agradável, com uma nota de base picante de mirra, canela recém-moída e acompanhada de doçura, diz o texto. A base para perfumes e unguentos [egípcios] era óleo vegetal ou gordura animal, em vez do nosso álcool moderno, escreveram os arqueólogos, que definiram o trabalho como um exemplo de arqueologia experimental.

Registro da fábrica de perfumes encontrada em sítio arqueológico em Thmouis© Vitor Paiva Registro da fábrica de perfumes encontrada em sítio arqueológico em Thmouis

Registro da fábrica de perfumes encontrada em sítio arqueológico em Thmouis

-Arqueólogos descobrem no Egito fábrica de cerveja mais antiga conhecida com 5 mil anos

A equipe analisou moléculas e bactérias encontradas nos frascos da fábrica em Thmouis, assim como o iodo do Rio Nilo, utilizado nas composições, a fim de se aproximar o máximo do cheiro efetivo dos perfumes fabricados há dois mil anos na região. Os aromas foram criados através da fumaça da queima de resinas perfumadas, cascas e ervas (perfume deriva de per fumum através da fumaça), ou através da maceração por resinas, flores, ervas, especiarias e madeira, diz o artigo.

O perfume recriado em 2019, exposto no National Geographic Museum© Vitor Paiva O perfume recriado em 2019, exposto no National Geographic Museum

O perfume recriado em 2019, exposto no National Geographic Museum, na capital dos EUA

-Existe o fedor e existe a tioacetona, o composto químico mais fedorento do mundo

A pesquisa também partiu do estudo de antigas escrituras descrevendo os perfumes e suas fórmulas, em hieróglifos que datam do período a partir da morte de Cleópatra, no ano 30 antes da era comum. No sítio arqueológico descoberto em Thmouis foram encontrados artefatos, fornos e recipientes de argila, que revelaram resíduos dos perfumes fabricados no local há 2,3 mil anos. O trabalho de recriação do perfume utilizou ingredientes como óleo de tâmara, mirra, canela e resina de pinheiro. Assim, o antigo Perfume Mendesiano, que encantava o mundo antigo e era o preferido de Cleópatra, pôde ser sentido novamente – mais de 2 mil anos depois.

Pintura de Cleópatra por John William Waterhouse© Vitor Paiva Pintura de Cleópatra por John William Waterhouse

Pintura de Cleópatra por John William Waterhouse

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