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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

5 dicas para planejar 2012

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ECONOMIA

-- Ligia Aguilhar - Estadão PME --

*$-%=%-$* Economistas fazem projeções para o próximo ano e recomendam cautela aos empresários
A crise europeia que tem como foco a Grécia é a maior ameaça à economia brasileira em 2012, segundo economistas consultados pelo Estadão PME. Apesar de a tendência ser de recuperação de alguns índices, que devem fechar 2011 em queda, o acirramento da crise tende a retrair investimentos, o consumo e a concessão de crédito.


André Conti/AE
André Conti/AE

Com isso, as pequenas e médias empresas devem ter cautela na elaboração do planejamento para 2012. 


Não basta ter um plano B, tem que haver um plano C também”, diz o professor de Economia da Trevisan Escola de Negócios, Ricardo Cintra. “Neste momento singular da economia mundial a instabilidade é tamanha que planejar um ano inteiro parece uma eternidade, completa.


Já o economista-chefe da consultoria LCA, Bráulio Borges, aconselha que os empresários evitem linhas de crédito caras, garantam uma reserva própria de capital de giro e sejam cautelosos com os planos de investimento. “Em vez de planejar olhando só o ano que vem, as decisões devem ser tomadas pensando em um horizonte mais longo”, diz.

Confira abaixo as previsões dos especialistas para o PIB, inflação, dólar, emprego e consumo em 2012.

Inflação
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de referência à política de metas de inflação, deve fechar o ano em 6,6%, mas pode cair para perto de 5% em 2012 com a desaceleração do crescimento do País, afirma Borges. Dentro desse cenário, a inflação deve convergir para o centro da meta (4,5%) em 2012, com queda de cerca de 1 ponto porcentual, fechando 2012 em 5,4% contra os 6,3% previstos para 2011.



PIB
A queda do índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), acima do esperado em agosto levou os analistas a reduzirem suas projeções para o crescimento da economia nesse ano de 3,5% para perto de 3%. “Mesmo que o mundo não entre em recessão, o crescimento deve continuar em um ritmo menor em 2012, perto de 3,5%” diz Borges. Cintra, da Trevisan, ressalta que a tendência de queda no crescimento é mundial.



Dólar
Apesar da valorização da moeda norte-americana nas últimas semanas, a cotação do dólar deve se situar em patamares mais baixos no ano que vem. “Não estamos diante de uma tendência de alta da moeda norte-americana em relação à brasileira, mas diante de uma apreciação momentânea da moeda estrangeira em resposta a movimentos internacionais”, diz Cintra.



Mesmo assim, o câmbio não deve voltar a apresentar queda acentuada como nesse ano, quando o dólar chegou a casa de R$ 1,55. “Passado o momento de estresse e com a tendência de queda da taxa básica de juros, o câmbio pode chegar a até R$ 1,65”, estima Borges.


Emprego
A previsão do ministério do Trabalho é que a geração de empregos ao longo de 2011 totalize 2,7 milhão de postos formais, resultado inferior à meta anterior, de 3 milhões de vagas. “O mercado estagnou e deve continuar assim até o início do ano que vem, podendo a taxa de desemprego subir para 7%, mas com tendência a queda novamente ao longo do ano”, diz Borges. Já para Cintra, uma possível recessão global pioraria significativamente esse cenário. “As perspectivas não são as melhores e considero a possibilidade forte de alguma piora nos indicadores de emprego do nosso País”, diz. A recomendação dos especialistas é que os empresários sejam cautelosos nas contratações não só de funcionários, mas também de colaboradores e fornecedores.



Consumo
O aprofundamento da crise europeia deve levar a redução do consumo em 2012. “Diante do cenário de incerteza o consumidor, mesmo empregado, prefere não consumir”, diz Borges, da LCA. Por isso, o especialista sugere cautela nos investimentos e cuidado redobrado com o fluxo de caixa.  Mesmo descartada a possibilidade de recessão, o governo deve investir em medidas para frear o consumo. “Nosso governo fará o que for preciso para não permitir que níveis elevados de consumo se instalem na economia, já aprendemos muito com isso”, ressalta Cintra. 

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