Material foi encontrado perto de Wedderburn, na Austrália, em 1951, mas só foi decifrado em agosto deste ano. O pedaço de 'rocha espacial' que caiu do céu tem um metal inédito em ambienteis naturais, conhecido só em processos industriais, e batizado de 'edscotita'.
Por G1
Postado em 03 de janeiro de 2020 às 19h00m
Meteorito de Wedderburn — Foto: Divulgação/Museums Victoria Collections
Postado em 03 de janeiro de 2020 às 19h00m
Meteorito de Wedderburn — Foto: Divulgação/Museums Victoria Collections
Uma das descobertas científicas que marcaram o ano de 2019 foi a identificação de um material nunca antes visto na natureza do planeta Terra: a "edscotita" (ou "edscottite", em inglês). O mineral está em um meteorito encontrado no ano de 1951, o chamado "meteorito de Wedderburn", no estado de Victoria, na Austrália.
Depois de décadas de estudos por diferentes equipes de pesquisadores, só em agosto deste ano cientistas revelaram que ele é feito de um mineral de carboneto de ferro que, até onde se sabe, não existe na nossa natureza.
O estudo foi publicado na revista científica "American Mineralogist" pelo mineralogista Chi Ma, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), e pelo geofísico Alan Rubin, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, nos Estados Unidos.
Eles conseguiram obter um pedaço do meteorito em 2018 e vêm estudando esse material.
Segundo cientistas, esse meteorito provavelmente veio do centro de outro planeta, o que o torna extremamente raro. Eles já conheciam a edscotita, mas somente em processos industriais de fundição do ferro.
Do tamanho de um limão
Do tamanho de um limão
O meteorito original é preto e vermelho e tem o tamanho de um limão. E também muitos arranhões, que os cientistas atribuem a uma jornada de milhões de anos até chegar à Terra. Ele provavelmente veio de um planeta distante que, possivelmente, nem existe mais.
Tantos cientistas pesquisaram o meteorito que agora somente um terço do objeto original continua intacto (cerca de 71 gramas). Atualmente, ele é mantido na coleção geológica dos Museus Victoria, na Austrália.
Meteorito de Wedderburn — Foto: Divulgação/Museums Victoria Collections
Além da edscotita (Fe5C2), os cientistas também identificaram, ao longo dos anos, traços de outros metais como ouro, ferro e minerais bem mais raros. Esse elemento inédito na natureza foi encontrado em uma fina camada, em meio a outros metais. A olho nu, parece um conjunto de pequenos cristais brancos.
O nome "edscotita" é uma homenagem ao cosmoquímico Edward Scott, da Universidade do Havaí.
Combinação inédita
Combinação inédita
A grande novidade, portanto, é o fato de os cientistas encontrarem a edscotita em um objeto natural. Ao site "The Age", o curador dos Museus Victoria, Stuart Mills, disse que essa versão de carboneto de ferro revela que certas formulações de átomos podem ocorrer naturalmente, e não somente por meio da ação humana.
"Já descobrimos 500 a 600 mil minerais em laboratório, mas menos de 6 mil foram feitos pela natureza", explica Stuart Mills.
Não se sabe exatamente como o meteorito chegou à Austrália, mas alguns especialistas deduzem que seja o resultado de uma colisão envolvendo planetas, luas ou asteroides.
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