Pastor americano queima Alcorão e políticos iranianos reagem

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Terry Jones havia desistido de fazer o mesmo em 2010, após pressão internacional

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NEW YORK TIMES

Publicado: 30/04/12 - 20h27

Atualizado: 01/05/12 - 09h35

O pastor Terry Jones, em 2010, logo após anunciar que tinha cancelado a queima de 200 exemplares do Alcorão Paul J. Richards/AFP - 9/09/2012

TEERÃ — A queima de exemplares do Alcorão pelo pastor Terry Jones, da Flórida, irritou os políticos iranianos. Um deles pediu, inclusive, a execução do polêmico religioso americano.
Jones ganhou notoriedade em 2010 depois de ameaçar incendiar 200 exemplares do livro sagrado do Islamismo. Sob pressão de vários líderes internacionais, ele recuou. Mas temporariamente: neste sábado, ateou fogo a várias cópias do Alcorão e a uma imagem do profeta do Islã, Maomé. O objetivo, disse Jones, é chamar atenção para o caso de um pastor cristão que está preso no Irã.


A queima do Alcorão foi feita na igreja de Jones, a Dove World Outreach Center, na cidade de Gainesville, na Flórida. Quem não pôde estar presente teve a opção de assistir ao protesto ao vivo pela internet. Diferentemente da ameaça de 2010, desta vez o pastor não fez divulgação ampla do evento.


O Ministro das Relações Exteriores condenou a ação de Jones nesta segunda-feira, pedindo aos Estados Unidos que evitem a ocorrência de tais incidentes. Hossein Ibrahim, um clérigo xiita membro do Parlamento iraniano chamou o pastor de “um mal, um apostasiado (a pessoa que renuncia a uma religião)” e pediu a sua execução, segundo a agência de notícias semi-oficial Fars.


Novo incidente
É a segunda vez neste ano que se tem notícia da queima de exemplares do Alcorão por americanos, mas é a primeira declaradamente proposital. Em fevereiro, uma série de revoltas eclodiu no Afeganistão e em outros países depois que militares dos Estados Unidos atearam fogo acidentalmente a cópias do livro na Base Aérea de Bagram, perto de Kabul — a capital paquistanesa. Dúzias de pessoas morreram nas manifestações decorrentes do incidente.


Segundo o site Christian Today, Jones disse que estava realizando um protesto em razão da prisão de Youcef Nadarkhani, um pastor iraniano. Grupos de cristãos de todo o mundo pedem que o país liberte Nadarkhani, de 29 anos, que se converteu ao cristianismo. A conversão de um muçulmano para outra religião é considerado um crime punível, em tese, com a pena de morte.


Nadarkhani foi detido em 2009 por acusação de apostasia e evangelização, mas os promotores iranianos mais tarde trocaram essas acusações pelas de estupro e extorsão. Eles afirmam que o caso não tem nada a ver com religião e que foi deturpado pela mídia ocidental. Ainda não houve decisão oficial.

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